terça-feira, 21 de janeiro de 2025

TIK TOK VOLTA A SER LIBERADO NOS EUA COM A POSSE DE TRUMP

 

1 d • 6 minutos de leitura – Jornal Estadão

TikTok afirmou neste domingo, 19, que estava restaurando o serviço para os usuários nos Estados Unidos, após a popular plataforma de compartilhamento de vídeos ter ficado fora do ar desde sábado por uma proibição federal. A mudança ocorrreu depois que o presidente eleito, Donald Trump, disse que tentaria retomar o serviço por meio de uma ordem executiva em seu primeiro dia no cargo.

Trump declarou que planejava emitir a ordem para dar à empresa-mãe do TikTok, sediada na China, mais tempo para encontrar um comprador aprovado antes que a plataforma fosse sujeita a uma proibição permanente nos EUA. Trump anunciou a medida em sua conta na Truth Social (rede social que ele criou).

O Google e a Apple removeram o aplicativo de suas lojas digitais para cumprir a lei, que exigia que o fizessem caso a empresa-mãe do TikTok, ByteDance, não vendesse suas operações nos EUA até este domingo. A lei, aprovada com amplo apoio bipartidário em abril, previa multas severas em caso de não cumprimento.

Americanas fazem protesto em frente à Suprema Corte americana contra a suspensão do TikTok Foto: Jacquelyn Martin/AP

Americanas fazem protesto em frente à Suprema Corte americana contra a suspensão do TikTok Foto: Jacquelyn Martin/AP

A empresa que administra o TikTok disse em uma postagem no X que o comunicado de Trump forneceu “a clareza e a garantia necessárias aos nossos provedores de serviço de que não enfrentarão penalidades por oferecer o TikTok a mais de 170 milhões de americanos”.

Pouco depois da declaração do TikTok, alguns usuários relataram que o aplicativo voltou a funcionar, e o site do TikTok parecia estar operando para pelo menos parte dos usuários. No entanto, mesmo com o TikTok voltando gradualmente, ele permaneceu indisponível para download nas lojas de aplicativos da Apple e do Google.Vídeo relacionado: Trump quer dividir propriedade do TikTok, que vai restabelecer serviço nos EUA após suspensão (AFP)

A lei, que entrou em vigor neste domingo, exigia que a ByteDance cortasse os laços com as operações dos EUA devido a preocupações de segurança nacional relacionadas às origens chinesas do aplicativo.

Contudo, o estatuto dava ao presidente em exercício autoridade para conceder uma extensão de 90 dias caso uma venda viável estivesse em andamento. Embora alguns investidores tenham feito ofertas, a ByteDance declarou anteriormente que não venderia a operação americana.

Em sua postagem no domingo, Trump afirmou que “gostaria que os Estados Unidos tivessem uma participação de 50% em uma joint venture”, embora não estivesse claro de imediato se ele se referia ao governo ou a uma empresa americana.

Trump disse que sua ordem iria “estender o prazo antes que as proibições da lei entrem em vigor” e “confirmar que não haverá responsabilidade para qualquer empresa que ajudou a manter o TikTok ativo antes da minha ordem”. “Os americanos merecem assistir à nossa emocionante posse na segunda-feira, assim como outros eventos e conversas”, escreveu Trump.

A disponibilidade intermitente do TikTok ocorreu após a Suprema Corte dos EUA determinar, em uma decisão unânime na sexta-feira, que o risco à segurança nacional representado pelos laços do TikTok com a China superava as preocupações sobre a limitação da liberdade de expressão do aplicativo ou de seus milhões de usuários nos Estados Unidos.

Quando os usuários do TikTok nos EUA tentaram assistir ou postar vídeos na plataforma na noite de sábado, eles viram uma mensagem sob o título: “Desculpe, o TikTok não está disponível no momento”. “Uma lei proibindo o TikTok foi promulgada nos EUA,” informava a mensagem aos usuários que abriram o aplicativo e tentaram navegar pelos vídeos. “Infelizmente, isso significa que você não pode usar o TikTok por enquanto.”

A interrupção no serviço, implementada pelo TikTok com algumas horas de antecedência, pegou a maioria dos usuários de surpresa. Especialistas haviam dito que a lei, conforme redigida, não exigia que o TikTok retirasse sua plataforma do ar, mas apenas que as lojas de aplicativos o removessem. Esperava-se que os usuários existentes continuassem a ter acesso aos vídeos até que o aplicativo parasse de funcionar devido à falta de atualizações.

“A comunidade no TikTok é única, então é estranho não ter mais isso”, disse a criadora de conteúdo Tiffany Watson, de 20 anos, no domingo. Watson afirmou que estava em negação sobre o fechamento iminente e, com o tempo livre, planeja se concentrar em fortalecer sua presença no Instagram e no YouTube. “Ainda há pessoas que querem conteúdo de beleza”, disse Watson.

O aplicativo da empresa também foi removido na noite de sábado de lojas de aplicativos importantes, incluindo as operadas pela Apple e pelo Google. A Apple informou aos clientes que também havia removido outros aplicativos desenvolvidos pela empresa-mãe do TikTok, incluindo um que alguns influenciadores de mídia social haviam promovido como uma alternativa.

“A Apple é obrigada a seguir as leis nas jurisdições onde opera”, disse a empresa. O plano de Trump de emitir uma ordem executiva para poupar o TikTok em seu primeiro dia no cargo reflete o momento coincidente da proibição e a mistura incomum de considerações políticas em torno de uma plataforma de mídia social que ganhou popularidade inicialmente com vídeos muitas vezes engraçados de danças e clipes musicais.

Durante seu primeiro mandato na Casa Branca, Trump emitiu ordens executivas em 2020 proibindo o TikTok e o aplicativo de mensagens chinês WeChat, medidas que foram posteriormente bloqueadas pelos tribunais. No entanto, quando o impulso para uma proibição surgiu no Congresso no ano passado, ele se opôs à legislação. Desde então, Trump atribuiu ao TikTok o mérito de ajudá-lo a ganhar apoio de jovens eleitores na eleição presidencial do ano passado.

Apesar de ter desempenhado seu papel na implementação da proibição em todo o país, o governo Biden destacou nos últimos dias que não pretendia implementar ou aplicar a proibição antes que Trump assumisse o cargo na segunda-feira. Nos nove meses desde que o Congresso aprovou a lei de venda ou proibição, nenhum comprador claro surgiu, e a ByteDance declarou publicamente que não venderia o TikTok. No entanto, Trump afirmou que esperava que seu governo pudesse facilitar um acordo para “salvar” o aplicativo.

O CEO do TikTok, Shou Chew, deve comparecer à posse de Trump com um assento privilegiado. Chew postou um vídeo no final da noite de sábado agradecendo a Trump por seu compromisso em trabalhar com a empresa para manter o aplicativo disponível nos EUA e por “defender firmemente a Primeira Emenda e se opor à censura arbitrária”.

O escolhido de Trump para conselheiro de segurança nacional, Michael Waltz, disse à CBS News no domingo que o presidente eleito discutiu o apagão do TikTok nos EUA durante uma ligação no fim de semana com o presidente chinês Xi Jinping, “e eles concordaram em trabalhar juntos sobre isso”.

No sábado, a startup de inteligência artificial Perplexity AI apresentou uma proposta à ByteDance para criar uma nova entidade que combine a Perplexity com os negócios do TikTok nos EUA, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto. A Perplexity não está pedindo para adquirir o algoritmo da ByteDance que alimenta os vídeos do TikTok com base nos interesses dos usuários e tornou a plataforma um fenômeno.

Outros investidores também demonstraram interesse no TikTok. Kevin O’Leary, estrela do programa “Shark Tank”, disse recentemente que um consórcio de investidores, incluindo ele e o bilionário Frank McCourt, ofereceu US$ 20 bilhões em dinheiro à ByteDance. O ex-secretário do Tesouro de Trump, Steven Mnuchin, também afirmou no ano passado que estava formando um grupo de investidores para comprar o TikTok.

Em Washington, legisladores e autoridades do governo há muito levantam preocupações sobre o TikTok, alertando que o algoritmo que determina o que os usuários veem é vulnerável a manipulações por parte das autoridades chinesas. No entanto, até o momento, os EUA não apresentaram publicamente evidências de que o TikTok tenha entregue dados de usuários às autoridades chinesas ou manipulado seu algoritmo para beneficiar interesses chineses./AP

PEC DA MUDANÇA DE IDADE PARA CANDIDATAR À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA E OUTROS CARGOS

 

História de Juliano Galisi – Jornal Estadão

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) defendeu neste sábado, 18, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) sugerida por um aliado que, se aprovada pelo Congresso, pode beneficiá-lo nas eleições de 2026. A Constituição, hoje, estipula 35 anos como idade mínima para assumir os cargos de presidente, vice-presidente e senador. O projeto do deputado federal Eros Biondini (PL-MG), que está em fase de coleta de assinaturas para ser protocolado na Câmara, reduz a exigência de idade dessas funções para 30 anos.

Segundo a justificativa apresentada por Biondini, a proposta “visa promover maior inclusão e participação de jovens na política e em posições de liderança”. “O cenário atual ainda limita a representatividade jovem em cargos decisórios, o que pode causar um distanciamento entre os representantes eleitos e as demandas das novas gerações”, diz o

parlamentar.Nikolas Ferreira (PL-MG), deputado federal Foto: Nikolas Ferreira via Facebook

Nikolas Ferreira (PL-MG), deputado federal Foto: Nikolas Ferreira via Facebook

No X (antigo Twitter), Nikolas Ferreira relembrou que PECs não precisam de sanção presidencial após aprovação na Câmara e no Senado para entrarem em vigor. O deputado completa 30 anos em maio.

O projeto de Eros Biondini também reduz as idades mínimas para assumir outros cargos eletivos. Os atuais 30 anos exigidos para ser governador ou vice-governador passariam para 28, enquanto o mínimo de 21 anos para ser deputado federal, deputado estadual (ou distrital), prefeito e vice-prefeito passaria a ser de 20 anos.

Eros Biondini é pai da deputada estadual de Minas Gerais Chiara Biondini (PP). No momento em que concorreu ao cargo nas eleições de 2022, Chiara tinha 20 anos. Enquanto os demais eleitos assumiram o mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em 1º de fevereiro de 2023, Chiara tomou posse em 22 de fevereiro, no dia em que completou 21 anos. A mudança foi possível pois o Regimento Interno da Assembleia mineira permite a posse em até 30 dias a partir da primeira reunião da Casa.

Ao Estadão, Biondini admite a inspiração do projeto em seu colega de partido e bancada estadual, mas afirma que já defendia o “protagonismo dos jovens” na política. “Eu já tinha esse pensamento, avaliando a realidade da política no Brasil e a necessidade de atualização da legislação em função do protagonismo dos jovens. O fenômeno da repercussão e resultado do vídeo do Nikolas nos últimos dias só veio confirmar essa visão.”

Nikolas publicou nesta semana um vídeo com críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à portaria da Receita Federal, posteriormente revogada, que ampliava o monitoramento de transações financeiras via Pix e cartão de crédito. A publicação viralizou e acumula mais de 315 milhões de visualizações.

O alcance do vídeo fez do mineiro o segundo político brasileiro mais seguido no Instagram, superando Lula. Interlocutores do Planalto admitiram à Coluna do Estadão que o viral de Nikolas foi o principal fator da crise que levou à revogação da norma.

A PEC de Eros Biondini ainda não está em tramitação na Câmara. PECs precisam de assinaturas de ao menos 171 deputados federais para serem pautadas na Casa. Biondini diz que ainda iniciará os contatos com parlamentares da oposição ao governo Lula, “mas a aceitação está ótima”.

A expectativa é que o texto atinja as assinaturas necessárias até o dia 2 de fevereiro, retorno do recesso parlamentar. Protocolada a proposta, o primeiro passo da PEC seria a discussão na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.

“O nome do PL para a Presidência da República é Bolsonaro, mas em uma eventual situação de inelegibilidade, o que achamos absurdo, o Nikolas poderá ser o nosso nome para presidente do Brasil”, afirma Eros Biondini.

Entre os cotados da direita para disputar a Presidência em 2026, aparecem nomes como os dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), São Paulo, e Ronaldo Caiado (União)

7 total views , 7 views today

Edit

MORTE DE LÉO BATISTA ÍCONE DO JORNALISMO BRASILEIRO

 

História de Bruno Accorsi – Jornal Estadão

Morreu neste domingo, aos 92 anos, o apresentador, locutor e dublador João Baptista Belinaso Neto, conhecido apenas como Léo Batista, nome mais recentemente lembrado por aparições no Globo Esporte, mas que passou também por muitos dos principais programas da TV Globo, como o Fantástico, o Jornal Nacional e o Jornal Hoje.

Até ser internado no hospital Rios D’or, em Jacarepaguá, com um tumor no pâncreas, o ícone do jornalismo, chamado de “A Voz Marcante”, continuava trabalhando para emissora na qual contribuiu com seus serviços por 55 anos. Viúvo, foi casado com Leyla Chavantes Belinaso, a Dona Leila, que morreu aos 84 anos, em 2022.

Léo Batista tinha 55 anos de serviços prestados à Globo. Foto: Divulgação/Globo

Léo Batista tinha 55 anos de serviços prestados à Globo. Foto: Divulgação/Globo

Inquieto, não imaginava uma vida em que não podia exercer o seu trabalho, pensamento que ficava bem claro aos que cruzavam seu caminho nos corredores e camarins da Globo. “Eu acho que se ele sair do ar ele morre”, diz Alex Escobar em depoimento à série “A Voz Marcante”, que conta a história de Leo e é dirigido por Kizzy Magalhães. Até o meio de 2024, o nonagenário ainda comandava um quadro dentro do Globo Esporte e ia duas vezes por semana à sede da emissora.Vídeo relacionado: Léo Batista, A Voz Marcante Do Jornalismo Esportivo, Morre Aos 92 Anos (unbranded – Sport Portuguese

“Eu vou fazer 92 anos agora em julho, sendo 76 deles dedicados ao jornalismo, e continuo gostando muito do que faço”, disse Seu Léo, como é chamado nos corredores da Globo, ao Estadão, na época do lançamento do documentário.

“Sigo trabalhando porque a TV permite que eu continue ativo no esporte. Enquanto eles permitirem e eu tiver essa vitalidade, vou seguindo. Quero continuar fazendo isso. Não sei quanto tempo Deus ainda vai me dar de vida, mas eu estou muito bem de saúde e quero continuar fazendo o que me dá prazer.”

Batista começou sua trajetória como locutor do serviço de alto-falante de uma praça em Cordeirópolis, no interior de São Paulo, passando pela “era de ouro” do rádio, ao risco de se aventurar na televisão, na época em que o meio de comunicação havia acabado de surgir e ainda era um caminho incerto e questionado. Na telinha, se firmou como um dos principais nomes do jornalismo da Globo.

Enquanto trabalhava em Cordeirópolis, foi notado pelo ex-deputado Domingos Lot Neto, então dono da recém-inaugurada Rádio Clube de Birigui, veículo no qual passou a trabalhar. Mais tarde, trabalhou no Rádio Difusora de Piracicaba e narrou muitos jogos do XV. Mesmo atuando em um veículo do interior, cobriu a Copa do Mundo de 1950 no Rio, para onde se mudaria em 1953, contratado pela Rádio Globo.

No comando do programa o Globo no Ar, foi a primeira voz a noticiar o suicídio do presidente Getúlio Vargas, em 1954. Um ano depois, o espírito desbravador o levou a se aventurar na televisão, que ainda dava seus primeiros passos. Entrou para a TV Rio e apresentou o Telejornal Pirelli, concorrente do poderoso Repórter Esso, da TV Tupi.

Leo Batista continuou na mesma emissora até 1970, quando foi chamado para fazer parte da cobertura da Copa do Mundo pela Globo, a pedido de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, então chefe de direção de programação e produção da emissora.

No ano seguinte, a “Voz Marcante” já apresentava a primeira edição do Jornal Hoje. Também foi o primeiro apresentador do Esporte Espetacular, em 1973, e do Globo Esporte, 1978, programas dos quais foi criador. Esteve na primeira edição do Fantástico, apresentando os gols da rodada e interagindo com a famosa Zebrinha na hora de noticiar os resultados da loteria esportiva. Também chegou a apresentar edições do Jornal Nacional, ao lado de Cid Moreira.

Assim como no rádio, participou de coberturas marcantes depois que foi para a televisão, especialmente no esporte. Na soma das duas áreas, trabalhou em 13 Copas do Mundo e 13 Jogos Olímpicos. Foi ele quem entrou nos plantões sobre a morte de Ayrton Senna, em contato com o repórter Roberto Cabrini, que estava na Itália, e para noticiar o acidente que tirou a vida de Princesa Diana.

“Na verdade, eu tive foi sorte de estar na hora certa e no lugar certo em todos esses momentos”, disse Léo Batista ao Estadão. “Não sei se a palavra correta é emocionado, mas com certeza tem um misto de emoção com orgulho de ter feito parte disso tudo. Esse orgulho, na verdade, é por poder estar inserido na história, por ter sido a voz de fatos importantes e que marcaram a vida de muita gente. Agora, ao mesmo tempo, também noticiei alguns fatos tristes, como as mortes do Getúlio Vargas, do Ayrton Senna e da Princesa Diana, por exemplo.”

Além do amplo trabalho como comunicador, Léo Batista se dedicou a ofícios como o canto, as artes plásticas, a comédia e a literatura. Também foi dublador e marcou uma geração como narrador dos desenhos animados dos heróis da Marvel na década de 1960.

TENTATIVA DE GOLPE É INFUNDADA E GENÉRICA

 

História de Gabriela Prado – CNN Brasil

Indiciamento por tentativa de golpe é "infundado e genérico", diz general

Indiciamento por tentativa de golpe é “infundado e genérico”, diz general

A defesa do general Estevam Theophilo afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (20), que o indiciamento do militar é “infundado e genérico”. Os advogados pedem novas diligências com os ex-comandantes do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes e general Júlio Cesar de Arruda. Na manifestação, o advogado afirma que o relatório final da Polícia Federal (PF) não apresentou “uma única prova que possa ancorar tão gravosas imputações”. Os investigadores afirmam que Theophilo concordou com o golpe de Estado, em uma reunião em 9 de dezembro de 2022. A defesa nega a anuência do militar com a intentona golpista e diz que o general foi ao Palácio da Alvorada com carro oficial e atendendo a um pedido superior. De acordo com o advogado, o militar “jamais poderia ter anuído com suposto ato golpista na sua reunião ocorrida dia 09 de dezembro 2022, não apenas porque o ex-presidente nada lhe propôs ou expôs de plano com intuito ou conteúdo golpista, visto que limitou-se a declinar lamúria, mas também porque, se hipoteticamente fosse verdade a gravosa alegação policial, teria o mesmo sido prontamente provido em outro cargo na Força que pudesse levar adiante os ímpetos descritos pela PF”. O documento justifica que, como a PF aponta que o comandante do Exército General Marco Antonio Freire Gomes foi contra o golpe, o general Theophilo não poderia ter feito mobilização. A manifestação cita que o militar foi mantido no Comando de Operações Terrestres (COTER), pelo próprio comandante do Exército, já no governo Lula. “Conforme demonstrado os testemunhos escritos dos ex-comandantes do Exército Brasileiro, e ainda do Ex-Chefe do Estado Maior do Exército, e o elogio honroso declarado pelo atual Comandante da sua Força Armada na sua solenidade de ida para reserva, todos juntados por este requerente nos autos desta investigação, sua amizade, camaradagem, ética, competência, disciplina e hierarquia, sempre foram valores e princípios invioláveis na sua gloriosa carreira militar”. Com os argumentos, a defesa apela ao Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, para que “sejam requisitadas” as novas diligências. Durante as investigações do inquérito golpista, o general Theophilo prestou depoimento por videoconferência. A oitiva durou cerca de cinco horas. O militar informou à PF que foi ao Palácio da Alvorada para conversar com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a pedido de Freire Gomes.

DIA MUNDIAL DAS RELIGIÕES E CURIOSIDADES

 

Karla Neto – Colunista Correspondente

Nesta terça-feira -feira(21), é celebrado Dia Mundial das Religiões, essa data foi proposta, em 1950, por uma Assembleia Espiritual Nacional dos Estados Unidos da fé bahá’í, uma religião que surgiu no século XIX por meio dos ensinamentos de Bahá’u’lláh, líder religioso persa nascido em 1817 e morto em 1892.

No Brasil, eventualmente, a comemoração pode coincidir com o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, que acontece no dia 21 de janeiro. O Dia Mundial da Religião, conforme sua proposta original, é comemorado no terceiro domingo do mês de janeiro. Sendo assim, é uma data móvel que, no ano de 2020, será comemorada no dia 19 de janeiro, e, no ano de 2021, no dia 17 de janeiro.

Os bahá’í foram os criadores do Dia Mundial da Religião, portanto, é importante sabermos um pouco sobre essa religião. A fé bahá’í é uma religião monoteísta que surgiu na região da Pérsia, no século XIX, por influência da mensagem religiosa de Bahá’u’lláh. Esse líder religioso era um seguidor de outro importante líder da época – Bab.

Como se julgava um profeta que sucedia os grandes profetas das principais religiões do mundo, desde o hinduísmo e o judaísmo até o cristianismo e o islamismo, Bahá’u’lláh tinha como certa sua missão de criar uma “religião mundial” que congregasse todas as outras religiões. Os bahá’í, seus discípulos, tentaram levar a cabo esse projeto. O Dia da Religião é, portanto, um dos esforços para pôr esse projeto em prática.

Os bahá’í acreditam que a unidade entre as religiões, com destaque para seus elementos em comum, pode levar a humanidade à paz mundial, pois desvincularia as religiões de seus supostos preconceitos contra as outras religiões. Dessa forma, os bahá’í organizam-se em assembleias pelo mundo inteiro.
No mundo, aponta-se a existência de milhões de bahá’í espalhados por diferentes países. A sede da fé bahá’í está localizada em Haifa, que fica no Estado de Israel. A sede dos bahá’í fica em Haifa porque é lá que estão os restos mortais de Bab, o profeta que foi o antecessor de Bahá’u’lláh.

Fonte: Karla Neto
Foto: Reprodução

CURIOSIDADES – KARLA NETO

Você sabia que chá alho é maravilhoso para tosse?

Os ingredientes presentes neste chá caseiro para tosse funcionam como um remédio e são itens muito comuns que possuem propriedades coligativas, atuando como um remédio para tosse seca, congestão, inflamação pulmonar e infecções respiratórias.

O açafrão possui propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, assim como o limão. Saiba mais sobre o açafrão na matéria “Açafrão-da-terra tem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes”. O gengibre também é um ótimo anti-inflamatório, analgésico e expectorante. Conheça outros benefícios da raiz na matéria: “Benefícios do gengibre e seu chá” ou na matéria “Chá de gengibre”.

O tomilho relaxa os músculos da traqueia e os brônquios, abrindo as vias aéreas. Limão é um ótimo antioxidante e rico em vitamina C. O chá verde, por sua vez, possui flavonoides que auxiliam a absorção da vitamina C fornecida pelo limão (saiba mais sobre o chá verde na matéria: “Camellia sinensis: para que serve o “verdadeiro” chá”). As frutas cítricas em geral também podem ajudar a fortalecer o sistema imunológico, agindo na prevenção de gripes e resfriados.

Embora benéfico, esse chá não substitui o tratamento médico. A tosse pode se manifestar como um sintoma de alguma doença séria e deve ser tratada com auxílio profissional. Caso os sintomas persistam, procure um médico.

Esse é o caso do chá de alho, que possui propriedades expectorantes e, portanto, auxilia na remoção do muco do sistema respiratório, além de sua ação anti-inflamatória, que ajuda a reduzir a inflamação nos pulmões, uma das possíveis causas desse sintoma.

Fazer o chá de alho é fácil! Siga o passo a passo abaixo para preparar a sua versão pura:

. Ferva uma xícara de chá de água aproximadamente 200 ou 150 ml de água;
. Descasque 2 ou 3 dentes de alho;
. Amasse o alho e o coloque em uma xícara;
. Adicione água fervente e abafe com um pano;
. Deixe descansar por cerca de 10 minutos e beba morno, sem adoçar.

Os chás são ótimos aliados para tratar a tosse, mas também não são os únicos métodos que podem ser utilizados no tratamento desse quadro. Portanto, veja também alguns remédios caseiros para a tosse na nossa matéria: Remédio caseiro para tosse: sete dicas fáceis.

Mas, lembre-se de procurar um médico caso o seu quadro piore ou não passe. As informações contidas aqui não substituem, de forma alguma, a orientação médica profissional.

Além de tosse, você também está com dor de garganta e a garganta inflamada? Então confira as matérias: “18 opções de remédio para garganta inflamada” e “Aprender a fazer pastilhas para garganta” e veja outras opções naturais, incluindo outros chás para tosse com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, para aliviar a irritação na garganta.

Você sabia que a musculação pode ajudar no controle das varizes?

No entanto, é preciso ter atenção para algumas contraindicações. “Pessoas que já apresentam varizes avançadas ou complicações vasculares significativas devem consultar um médico antes de iniciar um programa de musculação. Em alguns casos, exercícios de impacto intenso podem não ser recomendados, e alternativas de baixo impacto podem ser mais apropriadas.”

A musculação pode ajudar no controle das varizes, prevenindo e amenizando as aparições. “O exercício de musculação promove o fortalecimento dos músculos, o que melhora a circulação sanguínea e pode ajudar nessa prevenção e no controle das varizes”.

Por isso, a angiologista enfatiza a importância de tomar certos cuidados para quem busca a musculação. “É de extrema importância começar com orientação profissional e aumentar a intensidade de exercícios físicos e a carga gradualmente. Movimentos de alta intensidade e carga excessiva podem aumentar a pressão nas veias, exacerbando o problema das varizes”.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

EX-ASSESSOR DE TRUMP CRITICA A ATUAÇÃO DE MINISTRO DO STF

 sil e Mundo Declarações de Steve Bannon nos EUA

Ex-assessor de Trump compara Moraes a juízes nazistas e diz que Bolsonaro precisa retornar ao poder

Byvaleon

Jan 20, 2025

História de Hugo Henud – Jornal Estadão

O estrategista político Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump, comparou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a juízes nazistas da década de 1930 e afirmou que as eleições presidenciais brasileiras de 2026 serão as mais importante do mundo. Em entrevista concedida neste domingo, 19, a um canal brasileiro no YouTube, Bannon também declarou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) precisa retornar ao poder e mencionou a existência de uma comunidade internacional disposta a ajudar o Brasil. Bolsonaro, no entanto, está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023.

“É escandaloso o juiz do Supremo, e as pessoas devem saber e prever. Os brasileiros sabem que este homem é radical. Ele é como um juiz nazista dos anos 1930. Ele eventualmente precisa ser removido do cargo. Precisamos vencer em 2026. Sua justiça é mais corrupta que a de Lula. […] Mesmo Lula sendo ruim, seu sistema judicial é mais corrupto que ele, e o juiz do Supremo Tribunal talvez seja um dos mais corruptos e uma das pessoas mais demoníacas do mundo. É por isso que é tão importante que o povo brasileiro vença em 2026 e restaure o presidente Bolsonaro na Presidência […] A eleição mais importante do mundo é a eleição do Brasil”, disse.

O STF foi procurado para comentar as declarações. Se houver manifestação, este texto será atualizado.

Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump Foto: Sylvain Lefevre/Getty Images

Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump Foto: Sylvain Lefevre/Getty Images

As declarações foram feitas durante um almoço organizado por Bannon, que reuniu integrantes da comitiva de parlamentares brasileiros que estão nos Estados Unidos para acompanhar a cerimônia de posse de Trump, marcada para esta segunda-feira, 20.

“No War Room [programa de comentários políticos comandado por Steve Bannon], estamos aqui para agir, e a comunidade de soberania internacional está pronta para apoiar vocês de qualquer maneira. Tínhamos pessoas confirmadas para este evento. Mais de 2 mil pessoas querem ver Bolsonaro hoje. Todos querem vir aqui para ver o presidente Bolsonaro”, completou.

Bolsonaro tentou comparecer à posse de Trump, mas teve o pedido de restituição do passaporte negado por Moraes, que é relator do inquérito que investiga a suposta participação do ex-presidente em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Desde fevereiro de 2024, o passaporte dele está apreendido por decisão de Moraes no âmbito da Operação Tempus Veritatis.

Bannon também criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusando-o de “vender a Amazônia” e de “corrupção”. “Ele está traindo os brasileiros agora mesmo, vendendo a Amazônia ao Partido Comunista Chinês”, disse.

Quem é Steve Bannon?

Steve Bannon é um estrategista político norte-americano que teve um papel central na campanha presidencial de Donald Trump em 2016. Após a vitória de Trump, Bannon foi nomeado estrategista-chefe da Casa Branca em 2017.

Bannon também é conhecido por apoiar líderes de extrema direita em todo o mundo, incluindo Viktor Orbán, na Hungria. Em 2024, ele foi condenado a quatro meses de prisão por se recusar a cooperar com a investigação sobre o ataque ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021. Bannon começou a cumprir a pena em julho do ano passado e foi libertado em outubro, um mês antes da eleição presidencial americana.

Ligações com o Brasil

No Brasil, Bannon é conhecido por ser aliado da família Bolsonaro e é considerado uma referência para os filhos de Bolsonaro, de quem se tornou conselheiro político. Em janeiro de 2023, ele utilizou as redes sociais para estimular os atos golpistas em Brasília. Também usou seu perfil do Gettr – uma rede social de extrema direita – para chamar os golpistas de “lutadores da liberdade” e para disseminar informações falsas sobre o processo eleitoral do Brasil.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já classificou o americano como “ícone do combate ao marxismo cultural”. O parlamentar, inclusive, tentou que o pai se consultasse com Bannon sobre como se portar depois de ter perdido as eleições de 2022.

ARGENTINA ALCANÇA SUPERÁVIT FINANCEIRO EM 2024 UMA VITÓRIA ECONÔMICA

 

Jetss

O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Luis Caputo, que atribuiu o marco às reformas econômicas lideradas pelo presidente Javier Milei.
“É o resultado da liderança do presidente somada ao trabalho em equipe de ministros e secretários, que entenderam a austeridade fiscal como ferramenta para recuperar a estabilidade macroeconômica e a paz social”, afirmou Caputo na rede social X.

O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Luis Caputo, que atribuiu o marco às reformas econômicas lideradas pelo presidente Javier Milei.©Foto: X

Desde 2011, a Argentina alcançou em 2024 seu primeiro superávit financeiro e registrou o melhor resultado primário desde 2009.

O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Luis Caputo, que atribuiu o marco às reformas econômicas lideradas pelo presidente Javier Milei.

“É o resultado da liderança do presidente somada ao trabalho em equipe de ministros e secretários, que entenderam a austeridade fiscal como ferramenta para recuperar a estabilidade macroeconômica e a paz social”, afirmou Caputo na rede social X.

O saldo positivo foi estimado entre US$ 18 e 19 bilhões.

Desde que assumiu o cargo em dezembro de 2023, Milei implementou uma agenda rigorosa de austeridade fiscal, que incluiu cortes drásticos nos gastos públicos, redução de subsídios, suspensão de controles de preços e a demissão de 33 mil funcionários públicos.

O Ministério da Economia destacou ainda que o resultado foi obtido com uma dívida flutuante em linha com a de 2023, mas com redução real de 52%.

O 1º ANO de governo do PRESIDENTE MILEI na Argentina

História de Gabriela Romão | News Rondônia – News Rondonia

presidente Javier Milei comemora um ano de governo e recoloca a Argentina no caminho do desenvolvimento, atraindo investimentos, reduzindo drasticamente a inflação, tornando a sociedade mais importante que a burocracia e o povo mais relevante que o governo.

No mundo inteiro, elogia-se a coragem que teve de adotar uma economia de choque para sacudir as esclerosadas estruturas de um país que afundava no concerto internacional, naufragava numa inflação incontrolável e numa nação cada vez menos disposta ao empreendedorismo e cada vez mais tendente a depender, quando no serviço público, das benesses, não sendo o servir o público, mas o servir-se do público sua preocupação maior.

Milei despertou a criatividade da Argentina, exigindo do povo, nos seus primeiros e difíceis meses, um grande sacrifício, considerando que, para reverter um círculo vicioso de descontrole monetário, inflação e não atração de investimentos e tornar o país atraente, com moeda estável e estabilidade fiscal, era fundamental gerar um círculo virtuoso com medidas que teriam que ser, como foram, duras, principalmente para desfazer os pontos de estrangulamento na máquina burocrática.

O lema de que era preciso o Estado diminuir para a sociedade crescer, passado um ano de sua eleição, começa a dar seus frutos.

O mais importante, todavia, é que sua firme deliberação de tornar a Argentina de novo um país de oportunidades, forte e reconhecido no cenário internacional, parece influenciar outras nações que não se afogam como infelizmente ocorre com o Brasil, num inchaço da máquina administrativa, com falta de controle fiscal, preocupante aumento do endividamento público, dominância fiscal em que nem o aumento de juros controla a inflação, prejuízo crescente nas estatais forradas por amigos do rei e a falta de perspectiva de que este cenário possa mudar.

Com efeito, no Brasil, no governo anterior, a dívida pública caiu 2%, neste já aumentou 4%. O governo passado deixou um superavit primário de 54 bilhões de reais. O atual governo teve no primeiro ano um déficit primário de mais de 200 bilhões de reais e deverá, quando apresentar os dados de 2024, ter encerrado o ano com um outro expressivo déficit primário.

O certo é que até 2022, o Brasil era um exemplo de controle de inflação e crescimento, apesar do COVID e todos os problemas gerados num ano no qual houve real estagnação econômica para controlar a expansão da moléstia. A Argentina era, ao contrário, um país à deriva.

Agora, a Argentina é que atrai investimentos e parece rumar para o desenvolvimento econômico e superação de seus problemas anteriores, enquanto o Brasil, se o presidente Lula não controlar sua fantástica vocação para gastar dinheiro emprestado que não tem, não querendo cortar despesas, poderá seguir o caminho da Argentina no passado e a Argentina o caminho do Brasil à época em que conseguiu controlar a inflação.

Minha avaliação, portanto, é de que a Argentina, neste primeiro ano, demonstrou que está no caminho certo.O 1º ANO de governo do PRESIDENTE MILEI na Argentina - News Rondônia

O 1º ANO de governo do PRESIDENTE MILEI na Argentina – News Rondônia

Ives Gandra da Silva Martins – Professor Emérito das Universidades Mackenzie, UNIP, UNIFIEO, UNIFMU, do CIEE/O ESTADO DE SÃO PAULO, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército – ECEME, Superior de Guerra – ESG e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região; Professor Honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia); Doutor Honoris Causa das Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs-Paraná e RS, e Catedrático da Universidade do Minho (Po rtugal); Presidente do Conselho Superior de Direito da FECOMERCI O – SP; ex-Presidente da Academia Paulista de Letras-APL e do Instituto dos Advogados de São Paulo-IASP.

TRUMP PODE AJUDARF A DIREITA BRASILEIRA A SE REVITALIZAR?

 

História de Mariana Sanches e Leandro Prazeres – Da BBC News Brasil em Washington e em Brasília

Trump e Bolsonaro se encontraram em 2019. Bolsonaristas apostam em posse de Trump para que movimento de direita no Brasil mantenha relevância doméstica e internacional

Trump e Bolsonaro se encontraram em 2019. Bolsonaristas apostam em posse de Trump para que movimento de direita no Brasil mantenha relevância doméstica e internacional© Alan Santos/Presidência da República

“Estou me sentindo uma criança novamente com o convite de Trump. Estou animado. Não tomo mais nem Viagra”. Foi assim que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) descreveu ao jornal americano The New York Times como se sentia ao ter sido convidado para a posse do presidente dos Estados Unidos.

Bolsonaro não irá, porque o Supremo Tribunal Federal (STF) não liberou seu passaporte, retido pela Justiça por suposto risco de fuga do ex-presidente, alvo de investigações criminais.

Se Bolsonaro assistirá ao evento pela TV, uma delegação estimada em pelo menos 30 políticos bolsonaristas, além da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, está na capital norte-americana para participar da posse nesta segunda-feira.

A empolgação do ex-presidente e a ida da comitiva bolsonarista à posse de Trump não é uma mera deferência ao poder da maior potência econômica e militar do planeta. Para parte dos bolsonaristas, a chegada de Trump ao poder é vista como uma fonte de esperança para a revitalização do bolsonarismo em um momento marcado por reveses do seu principal líder.

Desde 2022, Bolsonaro perdeu as eleições presidenciais para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi tornado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenado por suposto abuso do poder político e econômico na campanha eleitoral, virou alvo de diversas investigações junto ao STF e, no final do ano passado, foi indiciado pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado.

Bolsonaro e sua defesa alegam que ele não praticou nenhum ato ilegal nos casos em que é investigado ou no que foi indiciado. Dizem que ele é alvo de uma perseguição política perpetrada por adversários e por setores do Poder Judiciário brasileiro, entre eles, o próprio STF.

Nesse contexto, a chegada ao poder de um presidente norte-americano com quem tem laços pessoais antigos e afinidade ideológica vem sendo vista pelo próprio Bolsonaro e aliados como uma possibilidade de ventos políticos mais favoráveis.

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil avaliam que a posse de Trump tem sido “vendida” pelo bolsonarismo como uma aposta de mudança e de possível reforço do grupo no Brasil.

Entre eles, há expectativa de que Trump e sua equipe possam fazer movimentos de apoio a Bolsonaro e até mesmo de pressão contra membros do Judiciário — que, no melhor cenário, poderia pressionar por uma rediscussão de sua inelegibilidade.

Apesar disso, há certo ceticismo sobre até que ponto essa proximidade poderá levar, por exemplo, à reabilitação dos direitos políticos de Bolsonaro ou qualquer efeito prático.

Trump recebeu camisa do Brasil com seu nome em visita de Bolsonaro aos EUA em 2019

Trump recebeu camisa do Brasil com seu nome em visita de Bolsonaro aos EUA em 2019© Getty Images

“Chama de esperança”

Em novembro de 2024, quando a vitória do republicano nas urnas se confirmou, Bolsonaro e seu entorno já ventilavam essa esperança.

“Trump não precisa fazer nada. Só a atmosfera política criada pela eleição dele já ativa o imaginário dos brasileiros de que o Bolsonaro também pode retornar […] Com Trump retornando, isso aumenta o imaginário do brasileiro de que o Bolsonaro também poderá fazê-lo. Há males que vêm para o bem”, disse então o deputado federal e filho de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) à BBC News Brasil.

A expectativa se mantém alta nas alas bolsonaristas.

“Para o movimento conservador de direita e o bolsonarismo no Brasil, a posse de Trump é muito importante. Ele é um aliado de primeira hora, sua ascensão terá reflexos na economia do Brasil e nas relações bilaterais”, disse à BBC News Brasil o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).

O parlamentar é um dos que deve participar da comitiva de deputados e senadores que participarão das cerimônias em torno da posse de Trump nesta semana.

Para o professor de Ciência Política da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Marco Antônio Teixeira, a aposta em Trump acontece em um momento delicado para o futuro do bolsonarismo.

“O bolsonarismo está sofrendo uma diminuição no seu tamanho e relevância muito grande após a derrota para a presidência da República e de todo o processo ocorrido após os episódios do dia 8 de janeiro de 2023. Esse risco de diminuição aumenta ainda mais com a manutenção da inelegibilidade de Bolsonaro”, disse Teixeira à BBC News Brasil.

Segundo ele, não é por acaso que tantos parlamentares estão indo à posse de Trump.

“A vitória de Trump tem sido turbinada pela direita como uma chama de esperança para o futuro do bolsonarismo”, disse.

Realinhamento de forças

Especialistas e políticos ouvidos pela BBC News Brasil avaliam que a posse de Trump pode influenciar a dinâmica da política doméstica no Brasil.

Uma das arenas em que essa dinâmica se dará é a disputa entre big techs americanas e as instituições brasileiras que tentam regulamentar o funcionamento das redes sociais no Brasil. Elon Musk, dono do X, é hoje um dos principais influenciadores das políticas de Trump, que tem recebido apoio de outros empresários do setor, como Mark Zuckerberg.

“Em setembro de 2024, havia uma disputa muito específica, quase pessoal, entre Elon Musk e Alexandre de Moraes. Hoje, com a debandada das Big Techs em direção ao governo Trump, essa pressão não vai ser mais individual, de uma figura que se sentiu prejudicada por políticas tomadas por uma autoridade do Brasil. Vai ser um movimento quase que de setor contra o Brasil, a Suprema Corte”, disse o cientista político e internacionalista Guilherme Casarões, da FGV, citando a suspensão do X no país no ano passado.

Segundo ele, a situação tem alto potencial de gerar desgaste político para a gestão Lula, “ainda mais considerando que o governo se associou ao STF no combate às fake news, na luta contra a desinformação e na regulação das redes”.

Sóstenes Cavalcante disse acreditar que os impactos da chegada de Trump ao poder poderão ser sentidos na economia brasileira.

Segundo ele, Trump deverá adotar um distanciamento em relação ao governo Lula que, como consequência, poderia favorecer a volta da direita ao poder no Brasil.

“Coisas como não liberar o presidente Bolsonaro para vir à posse vão fazer com que os investidores americanos vejam o Brasil com certa desconfiança. Eles terão o pé atrás com o Brasil e isso trará prejuízos econômicos. Isso vai afetar o Brasil e desgastar o governo. E à medida que afeta o governo, cria condições para que a direita volte com mais força”, disse o parlamentar.

Guilherme Casarões concorda que Trump tem claras preferências na política doméstica brasileira e atuará para privilegiar este lado.

“A influência já está sendo construída desde que Trump apoiou Bolsonaro, em 2022, e chamou Lula de lunático de extrema-esquerda. [O secretário de estado indicado por Trump ] Marco Rubio fez o mesmo. A incidência do peso político norte-americano sobre a política nacional é um dado da realidade, já está acontecendo e tende a se intensificar”, disse, mas completou:

“Não acho que Trump vai bancar uma nova tentativa de golpe para garantir que Bolsonaro seja eleito em 2026”, disse.

O professor Marco Antônio Teixeira compartilha da mesma análise.

“Por mais que estejam turbinando a importância da posse de Trump para o bolsonarismo, a vitória dele não vai reverter a inelegibilidade de Bolsonaro”, afirmou.Javier Milei, Jair Bolsonaro e Donald Trump são três dos principais líderes de direita da atualidade

Javier Milei, Jair Bolsonaro e Donald Trump são três dos principais líderes de direita da atualidade© Reuters/EPA

Inimigos (e amigos) comuns

Parte da aposta bolsonarista em Trump reside no fato de que, aparentemente, o presidente norte-americano e Bolsonaro têm alguns amigos e inimigos comuns.

Trump se elegeu tendo por principal financiador o bilionário Elon Musk, dono da plataforma X, que chegou a ser suspensa no Brasil no ano passado depois que Musk se recusou a cumprir ordens judiciais do ministro Alexandre de Moraes e do colegiado do Supremo Tribunal Federal.

Musk e Bolsonaro compartilham os mesmos alvos no país, Moraes e STF, a quem criticam com argumentos semelhantes: o de Moraes estaria exacerbando seus poderes legais e cerceando a liberdade de expressão, especialmente de grupos da direita radical.

Moraes e o Supremo rebatem essas acusações, por outro lado, dizendo que, ao combater a engenharia de distribuição de notícias falsas, ambos estariam salvaguardando a democracia brasileira.

A julgar por manifestações recentes de Trump, que chegou a usar o caso da suspensão do X no Brasil como um exemplo dos perigos à liberdade de expressão em democracias ocidentais, o STF deve se tornar alvo de intensa pressão por parte da nova administração Trump.

No Congresso americano, parlamentares republicanos chegaram a apresentar dois projetos de lei no ano passado que previam punições, como sanções e cortes de financiamento, a entidades estrangeiras que se envolvessem no que os projetos legislativos qualificavam como censuras ou atentados à primeira emenda da constituição dos EUA, que assegura liberdade de expressão irrestrita.

Os políticos republicanos não fizeram segredo de que os projetos foram pensados para ter por alvo o STF. E não foi só isso.

Entre outros senadores e deputados republicanos, Marco Rubio, indicado para secretário de Estado de Trump, remeteu uma carta em setembro de 2024 em que se dizia “profundamente preocupados com o fato de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal brasileiro, estar abusando do seu poder e envolvendo-se numa campanha cada vez mais arbitrária para coagir uma empresa americana de redes sociais a sufocar a oposição política interna e a minar os direitos de liberdade de expressão do povo brasileiro”.

Ao New York Times, Bolsonaro deixou claro que tem expectativas de que Trump seja capaz de alterar as correlações de força no Brasil de modo a favorecê-lo, embora tenha se recusado a especificar como isso seria feito. “Não vou tentar dar nenhuma dica a Trump, nunca”, disse ele. “Mas espero que a política dele realmente se espalhe para o Brasil.”

Segundo o diário, Bolsonaro demonstrou ainda satisfação em ver a recente guinada de Mark Zuckerberg, o CEO da Meta, a quem pertence o Facebook, o Instagram e o Whatsapp, em direção ao caminho de Musk.

Ao anunciar o fim das checagens de fatos em suas redes, Zuckerberg criticou “decisões secretas de tribunais da América Latina” para retirada de conteúdos do ar, no que foi entendido como uma alusão ao STF.

Entre os “amigos comuns”, Trump e Bolsonaro compartilham vínculos ideológicos com líderes como os presidentes da ArgentinaJavier Milei, e de El SalvadorNayib Bukele.

Enquanto Bolsonaro terá que assistir à posse pela TV, o argentino Javier Milei já está em Washington e deve mais uma vez esbanjar intimidade tanto com Donald Trump quanto com Elon Musk.

Depois da vitória de Trump, ele foi a a Mar-a-Lago prestigiar o republicano — que o chamou de seu “presidente favorito” e tem trocado experiências de cortes de gastos públicos com Musk, que vai chefiar o esforço de austeridade no time de Trump.

No sábado, quando participou do chamado Hispanic Ball, ou baile hispânico, parte das celebrações da posse de Trump, Milei atacou o governo Lula ao ser perguntado a respeito da ausência do ex-presidente brasileiro.

“Bolsonaro é meu amigo e lamento muito que o regime de Lula não tenha deixado ele vir”, afirmou a jornalistas brasileiros.

Se a assimetria dos momentos de Bolsonaro e Milei pode sugerir uma concorrência pelas atenções de Trump, aliados de ambos ouvidos pela BBC News Brasil afirmam que a relação é de “cooperação, não de competição”.

Estudioso dos movimentos de direita radical, Casarões concorda: “A relação da família Bolsonaro e do movimento bolsonarista com o Milei é de cooperação muito intensa até porque, de certa maneira, o Milei se sente, em parte, devedor à família Bolsonaro por sua ascensão e sua inserção internacional uma vez eleito presidente da Argentina”.

Segundo Casarões, Milei deve a Eduardo Bolsonaro seu primeiro contato telefônico direto com Trump.

“Existe uma percepção por parte do bolsonarismo que, estando eles fora do poder, a segunda melhor opção é ter um aliado importante na Argentina, colocando pressão e tensionando o governo Lula e, ao mesmo tempo, podendo abrir a possibilidade de um olhar interessado da administração Trump para a América Latina e para a América do Sul, sobretudo”, diz Casarões.

Segundo ele, “é natural que Milei ganhe mais protagonismo agora diante de Trump porque tem o poder da caneta”.

A avaliação é também compartilhada por bolsonaristas, que acreditam que, caso Bolsonaro ou algum aliado volte ao poder em 2026, o papel de aliado principal das Américas retornaria ao Brasil, não apenas porque a relação Bolsonaro-Trump já dura anos e tem características pessoais profundas, como também pelo tamanho econômico e geopolítico do Brasil. O país seria um ator mais potente para barrar os planos da China na região ou encampar planos trumpistas em relação à Venezuela, por exemplo.

Histórico de proximidade

O convite de Trump para que Bolsonaro participasse da sua cerimônia de posse foi apenas o mais recente exemplo da proximidade entre os dois líderes conservadores. Durante a apuração dos votos, em novembro passado, Eduardo Bolsonaro estava junto a Trump no resort de Mar-a-Lago, na Flórida.

Essa proximidade entre a família Bolsonaro e Trump remonta aos anos em que o ex-presidente brasileiro esteve no poder e, também, ao destino que ambos tiveram após deixarem o comando de seus países.

Em 2016, Trump venceu as eleições norte-americanas defendendo ruptura com a chamada “velha política” e implementou um estilo de comunicação e de governo que foi, posteriormente, incorporado por Bolsonaro.

Em 2018, foi a vez de Bolsonaro vencer as eleições no Brasil após ter sido apontado como um “azarão” antes do início da campanha. Em comum, Bolsonaro e Trump se elegeram com discursos alinhados contra movimentos de esquerda, prometendo uma guinada conservadora em seus países e acusando a “grande mídia” de perseguição.

Com frequência, Bolsonaro foi chamado de “Trump dos trópicos” em uma alusão aos estilos semelhantes entre ambos.

Assim como Trump, o ex-capitão do Exército brasileiro utilizou sua forte presença nas redes sociais para se comunicar diretamente com sua base, criticando instituições e divulgando suspeitas de fraudes eleitorais, ainda que sem evidências concretas.

Ao longo de seus mandatos, tanto Bolsonaro quanto Trump reforçaram seus discursos nacionalistas e conservadores, defenderam a flexibilização de políticas ambientais, declararam-se contrários ao que chamaram de “ideologia de gênero” e acusaram opositores de ameaçarem a soberania nacional.

Durante a pandemia de Covid 19, por exemplo, ambos minimizaram, inicialmente, a gravidade do vírus, se colocaram contra restrições impostas por governadores e prefeitos e frequentemente confrontaram especialistas em saúde que defendia medidas como fechamento do comércio ou limitações à movimentação de pessoas.

Trump e Bolsonaro perderam suas tentativas de reeleição. O republicano foi derrotado por Joe Biden em 2020, enquanto o brasileiro perdeu para Lula, 2022. Nos dois casos, ambos relutaram em aceitar o resultado das urnas e levantaram suspeitas sobre a lisura do processo eleitoral.

Alimentando ainda mais as semelhanças entre os dois, a saída do poder de ambos também foi marcada por episódios parecidos.

Nos Estados Unidos, uma multidão de apoiadores de Trump insatisfeita com a derrota do então presidente à reeleição invadiu o Capitólio, em Washington, no dia 6 de janeiro de 2021. Dois anos depois, em 8 de janeiro de 2023, foi a vez de uma multidão de bolsonaristas insatisfeitos com a derrota do ex-presidente invadiu as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Fora do poder, ambos mantiveram a proximidade. Em 2022, Trump declarou apoio a Bolsonaro durante a sua tentativa de reeleição. Em 2024, foi a vez de Bolsonaro declarar apoio a Trump.

FÓRUM DE DAVOS COMEÇA HOJE SEGUNDA-FEIRA (20)

 

História de LUCIANA COELHO – Folha de S. Paulo

GENEBRA, SUIÇA (FOLHAPRESS) – Quando o encontro anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, começar nesta segunda-feira (20) com seus quase 3.000 participantes, o Brasil estará em um paradoxo.

Por um lado, o país terá sua menor delegação governamental em anos, com apenas um ministro a representar o Planalto: Alexandre Silveira (Minas e Energia), cuja viagem foi adiada por causa da reunião ministerial desta segunda e seria reavaliada ante a crise política que o governo atravessa. No momento da conclusão desta reportagem, conforme apurado, sua

participação era dada como improvável.

Além dele, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD) eram aguardados nos Alpes. A ministra Marina Silva (Ambiente) chegou a ser listada em painéis oficiais do evento, mas depois foi substituída pelo secretário do Clima, André Corrêa do Lago, que por sua vez também cancelou viagem.

Fernando Haddad (Fazenda) e o novo diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo, que estariam entre pares naquele que é um dos principais eventos internacionais sobre economia, não chegaram a confirmar presença. E o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve uma participação histórica ao assumir seu primeiro mandato, tampouco aceitou o convite (seu colega Javier Milei o fez de imediato, e mesmo o recém-eleito Donald Trump discursará por link ao vivo no evento três dias após tomar posse).

Por outro lado, pela primeira vez haverá uma Brazil House no balneário alpino onde governos e empresas disputam a atenção de lideranças políticas, empresariais e sociais e sobretudo dos investidores públicos e privados que, por uma semana, circulam pelas ruas desta cidade de 11 mil habitantes todo final de janeiro.

A iniciativa, que visa promover investimentos e oportunidades no país e que até então nunca havia saído do papel a despeito das conversas de variados governos e empresas, tomou forma por uma associação entre Ambipar, BTG Pactual, Be8, Gerdau, JHSF, Randoncorp e Vale, todos participantes frequentes da reunião anual. Na agenda estão paineis sobre finanças ambientais e conservação de florestas, transição energética, sustentabilidade, ciberfinanças e segurança jurídica.

“O Brasil tem um potencial enorme para liderar discussões que são de interesse global, como transição energética, descarbonização, soluções baseadas na natureza, nova economia”, diz Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual, para quem o país apresenta excelentes oportunidades para investidores do mundo todo.

“Assim, faz sentido criar um espaço para protagonizar estes debates e mostrar o que temos de melhor a oferecer em termos de negócios, aproveitando o grande número de lideranças globais que circulam por Davos. São desafios complexos, que exigem união de forças entre diversos agentes.”

Os espaços montados por países e empresas na Promenade, a principal rua de Davos, concorrem com os mais de 200 painéis oferecidos pelo próprio Fórum Econômico Mundial no centro de congressos que abriga o evento. Mais de 50 chefes de governo e Estado e líderes de organizações internacionais e multilaterais participarão.

Embora o line-up esteja mais modesto do que em outros anos, há expectativa por Trump, Milei, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e o vice-premiê chinês, Ding Xuexiang. Outros grandes países emergentes, como África do Sul e Indonésia, também estarão representados por seus presidentes.

Para a edição deste ano, que recebeu o título de “Cooperação na Era da Inteligência”, os temas dominantes são novas tecnologias (notadamente inteligências artificiais generativas), a crise ambiental e a transição energética, além dos tradicionais debates sobre economia global, cooperação internacional, multilateralismo e segurança.

“O encontro anual de 2025 visa tratar dos desafios prementes das incertezas geoeconômicas, tensões comerciais, polarização cultural e ansiedade com o clima”, explica um porta-voz do Fórum. Para a instituição, reunir tantas lideranças governamentais, empresariais e civis de mais de 130 países, visa “forjar maior colaboração e aproveitar o momento de rápido avanço tecnológico para impulsionar os padrões de produtividade e de vida no planeta”, além de contingenciar os riscos de um mundo fragmentado.

O governo em Berna banca 25% dos 9 milhões de francos suíços (R$ 60 milhões) despendidos com a segurança do evento estrelado, sendo a própria organização responsável por 50% (os demais 25% são divididos entre os governos locais). O investimento trouxe retorno para além da semana de hotéis e restaurantes lotados pelo evento.

Em seus 52 anos, o Fórum idealizado pelo economista alemão Klaus Schwab, hoje presidente do conselho de trustees da organização, já serviu de palco para forjar acordos e alianças globais, o que vem se tornando mais difícil com o esfacelamento do multilateralismo. Nos últimos anos, prioridades são listadas, consensos são elaborados, mas pouca ação se desenrola a partir disso.

O mais interessante em Davos, contudo, é a oportunidade de ouvir de forma informal quem desenha o futuro, seja ao trombar com prêmios nobeis no banheiro ou no café, ouvir banqueiros reunidos avaliarem o cenário global de forma mais ferina do que fazem em relatórios ou dividir a van com acadêmicos que norteiam debates cruciais (neste ano estarão Steven Pinker e Jonathan Haidt). Nesse sentido, a aura alpina segue intacta.

INDEFINIÇÃO DA CANDIDATURA DE BOLSONARO ATRAPALHA OS PLANOS DA DIREITA

 

História de Redação – Jornal Estadão

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que a expectativa da direita pela reversão da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dificulta e atrasa o processo de construção de uma candidatura alternativa no campo político.

“Essa indefinição sobre ele [Bolsonaro] ser ou não candidato, com toda certeza acaba postergando essa decisão e o trabalho que já poderia estar acontecendo“, disse em entrevista ao jornal O Globo publicanestedomingo 19.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG© Fornecido por Estadão

Bolsonaro foi condenado em 2023 a oito anos de inelegibilidade, o que o impede de disputar a Presidência da República no ano que vem.

Contudo, setores da direita têm apostado na mudança de composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que será presidido pelos ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça, ambos indicados por Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), para reverter a situação do ex-presidente.

Além disso, o próprio Bolsonaro tem repelido discussões sobre candidatura alternativas ao seu nome. O ex-presidente declarou recentemente que descarta lançar um de seus filhos ao Palácio do Planalto, pois será ele o principal candidato a representar a direita na próxima eleição.

Zema, por sua vez, tem colocado o seu nome à disposição para representar a direita, caso Bolsonaro não consiga reverter a sua situação política. O político mineiro afirmou na entrevista ao jornal que tem conversado com outros governadores de direita e que há consenso de que, na impossibilidade do ex-presidente concorrer, o grupo precisará encontrar outro nome. “Eu posso, sim, ser considerado viável e vir a ser escolhido”, disse.

O governador de Minas descarta qualquer outra opção que não seja ser o cabeça de chapa numa disputa ao Planalto. Ele afirma que, apesar do bom relacionamento, não gostaria de ser vice numa candidatura com outro chefe do Executivo estadual, como Ronaldo Caiado (União Brasil-PR), de Goiás, ou Ratinho Jr (PSD-PR), do Paraná.

“Pela minha experiência, sempre fui executor. Não tenho perfil de Parlamento, para deputado ou senador. Para estar no Executivo, tenho. Se for para ser alguém atuante, quero. Agora, para ter cargo simbólico, eu deixo para outro, não me interessa. Para ser rainha da Inglaterra, tem gente de sobra querendo”, afirmou.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...