sábado, 4 de maio de 2024

AGRONEGÓCIO DITA O RITMO DA ECONOMIA

História de editora3 – IstoÉ Dinheiro

O clima amistoso na foto acima, com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento Econômico, Geraldo Alckmin, ouvindo o Hino Nacional no tom de moda de viola durante a abertura da Agrishow, maior feira agropecuária da América Latina, em Ribeirão Preto (SP), contrasta com a hostilidade entre o setor e o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, durante a eleição presidencial de 2022. Na edição do ano passado, ainda no início do terceiro mandato de Lula, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, foi desconvidado após a confirmação da presença de Jair Bolsonaro.

Na edição desse ano, o cenário foi outro. Lula não foi, é verdade, mas a presença de Fávaro e, principalmente, de Alckmin, mostram a disposição do governo em tentar se aproximar de um dos setores mais importantes da economia. O governador Tarcísio de Freitas também marcou presença no evento. Bolsonaro também foi, em dia diferente, com o claro propósito de prestigiar o público ali mais alinhado às suas pautas.

A expectativa da organização era de receber, durante a edição 2024 da feira, 195 mil visitantes de mais 50 países, além de empresas líderes brasileiras e internacionais, que trouxeram lançamentos de produtos (Crédito:Divulgação )

A expectativa da organização era de receber, durante a edição 2024 da feira, 195 mil visitantes de mais 50 países, além de empresas líderes brasileiras e internacionais, que trouxeram lançamentos de produtos (Crédito:Divulgação )© Fornecido por IstoÉ Dinheiro

Alckmin aproveitou a abertura da feira agropecuária para defender as ações do governo federal para reequilibras as contas públicas e mostrar ao agro uma política de austeridade fiscal. “A responsabilidade fiscal é um dever de todos. É com boa política fiscal que vamos ter política monetária melhor, com redução de juros e crescimento da economia”, disse. E ele também fez um gesto ao agronegócio, ao falar das iniciativas de incentivo às empresas do setor. “Nós precisamos de desenvolvimento, gerar emprego, renda e atrair investimento. Esse é o caminho.”

Mas nem só de política viveu a Agrishow deste ano.

• A expectativa de movimentação financeira da 29ª edição, realizada de 29 de abril a 2 de maio, era de R$ 13 bilhões em negócios, com cerca de 195 mil visitantes de mais de 50 países e marcas líderes brasileiras e internacionais de diversos segmentos do agronegócio.

 No ano passado, os negócios realizados na feira movimentaram um montante recorde de R$ 13,3 bilhões.

• O valor representou um crescimento nominal de 18% e um aumento real de 9,5% (descontada a inflação) em relação a 2022, quando a feira movimentou R$ 11,2 bilhões em negócios gerados e intenções de compra de máquinas agrícolas, de irrigação e de armazenagem.

Alckmin, que participou da abertura da Agrishow, falou das iniciatiavas implementadas pelo governo federal em apoio às empresas do agro (Crédito:Divulgação )

Alckmin, que participou da abertura da Agrishow, falou das iniciatiavas implementadas pelo governo federal em apoio às empresas do agro (Crédito:Divulgação )© Fornecido por IstoÉ Dinheiro

Para a região de Ribeirão Preto, a expectativa é de que o evento movimente mais de R$ 500 milhões na economia da cidade, além de gerar mais de 7 mil empregos ligados à montagem, realização e desmontagem da feira. A expectativa para esse ano é superar o marco de 2023 ao reunir pequenos, médios e grandes produtores, bem como profissionais e técnicos do agronegócio do Brasil e do mundo.

Ao contrário da crise estabelecida no ano passado, dessa vez o governo federal marcou presença na Agrishow e fez gestos para se reaproximar do setor, com anúncios de liberação de recursos

INOVAÇÕES

Segundo João Carlos Marchesan, vice-presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e presidente da Agrishow, a feira deverá crescer não só em tamanho, mas em novidades tecnológicas voltadas ao campo. “A Agrishow cresce fortemente a cada ano porque apresenta máquinas, tecnologias e soluções para todos os tamanhos de propriedade rural e para os variados tipos de cultura, atendendo as principais demandas para o produtor rural crescer”, afirmou.

As soluções apresentadas na feira este ano vão desde o uso da inteligência artificial (IA) para se otimizar a eficiência da produção; até novidades para agricultura familiar. “Fundamental destacar que a evolução contínua das máquinas e implementos agrícolas e o advento da digitalização na agricultura constituem importante fator de aumento da produtividade das lavouras e da competitividade do agronegócio brasileiro”, disse.

A Agrishow também foi espaço para lançamentos de produtos de grandes companhias.

• Scania apresentou o caminhão GH 460 6×2, movido a gás, com nova potência de 460 cavalos, autonomia de 650 quilômetros e inédita tração 6×4. “A Agrishow é uma feira muito importante para o negócio da Scania. É a principal referência ao agronegócio e sua cadeia. A edição 2024 está marcando a primeira exposição ao público do nosso novo caminhão a gás de 460 cavalos”, disse Alex Nucci, diretor de vendas de soluções da Scania Operações Comerciais Brasil. “É mais um passo da nossa liderança na transição para um sistema de transporte mais sustentável.”

• Uma das gigantes do setor agrícola brasileiro, a Massey Ferguson também aproveitou a feira internacional para apresentar novos equipamentos. Um deles foi o MF 560R Dry, distribuidor de fertilizantes sólidos, que oferece mais autonomia de trabalho e reduz em 30% o consumo de combustível. Também lançou os carregadores frontais MF V Series, que, integrados ao trator original de fábrica, proporcionam agilidade e versatilidade nas operações da fazenda. “Investimos continuamente em pesquisa e desenvolvimento para oferecer soluções inovadoras que atendam às necessidades dos produtores rurais contribuam para o aumento da produtividade e da rentabilidade da agricultura. Na Agrishow, apresentamos uma linha completa de soluções”, afirmou Alexandre Stucchi, diretor de vendas da Massey Ferguson.

R$ 13 bi é o volume estimado de recursos gerados em negócios durante a edição deste ano da feira em Ribeirão Preto

7 mil empregos era a expectativa da direção em relação ao número de pessoas para montagem e organização da agrishow deste ano

66 voos extras foram criados pela azul com partidas e chegadas do aeroporto de ribeirão preto nos dias do evento 

Na edição desse ano, o Bradesco celebrou o primeiro aniversário do E-agro, plataforma digital da instituição financeira voltada ao produtor rural. Nesse período, o canal digital chegou à liberação de recursos perto de R$ 1 bilhão e uma rede de 50 parceiros conectados ao ecossistema. “Entendemos a necessidade de investir na criação de uma plataforma digital para nos apoiar na missão de atender cada vez mais e melhor as necessidades de um dos setores mais importantes da economia nacional. E o E-agro vem nos mostrando que nossos esforços estão na direção correta”, disse Roberto França, diretor de agronegócios do Bradesco.

(Heriberto Araujo)

(Heriberto Araujo)© Fornecido por IstoÉ Dinheiro

Em mais um gesto de Lula com o agro, o governo anunciou, às vésperas do início da feira, a liberação de uma linha de crédito, por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destinada a suprir a necessidade de recursos para micro, pequenos e médios produtores rurais e suas cooperativas.

A proposta, segundo Alexandre Abreu, diretor financeiro e de crédito digital para MPMEs do BNDES, é garantir a continuidade e expansão das produções agropecuárias, além de mitigar os impactos das intempéries climáticas enfrentadas nos últimos anos em todo o País.

Em paralelo aos recursos do BNDES, o governo federal anunciou a expansão da parceria do programa federal Mais Alimento, que visa a incentivar a agricultura familiar.

Além da implementação única da Cédula de Produto Rural (CPR) digital do mercado, o E-agro tem adotado inciativas também ligadas ao financiamento para clientes de revendas e cooperativas que atendem a necessidade do produtor que compra insumos por meio desses canais. “Isso significa que as lojas recebem á vista, sem a necessidade de compartilhar riscos para a operação”, afirmou Nadege Saad, head do E-agro.

Dada a grande movimentação de público nacional e internacional na feira, a companhia Azul implementou um mini hub em Ribeirão Preto, o quarto maior aeroporto em movimento aéreo do estado de São Paulo, com 66 voos extras para atender a demanda de clientes e executivos. Em média, a empresa opera dez voos por dia chegando e partindo de Ribeirão Preto. No período da Agrishow, esse número saltou para até 24 voos.

Para Tirso Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), a aliança entre poder público e setor privado é extremamente positivo para o crescimento do agronegócio brasileiro. “Ter o governo federal é fator de alegria e comemoração, e mostra a força da agricultura e pecuária paulista para o País. Essa união de forças é de muita importância para o agro”, disse.

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