quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

TRUMP QUER A CONSTRUÇÃO DO MURO E QUER O APOIO DO BRASIL NA ÁREA DE SEGURANÇA


Trump: paralisação do governo levará o tempo que for necessário

Estadão Conteúdo 









Donald Trump voltou a defender a necessidade da construção de um muro na fronteira com o México


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender nesta quarta-feira (2), a necessidade da construção de um muro na fronteira com o México e destacou que a paralisação do governo "levará o tempo que for necessário".

A inclusão de recursos para financiamento da construção do muro no orçamento americano é o principal ponto de divergência com parlamentares, impedindo a aprovação do projeto que colocaria fim à paralisação parcial das atividades do governo, que se estende desde o dia 22 de dezembro.

Comparando os US$ 5,6 bilhões solicitados para o muro com os gastos dos EUA no Afeganistão, Trump reforçou que trata-se de um preço pequeno a pagar pela segurança na fronteira.

Pompeo diz que EUA e Brasil querem retomada da democracia na Venezuela

Agência Brasil










Mike Pompeo (à esq.) se reuniu com o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo (à dir.), no Palácio Itamaraty

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse nesta quarta-feira (2) que o governo do presidente Donald Trump quer aprofundar a cooperação com o Brasil na área de segurança e que os dois países terão a oportunidade de trabalhar juntos contra regimes autoritários. Ele se reuniu nesta manhã com o ministro de Relações Exteriores (MRE), Ernesto Araújo, no Palácio Itamaraty.
“Falamos do nosso profundo desejo da retomada da democracia para o povo venezuelano”, disse Pompeo, que participou nessa terça-feira (1) da posse do presidente Jair Bolsonaro. “Eu vi a transmissão pacífica de poder ocorrer ontem. Isso não acontece em muitos países. Conversamos sobre Cuba, Venezuela e Nicarágua. Esses são lugares em que as pessoas não têm a oportunidade de expressar suas visões. Esse é o tipo de coisa em que pretendemos trabalhar juntos”.
Perguntado por uma jornalista estrangeira sobre a questão dos direitos humanos no Brasil, Araújo disse não haver nenhuma razão para se ter “receio de qualquer diminuição na proteção de direitos humanos” no país. “Isso é um resquício da campanha eleitoral que sobrevive por alguma razão. O compromisso do novo governo com a defesa dos direitos humanos é absoluto”, disse o chanceler.
Para Mike Pompeo, a administração do governo Bolsonaro está comprometida com a defesa dos direitos humanos.
Itamaraty
Em sua conta no Twitter, Ernesto Araújo disse que a alteração do artigo 1º da Lei 11.440/2006, pela Medida Provisória nº 870/ 2019, “não altera nem flexibiliza a nomeação, para cargos no Ministério das Relações Exteriores, de servidores que não integrem as carreiras do serviço exterior”.
“O que se fez foi, com base nos princípios de eficiência administrativa e meritocracia, otimizar a designação de servidores do serviço exterior para cargos em comissão e funções de chefia”, escreveu o chanceler na rede social. “As hipóteses de nomeação para cargos em comissão e funções de chefia no MRE são rigorosamente idênticas àquelas anteriormente vigentes”.
A MP 870/2019 assinada por Bolsonaro nessa terça (1) estabelece a organização básica dos órgãos da Presidência da República e dos ministérios. O artigo 71 diz que a Lei nº 11.440 passa a vigorar com as seguintes alterações:"Art. 1º O Serviço Exterior Brasileiro, essencial à execução da política exterior da República Federativa do Brasil, constitui-se do corpo de servidores, ocupantes de cargos de provimento efetivo, capacitados profissionalmente como agentes do Ministério das Relações Exteriores, no País e no exterior, organizados em carreiras definidas e hierarquizadas, ressalvadas as nomeações para cargos em comissão e funções de chefia, incluídas as atribuições correspondentes, nos termos do disposto em ato do Poder Executivo”.
Agenda
O ministro Ernesto Araújo tem agenda intensa em seu primeiro dia de trabalho. Além das reuniões com o presidente da República e representantes estrangeiros, está prevista uma série de encontros com chanceleres e enviados especiais de vários países.
Na agenda de Araújo estão conversas com os ministros das Relações Exteriores Manuel Domingos Augusto (Angola), Jacek Caputowicz (Polônia) e Maliki Osman (Cingapura), além dos enviados especiais Jeon Hae-cheol (Coreia do Sul), Yasuaki Yamaguchi (Japão) e Omar Alghabra (Canadá), assim como a ministra da Segurança Alimentar dos Emirados Árabes Unidos, Mariam al-Mehairi.


PRIMEIRO DIA DE BOLSONARO NA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA DO BRASIL


Veja como foi o primeiro dia de Jair Bolsonaro na Presidência

Agência Brasil










Bolsonaro participou da solenidade de transmissão de cargo do ministro da Defesa, general


O primeiro dia de trabalho de Jair Bolsonaro como presidente da República começou cedo. Ele chegou ao Palácio do Planalto às 8h30 e às 9h participou da transmissão de cargo de quatro de seus ministros, todos lotados no Planalto: general Carlos Alberto Santos Cruz na Secretaria de Governo; general Augusto Heleno no Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Onyx Lorenzoni na Casa Civil; e Gustavo Bebbiano na Secretaria- Geral da Presidência.
Bolsonaro desceu a rampa que liga o terceiro andar do Planalto, onde fica seu gabinete, ao Salão Nobre, para o segundo andar, ladeado pelos ministros. Sorridente, posou para fotos assim que chegou ao palco onde ocorreu a cerimônia. O púlpito usado para discursos foi montado para o presidente, mas ele não falou. Ao final do evento, acenou para os jornalistas, sem dar declarações.
Em seguida, Bolsonaro teve uma série de reuniões com representantes internacionais. O primeiro que recebeu foi o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo. Em seguida, se reuniu com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa e depois com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban. A última reunião do dia foi com o vice-presidente do Parlamento chinês, Ji Bingxuan.
Por telefone, Bolsonaro conversou com o presidente da Colômbia, Iván Duque. O chefe de Estado colombiano telefonou para cumprimentar o presidente brasileiro por sua posse no dia de ontem (1º). Segundo nota do Palácio do Planalto, “o presidente colombiano desejou sorte e sucesso para o novo governo e se colocou à disposição para aprofundar e incrementar as relações entre os dois países em diversas áreas”. Os dois também conversaram sobre a Venezuela e a necessidade de cooperação na busca por soluções para a crise no país.
Com várias cerimônias de posse de ministros durante o dia, Bolsonaro fez questão de comparecer à posse do ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, realizada no Clube do Exército. Ao longo de oito minutos, o presidente fez o único discurso do dia e reforçou a importância das Forças Armadas e destacou que o brasileiro quer “hierarquia, respeito, ordem e progresso".
“A situação que o Brasil chegou é uma prova inconteste de que o povo, em sua grande maioria, quer hierarquia, quer respeito, quer ordem e quer progresso. Nós queremos o bem para o Brasil. Mas, do que defender a Pátria, o que nós queremos é fazer essa Pátria grande, e só faremos se tivermos do nosso lado equipe onde todos conversam entre si, onde não há ingerência político-partidária, que lamentavelmente, como ocorreu nos últimos 20 anos, levou à ineficácia do Estado e nossa triste corrupção”, disse Bolsonaro.
Residência oficial
Bolsonaro será o primeiro presidente a ocupar o Palácio da Alvorada em quase dois anos. O ex-presidente Michel Temer chegou a passar uma semana na residência oficial. No entanto, decidiu retornar com a família ao Palácio do Jaburu, onde morava desde 2011. De acordo com assessores presidenciais, Temer não se adaptou ao palácio, de grandes proporções.
A mudança da família Bolsonaro para o Alvorada ainda não ocorreu e, segundo a Presidência da República, não há data oficial. A previsão é que a residência oficial da Granja do Torto, local utilizado durante o período de transição de governo, também seja mantida pelo presidente.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 03/01/2019


Busca do contrapeso

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini  














O presidente Jair Bolsonaro (PSL) inicia o governo com um desafio internacional na economia. Com a equipe econômica egressa da escola liberal norte-americana e a anunciada afinidade com a gestão Donald Trump – inclusive na polêmica eventual mudança da Embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém –, terá romaria de empresários à porta. A China, rival direta dos EUA, Rússia e países árabes – estes ficarão insatisfeitos com o caso da Embaixada – são os maiores compradores de produtos brasileiros há anos. Há forte risco de boicote e retração na balança comercial. O desafio está com Marcos Troyjo, novo secretário de Comércio Exterior.
Missão
Um dos maiores especialistas no mundo em BRICS, o economista e diplomata Troyjo deve ser a ponte para acalmar os compradores asiáticos e árabes. E manter a interlocução. O mercado internacional o vê com bons olhos.
Duas frentes 
Troyjo também é referência nos EUA. Há anos, como professor convidado, fundou o BRICLab na Columbia University, e circula bem entre investidores americanos.
NY, NY...
O ex-presidente Michel Temer e a esposa, Marcela, acabam de renovar seus vistos para entrada nos Estados Unidos.
O escolhido?
Ex-TV Globo, de onde acaba de se desligar, Alexandre Garcia se movimentou com liberdade no Palácio do Planalto. Há rumores de que será porta-voz do governo.
Então tá
O presidente Bolsonaro fez o discurso mais breve da posse da História do Brasil. Não citou São Paulo, o Estado natal dele, tampouco o Rio de Janeiro, pelo qual foi eleito oito vezes deputado federal. Nem o PSL. E não foi por falta de tempo. Aliados indicam que, assim, preferiu olhar para os outros, e não para si. A conferir.
Inovando
No discurso de posse, o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), agradeceu e citou as três empresas que forneceram o café, o suco e o pão de queijo gratuitamente, em prol da economia dos cofres. Olho no pagamento do ICMS dessa turma.
Homem dos R$ 3 bi
Aliás, Zema é o governador bilionário do país. Acaba de vender a rede de postos de gasolina por quase R$ 1 bilhão e negocia com a Magazine Luiza a rede de lojas de eletrodomésticos que leva seu nome. O grupo foi fundado pelo pai, há décadas.
Sombra e água 
Com três ministérios garantidos no governo, a bancada do DEM sumiu na negociação na Câmara que tenta reeleger Rodrigo Maia presidente. Até calados, aliados atrapalham.
Maia afogando
Os federais João Campos (PRB-GO) – com a bênção de Bolsonaro – Maia (DEM) e Fabinho Ramalho (MDB-MG) disputam o comando da Câmara. Maia perdeu força.
Varanda & Café
O Ministro da Justiça, Sérgio Moro, foi ovacionado ontem por hóspedes quando apareceu na sacada do Hotel Saint Paul; e mais palmas ao entrar, sozinho, no salão do café da manhã. Veja vídeo no Twitter e Facebook da Coluna.
Assim que se faz
O mercado, os bancos e os investidores internacionais notaram e elogiaram o republicano silêncio ensurdecedor do novo presidente do BC, Roberto Campos Neto. Ao evitar holofotes, barrou especulações com o câmbio e alta do dólar etc etc.
Primeiro problema
A executiva do DEM acompanha com atenção o caso do deputado federal eleito Luis Miranda (DF), que responde na Justiça a processo suspeito de abuso de poder na campanha, ao presentear eleitores com eletrônicos. Foi citado pelo senador eleito Rodrigo Pacheco (MG) na última reunião, há dias, como caso preocupante.
Lá e cá
O algoz de Miranda é o suplente Paulo Fernando Melo (Patriota-DF), que já o acionou na Justiça em dois processos referentes à suspeita. Miranda, morador na Flórida, mas eleito por Brasília, corre o risco de ser o primeiro deputado cassado na nova Legislatura.

JUDEUS - SUAS CRENÇAS - SEUS ÍDOLOS


Falando de judeus

Manoel Hygino








 



 Amos Oz


Os judeus não são fáceis. Não param. No sábado, seu dia santo (para os muçulmanos é a sexta-feira e para os cristãos o domingo), o primeiro-ministro Natanyahu, em visita ao Brasil inclusive para a posse do novo presidente da República, se mostrou tranquilo na praia do Leme, no Rio de Janeiro. Molhou os pés nas águas do Atlântico, acompanhado da esposa Sara, e, num quiosque, em que se acomodaram sentados, apreciaram batata frita, espetinhos de galinha e salada, deliciando-se com cerveja gelada e caipirinha.
Na véspera, tomara conhecimento do falecimento de Georges Loinger, militante da resistência durante a II Grande Guerra, na França. Salvou centenas de crianças judias do terror nazista, encerrando a vida aos 108 anos, ele natural de Estrasburgo, Nordeste do país.
Na mesma sexta-feira, também deixara a vida Amos Oz, aos 79 anos, escritor, nascido em Jerusalém, vitimado por câncer. Em sua obra, informam os jornais, sempre buscou desvendar a natureza humana. Um dos fundadores do movimento Peace Now – Paz Agora, sofreu aos 12 anos a dor da morte da mãe. Filho de pai lituano e de polonesa, recolheu-se dois anos após a um kibutz, local mais apropriado à sua maneira de ser e à conduta adotada pelo resto da existência.
Não alcançou a glória de um Nobel, mas conquistou vários e altíssimos prêmios de literatura. No plano político, sempre defendeu o fim do conflito entre Israel e Palestina, contrapondo-se ao primeiro-ministro. “Que seu legado continue a melhorar o mundo”, disse a filha Fania, ao dar notícia da morte.
A despeito de sua posição tenaz em favor da paz, Amos não fugiu aos deveres perante a pátria, servindo às forças de defesa de Israel, enquanto convocado declarou: “percebi, com 16 anos, que se eu não lesse os evangélicos, nunca teria acesso à arte renascentista, à música de Bach e aos romances de Dostoiewski. Então à noite, quando os outros meninos iam jogar basquete ou perseguir garotas, encontrei meu conforto em Jesus”.
Além de escrever dezoito romances em hebraico, deixou um número indefinido de contos e ensaios, inclusive editados em veículos internacionais. Como se antecipando à decisão do Brasil com relação a transferência de sua embaixada em Israel para Jerusalém, manifestou-se Amos Oz, há dois meses, na Alemanha: “não sinto o que o futuro reserva para Jerusalém, mas sei o que deve acontecer. Todos os países do mundo devem seguir o exemplo do presidente americano Donald Trump e transferir sua embaixada em Israel para Jerusalém. Ao mesmo tempo, cada um desses países deveria abrir sua própria embaixada em Jerusalém Oriental como a capital do povo palestino”.
Seu último romance, Judas (2014), suscitou debates inflamados. Ali, Oz apresenta o traidor de Cristo como o primeiro de todos os cristãos, o único fiel a Jesus até à cruz e um injustiçado. Geoffrey Blainey comenta que a última ceia fora comovente. Todos presentes, os discípulos comiam e bebiam. Jesus conversava, ensinava e fazia perguntas. O Mestre anunciou: “em verdade vos digo, um de vós me trairá”.
Os discípulos estavam apreensivos. Diante da posição agressiva dos sacerdotes e das autoridades, era perigoso seguir Jesus. Blainey explica: “conscientes da própria fraqueza sob pressão, talvez temessem ser forçados a renegá-lo publicamente. Então, ao ouvir falar em traição, perguntaram ansiosamente, um após outro: ‘Senhor, sou eu?’. Na sua vez de falar, Judas fingiu inocência e perguntou: ‘Mestre, sou eu?’. Jesus já sabia a resposta”. Mais tarde, o Mestre preso, o Sumo Sacerdote perguntou se ele era o ungido, o Messias, e Judas respondeu simplesmente: “sim”.