EUA cortam
contribuição à agência da ONU para refugiados palestinos
Agence France Presse
Os Estados Unidos,
historicamente o principal país doador da UNRWA, já havia reduzido
drasticamente as suas contribuições
Os Estados Unidos
suspenderam nesta sexta-feira (31) o seu fornecimento de ajuda à agência da ONU
para os refugiados palestinos (UNRWA), após determinar que a organização é
"irremediavelmente falha", anunciou o Departamento de Estado.
"A
administração reviu cuidadosamente a questão e determinou que os Estados Unidos
não farão contribuições adicionais para a UNRWA", disse a porta-voz do
Departamento de Estado, Heather Nauert, em um comunicado.
Mais cedo, o
embaixador palestino em Washington, Hossam Zomlot, havia advertido sobre essa
possibilidade.
Os Estados Unidos,
historicamente o principal país doador da UNRWA, já havia reduzido
drasticamente as suas contribuições. De 350 milhões em 2017, o montante passou
para 65 milhões em 2018.
"Cortar ajuda à
UNRWA significa que os Estados Unidos estão renunciado aos seus compromissos e
responsabilidades internacionais", disse Hossam Zomlot, que representa
oficialmente a Palestina na Organização para a Libertação da Palestina (OLP),
do presidente palestino, Mahmoud Abbas.
"Ao adotar as
posições israelenses mais extremas sobre todas as questões, incluindo os
direitos de mais de cinco milhões de refugiados palestinos, a administração
americana perdeu seu status de mediador e não só está minando uma situação já
instável, mas também as possibilidades de uma paz futura no Oriente
Médio", acrescentou o embaixador em uma declaração enviada antes do
anúncio à reportagem.
Ainda assinalou que
"não cabe à administração americana definir o status dos refugiados
palestinos, a única condição que os Estados Unidos podem definir é o seu
próprio papel como mediador de paz na região", disse Hossam Zomlot.
"Existem
inúmeros refugiados que continuam recebendo assistência", enquanto o
governo palestino "continua criticando os Estados Unidos", disse esta
semana a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley.
"Acho que temos
que olhar para o direito de retorno", acrescentou.
A Autoridade
Palestina rejeitou qualquer contato com Washington desde que Donald Trump
anunciou no final de 2017 que reconhecia Jerusalém como a capital de Israel. Os
Estados Unidos também anunciaram na semana passada o cancelamento de mais de
200 milhões de dólares em ajuda bilateral aos palestinos.
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