quarta-feira, 1 de março de 2017

CARNAVAL 2017 NO RIO DE JANEIRO



Primeira noite de desfiles no Rio foi do inferno ao paraíso

Estadão Conteúdo








Mulher é atendida por bombeiros depois de ter sido atingida por carro da escola de samba Paraíso do Tuiuti


A primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Rio teve momentos de genialidade carnavalesca e de tristeza e revolta. Tal qual cantou o Salgueiro, um dos destaques da noite, graças ao enredo original e bem desenvolvido do casal de criadores Marcia e Renato Lage, a Sapucaí foi do inferno ao paraíso. A noite começou com um acidente grave e raro com um carro alegórico do Paraíso do Tuiuti, que imprensou contra a grade do setor 1 pessoas que estavam na pista, deixando 20 feridas, uma delas com risco de amputação de uma das pernas, e terminou com a bela apresentação da Beija-Flor, com sua visão poética do romance entre a índia Iracema e o português Martim Soares.

O insólito acidente foi causado por uma manobra equivocada do motorista do sexto e último carro do Tuiuti, que estava apressado, uma vez que a escola corria contra o tempo para fechar sua apresentação nos 75 minutos regulamentares (esse ano, o tempo de cada agremiação foi encurtado em sete minutos, para dinamizar o espetáculo). Ele entrou torto na avenida, o carro se desgovernou e foi para cima de jornalistas que cobriam o desfile no setor 1 e outros profissionais de serviço. O público do setor 1, por trás das grades, se apavorou, e começou a subir as arquibancadas, com medo de ser ferido.

"Todo mundo ficou gritando, desesperado, achando que o carro ia invadir. Mas o som estava alto e ninguém nos ouvia", relatou, ainda sob susto e revolta, o estudante Júlio Araújo, de 21 anos. Ato contínuo, o motorista tentou reverter o erro e acabou acelerando na direção do setor 2, machucando também quem estava lá. Já houve casos de carros sem controle na pista, mas, em 33 anos de sambódromo, nunca um acidente deixou feridos como dessa vez.

A fotógrafa Cacau Fernandes, de 48 anos, estava fotografando o carro de frente, e teve uma distensão do ligamento dos ombros. "Eu achei que fosse morrer, não posso descrever a sensação. O pessoal do carro começou a se estapear para ver de quem tinha sido o erro e nós, feridos", ela contou, por telefone, depois de ter alta do Hospital Miguel Couto, no Leblon. Uma outra jornalista, Lucia Melo, foi operada, e corria o risco de ter a perna esquerda amputada. Um outro ferido, o médico Marcos Antônio Nachef, afirmou que iria buscar na Justiça indenização por seus ferimentos no quadril, esmagado contra a grade.

A Grande Rio entrou na avenida ainda sob o impacto do acidente, mencionado por seu presidente ao microfone, Milton Perácio. A escola homenageou a cantora Ivete Sangalo, que conquistou o público em suas duas aparições: ela saiu com bailarinos já na comissão de frente, que representava de sua infância, na cidade Juazeiro, à glória, como uma das cantoras mais populares do País, e também no último carro alegórico, um símbolo do encontro dela com a Grande Rio. "Foi muita emoção, uma oportunidade única", disse Ivete, depois do desfile.
"Fui cercada de amor desde o momento em que fui convidada para fazer parte desta escola, e quis sair na comissão para me envolver. A gente ensaiou com muito amor."

Ivete "levantou poeira" no sambódromo, mas a Grande Rio ficou para trás quando surgiram a Imperatriz, o Salgueiro e a Beija-Flor. A Imperatriz levou o enredo "Xingu, o clamor da festa", de exaltação à cultura indígena e clamor pela preservação da natureza, e mostrou que era infundado o temor que o setor do agronegócio demonstrou no pré-carnaval - entidades do estado do Mato Grosso se manifestaram contra a escola, alegando que o enredo traria informações que "manchariam a imagem" desta atividade econômica.

Na sequência, desfilou a Vila Isabel, com o enredo "O Som da Cor". A Azul e Branca cantou a influência dos negros na música das Américas. O belo samba contagiou as arquibancadas, mas a escola pecou em fantasias e alegorias - o acabamento ruim era visível no último carro, em que Martinho da Vila veio de rei.

A apoteose viria com os dois últimos desfiles, o do Salgueiro e o da Beija-Flor. A Vermelha e Branca fez uma apresentação memorável, apoiada no samba, um dos melhores do ano, e na força de seu enredo. "A divina comédia do carnaval" foi baseado na obra de Dante Alighieri e, como prometido em seu hino, tingiu a avenida de vermelho e branco. As cores salgueirenses simbolizavam o inferno, cheio de seres endiabrados e tomados pela luxúria, e o céu, de flores e divindades africanas. Três carnavalescos que integram o olimpo do carnaval carioca, Arlindo Rodrigues, Fernando Pamplona e Joãosinho Trinta, foram representados no último carro, "O orum de todos os deuses". A plateia da Sapucaí, independentemente da bandeira de preferência, fez ecoar o verso-chave, "essa paixão que encanta o mundo inteiro / só entende quem é Salgueiro".

A Beija-Flor se esmerou nas fantasias e carros alegóricos, como de costume, e o samba foi cantado em bom som pelos componentes. Os carnavalescos, por conta da crise econômica e do enredo indígena, usaram materiais menos luxuosos do que de costume, como a palha, a cestaria e a madeira, com bom gosto e cuidado nos detalhes - caso das perucas negras usadas por quase todos os componentes fantasiados de índios e das peças de artesanato com referência ao Ceará, a terra de José de Alencar e de sua Iracema. A novidade das alas com fantasias diferentes para os desfilantes, como se fossem tribos, teve efeito visual interessante. O senão foi a repetição de índios e mais índios e animais da floresta. Para quem já havia visto os da Imperatriz e resistia ao cansaço e ao dia claro, ficou repetitivo.


TRUMP NÃO DESISTE DOS IMIGRANTES



Trump planeja lançar novo decreto de imigração nesta quarta-feira

Estadão Conteúdo 










Segundo um rascunho do novo documento, o decreto não inclui pessoas que já possuem visto



O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja assinar um novo decreto de imigração que impede temporariamente a entrada de pessoas de certos países nos EUA, nesta quarta-feira (1º).
O decreto, que será uma reformulação do anterior, deve se aplicar somente a futuros requerentes de visto e não à pessoas que já possuem o documento, de acordo com fontes.

O decreto original, assinado no mês passado, barrava a entrada nos EUA de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, com a Casa Branca afirmando que a justificativa da medida era a preocupação com o terrorismo.
Ele se aplicava a pessoas que já possuíam vistos, assim como requerentes. O Departamento de Estado divulgou que, como resultado do decreto, mais de 60 mil vistos foram revogados.

Segundo um rascunho do novo documento, o decreto de amanhã não inclui pessoas que já possuem visto, de acordo com as fontes, embora tenham alertados que mudanças na medida ainda podem ser feitas antes de sua divulgação. Questionado, um porta-voz da Casa Branca não quis comentar sobre o conteúdo do novo decreto.

VERBA CURTA E OS DESVIOS PREJUDICAM A MERENDA ESCOLAR



Reajuste pífio dos repasses da União torna a merenda escolar um peso para municípios

Filipe Motta 








O aumento nos repasses da União aos municípios e Estados para o fornecimento de merenda escolar, em fevereiro, não fez nem cócegas na inflação acumulada de sete anos, desde o último reajuste, em 2010. O repasse diário no ensino fundamental saiu de R$ 0,30 diários por aluno para R$ 0,36 – aumento de 20%, ante uma inflação de 57,6% no período.
O resultado é que os municípios, já debilitados com a crise econômica do país, continuam tendo que tirar de outras áreas para manter a oferta de alimentação escolar. Ainda mais porque os reajustes foram ainda menores em outras modalidades de ensino. Passou de R$ 1,00 para R$ 1,07 (7% de aumento) no caso das creches e do ensino integral; e de R$ 0,50 para R$ 0,53 na pré-escola (6%).
Dados do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope) apontam que o custo médio dos municípios é de cerca de R$ 3,00 diários por aluno. “O reajuste foi quase nada. Em termos de percentual parece muito, mas nem repôs as perdas, só diminuíram um pouco. Os recursos que chegam são insuficientes e o município é obrigado a suprir”, aponta o presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Antônio Andrada, ex-prefeito de Barbacena (2013 - 2016).

“É preciso considerar que a União está sem dinheiro e os municípios também. O reajuste vem em boa hora, mas nem cobre a inflação de três anos”
François Bremaeker
Observatório de Informações Municipais

Cobertor curto
Em Contagem, por exemplo, a prefeitura afirma que o gasto por dia com merenda escolar é de R$ 1,82 por aluno (na média das despesas de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos - EJA). No entanto, o repasse médio da União é de apenas R$ 0,58 por estudante.
Para conseguir manter o fornecimento da alimentação, a prefeitura retira recursos de outra rubrica orçamentária, que seria destinada a melhorias físicas na escola. Em 2017, dos R$ 15,15 milhões que seriam gastos com as melhorias físicas das instalações, cerca de R$ 6,2 milhões serão utilizados para cobrir o rombo da merenda dos 53,3 mil alunos da cidade.
Com outra metodologia de informação, em Betim, a prefeitura afirma que receberá R$ 12,8 milhões da União e terá que desembolsar R$ 4,2 milhões para cobrir os gastos de cerca de R$ 17 milhões com merenda no ano.

Na capital
No caso de Belo Horizonte, que conta com 241 mil alunos na rede municipal, em 2016 foram fornecidas cerca de 70 milhões de refeições a um custo total de R$ 40 milhões, dos quais quase 50% foram arcados pelo Tesouro Municipal, segundo a Secretaria Adjunta de Segurança Alimentar.
Darklane Rodrigues Dias, responsável pela pasta, aponta que o município consegue reduzir os custos ao realizar as compras para o setor de educação em conjunto com as de outras áreas, como os restaurantes populares. Com isso, o preço médio varia entre R$ 0,40 e 0,60, dependendo da faixa etária dos alunos. Ela pondera, porém, que nas creches, as crianças fazem três refeições diárias. “Mesmo com o aumento, os valores não cobrem os custos das refeições. E essas contas não incluem despesas com transporte, nutricionistas, cozinheiras...”, pondera.

“É preciso lembrar que além do preço da comida, há os gastos com profissionais na cozinha, nutricionistas, logística e galpões para armazenamento”
Darklane Rodrigues Dias
Secretária Adjunta de Segurança Alimentar de BH

Prefeituras podem fazer compra conjunta para reduzir preços
O modelo centralizado de compra de alimentos existente em Belo Horizonte desde 1994, em que administração, por meio de licitação, faz a compra conjunta para as escolas de toda a cidade é apontado pelo economista François Bremaeker, do Observatório de Informações Municipais, como uma estratégia interessante para baratear os custos no setor.
“É possível, inclusive, os municípios de uma região juntarem-se para fazer uma compra única e redistribuir a merenda, conseguindo preços ainda melhores”, ensina. Quanto mais individual a compra, tende a ser mais caro”, reforça François, destacando que também é preciso considerar os custos de estoque e distribuição dos alimentos.
Antônio Andrada, da Associação Mineira de Municípios, avalia que é preciso, inclusive, que os municípios compartilhem profissionais para baratear os custos de produção da merenda, assim como já ocorre nos setores de obras e de saúde. “Na região de Barbacena, na Associação dos Municípios da Micro-região da Mantiqueira, com 17 prefeituras, tínhamos uma nutricionista para todos os municípios”, exemplifica.
Local
Por outro lado, Bremeaker pondera que também pode ser interessante que os municípios se valham quando possível, da compra de alimentos dos produtores locais, ainda que, por vezes, o custo seja um pouco maior do que do alimento comprado fora da cidade. “É preciso considerar a possibilidade de fazer o dinheiro da merenda circular na própria cidade. É interessante trabalhos que integram agricultores familiares e pessoas que trabalham com agricultura orgânica, por exemplo, o que traz inclusive um ganho de qualidade para comida oferecida na escola”, acredita.
Reajuste vai custar à União R$ 465 milhões
O reajuste da merenda anunciado pelo governo federal vai custar R$ 465 milhões ao Orçamento de 2017 e atinge 41 milhões de estudantes. Apesar da falta de reajustes desde 2010 para os ensinos fundamental e médio, em 2012 o governo federal havia concedido aumentos para creches e pré-escolas.
A defesa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) é de que seja aprovado um projeto de lei que torne anuais os reajustes dos valores transferidos para a compra da merenda e que eles sejam ligados pelo menos à correção inflacionária.
Em nota emitida após o reajuste deste ano, a CNM também criticou o governo pelo fato de os valores destinados às pré-escolas (R$ 0,53) serem inferiores aos da educação integral (R$ 1,07), que tende a beneficiar o novo programa de Ensino Médio, lançado em 2017.


CELULAR CARO E INTERNET CARA - MUITOS PREFEREM FICAR OFFLINE



Brasil está entre os dez países mais 'offlines' do mundo; são 70 milhões desconectados

Estadão Conteúdo 





O Brasil aparece em 18º lugar no ranking de internet inclusiva, atrás de nações como Rússia, Espanha, Canadá, Coreia do Sul, entre outros


O Brasil é um dos dez países do mundo com maior número de pessoas desconectadas, de acordo com um novo estudo encomendado pela Internet.org - iniciativa do Facebook para levar conexão de internet a populações de baixa renda e áreas isoladas - à unidade de inteligência da revista britânica ‘The Economist’. No total, 70,5 milhões de brasileiros estão "offline", isto é, não possuem acesso a internet, seja por meio de banda larga fixa ou móvel.
A pesquisa se baseia em dados de diversas fontes, como a União Internacional de Telecomunicações (ITU, na sigla em inglês) e entrevistas com especialistas no tema. O relatório será revelado nesta quarta-feira, 1º, no Mobile World Congress (MWC) , maior congresso global da indústria de celulares. O evento acontece em Barcelona, na Espanha, até a próxima quinta-feira, 2.
No décimo lugar do ranking, o Brasil está em melhor posição do que países muito populosos que aparecem no topo do ranking de desconectados, como Índia e China. Essas nações têm 864,7 milhões e 660,9 milhões de pessoas sem conexão de internet, respectivamente. Outros países com maior população offline do que o Brasil incluem Indonésia, Paquistão, Nigéria e México.
De acordo com o estudo, 4 bilhões de pessoas - mais da metade da população global - não tem nenhuma forma de acesso à internet. A porcentagem de pessoas offline, porém, varia bastante conforme o continente: enquanto em países da Europa, só 20% das pessoas estão desconectadas, 75% das pessoas que vivem na África não têm qualquer acesso à web.
Inclusão
O estudo também avaliou os países segundo as condições que eles oferecem para que as pessoas usem a internet e percebam seus benefícios. Os analistas avaliaram parâmetros como disponibilidade e qualidade de conexão, preço e ambiente competitivo, políticas para internet e educação dos usuários em relação à web, além da relevância do conteúdo local. Com base nessa análise, eles criaram o ranking de internet inclusiva, que considerou 75 países em todo o mundo.
Na liderança do ranking, Suécia e Cingapura apareceram com o melhor desempenho, empatados em primeiro lugar. Os Estados Unidos ficaram com o terceiro lugar, seguidos por Reino Unido e Japão. "Claramente, altos níveis de desenvolvimento econômico e social permitem o acesso a infraestrutura de rede de alta qualidade, serviços de internet com preços acessíveis, conteúdo relevante, além de favorecer o desenvolvimento das habilidades
digitais", afirmam os responsáveis pelo estudo, no relatório.
O Brasil aparece em 18º lugar no ranking de internet inclusiva, atrás de nações como Rússia, Espanha, Canadá, Coreia do Sul, entre outros. O Brasil é citado diversas vezes no relatório de 40 páginas. Entre os fatores positivos citados está a abundância de conteúdo em português o que estimula as pessoas a usarem a internet.
Outro ponto de destaque é a competição entre as operadoras de telecomunicações no mercado. A tendência é que a disputa faça o preço da conexão de internet cair e a qualidade melhorar ao longo do tempo. A pontuação do Brasil é baixa, porém, em relação ao nível de educação sobre internet.

MACRON ALERTA QUE A EUROPA TEM ENORMES RISCOS GEOPOLÍTICOS E PODE MORRER

O alerta de Macron deve ser ouvido ...