quinta-feira, 28 de agosto de 2014

ESCOLA VIOLENTA



ENTREVISTA DO PROF. E SENADOR CRISTOVAM BUARQUE SOBRE VIOLÊNCIA NA ESCOLA E SUJESTÕES PARA MELHORÁ-LA.

ESCOLA VIOLENTA COM O ALUNO
Cristovam Buarque
Renata Mendonça
Da BBC Brasil, em São Paulo 

Um dos grandes defensores da educação como instrumento de transformação do Brasil, o senador Cristovam Buarque considera que o problema da violência na rede pública de ensino do país é gerado principalmente por causa da desvalorização da escola como instituição.

Em entrevista exclusiva à BBC Brasil, Cristovam afirma que a escola no Brasil "está sem moral". "A escola desvalorizada gera violência, e a violência desmoraliza ainda mais a escola. Os jovens sabem que saindo com o curso ou sem, de tão ruim que são os cursos, não vai fazer diferença, porque o curso não agrega muito na vida dele. Os alunos não veem retorno na escola", explica.

Ministro da Educação do governo Lula entre 2003 e 2004, Cristovam Buarque chegou a se candidatar à Presidência em 2006 levantando como principal bandeira a "revolução na educação de base". Ele acredita que só ela poderia resolver de vez o problema da violência e fazer com que a escola voltasse a ser respeitada no país.

BBC Brasil - Como o senhor define o problema da violência nas escolas do Brasil? Por que ele acontece?

Cristovam Buarque - A sociedade brasileira é uma sociedade muito violenta hoje, então as pessoas se sentem no direito de agir violentamente, às vezes, até não necessariamente com agressão física, mas com palavras.

As escolas estão rodeadas de traficantes, a violência do meio influencia. O outro é o fato de que a escola não é uma instituição valorizada e, ao não ser valorizada, as crianças também entram na mesma onda da não valorização, se sentem no direito de quebrar os vidros, se sentem no direito de levar as coisas pra fora.

Aqui mesmo na UnB (Universidade de Brasília), eu vi a enciclopédia britânica sendo rasgada, porque o aluno em vez de tirar o xérox da folha que ele precisava, arrancou a página e levou. Os próprios professores são tratados como seres sem importância, que ganham salários baixos. Além disso os jovens sabem que saindo com o curso ou sem, de tão ruim que são os cursos, ele sabe que não agrega muito na vida dele. Os alunos não veem retorno da escola.

BBC Brasil - Quais as consequências da violência na escola para a educação no país?

Cristovam Buarque - A escola desvalorizada gera violência, e a violência desmoraliza ainda mais a escola. Os professores hoje estão fugindo, porque o salário é baixo e há muito desrespeito com relação à profissão deles. Quando a gente analisa o concurso para entrar na universidade, o vestibular, os últimos cursos na preferência dos vestibulandos são pedagogia e licenciatura, isso gera um clima de desvalorização.

Para entrar em medicina são 50 por vaga, para pedagogia às vezes têm mais vagas que candidatos. Isso gera desvalorização. E aí as pessoas ficam quebrando as coisas, são violentas. Cria um ciclo vicioso. A desvalorização da escola aliada à violência do país induz à violência dentro da escola.

É preciso ter disciplina na escola, mas para o professor ser agente da disciplina, ele tem que ter moral. Só que a escola hoje está sem moral. Uma das coisas básicas da disciplina é o aluno chegar na hora. Como chegar na hora se nem o professor dele chega na hora? Se o professor dele ficou dois meses de greve?

O professor se vai um dia, não vai outro. A ausência do professor no Brasil é tão grande quanto a do aluno. Eles faltam igualmente. Então está faltando moral na escola.

BBC Brasil - Quais seriam as medidas a curto prazo para conter o problema?

Cristovam Buarque - Eu não vejo como resolver isso no curto prazo, só se for atribuindo Valium (calmante) para todo aluno, se colocar Valium na merenda. Brincadeira, mas é que é difícil ver uma solução a curto prazo. Qual o caminho a médio e longo prazo? Valorizar a escola, hoje o salário médio do professor na escola é R$ 2 mil, se você pagar menos do que paga para quem vai ser engenheiro ou médico, os melhores não vêm, eles não vão querer ser professores.

Você tem que ter um salário compensador, eu calculo R$ 9.500. Só que para merecer esse salário, tem que ter um processo muito rígido de seleção do aluno, para ver se a pessoa tem vocação, tem que quebrar a estabilidade plena de que o professor continue no cargo sem se aperfeiçoar, tem que ser uma estabilidade sujeita a avaliações.

Para a escola ser respeitada, o prédio tem que ser respeitado. As pessoas não saem quebrando shopping, porque é um prédio bonito, confortável. As crianças se sentem desconfortáveis na escola, por isso que elas são violentas. A verdade é que a escola é mais violenta com o aluno do que o aluno com ela. Ela obriga o aluno ficar sentado 6, 7 horas numa cadeira desconfortável, num prédio feio e mal cuidado.

Como fazer isso funcionar no Brasil a curto e médio prazo? Ir implantando isso por cidade. Leva 20 anos no país todo, mas precisa de um ou dois anos para fazer em uma cidade. E até lá, como faz? É o que estão fazendo, colocar polícia, bom diretor. A polícia tem que ficar longe da escola, mas no longo prazo. No curto prazo ela é uma necessidade, porque ela diminui a violência da sociedade que está na escola.

Além disso, é preciso identificar os alunos violentos. Um só jovem faz uma violência que desmoraliza a escola inteira. Então identificando os jovens que são agentes da violência você resolve o problema, levando ao psicólogo, tratando esse jovem.

BBC Brasil - O que o senhor acha do modelo de educação nas escolas de hoje?

Cristovam Buarque - Não dá para seduzir uma criança com métodos seculares como quadro negro, tem que ser computador, vídeo. O professor tem que ser capaz de cavalgar a tecnologia da informação, de se comunicar com a criança usando o computador. E finalmente a escola tem que ser 6h ou 7h por dia. O menino se comporta melhor na escola que ele fica o dia inteiro porque ela passa a ser um pouco da casa dele, a escola tem que ser a extensão da casa da criança.

BBC Brasil - Aprovou-se no ano passado a medida de destinar 10% do PIB pra educação. Esse dinheiro é suficiente? Então qual é o problema da educação hoje em dia (se não é dinheiro)?

Cristovam Buarque - O problema é dinheiro, mas não é só dinheiro. Se chover dinheiro no quintal da escola, a primeira chuva vira lama. Se aumentar muito o salário do professor agora, isso não vai mudar nada. Precisa de todas ações juntas, a revolução mesmo da educação. Para pagar os R$ 9 mil (para os professores), para construir as escolas novas, você precisa de 6,5% do PIB (na educação de base, sem contar investimentos nas universidades).

Esse negocio de 10% do PIB foi uma farsa. Por que não colocaram 10% da receita? Porque ao dizer que é do PIB, ninguém sabe de onde vai sair o dinheiro. O PIB não existe, ele é um conceito abstrato de estatística.

Para fazer a revolução a qual eu me refiro, nós precisamos para a educação de base R$ 441 bilhões em 20 anos, por isso que eu digo 6,4% do PIB. Se supõe que pré-sal vai dar R$ 225 bi, ele poderia ser uma fonte desse dinheiro. Eu peguei 15 fontes de onde a gente poderia conseguir esse dinheiro e com elas a gente pode chegar a R$ 750 bi. (Quais fontes?) São várias, não vou citar todas aqui. Mas por exemplo, quem vai querer um imposto sobre as grandes fortunas, reduzir publicidade do governo, eliminar subsídio que se dá para educação privada, porque se a pública vai ser boa, não precisa bancar a privada, ou então voltar a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), só que fazer ela ser toda destinada pra educação, pegar 50% do lucro das estatais que vão pro governo, usar rentabilidade de reservas?

Tudo isso dá o dinheiro que a gente precisa. Não precisa dos 10% do PIB. Isso não existe. Eu defendo a federalização das escolas para tornar o ensino público uma referência no Brasil. Hoje, das 196 mil escolas públicas que nós temos, pouco mais de 520 são federais e essas são boas. A seleção do professor é mais cuidadosa, as instalações são melhores o regime de trabalho é melhor. Temos que levar esse padrão para todas as outras.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

TECNOLOGIA



TECNOLOGIA

China quer criar submarino que viaje até os EUA em 2 horas

Meio de transporte alcançaria a velocidade do som debaixo da água, o equivalente a 3,6 mil quilômetros por hora

Chineses pretendem usar uma tecnologia avançada para criar um 'submarino supersônico'
Os chineses estão planejando criar um meio de transporte que faça com que uma viagem entre Xangai e São Francisco, na Califórnia, demore menos de duas horas. O desafio seria a criação de um veículo subaquático extremamente veloz. As informações são do RT.
Segundo a publicação, os chineses pretendem usar uma tecnologia avançada para criar um 'submarino supersônico'. O meio de transporte alcançaria a velocidade do som debaixo da água, o equivalente a 3,6 mil quilômetros por hora.
Para alcançar tal velocidade, a ideia se baseia no conceito utilizada pela União Soviética, há anos: uma bolha de ar é criada em torno do submarino, para que ele não enfrente muito atrito embaixo da água e consiga viajar mais rápido.
Com a invenção, seria possível atravessar o oceano Pacífico em apenas 100 minutos. Uma viagem transatlântica seria feita em menos de uma hora. 
Embora a China esteja encabeçando o projeto, outros países - como os EUA, Rússia, Alemanha e Irã - também estudam criar submarinos semelhantes. 

CIÊNCIA E INTELIGÊNCIA



Questões que a ciência não explicou

5 questões “simples” que a ciência ainda não explicou

Por Gabriel Tonobohn

Nós sabemos que a ciência ainda tem muito o que explicar sobre nosso mundo e o Universo. Como surgiu a vida na Terra? Como surgiu o Universo? Essas são questões complexas, que aceitamos que demoraremos muito para responder.

Mas há questões que parecem bastante simples, mas ainda permanecem um mistério para nós. Veja aqui algumas dessas questões que ainda não sabemos direito como explicar.

2. Como exatamente o magnetismo funciona?

O magnetismo é bastante conhecido por nós e você provavelmente já o estudou na escola, mas ele ainda é um mistério para a ciência de muitas maneiras. Não temos uma explicação razoável, por exemplo, sobre por que partículas carregadas com eletricidade criam um campo magnético forte o suficiente para afastar coisas fisicamente delas. Ou então, quando o fazem, porque exatamente elas se alinham em dois polos, norte e sul.

A questão é tão complicada que o MIT tem até mesmo um laboratório inteiro dedicado apenas à pesquisa relacionada ao magnetismo. Nós sabemos que o magnetismo existe e temos uma boa ideia do está acontecendo exatamente – o suficiente para usarmos isso em nosso benefício. Mas o fato é que o magnetismo ainda não é totalmente compreendido por nós.

2. Por que girafas tem um pescoço grande?

Você já deve ter ouvido falar que existiam girafas de pescoço curtos e girafas de pescoço longo, e a evolução fez com que apenas as girafas de pescoço longo sobrevivessem e se tornassem o animal mais alto do planeta.

Mas a verdade é que pescoços longos não oferecem quase nenhuma vantagem às girafas, porque elas se importam mais com o tipo de folha que comem do que com a altura que ela está. Por isso, não há muito bem um consenso sobre o que teria de fato influenciado para que esses animais evoluíssem com pescoços longos.

De fato, o pescoço longo é uma desvantagem em muitas situações. A girafa precisa afastar as pernas da frente e abaixar lentamente para conseguir beber água, por exemplo. Ela também costuma dormir de pé, já que demoraria muito para levantar com seu longo e grande corpo, caso um predador aparecesse.

Até hoje, não há uma explicação satisfatória para o longo pescoço das girafas.


3. Como pássaros migram?

Nós sabemos que os pássaros migram para botar seus ovos ou para escapar de climas desfavoráveis, procurando um ambiente seguro para a reprodução. Mas nós não sabemos exatamente como eles fazem isso.

Imagine só: um cuco viaja milhares de quilômetros para depositar seus ovos nos ninhos de outras aves (o cuco é uma espécia de “parasita social”) e depois voa de volta para sua terra natal. Quando seus filhotes crescem, voam de volta para a terra de sua mãe, sem ajuda de ninguém.

Incrível, não? Os cientistas acreditam que os pássaros possuem algum tipo de bússola interna baseado nas estrelas e no campo magnético da Terra. O problema é que uma bússola pode apenas guiá-lo para uma direção, mas não pode dizê-lo onde exatamente ir.

4. Como exatamente funciona a gravidade?

Newton estudou a gravidade há mais de 350 anos, mas até hoje ela ainda é um mistério em muitos sentidos para nós. Para se ter ideia, nós sabemos a partícula mediadora de 3 das 4 forças fundamentais do universo: eletromagnetismo, força nuclear fraca, força forte. Só não sabemos da gravidade.

Acredita-se que o graviton seja essa partícula, mas ainda estamos longe de encontrá-la de fato. Outro ponto interessante sobre a gravidade é que ela é, de longe, a mais fraca das quatro forças fundamentais. Pense que basta um pequeno pulo para que você consiga vencer, por um segundo, toda a força gravitacional que o planeta exerce sobre você.

Isso tudo torna a gravidade ainda mais interessante e difícil de ser estudada em um laboratório.

5. O que são os sonhos?

Todos nós sonhamos todas as noites (mesmo que você não se lembre disso), o que torna os sonhos algo bastante comum e presente em nossas vidas, mas ainda assim muito misteriosos.

Apesar de todos os esforços dos cientistas modernos, até hoje não sabemos exatamente porque nosso cérebro decide projetar imagens malucas durante a noite. Há quem diga que são apenas imagens aleatórias sem nenhum propósito, enquanto outros acreditam que os sonhos tenham um significado profundo. Mas são apenas chutes.

O que quase todos os cientistas concordam, no entanto, é que eles podem revelar muito sobre coisas que estão no fundo da nossa psique.


Inteligência Animal

1. Corvos: inteligentes como crianças

Os corvos continuam demonstrando que são aves muito inteligentes. Na verdade, sua inteligência pode ser comparada à de crianças de 7 anos, segundo um estudo recente publicado na revista PLoS ONE. Os corvos analisados concluíram uma tarefa com o “paradigma da fábula de Esopo”, em que deveriam atirar pedras em um tanque para aumentar o nível da água e ter acesso a uma recompensa.

"Compreender as relações de causa e efeito é uma característica fundamental da cognição humana”, destacou a equipe de pesquisadores da Universidade de Auckland, chefiada por Sarah Jelbert.

Segundo suas descobertas, os corvos possuem uma consciência sofisticada das possibilidades de causa e efeito, semelhante às capacidades humanas.

2. Abelhas provam que tamanho não é documento

As abelhas são capazes de contar, classificar objetos semelhantes, como rostos humanos ou de cães, entender os conceitos de “igual” e “diferente”, e distinguir as formas simétricas das assimétricas.

Elas são uma prova de que “animais com o cérebro grande não são necessariamente mais inteligentes”, afirma Lars Chittka, professor de ecologia sensorial e comportamental do Centro de Pesquisas Queen Mary.

3. Cães conhecem centenas de palavras

Os cães entendem aritmética, segundo Stanley Coren, do Departamento de Psicologia da Universidade da Colúmbia Britânica.

Estudos comprovam que os cachorros percebem erros em cálculos simples, como 1+1=3. Em média, um cachorro pode aprender 165 palavras, mas os chamados “supercães” (20% da população canina) podem aprender até 250 palavras e sinais.

A inteligência varia conforme a raça, e os border collies são os mais cães mais inteligentes.

4. Peixes sabem contar

Os peixes são capazes de diferenciar quantidades grandes e pequenas, e ainda sabem “contar” até três, segundo uma pesquisa sobre o peixe-anjo tropical. De acordo com os cientistas, é provável que os peixes possuam habilidades matemáticas avançadas, mas é preciso desenvolver novos métodos para estudar a fundo esses animais.

Angelo Bisazza, professor de Psicologia Comparativa do Grupo de Pesquisa da Universidade de Padova, declarou que pesquisas do tipo “revelam as habilidades cognitivas dos peixes, e no caso das habilidades numéricas, sugerem que suas habilidades não são muito diferentes das de outros animais usados tradicionalmente em estudos, como macacos, roedores e pombos”.

5. Cacatuas conseguem abrir fechaduras

As cacatuas ganharam o apelido de “ladras do mundo animal”, porque são capazes de abrir praticamente qualquer fechadura.

Em um estudo da Universidade de Viena, um macho adulto chamado Pipin conseguiu pegar uma noz depois de abrir uma fechadura seguindo vários passos: remover um pino, depois um parafuso, girar uma roda em 90 graus e, em seguida, abrir um trinco para o lado.

Sem ajuda, Pippin concluiu o desafio em menos de duas horas.

6. Um elefante que sabe falar coreano

Um elefante asiático chamado Koshik consegue imitar a fala humana e até profere algumas palavras em coreano, segundo um estudo publicado na revista Current Biology.

Atualmente, o vocabulário do elefante consiste em pelo menos cinco palavras: annyong (olá), anja (sente), aniya (não), nuo (deite) e choah (bom). Como os elefantes têm tromba em vez de lábios, é uma verdadeira proeza.

"Algumas palavras são comandos que Koshik aprendeu a executar, como “deite” e “sente”, ou palavras de incentivo, e tudo leva a crer que ele entende o significado dessas palavras”, afirma o co-autor do estudo, Tecumseh Fitch, professor de biologia cognitiva da Universidade de Viena.

7. Peixe dourado pode diferenciar Bach de Stravinsky

Os peixes dourados não só ouvem música como diferenciam um compositor do outro.

Segundo um estudo publicado na revista Behavioral Processes, peixes dourados que ouviram duas peças de música clássica, "Tocata e Fuga em Ré Menor", de Johann Sebastian Bach e "A Sagração da Primavera", de Igor Stravinsky, conseguiram distinguir os dois compositores sem dificuldade.

Embora os peixes e a maioria dos animais prefiram o silêncio à música, a pesquisa comprova que os peixinhos dourados conseguem detectar propriedades complexas dos sons, como tons e timbres.

8. Cobras matam metodicamente suas vítimas

As cobras não matam só por instinto: elas monitoram a condição das presas até sua morte, revela um estudo publicado na revista Biology Letters.

A tensão e a duração do aperto mortal das cobras constritoras (como a jibóia) são medidos com precisão, dependendo do batimentos cardíacos e do estado de fragilidade da presa. Segundo os cientistas, esse processo envolve a inteligência e as cobras podem ter outras habilidades que ainda não conhecemos.

9. Os cavalos nunca esquecem seus amigos humanos

Os amigos humanos vêm e vão, mas um cavalo pode ser um dos companheiros mais duradouros e fiéis se você tratá-lo bem.

“Os cavalos têm uma excelente memória”, explica Carol Sankey , da Universidade de Rennes, ao Discovery Notícias. “Eles são capazes de aprender e memorizar palavras humanas e ouvem a voz humana melhor do que os cães devido à amplitude de sua audição”.

10. Os golfinhos só perdem em inteligência para os seres humanos

Quando os padrões de mensuração da inteligência são aplicados a outras espécies, os golfinhos só perdem para o Homo sapiens, segundo Lori Marino, professora de neurociência e biologia comportamental da Universidade de Emory.

" Se usarmos o tamanho relativo do cérebro como medida de inteligência, concluímos que os golfinhos estão em segundo lugar em relação aos humanos modernos", diz Marino, que realizou vários exames de ressonância magnética em cérebros de golfinhos.

Portanto, não foi uma surpresa quando um golfinho recentemente assobiou a palavra "sargaço” para se referir a um tipo de alga comum no ambiente marinho.

No futuro, dispositivos de alta tecnologia talvez permitam que pessoas e golfinhos conversem entre si. Mas do jeito que a humanidade tem causado danos ao meio ambiente e a outras espécies, vamos acabar ouvindo é uma bronca!

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

NOBEL DE MATEMÁTICA



Com muito orgulho para todos os brasileiros, destacamos o prêmio “Nobel de Matemática” recebido pelo brasileiro Artur Ávila nesta quarta-feira. Salientamos que este cidadão brasileiro é o único no Brasil que possui este título tão importante e histórico para todos nós. Que esta distinção sirva de exemplo para outros brasileiros em outras áreas do conhecimento.

Brasileiro recebe 'Nobel' de Matemática

PARIS, 13 Ago 2014 (AFP) - O matemático brasileiro Artur Ávila recebeu nesta quarta-feira, em Seul, a Medalha Fields, um prestigiado prêmio concedido a cada quatro anos pelo Congresso Internacional de Matemática (ICM) e que também reconheceu, pela primeira vez, o trabalho de uma mulher.

O ICM destacou a profunda contribuição de Ávila, nascido em 1979 no Rio de Janeiro, "para a teoria dos sistemas dinâmicos".

Ávila, que também tem nacionalidade francesa, "lidera e molda o campo dos sistemas dinâmicos. Junto aos seus colaboradores, realizou progressos essenciais em várias áreas, incluindo dinâmicas unidimensionais reais e complexas", escreveu a organização em seu site.

Tanto a presidente Dilma Rousseff quanto o líder francês, François Hollande, felicitaram Ávila por esta distinção.

"O reconhecimento mundial do trabalho de Ávila enche de orgulho a ciência brasileira e todo o Brasil", escreveu Dilma em sua conta no Twitter na noite de terça-feira.

"Felicito Artur Ávila, que acaba de receber a Medalha Fields, a mais alta recompensa no domínio da matemática. Seus trabalhos se centram na teoria dos sistemas dinâmicos", disse Hollande em um comunicado.

Ávila, doutor pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) do Rio de Janeiro, é atualmente pesquisador desta instituição e do Centro Nacional de Pesquisa Científica francês (CNRS).



Primeira mulher com a Medalha Fields

Além do brasileiro, o australiano Martin Hairer, o canadense Manjul Bhargava e a iraniana-americana Maryam Mirzakhani também foram premiados com este "Nobel" da Matemática.

Mirzakhani foi a primeira mulher a receber esta medalha.

Nascida em Teerã em 1977, Mirzakhani fez doutorado em 2004 na Universidade de Harvard e atualmente é professora da Universidade de Stanford, na Califórnia.

Esta especialista em geometria das formas incomuns criou novas maneiras de calcular o volume de superfícies hiperbólicas estranhas.

"Hábil no manejo de um conjunto extraordinariamente diverso de técnicas matemáticas e culturas matemáticas diversas, (Mirzakhani) encarna uma pouco frequente combinação de destrezas técnicas, ambição audaz, visão de longo alcance e profunda curiosidade", explicou o ICM em um comunicado.

"É uma grande honra e ficarei feliz se isso encorajar jovens mulheres cientistas e matemáticas", declarou Mirzakhani, citada em um comunicado da Universidade de Stanford.

Os outros dois premiados nesta quarta-feira em Seul foram Manjul Bhargava, da Universidade americana de Princeton, e Martin Hairer, da Universidade de Warwick, no Reino Unido.

O ICM definiu Bhargava, nascido em 1974 no Canadá, mas criado principalmente nos Estados Unidos, como um "matemático de uma criatividade extraordinária" e reconheceu seu trabalho e influência na teoria dos números.

O australiano Hairer, nascido em 1975, se destacou por sua "contribuição à teoria de equações diferenciais parciais fortuitas", às quais deu pela primeira vez um rigoroso significado intrínseco, afirmou a organização.

A Medalha Fields de Matemáticas é concedida pelo ICM, o maior congresso da comunidade matemática. Realizado a cada quatro anos sob os auspícios da União Internacional de Matemáticas, reconhece desde 1936 o trabalho de pesquisadores de menos de 40 anos.

O prêmio foi proposto em 1923 pelo matemático canadense John Charles Fields, falecido em 1932, que legou seus bens para financiá-lo. Os vencedores são recompensados com 15.000 dólares canadenses (cerca de 14.000 dólares americanos).

Os Estados Unidos, com 13 Medalhas, e a França, com 12, são os países mais premiados, de um total de 55.


Artur Ávila, o gênio brasileiro 'cool' das equações

PARIS, 13 Ago 2014 (AFP) - O brasileiro Artur Ávila se tornou famoso entre os matemáticos do mundo por sua capacidade em resolver problemas sobre sistemas dinâmicos, o que lhe valeu a Medalha Fields, o "Nobel dos números", a primeira para a América Latina.

Aos 35 anos, Ávila vive entre o Rio de Janeiro e Paris, onde, desde 2003, trabalha no Centro Nacional de Pesquisa Científica francês (CNRS).

Este "príncipe das equações", como foi chamado pela revista especializada do CNRS, tem um estilo tranquilo: sua condição física revela que frequenta academia, muito distante da caricatura de um nerd ou de um rato de biblioteca perdido nos cálculos.

"Gosto de fazer matemática na praia, você caminha, e pensa", comentou o brasileiro à publicação.

Esta reflexão "cool" permite que ele compreenda os problemas antes de afundar em suas equações escritas. O sistema deu resultado, ao que parece, a julgar por seus trabalhos bem-sucedidos com 30 matemáticos de todo o mundo.

"Nestas colaborações, Ávila forneceu uma capacidade técnica formidável, a ingenuidade e a tenacidade de um mestre na solução de problemas", segundo o Congresso Internacional de Matemática (ICM), que nesta quarta-feira concedeu a ele a Medalha.



Uma corrida de obstáculos

Após a conquista em Seul no ICM, que se reúne a cada quatro anos e premiou pela primeira vez um latino-americano, chegaram as felicitações dos presidentes de Brasil e França. A coroação de uma corrida que, no entanto, não esteve isenta de obstáculos.

Seu interesse pela árdua disciplina começou aos 13 anos, quando participou das Olimpíadas Internacionais de Matemática, um concurso para estudantes do ensino médio.

As primeiras participações foram fracassadas: o adolescente desconhecia partes inteiras do programa. Mas isso atingiu seu orgulho e o levou pela primeira vez ao IMPA, Instituto de Matemática Pura e Aplicada, na cidade carioca.

Após várias tentativas, terminou conquistando a medalha de ouro e com ela a atenção de Wellington de Melo, professor do prestigiado instituto.

A partir deste momento seu périplo se acelerou: se formou na escola, entrou no IMPA e aos 19 anos se lançou em uma tese de "dinâmica unidimensional", defendida em 2001.

Foi durante a tese que descobriu a Europa, onde chegou a Paris como um simples turista. Aprendeu francês e se apresentou ao concurso do CNRS, que o rejeitou em duas oportunidades - em 2001 e 2002 -, mas um pesquisador francês que o conheceu no IMPA facilitou seu acesso a um cargo de pós-graduação no College de France.

Em 2003 entrou finalmente no CNRS, onde chegou, em 2008, ao título de diretor de pesquisa, um recorde para alguém de apenas 29 anos. Ali desenvolveu a especialidade de "sistemas dinâmicos", ou seja, aqueles que evoluem com o tempo.

O movimento dos planetas, a dinâmica das populações e dos oceanos são alguns exemplos concretos das equações abstratas com as quais lida diariamente.

Junto a outros pesquisadores, resolveu nesta época três dos 15 "problemas para o século XXI" levantados em 2000 pelo matemático Barry Simon.

A Medalha Fields lhe escapou por muito pouco em 2010. Foi quando decidiu frequentar a academia para liberar energia e conseguir dormir bem.

Ávila espera que sua medalha inspire outros jovens do Brasil a se lançar no campo da matemática, uma opção relativamente mais acessível que as concorridas carreiras de engenheiro, médico ou advogado.

"Acredito que muita gente lá nem imagina que existe a pesquisa em matemática, pensam que é uma disciplina na qual tudo já foi concluído, definido e conhecido", comentou o brasileiro, que no ano passado obteve a dupla nacionalidade francesa.

SISTEMA DINÂMICO 

Na física matemática e na matemática, o conceito de sistema dinâmico nasce da exigência de construir um modelo geral de todos os sistemas que evoluem segundo uma regra que liga o estado presente aos estados passados.
Os primórdios da teoria dos sistemas dinâmicos podem ser identificados já no século XVI, nos trabalhos de mecânica celeste escritos por Johannes Kepler. As contribuições de Isaac Newton à modelagem matemática através da formalização da mecânica clássica abriram espaço para uma sofisticação crescente do aparato matemático que modela fenômenos mecânicos, culminando nos trabalhos de Lagrange e Hamilton, que definiram a teoria da mecânica clássica num contexto matemático, que essencialmente é o mesmo estudado até hoje.
O matemático francês Henri Poincaré é considerado um dos criadores da teoria moderna dos sistemas dinâmicos, tendo introduzido muitos dos aspectos do estudo qualitativo das equações diferenciais que permitiram estudar propriedades assintóticas das soluções (ou da maior parte das soluções) de uma equação diferencial, como estabilidade e periodicidade, sem ser necessário resolver explicitamente a equação diferencial. Tal abordagem pode ser encontrada na sua obra-primaLes méthodes nouvelles de la mécanique céleste, publicada em três volumes entre 1892 e 1899.
Considera-se que o primeiro livro publicado na área de sistemas dinâmicos é a obra Dynamical Systems, escrita pelo matemático estado-unidense George Birkhoff, e publicada em 1927.
Entre as ferramentas mais utilizadas na teoria dos sistemas dinâmicos estão a geometria diferencial, a teoria da medida e a geometria simplética.


DÍVIDA EXTERNA BRASILEIRA É DE US$ 355,733 BILHÕES DE DÓLARES

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