domingo, 5 de maio de 2024

O VÍCIO NO TRABALHO PRODUZ STRESS E PERDADE HABILIDADES COGNITIVAS

 

História de Vitor Augusto Conceição – IGN Brasil

O filósofo chinês Confúcio é responsável por dizer “Escolha um trabalho que você goste e você nunca mais trabalhará um dia na sua vida”. No entanto, nos últimos anos, foi demonstrado que um final alternativo poderia ser adicionado à frase: “Escolha um trabalho que você goste e você nunca descansará um único dia na sua vida”. Spoiler: esse não é o caminho.

Bill Gates teve dificuldade em aprender essa lição, mas desde que descobriu os efeitos adversos para a saúde de não descansar, tornou-se um defensor ferrenho.

Foi difícil para Bill Gates, mas ele aprendeu: a ciência sabe há anos que o vício no trabalho diminui a produtividade

Foi difícil para Bill Gates, mas ele aprendeu: a ciência sabe há anos que o vício no trabalho diminui a produtividade© Fornecido por IGN BrasilCréditos: Netflix/Reprodução

Não chame isso de amor, se for vício. Existe uma linha tênue entre um trabalho pelo qual você é apaixonado e o vício no trabalho. Existem muitos estudos, como este da Universidade de Brasília, que relacionam o estresse e a falta de descanso com a perda de habilidades cognitivas. Portanto, converter o comprometimento com o trabalho ou uma cultura de esforço pouco compreendida em dias de maratona é, na realidade, um sintoma de produtividade tóxica que só prejudica o desempenho de quem sofre com o excesso de horas de trabalho.

Estudos da Universidade Ariel, em Israel, confirmam que o vício no trabalho é um problema real, cheio de mitos e tabus que dão uma aparência de heroísmo ao trabalho interminável. Na verdade, um estudo da Universidade ELTE Eötvös Loránd de Budapeste relaciona este tipo de dependência a pessoas com características como perseverança ou perfeccionismo, que não souberam estabelecer limites adequados.

Se você precisa de tanta dedicação, algo está errado. Um dos sintomas mais imediatos do vício no trabalho são as horas em excesso, algo que, paradoxalmente, as experiências com a semana de trabalho de quatro dias demonstraram colidir frontalmente com a produtividade.

Se você precisa de 12 horas por dia para fazer o trabalho que deveria fazer em uma jornada de oito horas, é sinal de que ou você não está organizando bem suas tarefas ou não está calculando corretamente o tempo que cada tarefa exige. Gastar mais horas por dia não o torna mais apaixonado pelo seu trabalho, mas sim menos eficiente.

Não é só trabalho, é a sua saúde. Segundo um estudo do Hospital Universitário Clermont-Ferrand (França), a dependência do trabalho afeta a saúde a médio e longo prazo, aumentando o risco de sofrer de depressão, ansiedade, distúrbios do sono, estresse e problemas de saúde cardíaca. Na verdade, os japoneses até têm um nome para isso: karōshi, que significa literalmente morte por excesso de trabalho.

Nesse sentido, estabelecer limites claros é fundamental para manter um equilíbrio saudável. Desligar-se do trabalho permite-lhe recuperar energias e melhorar a sua capacidade de gerir o stress diário. É importante aprender a ouvir o seu corpo e fazer pausas, em vez de mascarar a exaustão com soluções temporárias como o café. Às vezes, uma pausa é mais produtiva do que tentar continuar a todo custo.

As férias não são apenas um direito, são uma necessidade. O direito à desconexão digital e ao descanso não é só dos funcionários, mas também se você for o patrão. Nem é hora de dormir, como defendem defensores da produtividade como Jeff Bezos ou Bill Gates, que não perdem um mínimo de sete horas de sono devido às suas implicações para a saúde do cérebro.

Férias e dias de descanso são essenciais para a recuperação física e mental, além de uma oportunidade para analisar o que você está fazendo bem e o que não está. José Mendiola e Ana González contam no seu livro ‘A arte de viver mais devagar’, a importância de enfrentar a produtividade a partir de uma “abordagem lenta” e a necessidade de parar e como alcançá-lo.

Tempo pessoal como tarefa. É muito fácil deixar-se levar pela cultura agitada, tal como definida pelo The New York Times, quando na realidade podemos desfrutar de mais tempo livre do que nunca graças à tecnologia. A busca pelo equilíbrio entre a vida profissional e pessoal é um dos grandes desafios para evitar o esgotamento entre os trabalhadores.

O tempo pessoal é tão importante que mesmo os sistemas de priorização de tarefas, como a estratégia POSEC, consideram o lazer e o tempo pessoal apenas como mais uma tarefa a ser concluída. Portanto, você pode tentar implementá-lo em seu dia usando truques para gerar hábitos como a regra das cinco horas usada por Bill Gates ou Elon Musk.*Texto traduzido e adaptado do site parceiro Xataka

(Créditos da imagem de capa: Gates Notes)

MILEI E MUSK VÃO SE ENCONTRAR NOVAMENTE EM MENOS DE UM MÊS

 

História de PATRICK FUENTES – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Javier Milei, presidente da Argentina, terá novo encontro com Elon Musk, bilionário dono do X (antigo Twitter) na próxima segunda (6). A reunião foi confirmada pelo porta-voz de Milei, Manuel Adorni, na rede social de Musk.

O segundo encontro acontece menos de um mês desde a primeira conversa direta entre os dois, no início de abril, quando o presidente Argentino visitou a fábrica da Tesla em Austin, no estado americano do Texas.

A proximidade entre Milei e Musk é conhecida. Quando o ultraliberal venceu as eleições, em novembro passado, o bilionário comemorou a vitória em seu perfil da rede X e disse que a prosperidade estava indo para a Argentina.

O encontro será na segunda, às 15h30. Estarão com Milei no encontro sua irmã, Karina, que é secretária-geral da Presidência da Argentina, Luis Caputo, ministro da Economia, Nicolás Posse, chefe de gabinete, e Gerardo Werthein, o embaixador argentino nos Estados Unidos.

Segundo o jornal argentino Clarín, essa é a quarta visita de Milei aos Estados Unidos desde que assumiu o cargo em dezembro.

Em janeiro deste ano, Musk publicou meme pornográfico que sugeria “tesão” pelo presidente argentino.

De acordo com Clarín, o interesse de Musk pela Argentina se daria por motivos econômicos. No início de 2022, representantes da Tesla visitaram uma mina de lítio no país, um dos principais insumos utilizados em baterias de carros elétricos.

Antes da posse de Milei, em dezembro de 2023, Musk prometeu visitar Argentina e investir no país. Em fevereiro deste ano, a Starlink, empresa do bilionário, foi autorizada a fornecer seus serviços de internet aos argentinos.

O bilionário retribuiu o gesto do presidente doando 33 equipamentos para apoiar o atendimento em escolas rurais.

Após o encontro no Texas em abril, o embaixador Werthein disse ao Clarín que os considerava “almas gêmeas” tamanho alinhamento de ideias.

“A química que existiu no encontro é muito difícil de descrever, foi como se duas almas gêmeas tivessem se unido, concordaram em todos os pontos que tocaram.”

Milei chegou a oferecer colaboração a Musk no conflito com o STF (Supremo Tribunal Federal) no Brasil. O governo argentino afirma que entre os temas abordados no primeiro encontro entre ambos, o contexto brasileiro foi mencionado.

Não foram dados detalhes de como seria essa colaboração ofertada pelo presidente ultraliberal, que no decorrer de abril viajou pelos Estados Unidos e se encontrou com empresários e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

O MUNDO PRECISA DE ENERGIA RENOVÁVEL E O HIDROGÊNIO VERDE É UMA ESTRATÉGIA

 

By Moritz Gathmann – Siemens Energy

  • Fábrica de eletrolisadores do futuro

É uma fábrica do futuro. Uma das primeiras fábricas de eletrolisadores em escala de gigawatt do mundo, implementando robôs modernos e digitalização para uma produção altamente automatizada, a nova fábrica de eletrolisadores da Siemens Energy em Berlim, Alemanha, está acelerando a fabricação sustentável e a economia de hidrogênio verde renovável.

“Que semana”, diz o engenheiro Axel von Levetzow, de 47 anos, chefe de manufatura da Siemens Energy Gigawatt Electrolyzer Factory, em Berlim, uma joint venture entre a Siemens Energy e a Air Liquide. Estamos no final de setembro, e von Levetzow e seus colegas estão ocupados instalando novas máquinas, e aumentando constantemente a produção. Ao mesmo tempo, eles têm apresentado seus planos para a produção de eletrolisadores para indústrias, empresários e políticos – incluindo ministros da energia de todo o mundo.

O interesse é alto porque a fábrica, composta de robôs, automação e digitalização, é uma peça central para a ação climática e a ambição mundial de atingir emissões zero com uma economia de hidrogênio renovável. A partir de novembro, a fábrica inicia sua produção em escala de gigawatts de pilhas de eletrolisadores, começando com 1 gigawatt no primeiro ano, passando para 2 gigawatts até 2024, e chegando a 3 gigawatts já em 2025.

“Antes, os clientes diziam: ‘Precisamos de energia’, e nós construímos usinas para eles”, diz von Levetzow. “Agora, podemos entregar tudo o que eles precisam para uma estratégia completa de hidrogênio verde.”

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Em todo o mundo, a nova planta de eletrolisadores de gigawatt em Berlim é a primeira a ser altamente automatizada com robótica e digitalização.

Aumentar a produção de hidrogênio renovável

No salão da fábrica, von Levetzow para diante de um gráfico que mostra a produção e o consumo de energia nos diferentes setores industriais. Uma grande parte desse gráfico, a geração de energia, pode ser descarbonizada por meio da eletrificação direta, explica. O verdadeiro desafio tem sido descarbonizar setores difíceis de reduzir as emissões, como a indústria química ou siderúrgica, refinarias, mobilidade, navegação e aviação. “A produção de hidrogênio verde é como disponibilizamos energia renovável para todos os setores da economia.”

Para a produção de pilhas de eletrólise de hidrogênio renovável, a Siemens Energy uniu forças com a Air Liquide. A parceria de joint venture com uma empresa que conhece bem as necessidades das empresas que trabalham com gases industriais, produz sinergia para ambos os parceiros. “Para aumentar rapidamente a produção e alcançar um efeito de escala, temos que convencer o mercado. E isso só pode ser feito com um parceiro forte como a Air Liquide, com seu domínio do hidrogênio ao longo de toda a cadeia de valor”, diz von Levetzow.

A demanda global de hidrogênio atingiu 95 milhões de toneladas de hidrogênio por ano, em 2022. A produção de aço precisa de hidrogênio como agente redutor. Os operadores de navios de carga estão agora procurando obter hidrogênio para a produção de metanol, e a aviação e a mobilidade não ficarão muito atrás. Hoje, a maior parte do hidrogênio é produzida a partir de carvão ou gás natural, resultando na liberação de emissões nocivas. É por isso que a capacidade de produzir hidrogênio renovável em grande escala está no centro de uma revolução energética. Com a Gigafactory, estamos alcançando essa escala. Mas 3 gigawatts de capacidade de eletrolisador por ano – o que isso quer dizer? Com uma capacidade instalada de eletrólise desse tamanho, uma média de 300.000 toneladas de hidrogênio renovável pode ser produzida por ano quando operada com energias renováveis. Usar esse hidrogênio como substituto dos combustíveis fósseis poderia, por exemplo, evitar as emissões de CO2 de uma grande cidade alemã com uma população de cerca de 280.000 habitantes (Fonte: EDGAR – The Emissions Database for Global Atmospheric Research – europa.eu).

Quando a produção em massa encontra a sustentabilidade P2X

A palavra da moda é Power-to-X, ou P2X para abreviar. O P2X descreve o processo de conversão de eletricidade de energia renovável em carbono “verde” ou e-Hydrogen para uso direto como combustível ou matéria-prima. Além disso, também pode ser convertido em e-Fuels amigos do clima, como e-Metanol ou e-Amônia.

A unidade em Berlim é uma das primeiras fábricas de eletrolisadores em escala industrial do mundo. E desde o anúncio, em março, até a inauguração, em novembro, levará apenas oito meses para construir uma fábrica inteligente que estabeleça novos padrões para a fabricação em massa de eletrolisadores. Nesse tempo, os engenheiros vêm desenvolvendo e ampliando novos equipamentos de fabricação ao mesmo tempo para acelerar a produção.

Não é por acaso que a Siemens Energy escolheu este local, onde produz suas turbinas a gás mais sofisticadas para clientes de todo o mundo. Há mais de um século, turbinas a vapor estavam sendo produzidas aqui, revolucionando os motores de navios e a produção industrial. O mesmo pode ser dito sobre a produção de eletrolisadores que está sendo iniciada nos dias de hoje, embora o zumbido silencioso de robôs e máquinas que está enchendo a instalação de 2000 metros quadrados seja muito diferente do que era a produção há um século. “Somos pioneiros”, diz von Levetzow. 

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“Trazemos tecnologia completamente nova para este local.”

Mara Mertens, Chefe de Serviços Técnicos da Siemens Energy Electrolyzer Manufacturing Gmbh.

“A decisão de localizar a fábrica de eletrolisadores em Berlim foi motivada por três pontos.”

Axel von Levetzow, Chefe de Manufatura da Siemens Energy Electrolyzer Manufacturing GmbH.

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Robôs como este ajudam a automatizar a produção industrial de pilhas de eletrolisadores.

A linha de produção da nova fábrica de eletrolisadores Gigawatt é altamente automatizada.

A produção industrial de eletrolisadores na fábrica de energia da Siemens Energy em Berlim ajudará a tornar os preços do hidrogênio renovável competitivos com os combustíveis tradicionais.

Pilhas de eletrolisadores potentes como essas formam a peça central da tecnologia de hidrogênio renovável.

Robôs com um toque suave

“Aqui em nossa unidade de produção em Berlim temos muitos colegas experientes que sabem como aumentar a produção e desenvolver soluções com fornecedores”, diz Mara Mertens, chefe de serviço técnico da fábrica. “Este projeto é tudo menos plug and play.” Ela também ressalta que a Siemens Energy tem cooperado estreitamente com seus parceiros de longo prazo na indústria de engenharia mecânica: “Uma coisa é os robôs lidarem com peças de reposição na indústria automobilística. Mas é muito mais difícil se eles tiverem que lidar com membranas altamente sensíveis com camadas ultrafinas.”

Mertens e von Levetzow estudaram engenharia mecânica com foco em energias renováveis nos anos 2000, quando o campo era impulsionado por – como eles diziam – “idealistas”. Em seguida, von Levetzow passou anos desenvolvendo turbinas a gás, enquanto Mertens viajou o mundo comissionando geradores refrigerados a hidrogênio em usinas do Brasil ao Egito. Agora, eles estão animados como nunca com um projeto que abre caminho para o futuro da energia: “Cada um de nós está pronto para ir além”, diz Mertens.

Dentro da produção em massa de eletrolisadores, Berlim, Alemanha

Estamos vendo o momento em que o trem decola.

Axel von Levetzow

Head of Manufacturing, Siemens Energy Electrolyzer Manufacturing

Automatização da produção de eletrolisadores PEM

E a milha extra é o que é preciso. A tecnologia de eletrólise da membrana de troca de prótons (PEM) é simples e tem algumas décadas: a água passa por uma membrana e é dividida em hidrogênio e oxigênio. Mas o desafio é escalar a produção para volumes industriais.

Até agora, em seu antigo local de produção, a Siemens Energy ainda usava muito trabalho manual. Mas a nova fábrica é altamente automatizada: as máquinas de revestimento aplicam uma fina camada de platina na membrana de um lado e uma camada de irídio do outro. “O desafio é que a camada tem que ser muito fina, porque a matéria-prima é cara, mas espessa o suficiente para tornar a membrana confiável”, diz Mertens. No final da linha, os recipientes são preenchidos com os resíduos de perfuração: tudo isso é reciclado, por razões ecológicas, mas também por causa do valor das sobras de platina e irídio na membrana.

Membrana PEM ultrafina, Berlin Gigawatt Electrolyzer Factory, Alemanha

Produção de membranas ultrafinas para eletrolisadores PEM. 

Robôs preparando membranas, Berlin Gigawatt Electrolyzer Factory, Alemanha

Esse processo requer robótica capaz de manusear materiais altamente frágeis. 

Em seguida, a membrana é laminada e pressionada em formas retangulares, colocada em molduras e, finalmente, montada nas chamadas pilhas, aproximadamente a altura de uma porta. Em seguida, cada pilha é transportada para outro salão para testar o desempenho. Em outros locais de fabricação, como Mulheim, as pilhas são montadas no produto final – um sistema eletrolisador que consiste em matrizes de quatro por seis pilhas e peças de processo que podem ser facilmente embaladas e transportadas para o local de construção do cliente.

O controle de qualidade da câmera totalmente automatizado na nova fábrica é crucial: ele pode detectar o menor desnível no revestimento da membrana – o que mais tarde poderia levar a um funcionamento menos eficiente das pilhas. A maioria dos componentes são serializados, muitos componentes são verificados opticamente. “Temos todos os dados das pilhas até a carga de irídio que foi usada durante a produção”, diz Mertens. “Temos um gêmeo digital da produção. Isso nos permite garantir a alta qualidade de nossos produtos – e desenvolver ainda mais a produção todos os dias.”

“Você se lembra dos tempos em que a energia solar era muito cara?”, pergunta von Levetzow. “Em seguida, a produção foi ampliada e os preços dos painéis solares começaram a cair, tornando sua produção competitiva. O mesmo está prestes a acontecer com a eletrólise. Estamos vendo o momento em que o trem decola.”  

Novembro, 2023

O jornalista Moritz Gathmann, radicado em Berlim, faz reportagens desde 2004 para vários meios de comunicação, incluindo o DER Spiegel e o Frankfurter Allgemeine Zeitung.

O MARCO LEGAL DOS GAMES TEM O OBJETIVO DE REGULAR PRODUÇÃO, IMPORTAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DOS GAMES

 

Aspas Comunicação

Com a sanção presidencial do Marco Legal dos Games nesta sexta-feira (03), a primeira semana de maio se tornou decisiva para a indústria dos jogos no Brasil. O PL 2796/2021 tem como objetivo regular todos os aspectos relevantes da produção, importação, comercialização, desenvolvimento e utilização comercial de jogos.

Além disso, estabelece diretrizes para o setor, entre elas: a proteção às crianças e adolescentes, com um sistema de denúncias; o estímulo ao capital destinado aos investimentos no setor, por meio da Lei do Audiovisual e da Lei Rouanet; a possibilidade de inclusão de jogos nas Política Nacional de Educação Digital com implementação nas escolas para ensino e o reconhecimento de profissionais do setor, incluindo-os nas categorias do MEI e na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).

Em um cenário em que a indústria de jogos movimenta mais de 13 bilhões de reais no Brasil, o Marco abre o caminho para um ambiente mais seguro e favorável ao crescimento dessa indústria criativa no país. Márcio Filho, presidente da Associação de Desenvolvedores de Jogos Digitais do Estado do Rio de Janeiro (RING) e especialista em Games e Sociedade, está otimista com esse avanço do setor e explica:

“A expectativa do setor com a sanção é que possamos ver os investimentos e as oportunidades na área multiplicadas. É estimado que no intervalo dos próximos três anos, vamos ver a entrada de 200 a 300 milhões de reais anuais em investimentos privados no setor, a multiplicação na base de duas a três vezes do volume total de empregados no setor na próxima década, e, portanto, a criação de oportunidades que colocam o Brasil num patamar mais destacado no ciclo produtivo global”, afirma Filho.

A sanção da legislação atende os pedidos do setor por uma regulamentação. No entanto, a aprovação do Marco Legal é apenas o primeiro passo de um processo mais amplo detalha Filho:

“É fundamental que possamos ter um bom diálogo com o governo, a fim de promover a regulamentação, se possível, ainda antes do tempo previsto na lei. A primeira parte, logo após a aprovação da lei, é que o governo possa ter portas abertas para o diálogo, construindo uma regulamentação que promova o crescimento econômico esperado com a sanção”, diz.

Confira as mudanças no setor de jogos eletrônicos com a sanção do Marco Legal dos Games:

AS BETS

Uma das principais mudanças foi a retirada dos Fantasy Games ou jogos de fantasia do escopo regulatório.

PROTEÇÃO ÀS CRIANÇAS E ADOLESCENTES

O texto também representa um avanço em relação às associações em defesa do interesse das crianças e adolescentes, contemplando, por exemplo, o monitoramento de casos de violência e abusos no ambiente virtual. Os fornecedores de jogos irão precisar se atentar aos seus serviços, para que não negligenciem situações de exploração, violência, entre outros fatores, bem como deverão ofertar a acessibilidade de acesso aos jogos para crianças e adolescentes com deficiência.

Nesse sentido, o texto prevê ainda a criação de mecanismos de proteção como a criação de um sistema de reclamação e denúncia contra abusos sofridos pelos pequenos, realização de classificação etária indicativa e a busca pela permissão dos pais para compras dentro dos jogos.

TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO

Outro ponto levantado pelo texto substitutivo é a possibilidade de jogos eletrônicos serem implantados nas Política Nacional de Educação Digital, sendo usados nas escolas como forma de ensino, com a criação de um repositório de uso livre, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

INCENTIVOS

O Projeto de Lei apresenta ainda, medidas voltadas para a promoção do ambiente de negócios e para o aumento da disponibilidade de capital destinado aos investimentos no setor, por meio da Lei do Audiovisual e da Lei Rouanet.

No caso da primeira, as empresas poderão abater até 70% dos investimentos em jogos eletrônicos na base de cálculo do Imposto de Renda e da CSLL. Além disso, estarão aptas a usufruir de outros benefícios previstos na legislação, como a redução de 50% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre máquinas e equipamentos utilizados no desenvolvimento, além da depreciação acelerada de equipamentos e insumos.

Já a Lei Rouanet, permite a dedução no Imposto de Renda de doações feitas a projetos destinados a promover a produção ou coprodução de jogos eletrônicos brasileiros independentes, bem como para a capacitação de profissionais na área.

EMPRESAS E EMPREENDEDORES

O texto substitutivo tem como um dos seus objetivos encaminhar a regulamentação profissional no setor, incluindo o reconhecimento e a inclusão de categorias do MEI e também das profissões na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Além disso, as empresas de jogos eletrônicos no país serão reconhecidas formalmente, por meio da determinação da criação do Código Nacional de Atividade Econômica (CNAI), relativo às atividades relacionadas aos jogos.

As empresas, o empresário individual ou o microempreendedor poderão ainda receber tratamento especial no âmbito do regime Inova Simples, do Simples Nacional, bem como em parcerias com instituições científicas, tecnológicas e de inovação (ICT).

PRINCIPAIS ALTERNATIVAS PARA CRIAR UMA ESTRATÉGIA DE SUCESSO NA MENTE DOS CLIENTES

 

Hérica Machado e Gustavo Alves, da KARU, agência de marketing especializada em soluções tailor made

A solução para que as empresas tenham sucesso na busca de fixar espaço na mente dos seus clientes, é fugir do ‘mais do mesmo’; Hérica Machado e Gustavo Alves, da KARU, agência de marketing especializada em soluções tailor made, falam sobre as principais alternativas para criar uma estratégia de sucesso

São Paulo, abril de 2024 – Nos últimos anos, o marketing tem sido o principal meio para que as empresas cheguem aos seus clientes e ocupem seu espaço no mercado. Uma comprovação disso é o relatório The Voice of the Marketer 2024, lançado pela consultoria Warc, que entrevistou 1.400 profissionais em todo o mundo e prevê que o investimento global em marketing irá aumentar em 8,2% em 2024, chegando a US$1 trilhão. Entretanto, para que as empresas consigam marcar a sua presença na mente dos clientes através de um bom marketing, é imprescindível que as estratégias não sejam genéricas.

Para Hérica Machado, fundadora e Head de Estratégia da KARU, agência de marketing especializada em soluções tailor made, a chave para a personalização assertiva está nos dados. “Estou falando da interpretação e entendimento dos dados que temos em mãos, quando cada indicador se faz importante na discussão e o que deve ser levado para cada camada. Um dos desafios das equipes de marketing mais latentes é como provar que o investimento foi eficiente, que realmente trouxe retorno além de impacto. Para a diretoria, o importante é ter uma visão simples que mostre o investimento e o ponteiro que mudou. A equalização desse dilema passa pela organização e priorização dos dados, que leva a discussões por camadas e tomada de decisões mais assertivas”, explica.

Além disso, para Gustavo Alves, sócio e Head de Projetos e Atendimento na KARU, para evitar generalizações ao criar estratégias, é essencial priorizar a contextualização. “Antes mesmo de definir as estratégias, é necessário dar um passo atrás e aprofundar o entendimento de cada cenário, grupos de públicos e como tudo isso se relaciona com os objetivos iniciais. No cenário mais tático uma pergunta vale: como minha mensagem se comportaria em diferentes canais e formatos?”, entende.

Existem algumas alternativas que podem ser usadas na busca de fugir do ‘mais do mesmo’. Pensando nisso, os especialistas listam as principais dicas para quem deseja marcar o seu cliente através de um bom marketing. Confira:

1. Entenda o contexto, mercado, cultura e características da empresa

Uma estratégia assertiva precisa de uma leitura do cenário para trazer hipóteses e caminhos de solução real. “O entendimento do mercado traz insights poderosos para o desenvolvimento de ações que geram impacto para levar o negócio para outro nível. É preciso buscar uma evolução e performance com assertividade na mensagem para o público correto. Acredito que seja o entendimento dos dados históricos, de mercado e do negócio que nos guiam para a solução mais eficaz. Conectar várias personas, soluções, produtos e praças de maneira assertiva só é possível com o desenvolvimento de uma estratégia sob medida que leve em consideração cada uma dessas nuances e consiga projetar as iniciativas a longo prazo”, analisa Hérica.

Em qualquer projeto de comunicação, é essencial reconhecer as nuances e sensibilidades presentes, especialmente ao direcionar uma mensagem para um público específico. “Isso requer um entendimento profundo do contexto, mercado e cultura dos envolvidos. Para criar uma conexão genuína, é necessário gerar um sentimento de autenticidade e diferenciação em cada indivíduo. As características distintivas da empresa ou solução devem ser evidentes, contribuindo para a construção de uma identidade coesa. Investir tempo e recursos nessas etapas iniciais é crucial para garantir que a comunicação seja eficaz e impactante, alcançando o público de maneira significativa e memorável”, complementa Gustavo.

2. Converse com o público certo

Com uma estratégia bem definida, é preciso validar o entendimento sobre o público. Mais importante que saber quem é preciso impactar, é entender quais suas dores, anseios e o que o move. “O público não direciona apenas o que configuramos nas ferramentas, mas como a mensagem deve chegar, em que momento e com que roupagem. Considerando que tudo que está nos feed sociais, as marcas concorrem com os conteúdos de influenciadores, amigos, família, outros anúncios. Para ser realmente relevante e despertar a ação da audiência é imprescindível ter uma abordagem rápida, direta e que se comunique com a necessidade da persona”, diz a fundadora da KARU.

Para Gustavo, a pergunta que deve ser feita é: Em meio a diversas comunicações, como sua mensagem se conecta com o público desejado? “A chave está em 2 coisas: aprendizados e falar a língua do seu público-alvo. Mas isso só será possível com timing e uma operação ágil. Segmentar por interesse ou usar um mix de formatos, por exemplo, oferece uma oportunidade única para alcançar esse grupo específico de usuários. Mais que uma mera função numérica, a análise de dados sobre seu público é fundamental para contextualizar e reforçar a assertividade! Diminuir os ciclos de aprendizado e otimizar tudo que tiver alcance enquanto uma campanha estiver no ar também é sinônimo de sucesso”, exemplifica.

3. Conecte a sua marca com mais princípios

Uma maneira de trabalhar os princípios da marca e se alinhando a pauta ESG (environmental, social and governance), onde é possível conectar seus pilares relacionados ao meio ambiente, pessoas/sociais e a governança do negócio. “A empresa orientada ao ESG, com indicadores e metas bem definidos pode elevar a sua reputação no mercado como também seu valuation. Estamos falando de estar comprometido e engajado em fazer do mundo um ambiente melhor olhando para o planeta; a forma como a marca se relaciona com a sociedade e o que devolve para ela; e do gerenciamento da empresa, sua cultura e práticas éticas”, defende Hérica.

A principal forma de estar conectado aos seus princípios, é por meio da adaptação cultural, já que mudar ou criar novos valores e missões é altamente complexo dependendo da dimensão da organização. “Tudo está enraizado em uma cultura aberta à inovação e pronta para se adaptar ao futuro. Atualmente, questões sociais, éticas e ambientais não podem ser ignoradas. Marcas e indivíduos devem se posicionar não apenas porque é uma tendência, mas devido à consciência coletiva sobre esses temas. Sua marca pode incorporar mais princípios, desde que olhe para dentro e compreenda como isso se refletirá e fará sentido para seu público-alvo”, entende Gustavo.

4. Não se esqueça do tailor made

Para Hérica, não existe fórmula mágica e nem método chave que resolva cenários específicos, mesmo que do mesmo segmento. “Quando falamos de marketing temos uma série de variáveis que precisam ser consideradas para uma solução que realmente resolva a dor do momento para aquele negócio. Cada negócio é um organismo, que está em uma fase diferente, tem seus dilemas próprios e é de extrema importância que exista um entendimento mais profundo para ações eficientes. Se cada negócio tem suas próprias características, porque vamos tratar as soluções de marketing, mensagem e expansão de vendas da mesma maneira?”, completa Hérica Machado.

Tailor made é uma forma mais especializada de entregar serviços ou qualquer solução. “Ao invés de absorver uma problemática e tratá-la de maneira genérica, com opções tailor made são criadas novas formas, abordagens e maneiras de resolver o problema. Essa abordagem individualizada aumenta a eficiência, pois reconhece a singularidade de cada situação. O que defendo é para que não se apegue ao que está feito hoje. Tempos depois verá que faria melhor, e esse movimento tende a nos impulsionar a uma cultura baseada em testes, erros, acertos e consequentemente, muito aprendizado”, finaliza Gustavo Alves.

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sábado, 4 de maio de 2024

30 ANOS DE ASSINATURA DO PLANO REAL E A REFORMA TRIBUTÁRIA ATUAL

 

História de editora3 – IstoÉ Dinheiro

No próximo dia 27, o País lembra os 30 anos da assinatura do Plano Real. Esse programa de estabilização da moeda volta e meia evoca a nostalgia e a idealização por parte de seus formuladores, mas é um excesso justificado. É difícil subestimar o impacto que causou e ainda provoca. Para ficar nas consequências mais imediatas apontadas por cientistas políticos não comprometidos com o fla-flu ideológico que marcou aquela época (a disputa PSDB-PT), o Real introjetou na sociedade a importância do combate à inflação e seu desdobramento direto, a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Até hoje, três décadas depois, a sociedade vive sob esse arcabouço, e dirigentes que teimam em desrespeitar esses valores são punidos. O presidente Lula abraçou-os em seus primeiros governos. No atual mandato, ele adora espezinhar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pelos juros elevados que freiam a economia. Mas o economista se sustenta, no fundo, ao zelar pelo controle da inflação. Quando ele deixar o posto, no final do ano, o governo terá coragem de relaxar no controle inflacionário? O governo Dilma Rousseff flertou com essa mudança e pagou um preço caro.

Fernando Haddad, o “mais tucano” dos petistas, como já insinuou o presidente Lula numa ironia mal digerida por membros do seu partido, reza pela cartilha da geração que conseguiu domar a hiperinflação, apesar de evitar essa referência para não atrair ainda mais fogo amigo. Ele atualiza aquele programa com o ideal do fim da desigualdade social e da criação de um Estado de bem-estar social. Mas há mais de um ano dedica-se diariamente a defender os mesmos pilares macroeconômicos lançados nos anos 1990, mesmo contra a vontade dos companheiros.

O Plano Real aconteceu em um daqueles momentos propícios da história que transcendem os interesses políticos comezinhos e a lógica partidária paroquial. Trinta anos mais tarde, a roda do tempo fez com que uma circunstância parecida se desse com a Reforma Tributária, que está se concretizando contra todas as previsões. A foto que ilustra este texto é um sinal eloquente disso. O presidente Lula, Arthur Lira (presidente da Câmara) e Rodrigo Pacheco (presidente do Senado) comemoram em dezembro a PEC que criou o IVA. Hoje, veem-se presos ao compromisso de finalizar a mudança dos impostos, ainda que tenham se distanciado desde então e vivam às turras em uma crise quase diária de reacomodação das competências entre os Poderes.

A Reforma Tributária será o grande e talvez único legado estrutural do governo Lula, disse com propriedade o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, mesmo que o tema tenha sido ignorado na disputa presidencial de 2022, especialmente na campanha do petista. Hoje, o presidente cobra de seu ministro que acelere a regulamentação. A reforma está virando realidade. Deve diminuir os entraves ao crescimento estrutural, melhorar a produtividade dos diversos setores, aumentar a justiça social, valorizar a cidadania fiscal e permitir que a economia seja destravada. Agora, virou prioridade. Melhor para o governo, melhor para o País.

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ANÁLISE DO ATO ESVAZIADO NO 1º DE MAIO SE TRAZ RISCOS PARA O GOVERNO LULA

 

História de Redação – Jornal Estadão

No 1º de Maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou para menos de duas mil pessoas no estacionamento do estádio do Corinthians, em Itaquera, segundo estimativa da USP. A imagem do espaço esvaziado na zona leste da capital paulista marcou o evento tanto quanto o discurso do petista aos presentes no ato realizado pelas Centrais Sindicais.

O presidente reclamou que o evento foi “mal convocado” e cobrou o secretário-geral da Presidência, Márcio Macedo, sobre a falta de público. “Nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar”, disse.

No palco, Lula, em desrespeito à lei eleitoral, também pediu votos para o pré-candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, deputado Guilherme Boulos. A declaração virou alvo de ações na Justiça Eleitoral, apresentadas pelo MDB, partido do atual prefeito, Ricardo Nunes, pelo Novo, da também pré-candidata Marina Helena, e pelo PSDB.

Leia as análises de colunistas do Estadão sobre o ato do 1º de Maio.

Lula no ato do 1º de Maio em São Paulo Foto: Taba Benedicto/Estadão

Lula no ato do 1º de Maio em São Paulo Foto: Taba Benedicto/Estadão© Fornecido por Estadão

Eliane Cantanhêde: O 1º de Maio de 2024 é um marco para Lula e o PT jamais esquecerem

Eliane Cantanhêde afirma que o presidente Lula deu um “péssimo passo” ao convocar o ato com as Centrais Sindicais no 1º de Maio em São Paulo. “Tropeçou na articulação, enfrentou o vexame da falta de gente, descontou o fiasco no ministro Márcio Macedo e atropelou a legislação eleitoral – ou seja, cometeu um crime – ao usar um evento oficial, e ainda por cima com financiamento da Petrobras, para fazer campanha para a candidatura de Guilherme Boulos à Prefeitura da capital”, diz.

Para a colunista, “o mais preocupante é como Lula está fora da realidade, sem compreender que o mundo mudou e o Brasil, o equilíbrio político, as Centrais Sindicais, a disposição das massas, o PT e o próprio Lula, afinal, também mudaram”.

Fabiano Lana: O mínimo que se espera é punição exemplar a Lula após pedido explícito de voto a Boulos em São Paulo

Para Fabiano Lana, “Lula segue inconsequente enquanto improvisa”, em tempos em que limitar as expressões virou moda. “Os bajuladores de plantão se apressaram em dizer que Lula apenas exercia sua liberdade de expressão. Ora, se for assim o mesmo valeria para Jair Bolsonaro quando atacou as urnas eletrônicas e nosso sistema eleitoral para uma plateia de embaixadores, em 2022, e por isso perdeu seus diretos políticos? Ou a liberdade de expressão vale para cometer crimes ou não vale”, afirma.

Ricardo Corrêa: Pedido de voto de Lula para Boulos reforça o ‘faz de conta’ que é a legislação para pré-campanha

Ricardo Corrêa aponta que o próprio Lula, assim como fez com Boulos agora, começou sua campanha à Presidência bem antes do prazo oficial em 2022. “A diferença é que, na época, costumava repetir, aproveitando a hipocrisia da lei, que ‘não podia pedir votos e nem dizer que era candidato’, querendo dizer, evidentemente, que era. Agora, nem mais essa fantasia quis vestir. Preferiu pagar R$ 25 mil para começar logo a campanha de Boulos”, analisa o colunista, sobre a multa máxima imposta pela Justiça Eleitoral por pedido explícito de votos na pré-campanha.

Francisco Leali: Ministro de Lula adere a bordão bolsonarista e prega direito de violar a lei em público

Francisco Leali afirma que, no palco de plateia esvaziada no 1º de Maio, a EBC, empresa estatal de comunicação, serviu de antena para disseminar a voz de Lula defendendo o voto em Guilherme Boulos para prefeito da cidade de São Paulo. “A comunicação pública deu lugar à comunicação partidária”, diz.

DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO DAS EMPRESAS VIRA CASO DE JUSTIÇA

 

História de editora3 – IstoÉ Dinheiro

Os mais recentes movimentos no tabuleiro político brasileiro serviriam de inspiração para um bom filme de suspense de Hollywood. Mas é a pura realidade dos bastidores de Brasília. Na semana passada, a festa do empresariado brasileiro com a aprovação pelo Congresso do prolongamento das desonerações da folha de pagamentos virou clima de velório. A dobradinha do governo federal com o Supremo Tribunal Federal (SFT), que com liminar do ministro Cristiano Zanin suspendeu a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia e aprovado na Câmara e no Senado, levou incerteza e preocupação para o ambiente econômico pelas próximas três semanas, pelo menos. Isso porque o prazo de pagamento do imposto para que as empresas desses setores, responsáveis pelo emprego de 9 milhões de pessoas, é dia 20 de maio. Se o embate não for resolvido até lá, o recolhimento da contribuição patronal terá de ser efetivado.

Para relembrar, a desoneração da folha de pagamento estava em vigor desde 2011 e beneficiava 17 setores da economia que mais empregam no País. Conforme o mecanismo, as empresas dos setores contemplados poderiam substituir o pagamento de 20% de contribuição previdenciária sobre os salários dos funcionários por uma alíquota que variava de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Após ter sua renovação aprovada e um veto do governo federal derrubado no Congresso Nacional, a desoneração foi judicializada pelo governo e está em votação no STF.

. Como o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) protocolada pela Advocacia Geral da União (AGU) foi paralisado após pedido de vista do ministro Luiz Fux na sexta-feira (26), o que vale é a decisão de Zanin, por enquanto.

Até a data da suspensão, havia cinco votos para a manutenção da liminar — ou seja, faltava apenas um para formação de maioria. Fux tem até 90 dias para retornar com o processo para julgamento e ainda não há expectativa para essa devolução.

O problema é que, seja qual for a razão, o episódio gera o maior atrito entre os Três Poderes desde que Lula voltou ao poder. O presidente do Senado, o sempre liso Rodrigo Pacheco, abandonou o tom ameno e partiu para o ataque. “Levar o caso à Justiça foi um erro primário do governo. Essa é uma vitória ilusória”, afirmou Pacheco, visivelmente irritado.

Na mesma linha, o presidente da Câmara, Arthur Lira, disse que o Parlamento precisa se proteger das interferências do Judiciário“Temos que subir o sarrafo diante da judicialização de todos os assuntos da nação”, afirmou Lira. “Existe um câncer no Brasil que se chama Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta por qualquer entidade, qualquer pessoa ou qualquer partido político com um representante no Congresso Nacional”, afirmou.

No mesmo dia da canetada de Zanin, o Senado apresentou um recurso no próprio STF contra a decisão monocrática. No recurso, advogados do Senado alegam, inicialmente, que a decisão não observa os preceitos legais e sequer ouviu o Congresso e a Procuradoria-Geral da República (PGR). “A lei que rege o processo constitucional de controle concentrado pelos instrumentos de ADI (Ações Diretas de Inconstitucionalidade) e de ADC (Ações Declaratórias de Constitucionalidade) jamais previu a possibilidade de deferimento de medida cautelar por decisão monocrática do relator”, disse o Senado, na petição.

Ministro do STF, Cristiano Zanin entendeu que a desoneração da folha era inconstitucional (Crédito:Mateus Bonomi)

Ministro do STF, Cristiano Zanin entendeu que a desoneração da folha era inconstitucional (Crédito:Mateus Bonomi)© Fornecido por IstoÉ Dinheiro

PERSPECTIVAS

Enquanto o conflito da desoneração não tem um desfecho, empresários e entidades temem que o aumento dos impostos represente corte de investimentos e demissões. O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira, destacou que a indústria calçadista criou 6,57 mil empregos no primeiro trimestre deste ano, encerrando março com estoque de mais de 286 mil empregos diretos na atividade, registro ainda 6,2% menor do que no mesmo mês de 2023. Segregando apenas o mês de março, foram criados 1,5 mil postos, ante uma perda de 382 postos no mesmo mês do ano passado. “Temos agora uma liminar que suspendeu a desoneração da folha de pagamentos que deve anular esse movimento de aumento no nível de emprego”, disse o executivo. “Em vez de criar postos, poderemos perder mais de 20 mil empregos até o final do ano”, alertou.

20% é a tarifa previdénciária paga pelos empresários com o fim do benefício

4,5% era o teto da contribuição para os setores que mais criam empregos no Brasil

Segundo a advogada tributarista Isabella Tralli, do escritório VBD, existem três caminhos possíveis para as empresas.

• O primeiro deles é seguir a determinação e recolher os tributos.

• O segundo é entrar na Justiça para questionar a reoneração e fazer um depósito judicial com os valores em disputa até o Supremo tomar uma decisão definitiva, no mérito, sobre o tema.

• A terceira opção, mais arriscada, é continuar recolhendo os tributos com base na lei da desoneração.

“Para as empresas que decidam aguardar a decisão definitiva do STF para só então deixar de aplicar a desoneração, é melhor provisionar internamente os valores. Essa decisão é a mais arrojada e não se alinha com a decisão do ministro Zanin”, afirma a tributarista. Nesse caso, será a judicialização da judicialização de um tema que não deveria, em uma primeira análise, ser judicializado.

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AGRONEGÓCIO DITA O RITMO DA ECONOMIA

História de editora3 – IstoÉ Dinheiro

O clima amistoso na foto acima, com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento Econômico, Geraldo Alckmin, ouvindo o Hino Nacional no tom de moda de viola durante a abertura da Agrishow, maior feira agropecuária da América Latina, em Ribeirão Preto (SP), contrasta com a hostilidade entre o setor e o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, durante a eleição presidencial de 2022. Na edição do ano passado, ainda no início do terceiro mandato de Lula, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, foi desconvidado após a confirmação da presença de Jair Bolsonaro.

Na edição desse ano, o cenário foi outro. Lula não foi, é verdade, mas a presença de Fávaro e, principalmente, de Alckmin, mostram a disposição do governo em tentar se aproximar de um dos setores mais importantes da economia. O governador Tarcísio de Freitas também marcou presença no evento. Bolsonaro também foi, em dia diferente, com o claro propósito de prestigiar o público ali mais alinhado às suas pautas.

A expectativa da organização era de receber, durante a edição 2024 da feira, 195 mil visitantes de mais 50 países, além de empresas líderes brasileiras e internacionais, que trouxeram lançamentos de produtos (Crédito:Divulgação )

A expectativa da organização era de receber, durante a edição 2024 da feira, 195 mil visitantes de mais 50 países, além de empresas líderes brasileiras e internacionais, que trouxeram lançamentos de produtos (Crédito:Divulgação )© Fornecido por IstoÉ Dinheiro

Alckmin aproveitou a abertura da feira agropecuária para defender as ações do governo federal para reequilibras as contas públicas e mostrar ao agro uma política de austeridade fiscal. “A responsabilidade fiscal é um dever de todos. É com boa política fiscal que vamos ter política monetária melhor, com redução de juros e crescimento da economia”, disse. E ele também fez um gesto ao agronegócio, ao falar das iniciativas de incentivo às empresas do setor. “Nós precisamos de desenvolvimento, gerar emprego, renda e atrair investimento. Esse é o caminho.”

Mas nem só de política viveu a Agrishow deste ano.

• A expectativa de movimentação financeira da 29ª edição, realizada de 29 de abril a 2 de maio, era de R$ 13 bilhões em negócios, com cerca de 195 mil visitantes de mais de 50 países e marcas líderes brasileiras e internacionais de diversos segmentos do agronegócio.

 No ano passado, os negócios realizados na feira movimentaram um montante recorde de R$ 13,3 bilhões.

• O valor representou um crescimento nominal de 18% e um aumento real de 9,5% (descontada a inflação) em relação a 2022, quando a feira movimentou R$ 11,2 bilhões em negócios gerados e intenções de compra de máquinas agrícolas, de irrigação e de armazenagem.

Alckmin, que participou da abertura da Agrishow, falou das iniciatiavas implementadas pelo governo federal em apoio às empresas do agro (Crédito:Divulgação )

Alckmin, que participou da abertura da Agrishow, falou das iniciatiavas implementadas pelo governo federal em apoio às empresas do agro (Crédito:Divulgação )© Fornecido por IstoÉ Dinheiro

Para a região de Ribeirão Preto, a expectativa é de que o evento movimente mais de R$ 500 milhões na economia da cidade, além de gerar mais de 7 mil empregos ligados à montagem, realização e desmontagem da feira. A expectativa para esse ano é superar o marco de 2023 ao reunir pequenos, médios e grandes produtores, bem como profissionais e técnicos do agronegócio do Brasil e do mundo.

Ao contrário da crise estabelecida no ano passado, dessa vez o governo federal marcou presença na Agrishow e fez gestos para se reaproximar do setor, com anúncios de liberação de recursos

INOVAÇÕES

Segundo João Carlos Marchesan, vice-presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e presidente da Agrishow, a feira deverá crescer não só em tamanho, mas em novidades tecnológicas voltadas ao campo. “A Agrishow cresce fortemente a cada ano porque apresenta máquinas, tecnologias e soluções para todos os tamanhos de propriedade rural e para os variados tipos de cultura, atendendo as principais demandas para o produtor rural crescer”, afirmou.

As soluções apresentadas na feira este ano vão desde o uso da inteligência artificial (IA) para se otimizar a eficiência da produção; até novidades para agricultura familiar. “Fundamental destacar que a evolução contínua das máquinas e implementos agrícolas e o advento da digitalização na agricultura constituem importante fator de aumento da produtividade das lavouras e da competitividade do agronegócio brasileiro”, disse.

A Agrishow também foi espaço para lançamentos de produtos de grandes companhias.

• Scania apresentou o caminhão GH 460 6×2, movido a gás, com nova potência de 460 cavalos, autonomia de 650 quilômetros e inédita tração 6×4. “A Agrishow é uma feira muito importante para o negócio da Scania. É a principal referência ao agronegócio e sua cadeia. A edição 2024 está marcando a primeira exposição ao público do nosso novo caminhão a gás de 460 cavalos”, disse Alex Nucci, diretor de vendas de soluções da Scania Operações Comerciais Brasil. “É mais um passo da nossa liderança na transição para um sistema de transporte mais sustentável.”

• Uma das gigantes do setor agrícola brasileiro, a Massey Ferguson também aproveitou a feira internacional para apresentar novos equipamentos. Um deles foi o MF 560R Dry, distribuidor de fertilizantes sólidos, que oferece mais autonomia de trabalho e reduz em 30% o consumo de combustível. Também lançou os carregadores frontais MF V Series, que, integrados ao trator original de fábrica, proporcionam agilidade e versatilidade nas operações da fazenda. “Investimos continuamente em pesquisa e desenvolvimento para oferecer soluções inovadoras que atendam às necessidades dos produtores rurais contribuam para o aumento da produtividade e da rentabilidade da agricultura. Na Agrishow, apresentamos uma linha completa de soluções”, afirmou Alexandre Stucchi, diretor de vendas da Massey Ferguson.

R$ 13 bi é o volume estimado de recursos gerados em negócios durante a edição deste ano da feira em Ribeirão Preto

7 mil empregos era a expectativa da direção em relação ao número de pessoas para montagem e organização da agrishow deste ano

66 voos extras foram criados pela azul com partidas e chegadas do aeroporto de ribeirão preto nos dias do evento 

Na edição desse ano, o Bradesco celebrou o primeiro aniversário do E-agro, plataforma digital da instituição financeira voltada ao produtor rural. Nesse período, o canal digital chegou à liberação de recursos perto de R$ 1 bilhão e uma rede de 50 parceiros conectados ao ecossistema. “Entendemos a necessidade de investir na criação de uma plataforma digital para nos apoiar na missão de atender cada vez mais e melhor as necessidades de um dos setores mais importantes da economia nacional. E o E-agro vem nos mostrando que nossos esforços estão na direção correta”, disse Roberto França, diretor de agronegócios do Bradesco.

(Heriberto Araujo)

(Heriberto Araujo)© Fornecido por IstoÉ Dinheiro

Em mais um gesto de Lula com o agro, o governo anunciou, às vésperas do início da feira, a liberação de uma linha de crédito, por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destinada a suprir a necessidade de recursos para micro, pequenos e médios produtores rurais e suas cooperativas.

A proposta, segundo Alexandre Abreu, diretor financeiro e de crédito digital para MPMEs do BNDES, é garantir a continuidade e expansão das produções agropecuárias, além de mitigar os impactos das intempéries climáticas enfrentadas nos últimos anos em todo o País.

Em paralelo aos recursos do BNDES, o governo federal anunciou a expansão da parceria do programa federal Mais Alimento, que visa a incentivar a agricultura familiar.

Além da implementação única da Cédula de Produto Rural (CPR) digital do mercado, o E-agro tem adotado inciativas também ligadas ao financiamento para clientes de revendas e cooperativas que atendem a necessidade do produtor que compra insumos por meio desses canais. “Isso significa que as lojas recebem á vista, sem a necessidade de compartilhar riscos para a operação”, afirmou Nadege Saad, head do E-agro.

Dada a grande movimentação de público nacional e internacional na feira, a companhia Azul implementou um mini hub em Ribeirão Preto, o quarto maior aeroporto em movimento aéreo do estado de São Paulo, com 66 voos extras para atender a demanda de clientes e executivos. Em média, a empresa opera dez voos por dia chegando e partindo de Ribeirão Preto. No período da Agrishow, esse número saltou para até 24 voos.

Para Tirso Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), a aliança entre poder público e setor privado é extremamente positivo para o crescimento do agronegócio brasileiro. “Ter o governo federal é fator de alegria e comemoração, e mostra a força da agricultura e pecuária paulista para o País. Essa união de forças é de muita importância para o agro”, disse.

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SUPREMO JULGARÁ MARCO TEMPORAL DOS INDÍGENAS APROVADO PELO CONGRESSO

 

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir em sessão presencial do plenário a validade da decisão do ministro Gilmar Mendes que determinou a instauração de processo de conciliação e suspendeu as ações envolvendo o marco temporal para demarcação de terras indígenas.

Nesta sexta-feira (3), os ministros iniciaram a votação no plenário virtual para decidir se a liminar do ministro será referendada. No entanto, a votação foi suspensa por um pedido de destaque do ministro presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, medida que leva o caso para julgamento presencial. A data da análise do caso ainda não foi definida.

Gilmar Mendes é relator das ações protocoladas pelo PL, o PP e o Republicanos para manter a validade do projeto de lei que reconheceu o marco e de processos nos quais entidades que representam os indígenas e partidos governistas contestam a constitucionalidade da tese.

No entendimento do ministro, questões de grande relevância devem ser debatidas antes da decisão final da Corte.

“Qualquer resposta advinda dos métodos tradicionais não porá fim à disputa político-jurídica subjacente, merecendo outro enfoque: o da pacificação dos conflitos, na tentativa de superar as dificuldades de comunicação e entendimentos em prol da construção da solução por meio de um debate construído sob premissas colaborativas e propositivas voltadas a resolver os impasses institucionais e jurídicos advindos da Lei 14.701/2023”, justificou Gilmar Mendes.

Pela tese do marco temporal, os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

Em dezembro do ano passado, o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei que validou o marco. Em setembro, antes da decisão dos parlamentares, o Supremo decidiu contra o marco. A decisão da Corte foi levada em conta pela equipe jurídica do Palácio do Planalto para justificar o veto presidencial.

Na semana passada, indígenas que participaram do Acampamento Terra Livre (ATL) defenderam o julgamento presencial do caso.

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