domingo, 2 de fevereiro de 2025

DAVI ALCOLUMBRE NOVO PRESIDENTE DO SENADO MANDA RECADO PARA O STF E O EXECUTIVO

 

História de Leticia Martins CNN Brasil

Alcolumbre manda recado ao STF durante discurso no Senado

Alcolumbre manda recado ao STF durante discurso no Senado

O senador Davi Alcolumbre (União-AP) mandou um recado ao Supremo Tribunal Federal (STF), neste sábado (1º), durante seu discurso de candidatura à presidência da Casa Legislativa. Favorito para assumir o cargo, Alcolumbre afirmou que é “essencial respeitar as decisões judiciais e o papel do Judiciário em nosso sistema democrático. Mas é igualmente indispensável respeitar as prerrogativas do Legislativo e garantir que este Parlamento possa exercer seu dever constitucional de legislar e representar o povo brasileiro”. O recado foi sobre a relação entre dois Poderes e as emendas parlamentares. No fim de 2024, o ministro Flávio Dino bloqueou a liberação de emendas de comissão do Senado. “Hoje, mais uma vez, enfrentamos desafios. O relacionamento entre os Poderes, embora seja regido pela Constituição e pela harmonia, tem sido testado por tensões e desentendimentos. Entre esses desafios, destaco a recente controvérsia envolvendo as emendas parlamentares ao orçamento, que culminou em debates e decisões e com o Supremo Tribunal Federal e o Poder Executivo”, prosseguiu. O parlamentar ressaltou ainda que, para ele, “acordo firmado é acordo cumprido”. “Estou falando ao cumprimento dos acordos aqui firmados, porque sem confiança uns nos outros e sem a obediência ao que foi acordado, este Parlamento se transforma em um campo de guerra e as boas ideias se perdem numa eterna e infrutífera disputa entre antagonistas”, disse. O discurso ocorreu antes da votação para a escolha do próximo presidente da Casa. Ele disputa o cargo contra os senadores Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE).

LULA TERÁ NOVOSA DESAFIOS COM O CONGRESSO COM A ELEIÇÃO DE NOVO PRESIDENTE

 

História de Daniel Carvalho – Bloomberg

(Bloomberg) — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já vinha tendo de encarar os elevados preços dos alimentos, o crescente ceticismo dos investidores e a queda nas taxas de aprovação, agora tem outro desafio pela frente: uma mudança no comando do Congresso que irá testar sua capacidade de navegar pelo conservador parlamento brasileiro.

A Câmara e o Senado elegeram neste sábado os novos presidentes, ambos de partidos do chamado centrão, que mantém relações instáveis com o governo. O já conhecido senador Davi Alcolumbre foi eleito por 73 dos 81 votos. Lula telefonou a Alcolumbre logo após a eleição, segundo o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues. O presidente o parabenizou publicamente em um comunicado.

“Caminharemos juntos na defesa da democracia e na construção de um Brasil mais desenvolvido e menos desigual, com oportunidades para todo o povo brasileiro”, afirmou Lula em nota.

O deputado Hugo Motta também foi eleito como o novo presidente da Câmara numa votação ainda neste sábado.

Sem maioria em nenhuma das Casas, as relações de Lula com o Congresso — e com o atual presidente da Câmara, Arthur Lira, em particular — têm se mostrado muitas vezes difíceis nos últimos dois anos. Agora ele precisará construir laços com novos líderes dos quais dependerá fortemente enquanto navega por obstáculos, como o desconforto do mercado sobre os gastos públicos e suas próprias propostas que visam impulsionar o apoio popular antes da eleição presidencial de 2026.

Isso não será fácil. A agenda já está atribulada e, ao mesmo tempo que o PT de Lula apoia os dois favoritos, eles também desfrutam do apoio do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, que também telefonou para parabenizar Alcolumbre.

Mas Lula não espera sentado para fazer suas próprias incursões, já que os parlamentares retomam o trabalho com o Orçamento 2025 no topo da lista de prioridades. O petista quer se reunir com os novos presidentes na próxima semana, disse uma pessoa familiarizada com a situação, antes de iniciar uma aguardada reforma ministerial, que visa ampliar apoio ao governo no Legislativo.

Bolsonaro Wins A Senate Ally With Brazil's Reforms On The Line

Bolsonaro Wins A Senate Ally With Brazil’s Reforms On The Line© Source: Bloomberg

Em Alcolumbre, Lula encontrará um rosto familiar: o congressista de 47 anos, que comandou o Senado de 2019 a 2020, atuou como uma figura poderosa sob a gestão do agora ex-presidente da Casa Rodrigo Pacheco e escolheu ao menos três ministros de Lula. O senador também era o responsável pela negociação de emendas parlamentares para seus colegas.

A equipe de Lula espera que as negociações com Alcolumbre sejam mais difíceis do que foram sob Pacheco, que atuou sempre como aliado, disseram duas pessoas familiarizadas com a situação, pedindo anonimato para discutir assuntos sensíveis.

Motta, 35 anos, é uma tela em branco. Ele está no cargo desde 2011, ganhou destaque na CPI da Petrobras e já foi muito próximo de Eduardo Cunha — o ex-presidente da Câmara que liderou o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Inicialmente hesitante em apoiar a candidatura de liderança do jovem deputado, Lula foi convencido por aliados e pelas conversas iniciais com Motta, segundo um dos aliados a par do processo.

Essas conversas provavelmente ajudarão a manter os canais abertos com Motta, disse Paulo Gama, coordenador de análise política da XP Investimentos. Ele acrescentou que o deputado já atuou como relator de matérias relevantes para o mercado financeiro e “demonstrou capacidade” tanto para o diálogo quanto para questões técnicas.

A familiaridade com Alcolumbre, por sua vez, provavelmente levará à “continuidade do modelo atual nas negociações” entre o Senado e o governo, disse Gama. “Ele é alguém que está disposto a ouvir os argumentos do governo, mas sem alinhamento automático com todos os pontos da agenda.”

Orçamento e medidas fiscais

O primeiro item da agenda será o Orçamento de 2025, que o governo está ansioso para aprovar porque os gastos estão limitados até que a peça orçamentária seja aprovada. Isso não deve acontecer antes o carnaval, em março, de acordo com o senador Angelo Coronel, relator do projeto.

Lula também quer garantir a aprovação da isenção de imposto de renda para salários de até R$ 5.000, uma proposta que o PT vê como chave para reforçar o apoio entre os eleitores da classe trabalhadora. Mas o custo desse plano, que provocou a ansiedade dos investidores sobre o compromisso de Lula com a disciplina fiscal no final do ano passado, também precisa ser compensado.

A ideia inicial do governo é fazê-lo aumentando os impostos sobre os super ricos, mas isso pode não ganhar amplo apoio. A oposição liderada por Bolsonaro é contra a ideia, embora o ex-presidente tenha os instruído a evitar criticar a proposta já na largada por receio de que sejam rotulados de defensores dos ricos, disse ele em uma entrevista.

As batalhas sobre a regulamentação das grandes empresas de tecnologia e inteligência artificial também estão em andamento este ano. E há o potencial de medidas adicionais para reforçar a situação fiscal do país, em meio aos temores do mercado sobre o déficit e a trajetória da dívida do Brasil.

Isso só virá mais tarde, se é que virá. Em uma recente entrevista, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que o governo vai esperar pela divulgação do primeiro relatório bimestral do ano, em março, “para ver se novas medidas serão necessárias”.

TARIFAS DE TRUMP VÃO PREJUDICAR O COMERCIAL MUNDIAL

 

Jornal Estadão

Outras tarifas devem vir em 18 de fevereiro, com a taxação de petróleo e gás importados, e no início do próximo mês com aço e alumínio

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Por David J. Lynch (The Washington Post)Mary Beth Sheridan (The Washington Post) e Amanda Coletta (The Washington Post)

Na sexta-feira, 31, o presidente Donald Trump expandiu dramaticamente seus planos para uma guerra comercial global, confirmando que irá impor tarifas sobre o Canadá, México e China neste sábado, 1º, e anunciando planos para impostos de importação adicionais em produtos europeus, semicondutores, produtos farmacêuticos, aço, alumínio, cobre e petróleo e gás.

A extensa lista de produtos que em breve podem se tornar notavelmente mais caros para consumidores e empresas americanas vai desde metais industriais e commodities até vinho, cerveja, madeira e medicamentos.

Falando no Salão Oval, Trump negou que seu entusiasmo por tarifas representasse um dispositivo de negociação
Falando no Salão Oval, Trump negou que seu entusiasmo por tarifas representasse um dispositivo de negociação Foto: Evan Vucci/AP

Falando no Salão Oval, o presidente negou que seu entusiasmo por tarifas representasse um dispositivo de negociação ou que estivesse buscando concessões específicas de outros países.

Ele repetiu suas reclamações familiares de que China, Canadá e México são responsáveis por uma enxurrada de fentanil nos Estados Unidos, que ele disse estar matando “centenas de milhares” de americanos a cada ano.

Tomados em conjunto, os comentários de Trump representaram o mais extenso menu de ameaças comerciais feitas por um presidente dos EUA em décadas. Se implementadas como medidas permanentes, elas remodelariam dramaticamente os laços comerciais dos EUA com outros países e prejudicariam a economia global.

O presidente reconheceu que tais tarifas extensas poderiam causar aos americanos “alguma disrupção temporária de curto prazo”, mas acrescentou, “As pessoas vão entender isso.”

Ele descartou preocupações de que a imposição de impostos elevados sobre muitos bens estrangeiros levaria à renovação da inflação nos Estados Unidos, onde os preços ainda estão subindo mais rápido do que a meta do Federal Reserve.

“Tarifas não causam inflação. Elas trazem sucesso,” disse o presidente.

A única concessão de Trump para o possível choque de preços de seus planos para impostos de importação mais altos foi dizer que ele “provavelmente” definiria a tarifa sobre importações de petróleo canadense em 10% em vez de 25%.

O presidente criticou particularmente a União Europeia, dizendo que ele “absolutamente” imporia tarifas sobre suas remessas para os Estados Unidos.

“Somos tão mal tratados que eles não levam nossos carros, eles não levam nossos produtos agrícolas, essencialmente, eles não levam quase nada. E temos um déficit enorme com a União Europeia. Então, vamos fazer algo muito substancial com a União Europeia,” ele disse.

Detalhes

Como é seu costume, o presidente forneceu poucos detalhes de seus planos para novas barreiras comerciais. Mas ele disse que colocaria novos impostos sobre petróleo e gás importados em 18 de fevereiro e pretendia fazer o mesmo com aço e alumínio este mês ou no próximo mês.

“Será uma quantidade tremenda de dinheiro para nosso país, uma quantidade tremenda,” disse o presidente, repetindo sua alegação errônea de que estrangeiros pagam as tarifas dos EUA. “Tarifas vão nos tornar muito ricos e muito fortes.”

Na verdade, os importadores americanos pagam tarifas à Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA quando coletam seus bens importados nos portos dos EUA.

Finalmente, o ônus desse imposto é compartilhado pelo importador americano, pelo produtor estrangeiro e pelo cliente final, e varia de acordo com condições específicas do mercado.

Mas na maioria dos casos, os custos das tarifas são “quase inteiramente suportados por empresas e consumidores dos EUA,” de acordo com um estudo de 2020 por economistas do Banco da Reserva Federal de Nova York, da Universidade de Princeton e da Universidade de Columbia.

O salvo retórico do presidente na sexta-feira à noite ocorreu enquanto empresas nos Estados Unidos, Canadá e México se preparavam para um anúncio formal de tarifas. Mais cedo, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que o presidente imporá tarifas de 25% sobre bens do Canadá e México e 10% sobre produtos da China.

Taxas devem provocar desaceleração nas economias de México e Canadá
Taxas devem provocar desaceleração nas economias de México e Canadá Foto: Judi Bottoni/AP

Os americanos compraram no ano passado aproximadamente US$ 1,3 trilhão (R$ 7,57 trilhões) em mercadorias desses três países, de acordo com o Bureau do Censo.

Economia

Os novos impostos esperam agitar a economia da América do Norte, arriscando a reignição da inflação nos Estados Unidos, uma possível recessão no Canadá e um aprofundamento da desaceleração no México.

Principais cadeias de suprimentos industriais que se estendem pelas fronteiras norte e sul dos EUA enfrentam interrupção iminente. A indústria automobilística é particularmente vulnerável, com peças e veículos semiacabados cruzando as fronteiras norte-americanas várias vezes antes de serem completados.

Conforme Trump ampliou suas ameaças comerciais, Wall Street mostrou pouco sinal de preocupação. O Dow Jones Industrial Average caiu menos de 1% na sexta-feira e os investidores permanecem convencidos de que as tarifas do presidente serão usadas como alavanca de negociação em conversas com o Canadá e México sobre imigração e contrabando de drogas, de acordo com economistas do Barclays Bank.

Na Cidade do México, a presidente Claudia Sheinbaum disse que o México estava preparado para retaliar.

A presidente Claudia Sheinbaum disse que o México estava preparado para retaliar
A presidente Claudia Sheinbaum disse que o México estava preparado para retaliar Foto: Alfredo Estrella/ALFREDO ESTRELLA

“Temos o Plano A, Plano B, Plano C, dependendo do que o governo dos Estados Unidos decidir,” ela disse em sua coletiva de imprensa diária na sexta-feira. “É muito importante que os mexicanos saibam que sempre defenderemos a dignidade do nosso povo, o respeito pela nossa soberania e um diálogo entre iguais (com os EUA), não com subordinados.”

Ela não forneceu detalhes, mas disse que o México estava preparado para mirar produtos dos EUA com contramedidas.

O México tem se esforçado para negociar com Washington, mas tem sido difícil porque muitos nomeados de Trump ainda não foram confirmados. O governo usou intermediários da comunidade empresarial para enviar mensagens à Casa Branca, disseram autoridades.

Sheinbaum observou que o México esteve aberto para receber seus cidadãos enviados de volta sob o plano de Trump para deportação em massa de migrantes não autorizados e que estava preparado para aceitar alguns de outros países, o que representava uma concessão.

O México é o parceiro comercial número 1 dos Estados Unidos e envia 80% de suas exportações para o norte. Autoridades enfatizaram o quanto as tarifas vão prejudicar a empresas e consumidores dos EUA.

O maior exportador do México para os Estados Unidos é a General Motors, uma empresa com sede nos EUA, disse o ministro do Comércio, Marcelo Ebrard, na sexta-feira.

O México é a principal fonte de carros, computadores, televisões e geladeiras vendidas nos Estados Unidos, ele disse. Um a cada três refrigeradores comprados por americanos é fabricado no México, que também é o principal fornecedor de telas para computadores e televisões, ele disse.

“Se essas tarifas forem impostas, seus consumidores vão enfrentar preços mais altos,” ele disse, dirigindo-se aos americanos. “Vamos ser claros. O maior impacto cairá sobre as famílias nos Estados Unidos, que terão que pagar 25% a mais.”

O México também fornece cerca de metade das frutas importadas pela América e dois terços dos vegetais importados, em termos de dólar – tomates, frutas, pimentões, pepinos. E é a maior fonte de cerveja importada. O México também é o principal fornecedor de dispositivos médicos para hospitais e consultórios médicos americanos, de luvas cirúrgicas a bisturis.

O Canadá também tem lutado para decifrar os planos de Trump. Após as eleições presidenciais de novembro, o primeiro-ministro Justin Trudeau e líderes provinciais apareceram em redes de televisão dos EUA para promover a importância do comércio transfronteiriço. Vários ministros do gabinete estiveram em Washington esta semana em uma última tentativa de parar as tarifas.

Mas as justificativas múltiplas de Trump para as tarifas deixaram o governo canadense confuso sobre a melhor resposta.

“Determinar exatamente o que é que o presidente Trump quer não é uma coisa simples,” disse Jonathan Wilkinson, ministro da energia do Canadá, esta semana.

Após Trump vincular tarifas ao que ele chamou de uma “invasão” de migrantes e fentanil, autoridades canadenses revelaram em dezembro um plano de fronteira de US$ 900 milhões (R$ 5,2 bilhões). Apenas 1,5% dos migrantes detidos pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA no ano fiscal de 2024 e 0,2% do fentanil apreendido nas fronteiras dos EUA vieram do Canadá.

O pequeno número de migrantes e fentanil cruzando a fronteira, juntamente com as frequentes reclamações de Trump sobre o déficit comercial dos EUA com o Canadá e especulações sobre o uso de tarifas para aumentar a receita e relocalizar a fabricação, alimentou preocupações de que as queixas de fronteira são um pretexto.

Autoridades canadenses disseram que retaliariam com suas próprias tarifas em bilhões de dólares em bens dos EUA. Eles não descartaram impor impostos de exportação sobre o petróleo bruto canadense ou restringir as exportações de energia, uma ideia que é controversa nas províncias ricas em petróleo.

“Se o presidente optar por implementar quaisquer tarifas contra o Canadá, estamos prontos com uma resposta – proposital, enérgica, mas razoável e imediata,” disse Trudeau na sexta-feira. “Não vamos desistir até que as tarifas sejam removidas e, claro, tudo está sobre a mesa”.

SITUAÇÃO FISCAL PRECÁRIA PREJUDICA AS AMBIÇÕES ECOLÓGICAS DO BRASIL

 

História de The Economist – Jornal Estadão

Os visitantes do Porto do Açu podem ter dificuldade em identificar sua natureza industrial. Nenhum armazém ou pilha de contêineres bloqueia a vista do Oceano Atlântico. Faixas de restinga restaurada, uma floresta local de folhas largas, abraçam a costa repleta de tartarugas cabeçudas. Uma história diferente é sugerida apenas pelos navios gigantescos que pontilham o horizonte do mar.

O porto, a 320 km a nordeste do Rio de Janeiro, é a maior instalação de apoio do mundo para extração de petróleo em alto-mar. Idealizado há uma década por um excêntrico bilionário brasileiro como uma forma de atender à demanda chinesa por commodities, o Açu está atualmente entre os maiores portos privados do mundo. Ele movimenta mais de 30% das exportações de petróleo bruto do Brasil e 7% de seu minério de ferro.

Mas o foco do Açu está mudando. Nos últimos três anos, o porto assinou contratos no valor de cerca de US$ 5 bilhões (aproximadamente R$ 29 bilhões) para arrendar terras para fábricas que produzirão turbinas eólicas, bem como instalações para a produção de amônia, combustível de aviação sustentável (SAF) e ferro metálico puro, principal ingrediente para a produção de aço de baixo carbono. O investimento em infraestrutura verde no porto agora supera o investimento em combustíveis fósseis.

Limpo e cada vez mais limpo

O porto é um microcosmo das aspirações econômicas do Brasil. Há muito tempo um grande exportador de grãos e matérias-primas, o país agora quer usar sua abundância de energia renovável para atrair empresas que buscam reduzir sua pegada de carbono e fabricar e exportar produtos de maior valor agregado. É um plano decente.

Foco do Porto do Açu está mudando para a economia verde Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Foco do Porto do Açu está mudando para a economia verde Foto: Pedro Kirilos/Estadão

A redução das emissões de carbono dos setores mais intensivos em energia da economia — aviação e transporte marítimo, ou a fabricação de cimento, aço e produtos químicos — exige enormes quantidades de energia limpa e barata, bem como biomassa abundante.

Poucos países têm tanto desses recursos quanto o Brasil. Mais de 85% de sua eletricidade é gerada sem a queima de combustíveis fósseis, uma parcela quase três vezes maior do que a média global. A maior parte vem da energia hidrelétrica, mas a energia eólica e, principalmente, a solar estão se crescendo rapidamente. Até 2040, espera-se que os custos de produção de energia solar e eólica caiam 46% e 27%, respectivamente.

Isso tornaria o Brasil um dos lugares mais baratos do mundo para produzir hidrogênio verde, que é criado pelo uso de energia renovável para dividir a água em suas moléculas componentes de hidrogênio e oxigênio.

De acordo com Felipe Diniz, da Mirow, uma empresa de consultoria do Rio de Janeiro, custaria cerca de US$ 4,50 por quilograma para produzir o material no Brasil atualmente. Ele diz que esse valor pode cair para US$ 1,70 em uma década, à medida que a energia eólica e solar se tornarem mais baratas. Os custos de produção do Brasil estariam alinhados com locais como a Arábia Saudita, o norte da África e o Chile.

A queima de hidrogênio é uma das poucas maneiras de descarbonizar os setores com maior consumo de energia. O aço, por exemplo, é produzido pela queima de carvão de coque em um alto-forno para aquecer e reduzir o óxido de ferro em ferro metálico, que é então lavado com oxigênio para purificá-lo. Mas esse processo libera grandes emissões de dióxido de carbono. Isso pode ser evitado com a queima de hidrogênio em vez de carvão.

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de minério de ferro, que exporta para países como China, Japão e Coreia do Sul. O país quer processar mais desse minério em casa. A Vale, a maior mineradora de minério de ferro do mundo, deve inaugurar uma usina de processamento de minério limpo no Porto do Açu em 2028.

As exportações de aço podem não estar muito longe. A consultoria McKinsey estima que a produção de ferro metálico limpo no Brasil poderá custar US$ 465 (R$ 2.710) por tonelada até 2030, em comparação com US$ 560 (R$ 3.264) para um processo semelhante na União Europeia. A Global Efficiency Intelligence (GEI), uma consultoria de energia sediada em São Francisco, avalia que será mais barato produzir aço verde no Brasil do que na China, no Japão, nos Estados Unidos, na Coreia do Sul, na Austrália ou na UE, principalmente devido ao custo mais baixo do hidrogênio verde.

O Brasil também quer fazer SAF. Suas empresas florestais e agroindustriais geram 2 bilhões de toneladas de resíduos orgânicos por ano, que são matéria-prima em potencial. A UE e a Organização Internacional de Aviação Civil, um órgão que estabelece padrões, estão incentivando as companhias aéreas a usar SAF. A partir deste ano, todos os voos com origem na UE — cerca de um terço do total global — devem conter pelo menos 2% de SAF em sua mistura de combustível; esse percentual aumentará para 20% até 2035 e 70% até 2050.

De acordo com Thiago Sinzato, da Rystad Energy, uma consultoria norueguesa, espera-se que a demanda global por SAF atinja 5 milhões de barris por dia até 2050. O Brasil poderia responder por 1,3 milhão de barris desse total. “Seria fácil para o Brasil se tornar o maior produtor de SAF do mundo”, diz ele. Desde 2022, as empresas brasileiras anunciaram mais de US$ 4 bilhões em investimentos em biocombustíveis, inclusive em SAF.

Problemas financeiros

Suas bases técnicas para um boom de produção verde podem ser sólidas, mas as dificuldades econômicas do Brasil são um obstáculo. O alto custo do financiamento está adiando investimentos maiores em projetos de capital intensivo. O real foi a moeda principal com o pior desempenho do mundo no ano passado, perdendo mais de 20% de seu valor em relação ao dólar.

A queda foi alimentada pelo pânico em relação aos planos de gastos de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente de esquerda. Os mercados acreditam que ele não está falando sério sobre o equilíbrio das contas, mesmo com o déficit orçamentário do Brasil atingindo 10% do PIB e a dívida bruta com previsão de se aproximar de 90% do PIB. Um programa de política industrial anunciado no ano passado, que envolveu bilhões de reais, corroborou essa crença. Mesmo com a maioria dos Bancos Centrais cortando as taxas de juros, em 28 de janeiro a do Brasil foi elevada para 13,25%, uma das mais altas do mundo.

O cenário pode não melhorar em 2025. As políticas mais queridas de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, para deportar imigrantes e impor tarifas, provavelmente fortalecerão o dólar. O real cairá ainda mais, e os investidores poderão procurar outro lugar. O Brasil tem grandes expectativas quanto ao seu papel na descarbonização do mundo. Mas se não conseguir convencer os investidores a manterem o dinheiro no país, suas esperanças não darão em nada.

EFEITOS CLIMÁTICOS FAZ BELÉM PARA CAMINHAR PARA UM DESTINO CLIMÁTICO INFERNAL

 

História de Redação – Revista Planeta

Mudanças climáticas já são sentidas na capital amazônica que recebe Conferência do Clima da ONU em 2025. Cenário prevê mais dias de calor extremo e menos chuva no futuro impactando principalmente população mais carente.Poderia ser um dia comum de trabalho para as mulheres extrativistas da ilha do Combu, em Belém, no Pará. Mas há meses elas não conseguem mais colher a mesma quantidade de andiroba que colhiam antes. O calor extremo e a estiagem prolongada na região estão mudando essa produção.

“Este ano que a gente começou a sentir o impacto. Na verdade, é o aquecimento global, que há anos a gente falava, mas agora já estamos sentindo. A produção era bem mais intensa, esse ano já deu uma baixa. Estamos sentindo essa diferença agora”, conta à DW Dayse Soares, da Associação das Mulheres Extrativistas do Combu (AME).

A andiroba é uma semente típica da Amazônia e o seu óleo é utilizado para fins medicinais. Devido à baixa produção atual, as extrativistas do Combu tiveram que se adaptar e começaram trabalhar com recursos menos escassos na floresta, como a folha de cacau, que a AME desidrata e transforma em embalagens.

“Um calor que nunca sentimos antes”

O Combu integra a região ribeirinha da capital paraense, que conta com dezenas de ilhas e possui cerca de 40 mil habitantes, segundo as autoridades municipais. O artesão Charles Teles faz parte dessa população e diz estar preocupado com o “calor desordenado” que está sentindo.

“Apesar de estarmos no meio da floresta, numa ilha, rodeados de água, percebemos que o calor esse ano foi desordenado mesmo. Tinha tempo de a gente entrar quase em desespero de tanto calor. Um calor que nunca sentimos antes”, afirma o artesão.

Tanto nas ilhas como na parte continental de Belém, a sensação da população é a mesma: “a cidade ficou muito mais quente”. É o que diz a pesquisadora Marlucia Martins, do Museu Paraense Emílio Goeldi, que explica que “os efeitos das mudanças climáticas, já estão acontecendo há sete, oito anos, mas se intensificaram nos dois últimos anos”.

“2023 e 2024 foram os anos mais quentes. E mesmo a região das ilhas, que é uma região de temperatura e de clima muito mais ameno, já está muito mais quente. E isso é interessante porque é perceptível por todos”, observa Martins.

Um dos aspectos que intensifica a sensação de calor é a quantidade de árvores por metro quadrado, que nessa capital amazônica está aquém do tamanho da população – que já passa de 1,3 milhão. Levando em consideração os municípios do entrono, o número de habitantes ultrapassa os 2,2 milhões.

O professor e coordenador do curso de Geografia da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Rodrigo Rafael, afirma que Belém tem uma média de 2,5 árvores por metro quadrado para cada morador, o que “traz um desconforto térmico muito grande”.

Segundo o professor, o índice de cobertura vegetal por habitante preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) fica em torno de 9 e 12 árvores por metro quadrado.

Injustiça ambiental

O calor é intenso mesmo no centro da cidade, onde a falta de arborização passa despercebida devido aos famosos túneis verdes de mangueiras de Belém – conhecida como “Cidade das Mangueiras”. A sensação térmica é ainda pior na periferia, onde o verde está menos presente.

“São os bairros onde temos um alto índice, por exemplo, de criminalidade, de pobreza. É o que a gente fala de injustiça ambiental. Temos uma população que é vulnerável economicamente e que também está mais exposta a esses eventos climáticos extremos, como ondas de calor excessiva e formação de ilhas de calor”, afirma Rafael.

A ativista ambiental Waleska Queiroz, dos movimentos COP das Baixadas e Observatório das Baixadas, diz que as periferias são “zonas de sacrifício” e também defende que problemas como a falta de saneamento e de arborização se agravam na crise climática.

“Por isso, hoje pautamos justiça climática através dessas pessoas que mais sofrem no seu cotidiano todas essas problemáticas e são as últimas que conseguem se restabelecer quando um evento extremo chega na comunidade”, diz.

Cacila Bastos, moradora do bairro da Terra Firme, na periferia da cidade, vive esse cenário na pele. Ela diz que o calor está cada vez mais intenso e que a chuva da tarde – que em Belém costumava cair quase todos os dias entre às 14h e 16h – já não é frequente.

“Agora que começou a cair a chuva, no mês de dezembro. Mas durante o ano mesmo foram poucas chuvas. Mudou”, lamenta Bastos.

Também na Terra Firme, outro morador relata à DW como é viver numa área da cidade com baixa cobertura vegetal: “Aqui tem o meu pai, minha mãe, meu irmão, minha tia. E basicamente tem dois ventiladores. É o que sustenta a gente no período do verão, na seca. É esse ventilador, tem outro lá no quarto, então são dois. Às vezes a gente recorre a deitar na lajota, que é onde está mais gelado. É essa estratégia que usamos, e o banho. Só que a aqui na nossa casa temos uma problema: o sol pega direto no banheiro, então não tem como escapar, porque a água está sempre quente”, conta Andrew Leal.

Chuvas mais intensas e alagamentos

Na mesma casa em que passa calor, Leal e a família enfrentam outro problema: o alagamento. A área em que vivem há cerca de 40 anos passou por uma obra recente de saneamento, que deixou as casas em um nível mais baixo que o da rua.

“A obra veio com essa promessa para a população de que iria, de fato, resolver o problema das inundações das casas. Porém eles subiram o nível da rua e deixaram todas as casas afundadas. Acabaram não resolvendo e criaram outro problema, porque as casas viraram verdadeiras piscinas”, critica Leal, que teve a casa alagada no dia 25 de dezembro após uma forte chuva na capital paraense.

Em nota, a Secretaria de Obras Públicas do governo do Pará disse à DW que ainda vai concluir a obra de saneamento e que vai direcionar o escoamento da água da chuva para os sistemas de drenagem.

A estiagem foi prolongada em Belém no ano passado. Mas o período chuvoso na cidade, que deveria ter começado entre outubro e novembro, começou apenas em meados de dezembro. No entanto, apesar do atraso, Leal diz perceber que as chuvas estão mais intensas.

Futuro infernal

Belém será o segundo centro urbano mais quente do mundo até 2050, de acordo com um estudo da ONG CarbonPlan em parceria com o jornal americano The Washington Post, divulgado em 2023. A projeção é de que a cidade terá até lá 222 dias de calor extremo ao ano.No início dos anos 2000, Belém tinha 50 dias anuais de calor extremo.

O climatologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), José Marengo, afirma que os “extremos estão virando mais extremos”, com o início da estação chuvosa mais tarde, e a estação de estiagem mais longa e mais quente.

“Mas para cenários mais futuros, como 2050, além de aumento das temperaturas e número de dias com ondas de calor, também se está prevendo reduções na precipitação na região leste da Amazônia, segundo vários modelos. Claro, isso não impede que, apesar de a precipitação estar diminuindo, ainda possamos ter dias com muita chuva, aquela que produz inundações”, explica Marengo.

Uma cidade mais resiliente até 2050?

A capital do Pará tenta melhorar a sua infraestrutura e se tornar mais resiliente para evitar um futuro climático infernal. A cidade, que vai sediar em novembro a próxima Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP30, realiza no momento mais de 30 obras estruturais, segundo o governo estadual. Só o governo federal está investindo mais de R$ 4 bilhões.

Além dos investimentos governamentais, a própria sociedade civil está engajada para evitar os prognósticos para 2050. A ativista Waleska Queiroz afirma que a pressão popular conseguiu aprovar no final de 2024 o primeiro Fórum Municipal sobre Mudanças Climáticas de Belém.

“Hoje é um fórum que integra pessoas das periferias, quilombolas, indígenas, para discutir as pautas climáticas e para construir também as políticas climáticas pensadas para Belém”, acrescenta.

Segundo o ex-coordenador do Fórum Climático de Belém e assessor especial da COP 30 Sérgio Brazão, o fórum será mantido pelas próximas gestões até 2050. “Ele não é um plano de um prefeito A, nem B, nem C; é um plano de todos os prefeitos que se sucederão na administração da cidade até 2050 e é fundamental que esse plano seja seguido”.

“É prioridade combater a injustiça climática que ocorre nas áreas de alagamento da cidade de Belém e combater de uma forma que traga arborização”, afirma Brazão

Apesar de todos os esforços na capital paraense, a pesquisadora Marlucia Martins afirma que “não há solução para Belém sem uma solução internacional, porque os efeitos climáticos são globais”. “Atmosfera não tem território, você não define, você define território na Terra, na atmosfera, não”, conclui.

QUAL É O MELHOR? LEITE DE VACA OU LEITE VEGETAL?

 

História de Redação – Revista Planeta

Será que bebidas produzidas com soja, amêndoa, arroz, ervilha ou castanha de caju são melhores para o meio ambiente e para a saúde?Com 75% da população global sendo intolerante à lactose e as preocupações com o meio ambiente em alta, os leites à base de plantas surgiram como uma alternativa viável aos produtos lácteos nos últimos anos. É um setor global de 20 bilhões de dólares (R$ 113,3 bilhões), com vendas que devem dobrar na próxima década.

As alternativas vegetais, constituem o maior segmento do mercado à base de plantas nos EUA, com vendas de 2,9 bilhões de dólares (R$ 16,4 bilhões) no ano passado. As bebidas à base de plantas representaram cerca de 15% do total das vendas de leite nos EUA, e quase metade dos lares do país comprou leite à base de plantas em 2023.

No entanto, em um estudo recente com 219 tipos de leites vegetais, cientistas do Centro de Coordenação de Nutrição da Universidade de Minnesota descobriram que eles oferecem menos benefícios nutricionais do que o leite de vaca. Incluindo menos cálcio e vitamina D.

Pegadas de carbono diferentes

Como a criação de gado está ligada ao desmatamento e às emissões de metano, o consumo de produtos lácteos também tem implicações ambientais e climáticas.

A média das emissões de gases de efeito estufa por litro associadas aos leites de soja, aveia, amêndoa, espelta, ervilha e coco é de 62% a 78% menor do que a do leite de vaca, segundo os autores de um estudo intitulado Dairy and Plant-Based Milks: Implications for Nutrition and Planetary Health (Leites de origem vegetal e lácteos: implicações para a nutrição e a saúde planetária).

Qual o melhor para o planeta e a saúde?

“É um pouco difícil responder à pergunta sobre qual é o melhor”, reconhece Brent Kim, pesquisador do Johns Hopkins Center for a Livable Future e um dos autores do estudo.

“Estamos nos referindo ao menor impacto na mudança climática? Falamos do leite mais nutritivo, o leite mais acessível ou talvez estejamos mais preocupados com a quantidade de água usada para produzir esse leite? Ou talvez com a quantidade de terras agrícolas que tiveram de ser ocupadas para produzir esse leite?”

O que está claro é que os alimentos à base de vegetais têm uma pegada de carbono muito menor, e isso não se refere apenas ao CO2.

Kim diz que, embora a embalagem e o transporte sejam responsáveis por algumas dessas emissões, grande parte dos gases de efeito estufa já é gerada antes de as plantações saírem da fazenda.

Compensações ambientais

Há diferentes compensações ambientais quando se trata de leites vegetais. Embora o leite de amêndoas esteja próximo ao leite de vaca no que diz respeito às emissões de gases de efeito estufa, a situação não é tão boa se levarmos em conta sua pegada hídrica. O leite de amêndoas é o leite vegetal mais vendido nos EUA, respondendo por três quartos das vendas totais.

Kim afirma que uma das melhores opções seria o leite feito de proteína de ervilha, por emitir menos gases de efeito estufa e ter bons níveis de proteína.

“E se estivermos preocupados com o uso de água, preocupação que devemos ter, o leite de ervilha tem uma dos menores consumos de água de todos os leites”, ressalta, acrescentando que o leite de soja também preenche todos esses requisitos. Embora alguns estudos tenham mostrado que a soja tem um impacto climático ligeiramente maior em comparação com a ervilha. Ele frisa que foram feitos mais estudos sobre o leite de soja, mas o veredicto ainda não foi dado. E o leite feito de proteína de ervilha ainda não está amplamente disponível.

Então, qual é o melhor leite para a saúde?

Com todas as marcas e tipos diferentes no mercado, é possível dizer qual é o melhor?

Isso é difícil, diz Abby Johnson, diretora associada do Centro de Coordenação de Nutrição da Universidade de Minnesota na Escola de Saúde Pública e principal autora do estudo que analisou mais de 200 leites vegetais diferentes.

“Há muita variedade. Cada leite vegetal, ao que parece, é formulado de forma diferente”, explica a especialista.

Os laticínios são considerados uma boa fonte de três dos cinco nutrientes importantes identificados nas Diretrizes Dietéticas dos EUA para 2020-2025: cálcio, potássio e vitamina D.

“A dieta do americano médio excede em muito a quantidade de proteína necessária para uma dieta saudável”, sublinha o pesquisador Brent Kim. Mas essa proteína extra dos laticínios é importante para alguns grupos.

“Especialmente para crianças em fase de crescimento, em áreas onde as pessoas têm dificuldade de ter uma variedade de alimentos, os laticínios são realmente importantes, porque fornecem uma boa quantidade de proteínas”, diz Becky Ramsing, profissional de nutrição de saúde pública e nutricionista do Johns Hopkins Center for a Livable Future.

“A aveia não é necessariamente um alimento rico em proteínas”, acrescenta. “E não se engane pensando também que o leite de amêndoas é rico em proteínas só porque é feito de nozes”.

“Na maneira como os leites são feitos, há muita água adicionada a eles, portanto, o teor de proteína é, na verdade, muito baixo”, conclui.

Leia o rótulo!

“Você não pode simplesmente escolher um leite vegetal da prateleira e presumir que ele se encaixará em um perfil. Cada pessoa é muito diferente”, diz Ramsing, lembrando ser importante ler o rótulo para descobrir o que há no produto.

Ramsing conta que ela mesma passou por isso quando descobriu que seu leite de soja favorito não era enriquecido com cálcio. E você pode se surpreender ao descobrir a quantidade de açúcar adicionado em alguns leites.

Obtendo todos os nutrientes do leite

Uma vantagem dos leites vegetais em relação ao leite de vaca é a fibra extra. Johnson diz que há alguns leites vegetais que fornecem mais de 10% do valor diário de fibras, enquanto o leite de vaca não tem nenhuma.

Por outro lado, o leite de vaca é rico em vitamina B2 ou riboflavina, que são importantes para o crescimento celular e a produção de energia, e o fósforo, que é importante para ossos e dentes.

“Mas você ainda pode beber leite vegetal se obtiver seus nutrientes em outro lugar”, diz Abby Johnson.

“Tenha uma dieta diversificada com muitas frutas e vegetais e você não precisará se preocupar com a deficiência de vitamina B2 ou de fósforo”, afirma.

“Os leites à base de plantas podem, com certeza, fazer parte de uma dieta saudável.”

COM PROBLEMAS FISCAIS O BRASIL E PERDE DINHEIRO NOVO VINDO DE FORA

 

História de ALEXA SALOMÃO – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Cético com a economia brasileira e preocupado com a saúde das empresas. Assim se define Daniel Wainstein, sócio-diretor na Seneca Evercore, líder em assessoria financeira independente, atuando em fusões e aquisições, mercados de capitais e reestruturação de dívidas. Com a experiência de quem olha negócios por dentro, Wainstein alerta que o segmento de médio porte está sofrendo.

“A gente está vendo é uma diminuição de tamanho das empresas, com um agravante de que não conseguem nem ajustar o quadro de pessoal de acordo com a necessidade”, afirma.

“Muitas das empresas que estão sem dinheiro em caixa não conseguem sequer demitir para se ajustar e ter um tamanho compatível. Socialmente, isso é bom, mas para empresa é uma bola de neve.”

Wainstein lamenta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha assumido uma postura reativa em relação ao ajuste fiscal, que considera a única saída para que o Banco Central interrompa a alta dos juros –e agora teme pelo pior.

“A nossa experiência é que, no Brasil, no ano anterior à eleição presidencial, já começam, infelizmente, as políticas de curtíssimo prazo.”

*Folha – O sr. atua com reestruturação, fusão e aquisição. Como definiria o momento para as empresas?*

*Daniel Wainstein -* Muitas empresas estão alavancadas. Se alavancaram ainda na época de juros baixos. Depois teve o pós-eleição e a crise de crédito por causa das Americanas. Veio, então, uma situação em que muitas contraíram dívidas, ainda mais caras, para rolar com fundos de special situations [que buscam acordos entre devedores e credores para reperfilamento da dívida]. Teve também a questão do crescimento. Quando é baixo significa que muitas empresas nem cresceram.

Nessa conjunção tem os juros. É o maior problema. Os juros não baixam, mas o faturamento cai. A empresa não consegue ter dinheiro para investir. Perde capacidade produtiva. O faturamento cai de novo. O que a gente está vendo é uma diminuição de tamanho das empresas com um agravante de que não conseguem nem ajustar o quadro de pessoal. Muitas que estão sem dinheiro em caixa não conseguem sequer demitir para se ajustar e ter um tamanho compatível. Socialmente, isso é bom, mas para empresa é uma bola de neve.

*Folha – Essa situação que o sr. descreve é generalizada ou alguns setores estão numa situação pior?*

*Daniel Wainstein -* Nunca é generalizado, e é muito difícil pontuar. Um mesmo setor, ao mesmo tempo, tem e não tem uma crise. O real estate [mercado imobiliário], parou para a classe média. Porém, o imobiliário para o Minha Casa, Minha Vida e para a alta renda está muito bem. O setor vive um momento incrível no Rio de Janeiro, mas não é assim na maioria dos estados.

O dá para dizer é que, de forma geral, empresas médias estão sofrendo. Setores que dependem de insumos internacionais, ou que vendem para quem depende também de insumos internacionais, ou o cara que já está muito alavancado e que não cresceu, o industrial que não tem uma diferenciação ou quem tem um cliente com problemas — esse grupo sente. Não surpreendentemente, a gente está com recorde de pedidos de RJ (recuperação judicial).

*Folha – São pouco mais de 2.000 pedidos de RJs. Isso é ruim, mas, em um universo com milhões de empresas, não é um número grande. O sr. diria que as empresas estão buscando alternativas antes da RJ?*

*Daniel Wainstein -* Sem dúvida. A RJ tem que ser a última alternativa. O impacto é disruptivo na empresa, nos seus clientes, no posicionamento de mercado, então a gente assessora nossos clientes de forma a tentar evitar uma RJ tradicional, e buscar caminhos de recuperação e reestruturação extrajudicial, inclusive com substituição de dívidas.

Os próprios credores estão cientes de que, se apertar muito, vai ter um nível de default tão alto hoje no Brasil, que o impacto negativo chegaria nos credores, inclusive nos grandes bancos. Então, existe espaço para negociar.

As empresas buscam soluções, e essa é uma mensagem importante. A questão é encontrar a melhor forma para sobreviver. Nesses momentos, quando todo mundo chora, tem o cara que fabrica lenço. Então, existe oportunidade para o fabricante de lenço.

*Folha – A expectativa, com esse ambiente, é termos uma reorganização empresarial, com mais fusões e aquisições?*

*Daniel Wainstein -* Sim, existem ilhas de excelência –e são essas empresas que têm uma oportunidade de consolidar mercado, e ser a solução para que não estão indo bem. Esses momentos acabam criando líderes, porque aqueles bem capitalizados, com gestão diferenciada e bem assessorados, conseguem ganhar market share e fazer o turnaround de empresas. Às vezes, não é nem comprar. É possível trazer um investidor ou um sócio e botar dinheiro na empresa. Esse tipo de transação tem tudo para continuar e até acelerar.

Dito isso, citaria setores como serviços financeiros. Em particular, no Brasil, continuam tendo uma revolução. Temos o enfraquecimento dos grandes bancos e o fortalecimento de empresas independentes -caso de gestões de patrimônio. Cada vez mais, empresas que não são associadas aos grandes bancos de crédito e conseguindo espaço entre as pessoas físicas que investem, seja de alta renda ou classe média.

Tem muito investidor querendo colocar dinheiro em empresas de energia renovável. Esse é um tipo de setor que, de certa forma, não é impactado pela questão microeconômica que a gente falou. A empresa pode estar queimando caixa, mas tem investidores dispostos a colocar dinheiro nesse tipo de empresa, de olho em um prazo mais longo do que o de outros setores.

*Folha – Há quem diga que, como Donald Trump vai reduzir o apoio a projetos verdes, o Brasil poderia atrair os investidores desse segmento. O sr. percebeu alguma migração do gênero?*

*Daniel Wainstein -* Pode ser que me surpreenda, mas eu não estou vendo. Eu acho que o Brasil é um problema, até diria, desconectado com o que acontece lá fora. O Brasil já foi afetado por crises externas, mas agora o problema é nosso. A maioria das captações hoje conta com investidores que já estão aqui. Dinheiro novo, vindo de fora, é muito pouco. O Brasil não é a bola da vez, e não vai ser enquanto a gente não mostrar que está limpando a nossa cozinha –tão simples quanto isso.

Os fundos falavam que a gente não era a bola da vez no governo passado porque ele não estava nem aí para a questão ecológica. Entrou um novo governo, e a gente tinha a esperança de ver aquele Lula, do primeiro mandato. Isso não se concretizou. Muitos investidores internacionais acreditaram nisso e perderam dinheiro aqui, com empresas que não estão indo bem e com a desvalorização cambial.

*Folha – O que falta no Lula desta vez?*

*Daniel Wainstein -* Disciplina fiscal e ouvir o mercado, nem que fosse um pouco -não colocar o mercado como sendo o inimigo dele. Ele não pode viver num mundo paralelo. Não tem como o governo gastar sem ter pressão inflacionária. Não tem como ter juros baixos se a pressão inflacionária está lá. Não tem como esperar que esse milagre aconteça. Em vez de melhorar a popularidade dele, está piorando.

O Lula viveu no primeiro mandato o oposto do que vemos hoje. O agronegócio e o preço das commodities batiam recordes. Ano passado foi de queda. Não dá para ter a mesma política. Não dá para tocar violino num baile funk. Ele precisa ajustar a expectativa em relação ao que consegue fazer nesse momento, quando o vento não é favorável como antes.

*Folha – O sr. tem uma longa experiência no mercado financeiro, e já pegou todo tipo de crise. Qual é o seu maior temor?*

*Daniel Wainstein -* Ao longo de décadas, a gente viu de tudo, e o Brasil é uma Fênix que sempre ressurge das cinzas. Mas o meu maior temor já está acontecendo -a manutenção da política expansionista de gastos do governo. Sem a devida responsabilidade fiscal, permanece a pressão sobre a inflação, e o Banco Central vai continuar aumentando a taxa de juros. É um cenário muito ruim para empresas já enfraquecidas. A gente pode entrar em novos patamares, como uma restrição maior de oferta de crédito.

Tem outra questão. A nossa experiência mostra que, no Brasil, no ano anterior à eleição presidencial, já começam, infelizmente, as políticas de curtíssimo prazo. Os índices de aprovação de Lula estão se deteriorando, e a contrapartida nesses momentos –espero que não seja, mas tende a ser — elevar o patamar [de gastos] ainda mais.

*Raio-X | Daniel Wainstein, 54*

Natural de Salvador (BA), tem graduação em economia pela USP (Universidade de São Paulo), MBA pela University of Rochester (EUA) e doutorado em Economia na Brown University (EUA). Atualmente, finaliza mestrado em neurociência e psicologia da saúde mental pela King’s College London (Inglaterra). Já trabalhou em Lehman Brothers e Goldman Sachs, sendo o primeiro sócio brasileiro da história do banco. Fundou a Seneca em 2013

COM A VOLTA DE NEYMAR O VALUATION DA MARCA SANTOS DEVE CRESCER MUITO

 

Por Junior Borneli, CEO da StartSe

 O Santos Futebol Clube anunciou a volta de Neymar. Isso, por si só, já é um grande evento midiático e de projeção. Mas será que trazer o craque de volta será um bom negócio, em termos financeiros?

Vamos tentar descobrir:

•             Quando chegou ao Paris Saint-Germain, cerca de 10 mil camisas foram vendidas num único dia. A projeção era de que até 1 milhão de camisas poderiam ser vendidas durante o tempo de contrato.

•             Neymar será mais do que um jogador do Santos, ele será uma “atração” do futebol brasileiro e vai arrastar torcedores para os estádios. O problema é que a Vila Belmiro, casa do Santos, só comporta 20 mil torcedores.

•             Mesmo antes de anunciar Neymar oficialmente, cerca de 9 mil novos sócios se filiaram ao Santos Futebol Clube. Isso aconteceu apenas com o “boato” da vinda de Neymar. Então, esse número pode crescer mais (algumas modalidades de associação já esgotaram).

•             O Santos terá maior poder de negociação pelos direitos de transmissão dos seus jogos. Isso se já não tiver se comprometido com antecipação dessas receitas, coisa comum no futebol brasileiro.

•             O “valuation” da marca Santos deve crescer muito. Em 2023 essa marca valia R$ 356 milhões, de acordo com a consultoria Sports Value. Estima-se um crescimento de 20% a 30% no valor da marca.

•             Os contratos de patrocínio da camisa do Santos e áreas de estádio serão muito valorizadas e isso pode trazer mais receita para o clube. É uma causa direta ao ter um craque dessa envergadura.

•             Ter Neymar no time ajuda a trazer jovens talentos para as categorias de base. Todo mundo quer ficar perto do craque brasileiro, que é o ídolo da geração mais nova. Ou seja, potencial de ganho futuro.

•             Caso Neymar consiga manter uma regularidade de jogos, ele fará a diferença no futebol brasileiro. Com ele em campo, as chances do Santos ter bons resultados e, por consequência, boas premiações, é alta.

•             Neymar tem 228 milhões de seguidores só no Instagram. Cada post dele com a camisa do Santos vai fazer com que a imagem do clube circule pelo mundo todo, como nunca antes na história.

Ou seja, a vinda de Neymar para o Santos tem tudo para ser um excelente negócio, do ponto de vista financeiro. É difícil imaginar um cenário onde um craque do tamanho de Neymar não traga retorno.

Com ele, o Santos vai vender muita camisa, vai lotar muito estádio, vai trazer muitos novos sócios, vai subir a receita com sua visibilidade e patrocínios e ainda pode ganhar títulos, que pagam bons prêmios.

COMO DEVEM SER OS PARCEIROS NOS NEGÓCIOS

Moysés Peruhype Carlech – Founder da Valeon

“Parceiros chegam de várias formas. Se juntam por diferentes motivos”.

Eu sei, é clichê, rss. E se a frase fosse minha eu acrescentaria: “O que eles tem em comum é o fato de acreditarem no que nós acreditamos”.

Parceria é a arte de administrar conflitos de interesses e conexões de interesses, visando resultados benéficos para ambas as empresas”.

É por isso que eu costumo comparar parceria com casamento. Quem é casado sabe que administrar conflitos é fundamental para ambos terem resultados nessa aliança.

Assim como no casamento, o parceiro não precisa ser igual a nós, mas tem que ter o nosso ‘jeitão’! Nas parcerias eu defendo que o parceiro precisa ter o DNA de inovação, a inquietude pra sair da zona de conforto e uma preocupação muito grande com o cliente, não apenas no discurso, mas na prática. É claro que no processo de análise do possível parceiro, nós avaliamos o potencial financeiro e de escala da aliança, a estrutura e o tamanho da empresa. Mas, tem um fator humano que não pode ser desconsiderado, já que empresas são, na sua essência, pessoas. É por isso, que normalmente, os parceiros   são empresas formadas por pessoas do bem, pessoas com propósito, que tem tanto o caráter quanto a lealdade de continuar de mãos dadas, mesmo nos momentos mais difíceis. É como um casamento mesmo!

É importante também que os parceiros tenham know how e competências complementares, que potencializem nossas fragilidades e deem mais peso aos nossos pontos fortes. E como eu acredito que o primeiro approach de uma boa parceria acontece no plano humano (onde existe emoção), e não no corporativo, eu gosto muito da histórica da parceria entre Steve Jobs Steve Wozniak. Os dois Steves tornaram-se amigos durante um emprego de verão em 1970. Woz estava ocupado construindo um computador e Jobs viu o potencial para vendê-lo. Em uma entrevista de 2006 ao Seattle Times, Woz, explicou:

“Eu só estava fazendo algo em que era muito bom, e a única coisa que eu era bom acabou por ser a coisa que ia mudar o mundo… Steve (Jobs) pensava muito além. Quando eu projetava coisas boas, às vezes ele dizia: ‘Nós podemos vender isso’. E nós vendíamos mesmo. Ele estava pensando em como criar uma empresa, mas talvez ele estivesse mesmo pensando: ‘Como eu posso mudar o mundo?’”.

Por que essa parceria deu certo? Habilidades e competências complementares.

As habilidades técnicas de Woz juntamente com a visão de Jobs fizeram dos dois a parceria perfeita nos negócios.

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sábado, 1 de fevereiro de 2025

AMAZÔNIA E CERRADO MUITO DESMATAMENTO E POUCAS PUNIÇÕES E INDINIZAÇÕES

 

História de IstoÉ News

Pará, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas concentraram 98% das ações e uma taxa equivalente (97%) das sentenças emitidas até dezembro de 2023. Amapá é o único estado sem casos julgados

Pará, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas concentraram 98% das ações e uma taxa equivalente (97%) das sentenças emitidas até dezembro de 2023. Amapá é o único estado sem casos julgados

Conclusão é da ONG Imazon, que analisou mais de 3 mil ações judiciais propostas pelo Ministério Público Federal entre 2017 e 2020. Dos mais de R$ 4,6 bi pedidos, apenas R$ 652,3 mil foram de fato quitados.Identificar os desmatadores da Amazônia e garantir que eles paguem pelo crime ambiental ainda é um desafio no Brasil. Até mesmo quando as denúncias avançam e são acolhidas pela Justiça, o pagamento das indenizações é demorado e nem sempre esse dinheiro é aplicado na recuperação do bioma destruído.

A conclusão é de um estudo que acompanhou o destino de 3.551 ações do Ministério Público Federal (MPF) entre 2017 e 2020 que pediam mais de R$ 4,6 bilhões em sanções. Os procuradores tentavam punir os responsáveis pela perda de uma área de vegetação nativa de cerca de 2.650 quilômetros quadrados, mais que o dobro do tamanho da cidade do Rio de Janeiro.

“O sistema judiciário ainda sofre com a lentidão, mas identificamos alguns avanços específicos”, avalia Brenda Brito, pesquisadora do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), organização não governamental responsável pela análise publicada nesta sexta-feira (31/01).

Segundo o levantamento, 2.028 das 3.551 ações analisadas, 57% do total, haviam sido julgadas até dezembro de 2023. Mas apenas 695 casos receberam algum tipo de punição, considerando as decisões após o julgamento de recursos e os acordos firmados como Termos de Ajustamento de Conduta (TACs).

Brito, porém, ressalta que o número de condenações aumentou desde outubro de 2020, algo que ela considera positivo. “A gente vê mais casos procedentes [quando juízes ou tribunais aceitam pelo menos um dos pedidos do MPF] e tem muitos recursos de ações que ainda serão julgados e podem ser revertidas em sentenças”, afirma.

Tecnologia contra o desmatamento

A análise do Imazon foca exclusivamente nos resultados do programa Amazônia Protege, uma iniciativa inovadora lançada em 2017 pelo MPF. Procuradores usaram imagens de satélite e informações de banco de dados oficiais de imóveis para propor ações civis públicas contra desmatadores ilegais de forma remota, sem precisarem ir a campo. Foram consultados sistemas como o Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Cadastro Ambiental Rural (CAR), o Sistema de Gestão Fundiária (Sigef) e informações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Nem sempre o cruzamento de dados públicos é suficiente para localizar o dono da terra. Nesses casos, o MPF entra com uma ação contra pessoas não identificadas, os chamados réus incertos, e pede ao juiz a publicação de um edital com informações sobre o local desmatado na tentativa de encontrar os responsáveis.

Ainda que os responsáveis não sejam identificados, ações desse tipo podem levar a Justiça a embargar a área desmatada e proibir que seja feito qualquer uso econômico dela.

De todos os processos que tiveram alguma sentença (2.028), 40% eram de réus incertos, aponta o levantamento do Imazon. “A maioria dos processos são com réus identificados, o que é um avanço graças a esse cruzamento de dados que o MPF faz”, analisa Brito.

Poucos pagam

Pará, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas concentraram 98% das ações e uma taxa equivalente (97%) das sentenças emitidas até dezembro de 2023. Dos outros estados da Amazônia Legal, o Amapá é o único que ainda não teve casos julgados.

A maior quantidade de sentenças não representa necessariamente sucesso na punição. As três comarcas que lideram o número de processos – Porto Velho (RO), Manaus (AM) e Juína (MT) – são também as que mais têm sentenças que extinguiram as ações sem responsabilização.

O pagamento das indenizações estipuladas nas sentenças, mostra o estudo do Imazon, ainda é baixo. Das 695 contabilizadas no período, que incluem as procedentes após julgamento de recursos (640) e TACs firmados (55), apenas 37 foram pagas – o equivalente a 5%. Em valor monetário, as dívidas quitadas representam R$ 652,3 mil.

“Digamos que este é o novo desafio do programa: fazer com que efetivamente as sentenças sejam executadas. É uma nova fase do sistema”, comenta Brito.

Em 552 casos houve obrigação de recuperação da área desmatada com a exigência de um Plano de Recuperação de Área Degradada ou Projeto de Reflorestamento. Um exemplo vem da comarca de Vilhena, em Rondônia: por meio de um acordo firmado entre o réu e o MPF, o desmatador teve que recuperar a área e pagar R$ 50 mil de indenização.

“O recurso foi destinado a um projeto socioambiental na localidade, organizado por uma cooperativa indígena e voltado às atividades de manejo florestal sustentável, piscicultura, ecoturismo e agricultura familiar”, citam os pesquisadores. O caso, destacado pelo Imazon como um bom exemplo, foi acompanhado pelo MPF.

Evolução do sistema de Justiça

A primeira avaliação sobre os resultados do Amazônia Protege publicada pelo Imazon, em 2022, identificou uma certa resistência de juízes aos novos métodos empregados pelo MPF. Das 650 sentenças avaliadas à época, 78% delas decidiram pela extinção dos processos sem julgamento de mérito (506 casos). A maioria dessas ações tinham sido propostas contra réus incertos. A situação começou a mudar depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou válidos os processos de réus incertos.

“No início dos julgamentos houve muitos casos de extinção porque os juízes estavam resistentes a essa estratégia de usar imagens remotas e do réu incerto. Mas a gente percebeu neste segundo estudo que o cenário começou a se modificar”, avalia Brito.

O que pode melhorar

Para que a punição e o combate ao desmatamento avance, os pesquisadores do Imazon sugerem que o Judiciário brasileiro se prepare para avaliar esta nova forma de responsabilizar quem pratica o delito.

“O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) precisa ampliar a disseminação e organizar treinamentos sobre o protocolo para julgamento de ações ambientais de 2023, que aborda parâmetros para uso das provas produzidas exclusivamente por sensoriamento remoto ou obtidas por satélite”, sugere o estudo.

Outra recomendação é destinar o dinheiro arrecadado com as indenizações para a reparação exclusivamente na Amazônia por meio de instituições públicas ou privadas sem fins lucrativos. Além disso, os órgãos responsáveis também precisam melhorar a forma como determinam a restauração das áreas desmatadas e a fiscalização dessa obrigação.

Os 3.551 processos analisados pelo Imazon foram ingressados pelo MPF nas fases 1, 2 e 3 do Amazônia Protege. Entre 2021 e 2023, não foram propostas novas ações. No ano passado, o MPF iniciou a fase 4 do projeto e entrou com 193 novas ações contra desmatadores ilegais.

JUSTIÇA ELEITORAL PUNE DISCURSO DE PARLAMENTAR E QUE NÃO É FUNÇÃO DELA

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) cassou o mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e a condenou à inelegibilidade por oito anos. Em sessão realizada no dia 30 passado, o TRE-SP concluiu, por 5 votos a 2, que a parlamentar cometeu “abuso de poder político” e “uso indevido dos meios de comunicação” ao disseminar suspeitas sobre as urnas eletrônicas, um discurso superado até entre alguns bolsonaristas. Nem por isso a decisão, da qual cabe recurso, deixa de ser abusiva. A Corte Eleitoral extrapolou seus limites de atuação e, como se isso não bastasse, afrontou a vontade dos milhares de paulistas que, em 2022, votaram em Zambelli como sua representante na Câmara dos Deputados.

A competência da Justiça Eleitoral é muito bem definida. Basicamente, cabe a esse ramo do Poder Judiciário garantir a lisura das eleições, assegurando que os cidadãos possam exercer em paz e segurança seu direito-dever de votar e, ademais, que todos os candidatos possam competir em igualdade de condições. Entretanto, de uns anos para cá, alguns juízes eleitorais, inclusive com assento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), têm se arvorado em fiscais de discurso político, ora interpretando de forma expansiva a legislação eleitoral, ora inventando crimes que não estão previstos em lei, como “desinformação”.

Uma Justiça que deveria se orientar pela objetividade e pelo princípio da intervenção mínima – in dubio pro sufragio – tem agido de forma cada vez mais subjetiva, como se lhe coubesse tutelar os eleitores, como se estes formassem uma massa de incapazes de decidir por si mesmos conforme suas afinidades político-ideológicas e a partir das informações de que dispõem para definir seus votos. A cassação de Zambelli é mais um caso que se insere nesse lamentável rol de abusos da Justiça Eleitoral.

Que fique claro: para este jornal, a sra. Carla Zambelli é uma deputada desqualificada para o exercício da representação parlamentar à luz de suas palavras e ações frontalmente contrárias aos princípios liberais democráticos que o Estadão defende. Contudo, seu comportamento por vezes leviano, ofensivo e violento não é um problema deste jornal nem tampouco da Justiça Eleitoral; é um problema dos 946.244 eleitores paulistas que sufragaram o número da parlamentar nas urnas na eleição geral passada.

O mandato popular tem de ser rigorosamente respeitado em uma democracia que se pretende séria, tanto pelo mandatário como por aqueles que detêm o poder de cassar sua representação política. A vontade dos eleitores manifestada nas urnas é sagrada, passível de ser subvertida somente quando houver provas irrefutáveis de abusos e crimes cometidos por seus representantes. Não parece ser o caso envolvendo a parlamentar paulista.

O desembargador José Antonio Encinas Manfré, relator da ação contra Zambelli, afirmou em seu voto que “não é demasiado se reconhecer que as condutas da representada alcançaram repercussão e gravidade aptas a influenciar a vontade livre e consciente do eleitor e em prejuízo da isonomia da disputa eleitoral”. Ora, “aptas a influenciar” não significa que influenciaram. Logo, deveriam constar dos autos as provas desse suposto nexo causal entre os vídeos publicados por Zambelli, nos quais ela dissemina suspeitas sobre a segurança das urnas eletrônicas em Itapeva (SP), e a repercussão dessas postagens no resultado do pleito, o que não restou demonstrado. A juíza Maria Cláudia Bedotti, primeira a divergir do relator, sustentou, com razão, que “é essencial que se analise o número de programas veiculados, o período da veiculação, o teor deles e outras circunstâncias relevantes que evidenciem a gravidade da conduta”.

É evidente que, diante de casos comprovados de abuso de poder político ou econômico, além de crimes eleitorais, a Justiça Eleitoral não só pode, como deve intervir. Mas espanta a facilidade com que a vontade dos eleitores tem sido subvertida por decisões judiciais parcamente fundamentadas e que mal escondem um vezo moralista. Assim, não se pode condenar quem veja a Justiça Eleitoral como um instrumento de perseguição política.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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