segunda-feira, 3 de setembro de 2018

FESTIVAL NA SUÉCIA PROIBIDO PARA HOMENS


Mulheres curtem festival vetado aos homens na Suécia

Agence France-Presse









Dois palcos principais recebem desde sexta-feira à noite e durante dois dias várias artistas

O festival de música Statement começou na sexta-feira (31) em Gotemburgo aberto apenas para mulheres e pessoas transgênero e com um line-up exclusivamente feminino, um ano após uma série de agressões sexuais no mais importante evento musical da Suécia.
"Este festival era necessário por causa de tudo o que aconteceu nos festivais no ano passado", explica Matilda Hagerman, uma estudante de 27 anos cercada por amigas que confirmam a sua opinião.
A jovem de longos cabelos rosas e batom roxo referiu-se aos quatro estupros e 23 agressões sexuais registrados pela polícia em 2017 durante o festival de Bravalla, o mais importante da Suécia, que foi cancelado este ano.
"O que pensariam de um grande festival em que só serão bem-vindos não homens até que todos os homens aprendam a se comportar?", postou no Twitter a comediante sueca Emma Knyckare, idealizadora do festival.
Milhares de mulheres são esperadas para este evento, indicou uma porta-voz, Rebecka Ljung, à AFP.
Várias mulheres com cervejas nas mãos e sorridentes transitam pelo local, cuja entrada foi proibida até mesmo aos agentes de segurança e jornalistas do sexo masculino.
Dois palcos principais recebem desde sexta-feira à noite e durante dois dias várias artistas, a maioria suecas.
"Este é um lugar onde as mulheres podem se sentir seguras, divertir-se, festejar... especialmente depois das agressões que ocorreram nos outros festivais", comemora Julia Skonneby, de 34 anos.
"É como se uma certa tensão se dissipasse, estamos aqui para fazer uma declaração juntas", confirma Hanna Gustavsson, uma designer de 31 anos, em um jogo de palavras em inglês com o nome do festival, Statement.
O festival arrecadou 500.000 coroas suecas (47.000 euros, 54.700 dólares) graças ao financiamento participativo.
Statement considera transgênero a "pessoa que não se identifica com o sexo atribuído no nascimento". Desta forma, as mulheres transexuais, com órgãos sexuais masculinos no nascimento, também são bem-vindas.
A Suécia é um dos países mais respeitosos do mundo em termos de igualdade entre homens e mulheres.
Segundo o Conselho Sueco para a Prevenção do Crime, 4,1% das mulheres relatam ter sido vítimas de violência sexual contra 0,6% dos homens.

INCÊNDIO DESTROI O MUSEU NACIONAL/UFRJ COM ARQUIVOS DE MAIS DE 200 ANOS


A destruição para além do físico

Agência Brasil








O prédio, tombado como patrimônio público, poderá ser reerguido


Incêndio do Museu Nacional pode impactar na forma como narramos o passado e como produziremos conhecimento no futuro
O incêndio que destruiu o Museu Nacional/UFRJ na noite de domingo, dia (2), levou consigo muito mais do que um prédio histórico que abrigou a família real.
Aliás, desde quando se transformou em Museu Nacional, a instituição fazia questão de se apresentar como um espaço de produção e exposição de ciência.
Quem visitasse esperando um trono real de D. João VI sairia desolado. Poucas referências à presença dos imperiais apareciam em seus corredores. Ainda assim, indiretamente os antigos moradores estavam presentes na exposição.
A cadeira real do antigo imperador do Brasil não estava ali, mas outro trono tinha destaque no acervo. Era do rei Adandozan, do reino de Daomé (atual Benin), na África, e que foi dado em 1811 para Dom João VI como uma prova da boa relação que o reino português – recém fugido para o Brasil – queria manter com este povo.
Uma peça que contribuiu nas relações diplomáticas que consolidaram na trágica história escravista do país.
Muito perto deste trono também havia um manto real. Novamente, não era da família portuguesa. Era um presente, cheio de plumas, do rei Tamehameha II, das ilhas Sandwich (atual Havaí) ao imperador D. Pedro I.
A possível perda destes itens configura um vazio no entendimento de uma relação entre o Brasil e povos estrangeiros que até hoje não é tão exposta ao grande público. Em um museu com uma entrada de R$ 3, ela se tornava mais difundida.
As tão comentadas exposições de Grécia, Roma e Egito também tiveram seu surgimento atrelado às aquisições da família real. D. Pedro, por exemplo, comprava múmias de mercadores para sua coleção particular.
Seu filho, D. Pedro II, chegou a fazer expedições ao Egito para comprar mais. Dentre as adquiridas, existe uma cujo processo de mumificação é bastante raro: cada parte do corpo é enrolada de forma que se possa identificar dedos, braços e pernas.
Somente outras seis no mundo obedecem a esta lógica. Uma peça cuja preservação é de interesse mundial e que atravessou milhares de anos.
Já a imperatriz Teresa Cristina contribuiu com a exposição de Grécia e Roma ao ter expostos os vasos etruscos que tinha comprado. São peças que detalhavam hábitos cotidianos de povos da península de Itálica de uma época anterior ao nascimento de Jesus Cristo. Ao contrário do que muito foi escutado na cobertura do incêndio, o acervo do Museu Nacional transcende os seus 200 anos.
A exposição era muito mais do que as peças adquiridas pela família real. Aquele prédio também era uma instituição de produção de conhecimento. Estavam ali os fósseis de Luzia, a mais antiga moradora de nossas terras e que mudou a percepção sobre o deslocamento da humanidade da África até a América.
É também o museu que fez importantes descobertas paleontológicas e se transformou em um dos principais centros de estudo na América Latina. São dezenas de pesquisadores que perdem completamente suas pesquisas. O prédio, tombado como patrimônio público, poderá ser reerguido. Não será como antes, infelizmente.
Ainda assim, irrecuperáveis serão as peças e pesquisas que, porventura, forem destruídas. Surgirão lacunas na já tão complicada forma como narramos e lidamos com o nosso passado e um atraso cientifico que impedirá a produção de conhecimentos futuros.
Raphael Kapa é jornalista, historiador, doutorando em História pela UFF e trabalhou como instrutor na exposição do Museu Nacional por seis anos.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 03/09/2018


Povo vai votar

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini








A despeito dos altos índices de indecisos e das altas rejeições dos candidatos a governador e presidente constatado por todas as pesquisas de intenção de votos, o povo vai comparecer em peso às urnas no dia 7 de outubro. A avaliação é de Murilo Hidalgo, fundador e diretor da Paraná Pesquisas. “Só se fala em política nesse País”, diz Hidalgo, para quem é questão de algumas semanas os indecisos se converterem em eleitores convictos. A propaganda eleitoral na TV vai ajudar. “O povo está mais engajado”.

São milhões
O Tribunal Superior Eleitoral, consultado pela Coluna, não tem o número de eleitores inaptos a votar este ano – aqueles que não justificaram nas três últimas eleições.

A chapa
De advogado atento: a chapa do PT deveria ser impugnada. Mas no TSE só houve pedido de impugnação de Lula. Conota estelionato eleitoral, diante da Ficha Limpa.

Desafinou
Elba Ramalho e Chitãozinho, para citar apenas dois, estão bravos com um vídeo que caiu nas redes usando imagens suas com inserções de imagens de Lula. Advogados já investigam para processar o autor. No vídeo aparecem mais artistas famosos cantando.

Voto proferido
O ministro relator Luís Roberto Barroso, do TSE, já tinha seu parecer contra a candidatura de Lula da Silva há uma semana. Em visita a Salvador, em rodinha de próximos, deixou a entender que o tribunal não demoraria a analisar o caso do petista.

Defesa fake
Na sessão especial do TSE, Barroso derrubou a defesa ‘fake’ dos advogados de Lula que insistiam em citar recomendação do Comitê de Direitos Humanos da ONU: foi proferida por apenas 2 dos 18 membros, e o Estado brasileiro não foi ouvido.

Pegou mal
Advogada de Lula da Silva no TSE provocou a Corte ao citar que barrar candidatura do petista seria como o Governo da Coréia do Norte dizer que está tudo bem com suas leis. Foi vista como um desrespeito à Lei da Ficha Limpa, que o próprio Lula sancionou

Perigo na rua
Filha de Eduardo Cunha, Daniela, candidata a deputada federal, enviou carta ao interventor da Segurança no Rio de Janeiro, general Braga Neto, apontando ameaças sofridas por ela. Até um carro teria fechado o seu numa rua.

Otimista
A herdeira política está convencida de que será eleita pelo espólio eleitoral do pai, que já usa o nome @depdanicunha no Instagram.

Pista limpa
Um dos favoritos nas pesquisas para o Senado, o deputado federal Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) teve arquivadas todas as 29 ações no STF onde foi investigado suspeito por atos ilegais praticados. Apenas um processo, ainda do tempo que foi prefeito de Campina Grande (2005-2012), já remetido à Justiça paraibana, segue em andamento.

Economistas na vitrine
O debate sobre a economia está pautando a cada dia mais a corrida presidencial. Belo Horizonte sedia na segunda o 9º Fórum Liberdade e Democracia, com presença de economistas chefes dos presidenciáveis no “Brasil 2018 – A Mudança é Você”.

Onda laranja
O Novo quer investir país afora na Onda Laranja – a cor do partido – com caminhadas do presidenciável João Amoedo em cidades-chaves para o candidato. Começa amanhã no Leblon e Ipanema, no Rio de Janeiro, com participação de Marcelo Trindade, candidato ao Governo do Rio, e o militante Bernardinho do Vôlei.

Pé no freio
A Volvo pagou um mico. Já chama para recall os compradores do recém-lançado XC40. E não é um probleminha de encaixe ou borracha solta. É o pedal do freio.

sábado, 1 de setembro de 2018

EUA NÃO VAI FAZER MAIS CONTRIBUIÇÕES ADICIONAIS PARA OS PALESTINOS


EUA cortam contribuição à agência da ONU para refugiados palestinos

Agence France Presse








Os Estados Unidos, historicamente o principal país doador da UNRWA, já havia reduzido drasticamente as suas contribuições

Os Estados Unidos suspenderam nesta sexta-feira (31) o seu fornecimento de ajuda à agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), após determinar que a organização é "irremediavelmente falha", anunciou o Departamento de Estado.
"A administração reviu cuidadosamente a questão e determinou que os Estados Unidos não farão contribuições adicionais para a UNRWA", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, em um comunicado.
Mais cedo, o embaixador palestino em Washington, Hossam Zomlot, havia advertido sobre essa possibilidade.
Os Estados Unidos, historicamente o principal país doador da UNRWA, já havia reduzido drasticamente as suas contribuições. De 350 milhões em 2017, o montante passou para  65 milhões em 2018.
"Cortar ajuda à UNRWA significa que os Estados Unidos estão renunciado aos seus compromissos e responsabilidades internacionais", disse Hossam Zomlot, que representa oficialmente a Palestina na Organização para a Libertação da Palestina (OLP), do presidente palestino, Mahmoud Abbas.
"Ao adotar as posições israelenses mais extremas sobre todas as questões, incluindo os direitos de mais de cinco milhões de refugiados palestinos, a administração americana perdeu seu status de mediador e não só está minando uma situação já instável, mas também as possibilidades de uma paz futura no Oriente Médio", acrescentou o embaixador em uma declaração enviada antes do anúncio à reportagem.
Ainda assinalou que "não cabe à administração americana definir o status dos refugiados palestinos, a única condição que os Estados Unidos podem definir é o seu próprio papel como mediador de paz na região", disse Hossam Zomlot.
"Existem inúmeros refugiados que continuam recebendo assistência", enquanto o governo palestino "continua criticando os Estados Unidos", disse esta semana a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley.
"Acho que temos que olhar para o direito de retorno", acrescentou.
A Autoridade Palestina rejeitou qualquer contato com Washington desde que Donald Trump anunciou no final de 2017 que reconhecia Jerusalém como a capital de Israel. Os Estados Unidos também anunciaram na semana passada o cancelamento de mais de 200 milhões de dólares em ajuda bilateral aos palestinos.