Vice-presidente
dos EUA anuncia que país vai impor mais sanções à Venezuela
Agência Brasil
O presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, e o vice-presidente dos
Estados Unidos, Mike Pence, durante reunião do Grupo de Lima, em Bogotá
Reiterando a
legitimidade do presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, e com críticas
severas ao governo de Nicolás Maduro, o vice-presidente dos Estados Unidos,
Mike Pence, anunciou nesta segunda-feira (25) novas sanções ao país vizinho.
Ele recomendou ainda que 12 dos 14 membros do Grupo de Lima façam o mesmo, uma
vez que Canadá e Colômbia impuseram restrições à gestão de Maduro.
"Nos próximos
dias, os Estados Unidos anunciarão sanções ainda mais fortes contra as
corruptas redes financeiras do regime. Encontraremos cada dólar que eles
roubaram e devolveremos esse dinheiro para o povo venezuelano à medida que
continuamos a trazer benefícios econômicos e diplomáticos”, afirmou Pence, que
participa em Bogotá, Colômbia, da reunião do Grupo de Lima, convocada
extraordinariamente para discutir a crise venezuelana.
Formado em 2017 por chanceleres dos países das Américas, o grupo tem por objetivo tratar da situação da Venezuela e buscar formas de o país voltar à normallidade democrática.
Formado em 2017 por chanceleres dos países das Américas, o grupo tem por objetivo tratar da situação da Venezuela e buscar formas de o país voltar à normallidade democrática.
Segundo Mike Pence,
a pressão será mantida. “[Vamos fazer] pressão sobre o regime de Maduro,
esperamos uma transição pacífica para a democracia, mas, como o presidente
[Donald] Trump deixou claro, todas as opções estão na mesa."
Militares
Pence se dirigiu
também aos militares das Forças Armadas da Venezuela que se mantêm fieis a
Maduro. De acordo com o vice-presidente americano, é “chegada a hora” de
compreender a legitimidade de Guaidó como presidente interino e aceitar a
oferta de anistia. Do contrário, Pence foi claro: as consequências serão
graves, e o isolacionismo é certo.
“Vocês podem
escolher aceitar a oferta de Guaidó de anistia, mas se vocês escolherem
continuar a apoiar Maduro, vocês serão responsabilizados. Vocês não vão
encontrar nenhuma saída fácil, nenhuma escapatória”, ressaltou o
norte-americano.
Pence negou que os
Estados Unidos ou Guaidó adotem medidas com caráter de vingança. “O presidente
Guaidó não busca a vingança, os Estados Unidos, também não. Se vocês [militares
venezuelanos] assumirem a bandeira da democracia, o presidente Guaidó e os governo
dos Estados Unidos vão acolher e garantir que serão liberados das sanções
impostas.”
Dinheiro
O vice-presidente
anunciou ainda o repasse de US$ 56 milhões a mais para apoiar os países da
região no suporte à Venezuela. Pence destacou o papel da poppulação
venezuelana, que saiu às ruas pedindo democracia e liberdade. “O povo que ama a
liberdade da Venezuela, saiba que vocês não estão sozinhos.”
Ele afirmou ainda
que o esforço internacional é para assegurar uma transição pacífica na
Venezuela. “Chegou a hora”, repetiu o vice-presidente, mais de uma vez. “O dia
está chegando”, afirmou. “O povo verá o renascimento da liberdade. O bom povo
da Venezuela.”
A situação na
fronteira do Brasil com a Venezuela foi assunto de reunião nesta segunda-feira
(25), no Palácio do Planalto, entre o presidente Jair Bolsonaro, o
ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e os quatro comandantes das
Forças Armadas.
O encontro ocorreu
após um fim de semana de tensão e conflitos em Pacaraima, Roraima, na
fronteira do Brasil com a Venezuela, e a tentativa frustrada de envio de
ajuda humanitária do governo federal ao país vizinho, que enfrenta crise de
abastecimento.
Ao deixar o
Palácio do Planalto, o chefe de Logística e Mobilização do Exército,
general Laerte de Souza Santos, disse que a ajuda humanitária do
Brasil prossegue na fronteira, por meio da Operação Acolhida. Além de
Azevedo, estiveram na reunião os comandantes da Marinha, almirante Ilques
Barbosa Júnior; do Exército, general Edson Leal Pujol; da Aeronáutica,
tenente-brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez; e do Estado-Maior Conjunto
das Forças Armadas, interino, almirante Cláudio Portugal de Viveiros.
Enquanto isso, o
vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e o ministro das Relações
Exteriores, Ernesto Araújo, estão em Bogotá, na Colômbia. Eles participam de
encontro do Grupo de Lima, formado por países das Américas para tratar do
acirramento da crise na Venezuela.
A crise na Venezuela
é tema desta segunda-feira, (25) em Genebra (Suíça) da 40ª sessão do
Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). O
secretário-geral, António Guterres, a presidente da Assembleia-Geral, María
Fernanda Espinosa, e a alta comissária para os Direitos Humanos, Michelle
Bachelet, participarão.
A reunião dura três
dias e conta com a presença de representantes de mais de 90 países,
organizações regionais e internacionais. Ontem (24) Bachelet criticou duramente
os atos de violência registrados nas regiões fronteiriças da Venezuela, e
parlamentares venezuelanos prometeram apresentar denúncia contra o governo de
Nicolás Maduro pelas ações.
O Conselho de
Direitos Humanos é composto por representantes de 47 países não permanentes.
Neste momento, Angola e o Brasil são as únicas nações de língua portuguesa
representados.
Discussões
Nesta segunda-feira
haverá discussão de alto nível sobre disseminação de direitos humanos. Amanhã
(26) será analisada a questão da pena de morte. O Dia Internacional para
a Eliminação da Discriminação Racial, em 15 de março, será marcado com um
debate sobre o crescimento do populismo nacionalista e ideologias de
supremacia.
Relatores especiais
de áreas como alimentação, tortura, alojamentos, liberdade religiosa, direitos
de pessoas com deficiência e privacidade digital participarão das sessões.
Relatórios
Bachelet prepara o
relatório anual a ser apresentado no próximo dia 6. A sessão, que começa hoje e
estende-se até quarta-feira (27), discute também as situações de tensão na
Colômbia, no Chipre, na Guatemala, em Honduras, no Irã e no Iêmen.
Durante as sessões
serão fornecidas atualizações sobre as situações em países, como Síria,
Mianmar, Eritreia, Burundi, Sudão do Sul, Irã e Coreia do Norte. Palestina,
República Democrática do Congo, Mali, Ucrânia, República Centro-Africana, Líbia
e Afeganistão.
Na ocasião serão
analisados 120 relatórios, apresentados por mais de 35 especialistas e grupos
de direitos humanos. Também estão agendados nove debates gerais.
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