terça-feira, 2 de maio de 2017

O BRASIL É PIOR EM TUDO MENOS NO FUTEBOL



Brasil tem piores indicadores econômicos e leis trabalhistas mais flexíveis

Da Redação










CHEFES DE ESTADO – Michel Temer e Mariano Rajoy no Palácio do Planalto

O Brasil tem a pior renda média anual, a maior taxa de desemprego e de juros e as leis trabalhistas mais flexíveis que os seis países mais ricos do mundo (com exceção da França) e os cinco da América Latina, conforme levantamento realizado pelo Hoje em Dia tendo como base dados do Banco Mundial, da Organização Mundial do Trabalho e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
Para se ter ideia, a renda média anual do trabalhador é de US$ 4,3 mil enquanto nos Estados Unidos ela é de US$ 58,7 mil. Quando o brasileiro compra ou pega dinheiro emprestado no banco, paga a maior taxa de juros, 47,4% ao ano. No México, ela é de 4,3% ao ano.
Por aqui, 13,7% da população está desempregada. Índice maior que o da Argentina, 8%. Os brasileiros só ganham nas leis trabalhistas, que são mais flexíveis. Nos países de primeiro mundo, as condições econômicas garantem o emprego. Mesmo com leis trabalhistas mais rígidas, os dados mostram que é mais fácil conseguir emprego e consumir por lá.
No Brasil, a comparação com leis trabalhistas de países de primeiro mundo é o principal argumento dos defensores das alterações nas regras que norteiam a relação patrão/ empregado. Na semana passada, o presidente Michel Temer (PMDB) confidenciou ao primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, que se inspirou nas modificações espanholas.
“Os números são claros. O Brasil está perdendo competitividade em relação a seus pares, tem indicadores piores que todos eles de longa data. Os indicadores vêm piorando. A reforma traz algumas alterações, trabalhadores acham que vão perder emprego, mas leva flexibilidade para as empresas, o que traz ganhos estruturais e atratividade e diminui o custo Brasil”, analisa o economista e professor do Ibmec Bruno Araújo.
Conforme estudo da Organização Mundial do Trabalho, as potências mundiais começaram a realizar reformas quando a crise financeira de 2008 ameaçou empregos. Segundo o estudo, realizado em 11 países, em 55% dos casos as alterações reduziram a proteção ao emprego.

Reforma deve ganhar regime de urgência e mais polêmica
A reforma trabalhista pode ganhar regime de urgência no Senado. Segundo a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), é esperado para esta semana o pedido por parte da base governista. A oposição é contra. O regime de urgência reduz os prazos de tramitação da proposta, que já passou pela Câmara dos Deputados.
A matéria deve render mais polêmica no Senado. Hoje, as manifestações pelo Dia do Trabalho serão destinadas ao combate da reforma.
No relatório aprovado na Câmara, o relator Rogério Marinho (PSDB) apresenta um estudo, feito pela equipe dele, com dados acerca da legislação trabalhista em outros países.
“Na verdade, se tomarmos as grandes potências mundiais, a reforma em tramitação no Brasil é apenas um avanço. Nos Estados Unidos há interferência muito menor. Muitos direitos, como as férias, são regulamentados pelas empresas, o que permite maior flexibilização e facilita a relação empresa-empregado em épocas de crise”, sustenta a advogada Bianca Dias, especialista no assunto.
Os contrários sustentam que não é possível tal comparação. Para o professor de Direito da UFMG, Milton Tibhau, as leis nos Estados Unidos, por exemplo, são regidas por princípios diversos que as brasileiras.
(Com Agências e Paula Coura)


SISTEMA ANTIMÍSSIL DO EUA NÃO TEM TOTAL APOIO DOS COREANOS



EUA confirmam que escudo antimísseis Thaad já está funcionando em Seul

Agência Brasil











Sistema antimísseis THAAD em teste.
  
O Exército dos Estados Unidos (EUA) confirmou nessa terça-feira (2) que seu polêmico escudo antimísseis Thaad já está em funcionamento na Coreia do Sul, em um momento de enorme tensão na Península Coreana por causa dos repetidos testes de armamento feitos pela Coreia do Norte. A informação é da Agência EFE.
"As forças dos EUA na Coreia confirmam que o Sistema de Defesa Terminal de Área a Grande Altitude (Thaad) está funcionando e tem a capacidade de interceptar mísseis norte-coreanos e defender a República da Coreia (nome oficial da Coreia do Sul)", diz comunicado enviado por e-mail à Agência EFE.
A nota, assinada pelo coronel Richard Manning, é enviada uma semana depois que o Thaad começou a ser instalado em um antigo campo de golfe na região de Seongju (centro do país).
A implantação do escudo antimíssseis, que foi acertada entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos em julho do ano passado, tem como objetivo responder ao número recorde de testes de mísseis que a Coreia do Norte realizou em 2016, entre eles o de um foguete espacial, considerado pela comunidade internacional um teste de míssil disfarçado.
Sua entrada em fase operacional coincide com um clima de crescente tensão na península por causa da insistência da Coreia do Norte em lançar mísseis balísticos. O último - que seria o terceiro em menos de um mês - foi disparado no último sábado (29).
Além disso, o Thaad é polêmico e questionado pelos agricultores de Seongju. Eles estão preocupados com a possibilidade de a região se tornar alvo de ataques norte-coreanos e também com os efeitos que os potentes radares do escudo tenham sobre sua saúde e as plantações.
Muitos sul-coreanos acreditam que a implantação está sendo feita de maneira precipitada e que o escudo foi aprovado por um governo deposto por corrupção - o da ex-presidente Park Geun-hye. O candidato favorito à presidência, Moon Jae-in, já falou em uma possível revisão do acordo

DIA DO TRABALHADOR COMEMORADO PELO MUNDO



Países em todos os continentes celebram o Dia do Trabalhador

Estadão Conteúdo











Muitos países em todos os continentes celebram o dia 1º de maio como Dia do Trabalhador, Dia do Trabalho ou Dia Internacional do Trabalhador. Confira como foram as comemorações em alguns países com informações da Agência EFE.
Itália
Um grupo de manifestantes entrou em confronto com a polícia durante uma passeata pelo Dia dos Trabalhadores na cidade de Turim, na Itália.
O confronto ocorreu quando a polícia impediu que um grupo de cerca de 200 manifestantes de chegar à Praça Castello, onde acontecia um ato organizado por diferentes sindicatos por causa do 1º de Maio.
Cerca de 20 manifestantes começaram a lançar pedras e ovos contra os agentes, que responderam com bombas de efeito moral e balas de borracha, informou o jornal La Stampa. A mesma fonte informa que três manifestantes foram detidos.
África do Sul
O discurso do presidente da África do Sul, Jacob Zuma, durante as comemorações do Dia do Trabalho foi cancelado depois que centenas de integrantes do sindicato Cosatu vaiaram o chefe de Estado e pediram sua renúncia.
Um grupo de sindicalistas recebeu o presidente aos gritos de "Zuma deve sair". Outros integrantes tentaram silenciá-los, sem sucesso, com palavras de ordem em favor do presidente.
Zuma assistiu aos gritos e canções contra ele sentado sob a tenda que protegia do sol os dirigentes que compareceram ao evento.
Grécia
Centenas de pessoas saíram às ruas no centro de Atenas, seguindo a convocação do principal sindicato do setor privado e do setor público para se manifestar contra as medidas que serão aplicadas após o acordo entre Governo e credores.
Outras organizações como a esquerda extraparlamentar, também reuniram centenas de pessoas no centro da capital.
O sindicato do setor privado (GSEE) pediu a seus filiados para fazer uma greve de 24 horas durante este primeiro de maio, prévia à greve geral que ambos os sindicatos convocaram para o dia 17 de maio.
Espanha
Trabalhadores espanhóis convocados por sindicatos voltaram às ruas nesta segunda-feira, para exigir dos patrões e do Governo empregos estáveis e salários dignos.
O chefe do Executivo, Mariano Rajoy, agradeceu a contribuição dos trabalhadores para "a recuperação econômica" da Espanha.
Em sua conta no Twitter, Rajoy escreveu que "o governo trabalha para se conseguir mais e melhores empregos".
Os principais sindicatos, UGT e CCOO, convocaram 73 marchas em todas as capitais de províncias e nas cidades espanholas mais importantes para reivindicar emprego estável, salários justos, aposentadorias dignas e mais proteção social.
Líbano
Centenas de sindicalistas e membros do Partido Comunista Libanês (LCP) se manifestaram com críticas aos políticos e exigindo reformas nesta segunda-feira, Dia do Trabalhador.
"Não à corrupção" e "Queremos mudanças e nós triunfaremos", eram alguns das frases escritas nos cartazes dos manifestantes que se concentraram no bairro Wata al-Mousseitbeh, de onde partiram rumo à Praça Riad El-Solh, no centro de Beirute.
O presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Operários e Empregados do Líbano (Fenasol), Castro Abdallah, defendeu uma lei eleitoral justa. "Os corruptos querem que nos rendamos. Conspiram contra nós. Não aceitamos mais ficar em silêncio sobre os crimes que comentem contra a gente", afirmou.
O Parlamento, cujo terceiro mandato consecutivo expira em 20 de junho, deve se reunir no dia 15 deste mês para votar uma nova lei eleitoral que prevê a realização de eleições legislativas e evitar assim a prorrogação de mais um mandato. As últimas eleições parlamentares aconteceram em 2009. Em 2013 e 2014, os deputados prorrogaram a permanência por falta de acordo para novas eleições.
A lei eleitoral libanesa, que data de 1960, é baseada em um sistema confessional. Com isso, os candidatos são escolhidos em razão de sua religião, em um país onde existem 19 comunidades religiosas.
Rússia
Dezenas de milhares de pessoas participaram de uma marcha pela Praça Vermelha de Moscou, em comemoração ao Dia do Trabalhador, organizada pelos sindicatos oficiais com o apoio do Rússia Unida, o partido do presidente russo, Vladimir Putin.
A polícia estima em 130 mil o número de participantes da marcha para celebrar o Dia da Primavera e do Trabalho, como é oficialmente denominada a festa na Rússia desde 1992.
"Por uma vida, um trabalho e um salário digno", foi o lema escolhido pelos organizadores da manifestação, embora também tenham sido vistos cartazes com slogans contra o terrorismo.
Segundo os sindicatos, em todo país cerca de 2,5 milhões de filiados participaram da comemoração do Primeiro de Maio.
O Partido Comunista da Rússia (PCR) convocou uma marcha à parte em Moscou, da qual participaram cerca de 3,5 mil pessoas, segundo fontes policiais.
"Este não só é um dia de primavera e de trabalho, é um dia de luta dos trabalhadores por seus direitos", disse à imprensa o líder do PCR, Guennadi Ziugánov, antes do começo da marcha.
Autoridades mobilizaram mais de 355 mil policiais e membros da Guarda Nacional em todo o país para garantir a segurança e a ordem durante as atividades por ocasião do Primeiro de Maio.

CRISE FINANCEIRA DO BRASIL É PREOCUPANTE



Além da esfera financeira

Manoel Hygino 








Incontestavelmente, nosso país atravessa um dos períodos mais difíceis de sua história. Os responsáveis pelos destinos nacionais, pela condução do barco no mar encapelado, não encontram os imprescindíveis meios para levá-lo ao bom porto. A situação econômica não é grave, porque já se fez gravíssima, e Meireles faz propostas, defendidas pelo presidente, para amenizar a situação.
Encontra, porém, uma oposição severa. O brasileiro não gosta de aperturas, não é capaz de suportar a adversidade, como a enfrentam povos de outras nações. Continua vendo só bondade na afirmação de Pero Vaz de Caminha, de que aqui, em se plantando, tudo se dará. Mas não apreciamos muito o difícil plantar para colher frutos lá à frente. Talvez influência do clima, que convida à preguiça.
A ninguém escapa a dura hora que vivemos, em que faltam alimentos à mesa e remédios nos hospitais públicos. Reclama-se, procura-se culpados e protesta-se contra os altos níveis dos impostos, só pagos porque são impostos. Não se abre mão das coisas que nos deleitam, ignorando-se que o consumido no prazer nos faltará em casa.
O mundo inteirinho conhece nossas deficiências e enormes dificuldades, embora a colheita de grãos atenue drama em nossa balança comercial e responde a Saint-Hilaire, ao afirmar que ou o Brasil acabava com a saúva, poderosa, ou a saúva com o Brasil. A nossa agricultura demonstra pujança, a despeito da inclemência do tempo e da penosa empreitada em que se transformou o transporte de safras por estradas horríveis. Aliás, a televisão tem mostrado a odisseia das carretas e caminhões para levar a bela produção aos portos, mesmo ao consumidor interno.
Não escapa ao escriba a notícia, requentada, da manifestação de Francisco, o pontífice romano, sobre o convite que lhe foi feito pelo presidente Michel Temer para voltar ao país para conhecer de perto a situação da população carente. A correspondência respondia à mensagem que lhe enviaria para as celebrações aqui dos 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida, neste 2017.
Argentino, torcedor do San Lorenzo, o papa, como de costume, não enrolou, nem tergiversou. Foi logo avisando:
“Sei bem que a crise que o país enfrenta não é de simples solução, uma vez que tem raízes sócio-político-econômicas, e não corresponde à Igreja nem ao papa dar uma receita concreta para resolver algo tão complexo”.
Tem plena razão o sucessor de Pedro. Nós é que temos de dar solução aos nossos problemas, em sua maioria criados ou praticados por nossos administradores nestes oito milhões e 500 mil quilômetros quadrados de território.
Não significa dizer que o papa ignorou ou vai ignorar o nosso grande desafio, justamente ele que tanto se preocupa com a situação que se atravessa. Mas, não se vê em condições de propor caminhos:
“Não posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis, as superficiais, para uma crise que vai muito além da esfera meramente financeira”.
Da Praça de São Pedro, Francisco define: “crise que vai muito além da esfera meramente financeira”.