domingo, 12 de maio de 2024

FLAMENGO É CONTRA A PARALIZAÇÃO DO CAMPEONATO BRASILEIRO DE FUTEBOL

Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O diretor de futebol Bruno Spindel afirmou que o Flamengo é contrário à paralisação do Brasileirão porque, no entendimento do clube, o Rubro-Negro pode “ajudar muito mais” a população gaúcha se o campeonato seguir.

Spindel se solidarizou com os afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul e disse que o Fla está fazendo de tudo para ajudar. O Rubro-Negro está participando de campanhas de auxílio e disponibilizou as suas instalações esportivas para Inter, Grêmio e Juventude, clubes gaúchos da Série A.

O diretor acrescentou que o Flamengo acredita que pode ajudar mais se o Brasileirão continuar sendo disputado. Ele ponderou que “outras atividades” no Brasil não foram interrompidas em decorrência da catástrofe no sul do país. Spindel falou em entrevista coletiva após a vitória sobre o Corinthians.

“O Flamengo entende que, continuando a trabalhar e exercendo nossa atividade, podemos ajudar mais ainda do que se estiver parado. Uma série de outras atividades no Brasil não foram paralisadas pela catástrofe, estão todos tentando ajudar da melhor forma possível.”, disse Bruno Spindel.

“O Flamengo entende que pode ajudar muito mais se o campeonato seguir. Nos solidarizamos com todo o lado humano, saúde, vidas, e vamos fazer tudo o que tiver para fazer Flamengo vai continuar ajudando dos nossos companheiros. Bruno Spindel”, continuo o diretor de futebol.

O que mais ele disse

“Todos nós, como instituição e seres humanos, somos extremamente solidários a todos do Rio Grande do Sul que estão passando por essa catástrofe. Lado humano vem acima de tudo. Clube tem feito uma série de ações, além da solidariedade, para ajudar o povo do RS. Tudo o que o Flamengo puder ajudar, vai ajudar e vamos continuar. já se posicionou com os coirmaos gauchos, inter e gremio temos amigos lá. colocou nosso CT À disposição. para quando e se julgarem necessários, podem usar nossas instalações. Entende que continuando a trabalhar, temos mais alternativos para ajudar. Hoje, pro exemplo, o Pix da cidadania na camisa foi para o Brasil inteiro.”, finalizou

O que Marcos Braz disse

O vice-presidente de Futebol Marcos Braz também falou sobre o assunto. Ele passou rapidamente pela zona mista após o jogo e disse que os clubes têm de procurar a melhor solução.

“Essa posição quem deve dar é o presidente Rodolfo Landim, que tem essa ligação junto à CBF. Acho que os clubes têm de ajudar da melhor forma possível, contribuir para que essa tragédia seja diminuída, [seja diminuída] a dor de todos os moradores do Rio Grande do Sul. Tem de ver qual é a melhor forma possível. Se a melhor forma possível é essa [paralisar], se caminha para isso. Ou se tem outras formas, mais contundente, que possa se fazer.”, disse Marcos Braz.

“Acho que o presidente, na hora certa, vai dar o tom e fazer o encaminhamento disso. Estávamos em uma semana meio conturbada. Estávamos resolvendo as coisas no CT, ajustando os pontos que achávamos que deveríamos ajustar. Falei pouco com o presidente, mas esse tema fica para ele Marcos Braz.”, finalizou.

 

ENTREVISTA COM LUCIANO HANG DONO DA HAVAN SOBRE A TRAGÉDIA NO RIO GRANDE DO SUL

 

História de JOANA CUNHA – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Luciano Hang, dono da Havan, diz ter recebido inúmeras mensagens de amigos na semana passada, depois que os jornais publicaram uma fotografia da réplica da Estátua da Liberdade, símbolo da rede, diante da cheia em Lajeado (RS).

A imagem ajudou a mostrar a dimensão da destruição que atingiu o Rio Grande do Sul, mas o empresário afirma que é difícil transmitir com precisão o que está acontecendo.

“Não foi uma enchente, foi um tsunami, uma devastação. Tudo por onde passou essa água foi derrubado. É uma coisa que não dá para descrever”, diz.

O prejuízo da companhia está estimado em R$ 30 milhões, mas ele diz considerá-lo pequeno se comparado ao impacto de quem perdeu suas casas.

Segundo o empresário, o plano de contingência da Havan inclui antecipação de décimo terceiro salário e participação nos resultados aos funcionários atingidos.

Hang, que se tornou um ícone da polarização entre Lula e Bolsonaro desde a eleição de 2018, hoje, pede pacificação diante da tragédia e diz ver esforços conjuntos de todos os governos.

“Neste momento, não devemos polarizar uma catástrofe como esta”, afirma.

A tragédia tem sido usada nas redes sociais como munição contra o governo, superando, em alguns momentos, as postagens sobre doações e Pix para ajudar as vítimas. O próprio Hang foi alvo de fake news. Nesta semana, circularam nas redes sociais a falsa informação de que a Havan teria disponibilizado mais helicópteros do que a FAB (Força Aérea Brasileira) para atuar nos esforços no estado, além de outras mentiras. A empresa tem divulgado o trabalho de dois helicópteros para atender a população.

“O governo estadual, municipal e federal estão juntos nessa. Não precisamos dividir nem comparar quem está fazendo mais, quem chegou primeiro. Isso não importa. O que importa é que todos estão querendo fazer o melhor”, afirma.

*Folha – Uma das primeiras imagens da tragédia, que deu a dimensão do nível das águas, foi uma foto em que apareceu uma Estátua da Liberdade da Havan com a água muito elevada. Como foi isso?*

*Luciano Hang -* As pessoas estão vendo na televisão e nas redes sociais o que está acontecendo, não é como vemos daqui. [Após a divulgação da foto] recebi ligações de amigos da Espanha, da Itália e tantos lugares. Foram 22 metros de água. Não foi uma enchente, foi um tsunami, uma devastação. Tudo por onde passou essa água foi derrubado. É uma coisa que não dá para descrever.

*Folha – Quantas lojas a Havan tem no estado?*

*Luciano Hang -* Temos 16 lojas no estado sendo que duas pegaram água, em Lajeado e Porto Alegre, e tem algumas com possibilidade, porque estão na foz da lagoa dos Patos. Lá embaixo, em Rio Grande e em Pelotas, nós também temos duas lojas [sob risco iminente]. Os gaúchos são nossos vizinhos. Temos cinco [pequenas centrais] hidrelétricas no estado, que também foram atingidas.

*Folha – Pode estimar, em valores, o tamanho do prejuízo da Havan?*

*Luciano Hang -* Acho que uns R$ 30 milhões.

*Folha – Como estão os funcionários? Como foi o plano de contingência?*

*Luciano Hang -* Temos 176 lojas. Perdemos pouco perto de outras pessoas que perderam tudo. Uma loja não é o foco do nosso negócio. A gente reconstrói. Daqui a 60 dias, está tudo de pé. Vamos tentar fazer rápido para ser inspiração de que acreditamos no lugar, na cidade, no estado, e acreditamos que não vai mais acontecer outra coisa dessas.

Eu vim para cá no primeiro dia. Consegui vir, mas o tempo estava ruim. E eu disse aos nossos colaboradores: ninguém vai ser deixado para trás. Como fizemos em outras lojas, a gente não vai despedir ninguém. Hoje, estamos pagando décimo terceiro, programa de participação de resultado, antecipando tudo para todas as cidades que foram atingidas. Das 16 lojas, 7 cidades deram água ou teve alguma coisa na cidade. Hoje, todos estão com três salários na conta.

*Folha – Uma parte dos funcionários está desabrigada?*

*Luciano Hang -* Teve gente que perdeu a casa e tudo o que tinha. Vamos, um por um, ver o que podemos fazer.

*Folha – Circulou uma fake news de inteligência artificial falando sobre uma suposta promoção que a Havan estaria fazendo?*

*Luciano Hang -* A Havan só fez um Troco Solidário, em que as pessoas que vão nas lojas ajudam, fazem a doação no caixa. Aliás, é uma campanha de 16 anos. Só que as pessoas estão pegando a minha imagem, usando inteligência artificial, e pedindo pix, falando de falsas promoções de liquidação. É tudo mentira. Não existe nada que a Havan esteja fazendo que não seja o Troco Solidário, que acontece pessoalmente nas nossas lojas. Não estamos fazendo nada que não seja presencial.

Eu tinha certeza de que iriam usar a minha imagem. Eu até brinquei que eu estava passando a minha imagem para os vagabundos. Quem não quer ajudar, que pegue férias neste momento e que não vá roubar aquelas pessoas que têm pouco e que querem ajudar o povo gaúcho.

*Folha – Temos ouvido outros casos de fake news, como a história de que iria faltar arroz. Lembrando que as fake news surgem no contexto de polarização, você tem refletido sobre isso que estamos passando no Brasil com esse fundo da polarização?*

*Luciano Hang -* Neste momento de caos, de catástrofe, temos que nos unir em prol do povo gaúcho e não polarizar. Eu tenho dito que o poder público está ajudando. O poder civil está ajudando, e todos ajudando pelo povo gaúcho. Neste momento, não devemos polarizar uma catástrofe como esta.

*Folha – Essa é a sua avaliação política dos órgãos que estão atuando nesta emergência?*

*Luciano Hang -* Estou voltando pela terceira vez para o Vale do Taquari. Eu vejo o Corpo de Bombeiros, a Brigada Militar, o Exército, a Marinha, a Aeronáutica, a sociedade civil organizada, todos ajudando. Não é hora de dividirmos o povo brasileiro. Tem que unir para resolver esse problema. Não pode haver política numa coisa como essa. Quando eu falo em governo são os três: municipal, estadual e federal. Todos os órgãos. Todos estão querendo fazer o seu melhor.

*Folha – Desde o primeiro dia, os vídeos que vocês divulgaram mostravam a dificuldade de chegar aos locais atingidos. Quais são as piores dificuldades?*

*Luciano Hang -* No primeiro momento, era a dificuldade de chegar ao Vale do Taquari pelo mal tempo. Nós saímos com as duas aeronaves, elas passaram dificuldade para subir a serra e até pelo litoral. Nossos helicópteros biturbina são helicópteros que voam com IFR [voo por instrumentos], noturno, dentro das nuvens. Por isso, chegamos rápido e bem no princípio do problema.

*Folha – Como é a sua avaliação? É mudança climática que vamos continuar enfrentando nos próximos anos?*

*Luciano Hang -* Somos PhD em enchentes. Nós moramos no Vale do Itajaí [em Santa Catarina, onde foi fundada a Havan]. Nas nossas cidades, Blumenau, Gaspar, Brusque, isso acontece quase que anualmente. A maior que eu vivi foi em 1983, e nunca mais teve uma enchente como aquela.

O que eu quero crer é que talvez eu não viva mais um momento de uma catástrofe como esta. É nisso que eu quero crer. Acho que foi uma tempestade perfeita que aconteceu, em que tudo culminou na tragédia que estamos vivendo agora. Se olharmos para trás, nunca aconteceu. E pode ser que, para a frente, também não vá acontecer.

*Folha – Na época em que faltou oxigênio em Manaus na pandemia, você foi questionado se tinha de fato doado oxigênio. Você tem receio de que as suas ações, agora, sejam comparadas àquele momento?*

*Luciano Hang -* Quem duvidou que eu tinha doado os 200 cilindros de oxigênio errou. Na realidade, eu fiz acontecer, não querendo saber quanto custariam os 200 cilindros. Foi R$ 1 milhão na época, e eu coloquei os 200 no dia seguinte. Agora, também não pensei em nada, em custo, em nada. Simplesmente, falei para os meus pilotos: vão para lá ajudar. Como também fizemos no ano passado, quando deu problema em Rio do Sul (SC) e Taió (SC). Não foi uma catástrofe tão grande, e as pessoas não souberam que os nossos helicópteros também andaram pela região ajudando a população.

*Folha – Como funciona a campanha do Troco Solidário?

*Luciano Hang -* É uma campanha normal, tem 15 anos. A população geral e a aviação civil estão colaborando. O aeroporto de Porto Alegre está fechado, então, tem aeroportos trabalhando direto para a região. Montaram aeroclube para atender a população. O governo estadual, municipal e federal estão juntos nessa. Não precisamos dividir nem comparar quem está fazendo mais, quem chegou primeiro. Isso não importa. O que importa é que todos estão querendo fazer o melhor neste momento de caos. A Havan é uma empresa solidária, e temos a obrigação de ajudar.

*RAIO-X | LUCIANO HANG, 61*

O empresário fundou a Havan em 1986, em Brusque (SC), uma loja com 45 metros quadrados, que nasceu vendendo tecidos e ampliou a oferta de produtos com itens importados, eletrônicos e brinquedos. A partir dos anos 1990, consolidou o perfil de megalojas e, em 2018, se tornou conhecido politicamente ao apoiar a campanha de Bolsonaro.

O NÚMERO DE DESALOJADOS NO RS É GRANDE E A TENDÊNCIA É AUMENTAR

 

História de Redação – Jornal Estadão

O número total de pessoas desalojadas em decorrência das fortes chuvas que há dias assolam o Rio Grande do Sul chegou a 537 mil na noite deste sábado, 11, segundo balanço mais recente da Defesa Civil do Estado.

Trata-se de uma diferença expressiva em relação aos números divulgados um pouco mais cedo, às 12h, quando 339 mil pessoas estavam nessas condições.

Ao todo, 136 pessoas morreram por conta das chuvas no Estado, mas esse número pode aumentar. Novas chuvas são esperadas no Estado ao longo dos próximos dias.

Além disso, conforme o boletim mais recente da Defesa Civil, divulgado às cerca de 19h pela Defesa Civil, há 125 desaparecidos, além de 806 feridos entre as pessoas já resgatadas.

Voluntários tentam resgatar pessoas no bairro São João, em Porto Alegre; barcos e jetskis particulares circulam pelo bairro Foto: Wilton Junior/Estadão

Voluntários tentam resgatar pessoas no bairro São João, em Porto Alegre; barcos e jetskis particulares circulam pelo bairro Foto: Wilton Junior/Estadão© Fornecido por Estadão

Cerca de 537,3 mil pessoas estão desalojadas no Rio Grande do Sul. Entre elas, ao menos 81 mil estão em abrigos. A situação já afeta mais de 2,1 milhões de gaúchos, segundo o balanço.

Ao menos 446 dos 497 municípios do Estado foram afetados. Foram resgatados, até aqui, 74 mil pessoas e 10 mil animais, em ações que mobilizam um efetivo estadual de 27 mil pessoas.

Ao mesmo tempo, as próprias vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul assumem a linha de frente de salvamentos, em cenário praticamente sem precedentes na história do Estado.

Como mostrou reportagem do Estadão, depois de perder tudo, com barcos improvisados, sem estrutura e equipamentos, moradores se revezam há dias para resgatar vítimas em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre.

Alerta

Diante da previsão de chuva forte neste domingo, 12, em grande parte do Rio Grande do Sul, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) emitiu alertas para o risco de novas inundações e deslizamentos de terra no Estado.

De acordo com o órgão, o Lago Guaíba receberá toda água que se desloca pelas bacias dos rios Jacuí, Taquari-Antas, Caí, Sinos e Gravataí, “agravando muito a situação da cidade de Porto Alegre”. O nível do Lago Guaíba se encontra em 4,58m, 1,58m acima da sua cota de transbordamento.

O SÍMBOLO DA NEXT CUSTOU A STEVE JOBS 100 MIL DÓLARES

História de Viny Mathias – IGN Brasil

"Eu resolvo seu problema, você me paga": o dia que Steve Jobs pagou US$ 100 mil por um logo que dividiu especialistas

“Eu resolvo seu problema, você me paga”: o dia que Steve Jobs pagou US$ 100 mil por um logo que dividiu especialistas© Fornecido por IGN Brasil

Dizer que Steve Jobs era alguém peculiar é chover no molhado. Ele não era como os outros e por isso triunfou. Porém, ao longo de sua vida há momentos que podemos chamar de curiosos, para dizer o mínimo. Um desses momentos é sobre o que falaremos hoje. Jobs precisava de um logo para a empresa que fundou quando foi demitido da Apple e acabou pagando US$ 100 mil por isso.

Após ter sua saída forçada por John Sculley, ele criou a NeXT, uma empresa que poderia ter concorrido com a Apple, mas que inicialmente não teve o sucesso esperado. Seu computador mais famoso foi aquele cubo cujos moldes custaram US$ 650 mil para ter os cantos com exatamente 90 graus. No geral não vendia muito, mas seu sistema operacional era muito bom, a tal ponto que a Apple decidiu comprar a NeXT para mantê-la, e com isso Steve Jobs voltou a fazer parte da empresa de sua vida.Steve JObs com uma roupa da NeXT (Imagem: Reprodução via Applesfera) O fator mnemônico

Voltemos ao logotipo da NeXT. US$ 100 mil dólares (que hoje custariam mais de meio milhão de reais). Pode parecer muito, mas não chega nem perto do logo mais caro da história. O da BBC custou US$ 1,8 milhão e o da BP US$ 210 milhões, por exemplo. Se compararmos esses valores com o que Jobs pagou na época, dá pra dizer que ficou barato.

O designer contratado para a ocasião foi Paul Rand, um profissional completo que estava por trás de logos bem famosos como FordIBM ou ABC. Por isso, quando a NeXT o contratou para desenhar seu logo, ele forneceu um livro de 100 páginas onde explicou, passo a passo, todo o processo criativo que levou ao seu design final. No livro, Rand diz:

“Idealmente, um logotipo explicaria ou sugeriria a empresa que simboliza, mas isso raramente é possível ou mesmo necessário. O símbolo da IBM, por exemplo, não sugere nada sobre computadores, exceto o que o espectador lê nele. As listras agora estão associadas a computadores porque as iniciais de uma grande empresa de informática possuem listras. O mesmo vale para o símbolo da ABC, que não sugere televisão. Os fatores mnemônicos de ambos os logotipos são dispositivos gráficos: listras e círculos. Neste exemplo, o ‘e’ [de NeXT] é o fator mnemônico.”

A letra ‘e’ era o fator mnemônico do logo da NeXT (Imagem: Reprodução via Applesfera)

Mas estamos falando de cabeças pensantes. E Steve Jobs estava inquieto, queria um punhado de soluções, não uma única alternativa. Porém, em entrevista, Steve Jobs explicou que:

“Perguntei se ele conseguia pensar em alguma opção e ele disse: ‘Não, eu resolvo o seu problema e você me paga. Você não precisa usar a solução. Se você quiser opções, converse com outras pessoas’.”

Foi um logo inovador. Naquela época, o estilo de múltiplas cores, letras diferentes ou qualquer coisa do tipo não era muito popular. Alguns até dizem que foi de certa forma o precursor do Google. Talvez isso seja um pouco exagerado, mas seria imprudente negar que não tem pelo menos uma leve inspiração no ar.

Logo da NeXT, feito por Paul Rand (Imagem: Reprodução via Applesfera)

Dá para dizer que hoje, com o minimalismo que reina no mundo (inclusive além do corporativo), não teria dado certo. Na verdade, muitos criticam que se tratava de um logo muito ancorado à sua época (embora seu lançamento em 1986, de certa forma, se antecipou às cores da década de 90), com uma estética antiga. Com certeza esse logo teria sido atualizado para sobreviver nos dias atuais.

Naturalmente, o mundo de logos é um terreno demasiado subjetivo para podermos determinar com certeza quem está certo. Por um lado temos quem pensa que este logo da NeXT nasceu velho e preso numa época “cafona”, mas por outro lado, há quem o considera uma obra-prima revolucionária. Independente de qual lado você escolha, não dá para negar que o logo possui uma personalidade.

Pessoalmente, eu curto muito mais logos chamativos e coloridos do que o minimalismo de hoje (saudades logos dos times da NBA no início dos anos 2000). E você?

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A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL É A MAIOR INVENÇÃO DA HISTÓRIA MUNDIAL

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

Se tudo o que amamos na civilização é um produto da inteligência, a criação de uma inteligência artificial (IA) capaz de realizar as operações mais complexas da inteligência humana em milésimos de segundo pode ser a maior invenção da história mundial. A euforia com as novas tecnologias de IA generativa são justificadas. Mas também o pavor: os humanos poderiam se tornar simplesmente obsoletos. Mas poderiam realmente?

A capacidade das novas máquinas de computar dados e sintetizá-los já supera em muito as capacidades humanas. Ainda assim, resta a questão: quem gera esses dados?

Um modo mais humilhante, mas realista, de descrever máquinas de IA é, na expressão da linguista Emily M. Bender, “papagaios estocásticos”. “Os amplos modelos de linguagem são impressionantes em sua habilidade de gerar uma linguagem realista, mas no fim das contas eles não entendem verdadeiramente o sentido da linguagem que estão processando”, diz Bender. Assim, as previsões realizadas por uma máquina que aprende sozinha estão essencialmente repetindo conteúdos dos dados. Em outras palavras, se uma máquina eficiente é alimentada com dados confiáveis, os resultados serão provavelmente confiáveis, mas, se os dados não são confiáveis, os resultados serão o inverso.

Os próprios programadores reconhecem isso. Uma pesquisa da News Media Alliance, que representa mais de 2 mil publicações, averiguou que as empresas de tecnologia utilizam “desproporcionalmente” as notícias online e conteúdos de revistas e jornais digitais para treinar seus softwares de IA. Uma análise do Washington Post revelou que as 10 principais fontes utilizadas para treinar os “modelos de linguagem grande” são veículos de mídia profissional. “Nossa própria presença (online) está dando credibilidade para essas plataformas que de outra forma seriam preenchidas por nonsense caça-cliques e informação desregulada”, resumiu Katie French, editora da Newsquest.

As empresas de tecnologia têm resistido a remunerar as fontes dessas informações com base na jurisprudência americana do “uso justo” (fair use), segundo a qual “o uso por inovadores de modos transformadores de materiais protegidos por direitos autorais não infringe esses direitos”. Pode-se questionar até que ponto isso se aplica à aprendizagem da máquina. Humanos utilizam obras protegidas por direitos autorais para aprender. Mas quando os robôs utilizam esses materiais para gerar conteúdo disponibilizado ao público e explorado comercialmente, parece inequívoco o dever de remuneração.

A prova de que as empresas de IA reconhecem isso é o acordo fechado com o grupo alemão Axel Springer pela OpenAI, que remunerará pelo uso de mídias como Bild, Politico e Business Insider.

Após meses de negociações frustradas para se fechar um acordo similar, o New York Times (NYT) se tornou a primeira grande empresa de mídia norte-americana a processar a OpenAI e a Microsoft sobre seus robôs, “por lucrar com a infração massiva de direitos autorais, a exploração comercial e a apropriação indevida da propriedade intelectual do Times”. O jornal alega que as empresas têm buscado “surfar livremente sobre o investimento massivo do Times em seu jornalismo, utilizando-o para construir produtos substitutivos sem permissão ou remuneração”. Até há pouco tempo, um internauta que quisesse, por exemplo, reproduzir a receita de macarrão com queijo do NYT teria de bancar o pagamento de uma assinatura. Hoje ele pode simplesmente pedi-la a um chatbot.

Uma opção para as mídias jornalísticas seria bloquear o acesso dos robôs aos seus websites. Isso evitará as perdas, mas não trará ganhos a ninguém. Máquinas treinadas com informação ruim, gerando conteúdos com informação ruim, só produzirão resultados ruins: mais desinformação e ameaças ao debate democrático.

Se os robôs das empresas de tecnologia geram conteúdos utilizando dados apurados por jornalistas profissionais e lucram com isso, nada mais razoável que parte desses lucros seja repassada a quem gerou esses dados. Isso, sim, será um uso justo e benéfico a todos.

FELIZ DIA DAS MÃES VIVAS E ETERNA SAUDADES DAS QUE PARTIRAM

 

Mundo das Mensagens

Nesta data em que celebramos todas as mães, não podemos deixar de lembrar aquelas que já partiram deste mundo. Este é também o Dia das Mães Falecidas, e a elas deixo minha sincera homenagem!

Sua marca continua viva através dos filhos que trouxeram ao mundo e que tanto amaram, e no coração dos que ficaram para sempre baterá a saudade das guerreiras que foram.

Às que partiram fica o agradecimento, a homenagem por tudo que fizeram, e aos que ficaram e sofrem com saudade, peço que Deus se lembre dos seus corações e os possa consolar.

AS EMPRESAS E SUAS MARCAS DEVEM DAR PRIORIDADE À CULTURA LOCAL

 

*Gustavo Alves

Em outubro do ano passado, a L’Occitane au Bbrésil lançou, junto com a atriz Grazi Massafera, o filme “É tempo de Caju na pele!”. Nos segundos iniciais, vemos um caju, fruto que tem tanta representatividade para o Nordeste brasileiro, pendurado pela castanha e preso em uma árvore que não é um cajueiro.

Esse equívoco levou a uma repercussão negativa nas redes da marca, levando à pouca aceitação da campanha por parte do público. Esse deslize pode parecer irrelevante para quem não vive a realidade do Nordeste, mas, para quem está inserido nessa cultura, ver algo de tamanho significado ser utilizado de forma equivocada por uma marca pesa nos aspectos sentimentais para com ela.

Elaborar uma estratégia regional demanda conhecimento local aprofundado, pois é muito fácil cometer deslizes e fomentar certos estereótipos a depender da região. Sendo uma estratégia mercadológica ou não, é preciso entender como seu produto/serviço será inserido naquele local e como os atuais concorrentes, caso existam, atuam.

Dialogando com seu mercado

Independentemente de sua marca ser a primeira a atuar no setor daquela região ou não, é imprescindível criar uma conexão com a cultura local, pois não deveríamos adaptar comunicações de acordo com um direcional nacional, e sim criá-las exclusivamente para cada região.

O Nordeste tem potencial criativo para expandir ainda mais seus horizontes – basta um olhar fora da bolha e, principalmente, do eixo Rio-São Paulo -, mas, infelizmente, muitos Estados da região têm uma imagem construída por quem está de fora como pouco evoluído ou precário.

Thaynara OG, influenciadora digital e maranhense, eleva a cultura do seu Estado por meio dos seus canais há anos. Por exemplo, o São João da Thay, promovido pela influenciadora em benefício do UNICEF, já acontece há muito tempo; mais do que uma comemoração, o evento serve para mostrar ao Brasil as possibilidades que existem fora do que está à altura dos nossos olhos.

Já no Norte, há 15 anos atrás, a Coca-Cola, patrocinadora a 25 anos do festival de Parintins, no Amazonas, abriu mão da sua principal cor, o vermelho, para dar espaço para o azul em uma ação no festival; no mesmo evento, o Banco Bradesco também deixou de lado a predominância vermelha e abriu espaço para o azul. Cases como esses nos mostram a possibilidade de marcas territórios que têm capacidade para gerar conexão, ou não, em locais sentimentais e de muito significado para cada um.

De maneira prática, utilizar abordagens tailor made garante maior agilidade, foco naquilo que precisa de fato ser resolvido e, claro, personalização. Mas, independentemente do modo de trabalho, o foco está na necessidade de falar a língua de quem queremos atingir.

Recomendações para sua marca acertar em outras regiões

Embora o exemplo da L’Occitane mostre que a marca está buscando ampliar sua área de atuação, é importante que as marcas tenham bastante cuidado na hora de se apropriar de outras culturas para abrir seu leque de potenciais consumidores. Afinal, é sabido que existe uma disputa acirrada para conquistar espaço não apenas na mídia, mas também na mente das pessoas.

A seguir, confira dicas que podem potencializar sua campanha com estratégias regionais:

1. Não apareça de surpresa e suma: Conquiste seu território e permaneça nele, cada vez mais forte e criando novas conexões com o público. É um grande risco para marcas que aproveitam apenas da sazonalidade para promover suas mensagens em regiões onde a maior parte do tempo não se vê nada sobre elas.

2. Não adapte material, crie: Crie de acordo com a realidade apresentada. Cada povo tem suas culturas e hábitos, cabe respeitar e usar aquilo que de fato seja relevante e, de alguma forma, entretenha. Adentre de fato na proposta e bons caminhos criativos surgirão.

3. Invista em agências, produtoras e veículos locais: Além de testar formatos exclusivos e provar da criatividade local, os clientes e anunciantes podem favorecer o mercado local alocando seus investimentos em propriedades regionais. É preciso levantar essa pauta, já que agências, produtoras e veículos locais têm, sim, potencial para levar sua mensagem ainda mais longe, invista na Startup Valeon do Vale do Aço.

Por fim, a questão é maior que isso: ela ultrapassa o que é campanha ou qualquer estratégia. Estamos falando de locais com potenciais criativos brilhantes que precisam ser enxergados e investidos.

*Gustavo Alves, sócio e Head de Projetos e Atendimento na Karu, agência de marketing especializada em soluções tailor made.

FANS TOKENS DA VALEON

Os Clubes de Futebol no Brasil e no Mundo estão alinhados fora de campo e estão investindo em inovação e no mercado de criptoativos, mais especificamente as Fans Tokens que são moedas digitais chamadas de CHILIZ(CHZ).

A novidade é atribuir um valor de ativo financeiro a um produto com o qual o fã cria relacionamentos e experiências com o Clube de Futebol e que antes era apenas um serviço sem valor de revenda ou de valorização desse ativo. As Fans Tokens ajudam os clubes a melhorar a parte financeira.

Assim como nenhum elemento do marketing faz nada sozinho, não só em clubes, mas em qualquer empresa, as Fans Tokens também precisam ter a imagem trabalhada para chegar ao consumidor de forma clara, oferecendo algo que seja palatável e legível ao torcedor, ou seja, as pessoas precisam entender do que se trata este ativo digital para poder consumi-lo.

Como toda inovação, as Fans tokens ainda estão numa fase inicial e todos nós estamos aprendendo com elas. Não podemos perder de foco é que a tecnologia não pode ser o fim, a tecnologia é simplesmente o meio e é a chave para o engajamento e temos que compreender que a tecnologia pode gerar lucro, construir operações sustentáveis, proteger a integridade da concorrência, desenvolver multiplataformas e muito mais.

Engajar os fãs não é algo exclusivo do esporte. Pelo contrário, todas as marcas querem encantar seus consumidores e engajá-los das mais variadas formas. Descobrir essas formas é uma das muitas atividades de quem trabalha com comportamento do consumidor.

Em marketing, podemos definir o engajamento do cliente como os comportamentos espontâneos, interativos e cocriativos do consumidor, principalmente em trocas não transacionais entre consumidor e empresa para atingir seus objetivos individuais e sociais.

Em outro contexto, porém, podemos pensar no engajamento como um estado de espírito motivacional relacionado à marca e dependente do contexto de um cliente, caracterizado por níveis específicos de atividade cognitiva, emocional e comportamental nas interações da marca. E, nesse aspecto, surge um fator importante: como os consumidores engajados fornecem referências e recomendações para produtos específicos, o engajamento do cliente é um elemento-chave nas estratégias das empresas para o desenvolvimento de soluções, de novos produtos e retenção de clientes. É aqui que surge a ideia da monetização.

A Startup Valeon cria as FANS TOKENS VALEON para premiar uma enorme comunidade de consumidores que utilizam as redes sociais, que são o nosso público-alvo, que são as pessoas que achamos que podem realmente se beneficiar do nosso produto que é a Plataforma Comercial Marketplace Valeon e muitas vezes não possuem o conhecimento básico de como o nosso produto funciona.

As Fans Tokens são para aqueles que não querem apenas ser espectadores, mas para aqueles que desejam ter um papel mais ativo na comunidade das redes sociais.

A tokenização fornece novas maneiras inspiradoras de classificar valor, criando novos ativos ou reinventado os tradicionais, abrindo portas para melhoria de processos totalmente novos, fluxos de receitas e envolvimento dos clientes com novas oportunidades.

Pensando nisso, a Startup Valeon através do seu Site, aposta na possibilidade de trazer o consumidor que pode estar longe ou não conhece a Valeon para perto da gente e ainda ser nosso colaborador participando ativamente do nosso desenvolvimento, gerando transformações e tendo o direito de fornecer conhecimentos específicos para o desenvolvimento do Site.

Valor do Fan Token Valeon = R$ 1,00

Solicitamos a colaboração dos consumidores do Vale do Aço para as oportunidades de influenciarem em algumas decisões do nosso dia-a-dia e quanto maior o peso de suas opiniões, mais Fan Tokens irá ganhar.

1 – Você pode auxiliar no desenvolvimento do nosso Site Valeon verificando alguma possibilidade de melhoria nele.

Prêmio: 50 Fan Token Valeon

2 – As Empresas, Serviços e Profissionais que desejarem participar aderindo suas Publicidades e Propagandas ao Site Valeon terão descontos.

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VALIDADE DAS FANS TOKENS VALEON: 06 MÊSES

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Site: https://valedoacoonline.com.br/

sábado, 11 de maio de 2024

GOVERNO E EMPRESAS CHEGAM A UM ACORDO PARA REONERAR A FOLHA DE PAGAMENTO

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

Após um longo embate, o governo anunciou um acordo para reonerar a folha de pagamento de 17 setores da economia de maneira gradual. Pela proposta anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a tributação continuará zerada neste ano e voltará a ser cobrada de maneira escalonada entre 2025 e 2028.

Duas vezes derrotado por um Congresso amplamente favorável à medida, o governo apelou ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reequilibrar o jogo na marra. Pela liminar concedida pelo STF, as empresas teriam de recolher a contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha já no dia 20 deste mês, fator que obrigou os setores a sentar à mesa de negociação com o Executivo.

Se o acordo ficou longe do ideal para as empresas, o governo também teve de ceder na busca de um meio-termo. Haddad queria dar fim imediato à desoneração, mas aceitou adiá-la até o início de 2025, quando a cobrança será restabelecida de maneira escalonada – 5% no ano que vem, 10% em 2026, 15% em 2027 e 20% em 2028.

A Fazenda ainda terá de encontrar maneiras de compensar uma renúncia de R$ 20 bilhões neste ano, bem como desenhar uma solução para os pequenos municípios, também incluídos no benefício. O governo, no entanto, tem consciência de que sua vitória parcial tem prazo de validade curto, e o próprio ministro Haddad reconheceu que o modelo atual de tributação da folha está ultrapassado.

Reportagem publicada pelo Estadão expôs o tamanho desse anacronismo. Segundo José Pastore, professor titular da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), os encargos trabalhistas custeados pelas empresas superam os salários pagos por elas a seus funcionários. Representam nada menos que 103,7% das remunerações.

Pastore já havia apontado essas distorções há 30 anos, em artigo publicado pelo Jornal da Tarde em 9 de fevereiro de 1994. O texto alertava que os encargos sociais eram uma das causas do aumento do desemprego – além, é claro, dos efeitos da recessão que assolou o País durante a década de 1980. Nem mesmo os países europeus, conhecidos pela política de bem-estar social, tinham encargos tão elevados quanto os cobrados no Brasil.

Décadas atrás, para evitar aumentar custos fixos num cenário de incertezas, as empresas preferiam pagar horas extras aos funcionários a contratar novos trabalhadores. Hoje, o problema explica parte do fenômeno da ascensão do empreendedorismo – que, em muitos casos, não tem qualquer relação com a abertura de novos negócios.

É evidente que há brasileiros que querem de fato empreender, mas é inegável que muitos se tornam pessoas jurídicas (PJs) ou microempreendedores individuais (MEIs) apenas para sobreviver num mercado de trabalho dominado por baixos salários e informalidade. Na falta de uma solução estrutural, recorre-se a puxadinhos, como a pejotização, os MEIs e a desoneração da folha de pagamento.

É fato que a medida foi prorrogada sucessivas vezes pelo Legislativo, mas a gênese dessa política remete ao ano de 2011 e ao governo Dilma Rousseff, que pretendia estimular setores em dificuldades atrelando o benefício à manutenção de empregos. Como se diz em Brasília, nada mais permanente que um programa temporário de governo.

É essencial que o governo assuma a responsabilidade de construir um novo sistema que valha indistintamente para todos os brasileiros e setores econômicos – e é fundamental que ele desonere a folha para todos os setores, o que ampliará a formalização do mercado de trabalho, melhorando a base de arrecadação da Previdência. A inação e a falta de liderança do Executivo são um estímulo ao ativismo de um Congresso sensível às dificuldades do setor privado.

Não se trata mais de uma questão meramente trabalhista. Projeções sobre a Previdência mostram não haver alternativa que não seja a revisão de políticas que comprometem sua sustentabilidade. Será preciso enfrentá-las, por mais impopulares que essas pautas sejam, a não ser que o governo prefira assistir de camarote ao colapso do sistema de proteção social.

ENCHENTES MOSTRAM A NECESSIDADE DE CONSTRUÇÕES EM OUTROS LUGARES

História de MATHEUS TEIXEIRA E PEDRO LADEIRA – Folha de S. Paulo

ROCA SALES, RS (FOLHAPRESS) – Uma das cidades que mais sofreu com as enchentes do Rio Grande do Sul que já deixaram cem mortos, Roca Sales (a 143 km de Porto Alegre) precisará não apenas ser reconstruída, mas também mudar de lugar. O município viveu na semana passada a terceira grande enxurrada nos últimos oito meses.

Agora, o prefeito Amilton Fontana (MDB) decidiu que não adianta reconstruir os prédios públicos e parte dos bairros residenciais no mesmo local em que sempre estiveram.

A estimativa é que ao menos 50% do município mude de endereço. O objetivo, após limpar as ruas, desobstruir vias e retomar os serviços públicos é fazer um estudo para identificar uma área segura para construir novas casas, escolas, indústrias, hospital e sede da prefeitura.

A situação de Muçum (115 km da capital gaúcha) é parecida. A cidade também foi atingida pelas enchentes de setembro e novembro do ano passado e novamente neste ano. O prefeito Mateus Trojan (MDB) diz que ao menos 30% das construções terão que ser transferidas para outra área.

Antes de setembro do ano passado, a última grande enchente havia acontecido em 1941. Nos últimos 83 anos, nenhum dos dois municípios tinha vivido algo parecido. No máximo, grandes chuvas causavam alagamentos pontuais, sem invadir residências tampouco destruí-las e arrastá-las, como tem acontecido.

As cidades tiveram áreas completamente devastadas. As placas de trânsito, agora, foram improvisadas com pichações em muros, que indicam o rumo dos municípios vizinhos.

Na maioria das casas que foram inundadas, mas seguem de pé, pessoas com mangueiras e lava-jato expulsam o barro de dentro. Na parte da frente, vê-se entulhos e móveis sujos de barro.

Alguns, os moradores ainda tentam recuperar, outros já estão perdidos, mas não há um local para jogar fora e eles ficam empilhados. Roca Sales ficou sem comunicação e energia por três dias, o que dificultou o trabalho de retomada da normalidade. Muçum, por sua vez, está sem energia até hoje e a previsão é que fique mais quatro dias nessa condição.

Os dois municípios estão situados no Vale do Taquari, região banhada pelo Rio Taquari.

“Vamos ter que deixar o rio passar onde ele quer. É a natureza. O rio quer passar e nós estamos aqui trancando a passagem dele. Então, o município precisa arrumar um local para a gente trabalhar a questão da área central e realocar aos poucos, começando pelos prédios públicos”, afirma Fontana.

A cidade tem 12 mil habitantes e teve suas três grandes indústrias, o frigorífico JBS, a calçadista Beira Rio e o curtume Couro Bom Retiro, que empregam 2.500 pessoas, destruídas. Choveu em seis dias o que geralmente chove em um ano.

A costureira Celoir Casemiro, 52, que mora em Roca Sales há 25 anos, reconhece a necessidade de transferir a cidade de local, mas lamenta o fato de os pontos históricos terem que deixar de existir.

“É o mais certo a se fazer, infelizmente” diz. Ela afirma que é preciso encontrar uma maneira de a cidade sobreviver, porque não pretende se mudar.

“De Roca Sales não vamos embora. Aqui é a nossa cidade, que escolhemos para viver o resto das nossas vidas. Graças a Deus temos força ainda pra lutar e conseguir vencer”.

A Prefeitura está instalada na sede do CRAS (Centro de Referência da Assistência Social), que ficou alagada, mas não foi destruída. Os funcionários ainda limpam o local enquanto o prefeito e secretários trabalham para atenuar os danos causados pelas chuvas.

Ao lado do local, um grande churrasco de linguiça com pão é preparado para distribuir à população atingida. Por ali também chegam e são distribuídas as doações.

Em Muçum o cenário é similar. A equipe da prefeitura trabalha no hospital, único local com energia, devido a um gerador. A população se aglomera nos arredores para dividir tomadas para carregar o celular e conectar na internet.

O prefeito diz que 85% da área urbana é inundável e que o ideal seria fazer a transferência de toda essa área, mas considera a ideia inviável.

Diante disso, o plano é transferir cerca 30% dos locais mais suscetíveis para outra área. “Teremos que remanejar para regiões mais altas”, diz.

Ele fala da dificuldade de implementar o projeto. “É complexo. Envolve toda uma questão cultural, direito de propriedade das pessoas, viabilidade de logística. Uma série de fatores para consolidar todas etapas. Nossa intenção é gradativamente retirar da parte considerada de risco iminente praticamente toda a área da cidade, mas é gradativo, não acontece de uma hora para outra”, afirma.

A aposentada Lorena Zanete, 72, que mora há 38 anos em Muçum, teve a casa inundada na enchente de setembro. Ela decidiu reformar a casa e as obras ficaram prontas dois dias antes de a enchente voltar com ainda mais força.

“Agora vai ser difícil. Estou hospedada no meu compadre porque não tenho para onde ir”, diz.

Ela acha difícil prever o futuro após as enchentes. “A gente espera ajuda para construir a casa de novo, mas é difícil, porque não adianta, todo mundo ficou sem nada”, diz.

O Vale do Taquari sofreu com as enchentes pela primeira vez em setembro de 2023, quando morreram 54 pessoas. Muçum registrou o maior número de mortes: foram 20 ao todo, sendo que dois corpos não foram encontrados.

Desta vez, não houve óbito. Em Roca Sales, por sua vez, o prefeito diz que já houve 5 mortes. Além disso, há seis pessoas que estavam em um local em que houve deslizamento e que ainda não foram encontradas.

O local é de difícil acesso e o Corpo de Bombeiros acessa o local de helicóptero e barco para fazer as buscas. A área rural da cidade, que tem 700 km de estrada de chão, é extensa e em muitos locais as chuvas obstruíram vias. Até o momento, só foi encontrado uma perna de uma pessoa.

Ao todo, os dados oficiais afirmam que já foram registradas 107 pessoas mortas em decorrência das chuvas. A quantidade de óbitos foi informada pela Defesa Civil estadual pela manhã e confirmada às 18h.

Além disso, o boletim da noite desta quarta-feira (9) apontou que há 327.105 pessoas desalojadas.

 

A CONSTITUIÇÃO QUE VALE PARA OS OUTROS E PARA O GOVERNO NÃO VALE

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

A fim de fazer política bem ao agrado do presidente Lula da Silva, o Supremo Tribunal Federal (STF) mostra-se disposto a cometer uma atrocidade jurídica sem precedentes na já trepidante história recente do Poder Judiciário.

Por 8 votos a 3, a Corte julgou que são constitucionais os dispositivos da Lei 13.303/2016, a chamada Lei das Estatais, que blindam a administração dessas empresas de qualquer ingerência indevida por meio da nomeação de políticos para cargos de direção. Contudo, a maioria dos ministros sinalizou que não há razão para o Palácio do Planalto se preocupar. Malgrado o resultado do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) interposta pelo PCdoB, todas as nomeações feitas por Lula fora da lei – tal como o texto fora aprovado pelo Congresso em 2016 – serão mantidas, ainda que o STF tenha concluído que as vedações previstas na Lei das Estatais são, ora vejam, constitucionais.

Para chegar a essa construção esdrúxula, os ministros conceberam um artifício para lá de criativo, uma espécie de “inconstitucionalidade temporária”, chamemos assim, do artigo 17, parágrafo 2.º, incisos I e II, da referida lei. O ministro Dias Toffoli articulou com seu colega Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, um voto que considera hígidas todas as nomeações para o comando das estatais feitas pelo presidente Lula durante a vigência da decisão liminar exarada pelo então ministro do STF Ricardo Lewandowski, em março de 2023. “Quem foi indicado e aprovado com base na liminar tem a continuidade garantida”, diz trecho do voto.

Como se sabe, Lewandowski atendeu ao pleito do PCdoB e suspendeu as vedações legais à presença de políticos e lideranças partidárias em cargos da alta administração das estatais, exatamente como queria Lula no início de seu terceiro mandato. À época, Lewandowski argumentou que aquele dispositivo citado, entre outras razões, fere de morte o princípio da isonomia consagrado pela Constituição.

Agora, transcorrido mais de um ano, o STF julgou que o mesmo dispositivo legal que foi considerado constitucional pela maioria dos ministros da Corte não valeu por um determinado período de tempo. Eis a tal “inconstitucionalidade temporária”, aberração que só um colegiado pouco cioso da grandeza do Supremo no arranjo institucional do País seria capaz de engendrar. Parece loucura, é forçoso dizer. E tudo isso para, aparentemente, não contrariar os interesses de ocasião do presidente da República, sem prejuízo, é claro, de outras motivações que ainda possam estar ao abrigo do escrutínio público.

Segundo Barroso, essa foi a única saída encontrada para evitar que a demissão dos dirigentes nomeados por Lula para as estatais causasse uma “instabilidade indesejável”, o que, no entender do presidente do STF, seria prejudicial à continuidade de políticas públicas em andamento. Ora, isso é um juízo totalmente político do ministro, e não jurídico. Que evidências, afinal, tem o sr. Barroso para sustentar sua afirmação? Ademais, o chefe do Poder Judiciário ainda faz pouco-caso do profissionalismo do corpo funcional de empresas como a Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e BNDES, entre outras. Afinal, se a mera troca de seus presidentes e diretores é capaz de causar “instabilidades”, é sinal de que todo o resto vai muito mal. Qualquer empresa minimamente organizada não vê suas atividades comprometidas a cada substituição de líderes.

Nem do ponto de vista jurídico há que se falar em estabilidade. A natureza de uma decisão liminar, como sabe qualquer calouro de Direito, é fundamentalmente precária, não tem o condão de inspirar segurança jurídica alguma.

Quando a mais alta instância do Judiciário se presta a uma exegese desse jaez para atender a interesses do governo de turno, o céu é o limite. Fica difícil para grande parte da sociedade entender por que, afinal, o STF se dispõe a comprometer sua própria imagem como Corte Constitucional nesse grau – a ponto de flertar com a desmoralização que todas as noites povoa o sonho dos inimigos da democracia.

DEMOCRACIA RELATIVA DE LULA E MADURO CADA UM AO SEU MODO

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