Brasil está entre os dez
países mais 'offlines' do mundo; são 70 milhões desconectados
Estadão Conteúdo
O Brasil aparece em 18º lugar no ranking de internet inclusiva, atrás de
nações como Rússia, Espanha, Canadá, Coreia do Sul, entre outros
O Brasil é um dos dez países do mundo com maior número de pessoas
desconectadas, de acordo com um novo estudo encomendado pela Internet.org
- iniciativa do Facebook para levar conexão de internet a populações de
baixa renda e áreas isoladas - à unidade de inteligência da revista
britânica ‘The Economist’. No total, 70,5 milhões de brasileiros
estão "offline", isto é, não possuem acesso a internet, seja por
meio de banda larga fixa ou móvel.
A pesquisa se baseia em dados de diversas fontes, como a
União Internacional de Telecomunicações (ITU, na sigla em inglês)
e entrevistas com especialistas no tema. O relatório será
revelado nesta quarta-feira, 1º, no Mobile World Congress (MWC) ,
maior congresso global da indústria de celulares. O evento acontece em Barcelona,
na Espanha, até a próxima quinta-feira, 2.
No décimo lugar do ranking, o Brasil está em melhor posição do que
países muito populosos que aparecem no topo do ranking de desconectados,
como Índia e China. Essas nações têm 864,7 milhões e 660,9 milhões de
pessoas sem conexão de internet, respectivamente. Outros países com maior
população offline do que o Brasil incluem Indonésia, Paquistão, Nigéria e
México.
De acordo com o estudo, 4 bilhões de pessoas - mais da metade
da população global - não tem nenhuma forma de acesso à internet.
A porcentagem de pessoas offline, porém, varia bastante conforme
o continente: enquanto em países da Europa, só 20% das pessoas estão
desconectadas, 75% das pessoas que vivem na África não têm qualquer acesso
à web.
Inclusão
O estudo também avaliou os países segundo as condições que
eles oferecem para que as pessoas usem a internet e percebam
seus benefícios. Os analistas avaliaram parâmetros
como disponibilidade e qualidade de conexão, preço e
ambiente competitivo, políticas para internet e educação dos usuários
em relação à web, além da relevância do conteúdo local. Com
base nessa análise, eles criaram o ranking de internet inclusiva,
que considerou 75 países em todo o mundo.
Na liderança do ranking, Suécia e Cingapura apareceram com o melhor
desempenho, empatados em primeiro lugar. Os Estados Unidos ficaram com o
terceiro lugar, seguidos por Reino Unido e Japão. "Claramente, altos
níveis de desenvolvimento econômico e social permitem o acesso a
infraestrutura de rede de alta qualidade, serviços de internet com preços
acessíveis, conteúdo relevante, além de favorecer o desenvolvimento das
habilidades
digitais", afirmam os responsáveis pelo estudo, no relatório.
digitais", afirmam os responsáveis pelo estudo, no relatório.
O Brasil aparece em 18º lugar no ranking de internet
inclusiva, atrás de nações como Rússia, Espanha, Canadá, Coreia do
Sul, entre outros. O Brasil é citado diversas vezes no relatório de
40 páginas. Entre os fatores positivos citados está a abundância de
conteúdo em português o que estimula as pessoas a usarem a internet.
Outro ponto de destaque é a competição entre as operadoras
de telecomunicações no mercado. A tendência é que a disputa faça
o preço da conexão de internet cair e a qualidade melhorar ao longo
do tempo. A pontuação do Brasil é baixa, porém, em relação ao nível
de educação sobre internet.
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