O filósofo chinês Confúcio é responsável por dizer “Escolha um
trabalho que você goste e você nunca mais trabalhará um dia na sua
vida”. No entanto, nos últimos anos, foi demonstrado que um final
alternativo poderia ser adicionado à frase: “Escolha um trabalho que
você goste e você nunca descansará um único dia na sua vida”. Spoiler:
esse não é o caminho.
Bill Gates teve
dificuldade em aprender essa lição, mas desde que descobriu os efeitos
adversos para a saúde de não descansar, tornou-se um defensor ferrenho.
Não chame isso de amor, se for vício. Existe uma linha tênue entre um
trabalho pelo qual você é apaixonado e o vício no trabalho. Existem
muitos estudos, como este da Universidade de Brasília,
que relacionam o estresse e a falta de descanso com a perda de
habilidades cognitivas. Portanto, converter o comprometimento com o
trabalho ou uma cultura de esforço pouco compreendida em dias de
maratona é, na realidade, um sintoma de produtividade tóxica que só
prejudica o desempenho de quem sofre com o excesso de horas de trabalho.
Estudos da Universidade Ariel,
em Israel, confirmam que o vício no trabalho é um problema real, cheio
de mitos e tabus que dão uma aparência de heroísmo ao trabalho
interminável. Na verdade, um estudo da Universidade ELTE Eötvös Loránd de Budapeste relaciona
este tipo de dependência a pessoas com características como
perseverança ou perfeccionismo, que não souberam estabelecer limites
adequados.
Se você precisa de tanta dedicação, algo está errado. Um dos sintomas
mais imediatos do vício no trabalho são as horas em excesso, algo que,
paradoxalmente, as experiências com a semana de trabalho de quatro dias
demonstraram colidir frontalmente com a produtividade.
Se você precisa de 12 horas por dia para fazer o trabalho que deveria
fazer em uma jornada de oito horas, é sinal de que ou você não está
organizando bem suas tarefas ou não está calculando corretamente o tempo
que cada tarefa exige. Gastar mais horas por dia não o torna mais
apaixonado pelo seu trabalho, mas sim menos eficiente.
Não é só trabalho, é a sua saúde. Segundo um estudo do Hospital
Universitário Clermont-Ferrand (França), a dependência do trabalho afeta
a saúde a médio e longo prazo, aumentando o risco de sofrer de
depressão, ansiedade, distúrbios do sono, estresse e problemas de saúde
cardíaca. Na verdade, os japoneses até têm um nome para isso: karōshi,
que significa literalmente morte por excesso de trabalho.
Nesse sentido, estabelecer limites claros é fundamental para manter
um equilíbrio saudável. Desligar-se do trabalho permite-lhe recuperar
energias e melhorar a sua capacidade de gerir o stress diário. É
importante aprender a ouvir o seu corpo e fazer pausas, em vez de
mascarar a exaustão com soluções temporárias como o café. Às vezes, uma
pausa é mais produtiva do que tentar continuar a todo custo.
As férias não são apenas um direito, são uma necessidade. O direito à
desconexão digital e ao descanso não é só dos funcionários, mas também
se você for o patrão. Nem é hora de dormir, como defendem defensores da
produtividade como Jeff Bezos ou Bill Gates, que não perdem um mínimo de
sete horas de sono devido às suas implicações para a saúde do cérebro.
Férias e dias de descanso são essenciais para a recuperação física e
mental, além de uma oportunidade para analisar o que você está fazendo
bem e o que não está. José Mendiola e Ana González contam no seu livro
‘A arte de viver mais devagar’, a importância de enfrentar a
produtividade a partir de uma “abordagem lenta” e a necessidade de parar
e como alcançá-lo.
Tempo pessoal como tarefa. É muito fácil deixar-se levar pela cultura
agitada, tal como definida pelo The New York Times, quando na realidade
podemos desfrutar de mais tempo livre do que nunca graças à tecnologia.
A busca pelo equilíbrio entre a vida profissional e pessoal é um dos
grandes desafios para evitar o esgotamento entre os trabalhadores.
O tempo pessoal é tão importante que mesmo os sistemas de priorização
de tarefas, como a estratégia POSEC, consideram o lazer e o tempo
pessoal apenas como mais uma tarefa a ser concluída. Portanto, você pode
tentar implementá-lo em seu dia usando truques para gerar hábitos como a
regra das cinco horas usada por Bill Gates ou Elon Musk.*Texto traduzido e adaptado do site parceiro Xataka
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Javier Milei, presidente da Argentina,
terá novo encontro com Elon Musk, bilionário dono do X (antigo Twitter)
na próxima segunda (6). A reunião foi confirmada pelo porta-voz de
Milei, Manuel Adorni, na rede social de Musk.
O segundo encontro acontece menos de um mês desde a primeira conversa
direta entre os dois, no início de abril, quando o presidente Argentino
visitou a fábrica da Tesla em Austin, no estado americano do Texas.
A proximidade entre Milei e Musk é conhecida. Quando o ultraliberal
venceu as eleições, em novembro passado, o bilionário comemorou a
vitória em seu perfil da rede X e disse que a prosperidade estava indo
para a Argentina.
O encontro será na segunda, às 15h30. Estarão com Milei no encontro
sua irmã, Karina, que é secretária-geral da Presidência da Argentina,
Luis Caputo, ministro da Economia, Nicolás Posse, chefe de gabinete, e
Gerardo Werthein, o embaixador argentino nos Estados Unidos.
Segundo o jornal argentino Clarín, essa é a quarta visita de Milei aos Estados Unidos desde que assumiu o cargo em dezembro.
Em janeiro deste ano, Musk publicou meme pornográfico que sugeria “tesão” pelo presidente argentino.
De acordo com Clarín, o interesse de Musk pela Argentina se daria por
motivos econômicos. No início de 2022, representantes da Tesla
visitaram uma mina de lítio no país, um dos principais insumos
utilizados em baterias de carros elétricos.
Antes da posse de Milei, em dezembro de 2023, Musk prometeu visitar
Argentina e investir no país. Em fevereiro deste ano, a Starlink,
empresa do bilionário, foi autorizada a fornecer seus serviços de
internet aos argentinos.
O bilionário retribuiu o gesto do presidente doando 33 equipamentos para apoiar o atendimento em escolas rurais.
Após o encontro no Texas em abril, o embaixador Werthein disse ao
Clarín que os considerava “almas gêmeas” tamanho alinhamento de ideias.
“A química que existiu no encontro é muito difícil de descrever, foi
como se duas almas gêmeas tivessem se unido, concordaram em todos os
pontos que tocaram.”
Milei chegou a oferecer colaboração a Musk no conflito com o STF
(Supremo Tribunal Federal) no Brasil. O governo argentino afirma que
entre os temas abordados no primeiro encontro entre ambos, o contexto
brasileiro foi mencionado.
Não foram dados detalhes de como seria essa colaboração ofertada pelo
presidente ultraliberal, que no decorrer de abril viajou pelos Estados
Unidos e se encontrou com empresários e o BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento).
É uma fábrica do futuro. Uma das primeiras fábricas de
eletrolisadores em escala de gigawatt do mundo, implementando robôs
modernos e digitalização para uma produção altamente automatizada, a
nova fábrica de eletrolisadores da Siemens Energy em Berlim, Alemanha,
está acelerando a fabricação sustentável e a economia de hidrogênio
verde renovável.
“Que semana”, diz o engenheiro Axel von Levetzow, de 47 anos, chefe
de manufatura da Siemens Energy Gigawatt Electrolyzer Factory, em
Berlim, uma joint venture entre a Siemens Energy e a Air Liquide.
Estamos no final de setembro, e von Levetzow e seus colegas estão
ocupados instalando novas máquinas, e aumentando constantemente a
produção. Ao mesmo tempo, eles têm apresentado seus planos para a
produção de eletrolisadores para indústrias, empresários e políticos –
incluindo ministros da energia de todo o mundo.
O interesse é alto porque a fábrica, composta de robôs, automação e
digitalização, é uma peça central para a ação climática e a ambição
mundial de atingir emissões zero com uma economia de hidrogênio
renovável. A partir de novembro, a fábrica inicia sua produção em escala
de gigawatts de pilhas de eletrolisadores, começando com 1 gigawatt no
primeiro ano, passando para 2 gigawatts até 2024, e chegando a 3
gigawatts já em 2025.
“Antes, os clientes diziam: ‘Precisamos de energia’, e nós
construímos usinas para eles”, diz von Levetzow. “Agora, podemos
entregar tudo o que eles precisam para uma estratégia completa de
hidrogênio verde.”
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Em todo o mundo, a nova planta de eletrolisadores de gigawatt em
Berlim é a primeira a ser altamente automatizada com robótica e
digitalização.
Aumentar a produção de hidrogênio renovável
No salão da fábrica, von Levetzow para diante de um gráfico que
mostra a produção e o consumo de energia nos diferentes setores
industriais. Uma grande parte desse gráfico, a geração de energia, pode
ser descarbonizada por meio da eletrificação direta, explica. O
verdadeiro desafio tem sido descarbonizar setores difíceis de reduzir as
emissões, como a indústria química ou siderúrgica, refinarias,
mobilidade, navegação e aviação. “A produção de hidrogênio verde é como
disponibilizamos energia renovável para todos os setores da economia.”
Para a produção de pilhas de eletrólise de hidrogênio renovável,
a Siemens Energy uniu forças com a Air Liquide. A parceria de joint
venture com uma empresa que conhece bem as necessidades das empresas que
trabalham com gases industriais, produz sinergia para ambos os
parceiros. “Para aumentar rapidamente a produção e alcançar um efeito de
escala, temos que convencer o mercado. E isso só pode ser feito com um
parceiro forte como a Air Liquide, com seu domínio do hidrogênio ao
longo de toda a cadeia de valor”, diz von Levetzow.
A demanda global de hidrogênio atingiu 95 milhões de toneladas de
hidrogênio por ano, em 2022. A produção de aço precisa de hidrogênio
como agente redutor. Os operadores de navios de carga estão agora
procurando obter hidrogênio para a produção de metanol, e a aviação e a
mobilidade não ficarão muito atrás. Hoje, a maior parte do hidrogênio é
produzida a partir de carvão ou gás natural, resultando na liberação de
emissões nocivas. É por isso que a capacidade de produzir hidrogênio
renovável em grande escala está no centro de uma revolução energética.
Com a Gigafactory, estamos alcançando essa escala. Mas 3 gigawatts de
capacidade de eletrolisador por ano – o que isso quer dizer? Com uma
capacidade instalada de eletrólise desse tamanho, uma média de 300.000
toneladas de hidrogênio renovável pode ser produzida por ano quando
operada com energias renováveis. Usar esse hidrogênio como substituto
dos combustíveis fósseis poderia, por exemplo, evitar as emissões de CO2
de uma grande cidade alemã com uma população de cerca de 280.000
habitantes (Fonte: EDGAR – The Emissions Database for Global Atmospheric
Research – europa.eu).
Quando a produção em massa encontra a sustentabilidade P2X
A palavra da moda é Power-to-X, ou P2X para abreviar. O P2X descreve o
processo de conversão de eletricidade de energia renovável em carbono
“verde” ou e-Hydrogen para uso direto como combustível ou matéria-prima.
Além disso, também pode ser convertido em e-Fuels amigos do clima, como
e-Metanol ou e-Amônia.
A unidade em Berlim é uma das primeiras fábricas de eletrolisadores
em escala industrial do mundo. E desde o anúncio, em março, até a
inauguração, em novembro, levará apenas oito meses para construir uma
fábrica inteligente que estabeleça novos padrões para a fabricação em
massa de eletrolisadores. Nesse tempo, os engenheiros vêm desenvolvendo e
ampliando novos equipamentos de fabricação ao mesmo tempo para acelerar
a produção.
Não é por acaso que a Siemens Energy escolheu este local, onde produz
suas turbinas a gás mais sofisticadas para clientes de todo o mundo. Há
mais de um século, turbinas a vapor estavam sendo produzidas aqui,
revolucionando os motores de navios e a produção industrial. O mesmo
pode ser dito sobre a produção de eletrolisadores que está sendo
iniciada nos dias de hoje, embora o zumbido silencioso de robôs e
máquinas que está enchendo a instalação de 2000 metros quadrados seja
muito diferente do que era a produção há um século. “Somos pioneiros”,
diz von Levetzow.
Electrolyzer Snippet Axel von Levetzow without CloserPlay Video
“Trazemos tecnologia completamente nova para este local.”
Mara Mertens, Chefe de Serviços Técnicos da Siemens Energy Electrolyzer Manufacturing Gmbh.
“A decisão de localizar a fábrica de eletrolisadores em Berlim foi motivada por três pontos.”
Axel von Levetzow, Chefe de Manufatura da Siemens Energy Electrolyzer Manufacturing GmbH.
Electrolyzer Snippet Mara Mertens without CloserPlay Video
Robôs como este ajudam a automatizar a produção industrial de pilhas de eletrolisadores.
A linha de produção da nova fábrica de eletrolisadores Gigawatt é altamente automatizada.
A produção industrial de eletrolisadores na fábrica de energia da
Siemens Energy em Berlim ajudará a tornar os preços do hidrogênio
renovável competitivos com os combustíveis tradicionais.
Pilhas de eletrolisadores potentes como essas formam a peça central da tecnologia de hidrogênio renovável.
Robôs com um toque suave
“Aqui em nossa unidade de produção em Berlim temos muitos colegas
experientes que sabem como aumentar a produção e desenvolver soluções
com fornecedores”, diz Mara Mertens, chefe de serviço técnico da
fábrica. “Este projeto é tudo menos plug and play.” Ela também ressalta
que a Siemens Energy tem cooperado estreitamente com seus parceiros de
longo prazo na indústria de engenharia mecânica: “Uma coisa é os robôs
lidarem com peças de reposição na indústria automobilística. Mas é muito
mais difícil se eles tiverem que lidar com membranas altamente
sensíveis com camadas ultrafinas.”
Mertens e von Levetzow estudaram engenharia mecânica com foco em
energias renováveis nos anos 2000, quando o campo era impulsionado por –
como eles diziam – “idealistas”. Em seguida, von Levetzow passou anos
desenvolvendo turbinas a gás, enquanto Mertens viajou o mundo
comissionando geradores refrigerados a hidrogênio em usinas do Brasil ao
Egito. Agora, eles estão animados como nunca com um projeto que abre
caminho para o futuro da energia: “Cada um de nós está pronto para ir
além”, diz Mertens.
Estamos vendo o momento em que o trem decola.
Axel von Levetzow
Head of Manufacturing, Siemens Energy Electrolyzer Manufacturing
Automatização da produção de eletrolisadores PEM
E a milha extra é o que é preciso. A tecnologia de eletrólise da
membrana de troca de prótons (PEM) é simples e tem algumas décadas: a
água passa por uma membrana e é dividida em hidrogênio e oxigênio. Mas o
desafio é escalar a produção para volumes industriais.
Até agora, em seu antigo local de produção, a Siemens Energy ainda
usava muito trabalho manual. Mas a nova fábrica é altamente
automatizada: as máquinas de revestimento aplicam uma fina camada de
platina na membrana de um lado e uma camada de irídio do outro. “O
desafio é que a camada tem que ser muito fina, porque a matéria-prima é
cara, mas espessa o suficiente para tornar a membrana confiável”, diz
Mertens. No final da linha, os recipientes são preenchidos com os
resíduos de perfuração: tudo isso é reciclado, por razões ecológicas,
mas também por causa do valor das sobras de platina e irídio na
membrana.
Produção de membranas ultrafinas para eletrolisadores PEM.
Esse processo requer robótica capaz de manusear materiais altamente frágeis.
Em seguida, a membrana é laminada e pressionada em formas
retangulares, colocada em molduras e, finalmente, montada nas chamadas
pilhas, aproximadamente a altura de uma porta. Em seguida, cada pilha é
transportada para outro salão para testar o desempenho. Em outros locais
de fabricação, como Mulheim, as pilhas são montadas no produto final –
um sistema eletrolisador que consiste em matrizes de quatro por seis
pilhas e peças de processo que podem ser facilmente embaladas e
transportadas para o local de construção do cliente.
O controle de qualidade da câmera totalmente automatizado na nova
fábrica é crucial: ele pode detectar o menor desnível no revestimento da
membrana – o que mais tarde poderia levar a um funcionamento menos
eficiente das pilhas. A maioria dos componentes são serializados, muitos
componentes são verificados opticamente. “Temos todos os dados das
pilhas até a carga de irídio que foi usada durante a produção”, diz
Mertens. “Temos um gêmeo digital da produção. Isso nos permite garantir a
alta qualidade de nossos produtos – e desenvolver ainda mais a produção
todos os dias.”
“Você se lembra dos tempos em que a energia solar era muito cara?”,
pergunta von Levetzow. “Em seguida, a produção foi ampliada e os preços
dos painéis solares começaram a cair, tornando sua produção competitiva.
O mesmo está prestes a acontecer com a eletrólise. Estamos vendo o
momento em que o trem decola.”
Novembro, 2023
O jornalista Moritz Gathmann, radicado em Berlim, faz reportagens desde 2004 para vários meios de comunicação, incluindo o DER Spiegel e o Frankfurter Allgemeine Zeitung.
Com a sanção presidencial do Marco Legal dos Games nesta sexta-feira
(03), a primeira semana de maio se tornou decisiva para a indústria dos
jogos no Brasil. O PL 2796/2021 tem como objetivo regular todos os
aspectos relevantes da produção, importação, comercialização,
desenvolvimento e utilização comercial de jogos.
Além disso, estabelece diretrizes para o setor, entre elas: a
proteção às crianças e adolescentes, com um sistema de denúncias; o
estímulo ao capital destinado aos investimentos no setor, por meio da
Lei do Audiovisual e da Lei Rouanet; a possibilidade de inclusão de
jogos nas Política Nacional de Educação Digital com implementação nas
escolas para ensino e o reconhecimento de profissionais do setor,
incluindo-os nas categorias do MEI e na Classificação Brasileira de
Ocupações (CBO).
Em um cenário em que a indústria de jogos movimenta mais de 13
bilhões de reais no Brasil, o Marco abre o caminho para um ambiente mais
seguro e favorável ao crescimento dessa indústria criativa no país.
Márcio Filho, presidente da Associação de Desenvolvedores de Jogos
Digitais do Estado do Rio de Janeiro (RING) e especialista em Games e
Sociedade, está otimista com esse avanço do setor e explica:
“A expectativa do setor com a sanção é que possamos ver os
investimentos e as oportunidades na área multiplicadas. É estimado que
no intervalo dos próximos três anos, vamos ver a entrada de 200 a 300
milhões de reais anuais em investimentos privados no setor, a
multiplicação na base de duas a três vezes do volume total de empregados
no setor na próxima década, e, portanto, a criação de oportunidades que
colocam o Brasil num patamar mais destacado no ciclo produtivo global”,
afirma Filho.
A sanção da legislação atende os pedidos do setor por uma
regulamentação. No entanto, a aprovação do Marco Legal é apenas o
primeiro passo de um processo mais amplo detalha Filho:
“É fundamental que possamos ter um bom diálogo com o governo, a fim
de promover a regulamentação, se possível, ainda antes do tempo previsto
na lei. A primeira parte, logo após a aprovação da lei, é que o governo
possa ter portas abertas para o diálogo, construindo uma regulamentação
que promova o crescimento econômico esperado com a sanção”, diz.
Confira as mudanças no setor de jogos eletrônicos com a sanção do Marco Legal dos Games:
AS BETS
Uma das principais mudanças foi a retirada dos Fantasy Games ou jogos de fantasia do escopo regulatório.
PROTEÇÃO ÀS CRIANÇAS E ADOLESCENTES
O texto também representa um avanço em relação às associações em
defesa do interesse das crianças e adolescentes, contemplando, por
exemplo, o monitoramento de casos de violência e abusos no ambiente
virtual. Os fornecedores de jogos irão precisar se atentar aos seus
serviços, para que não negligenciem situações de exploração, violência,
entre outros fatores, bem como deverão ofertar a acessibilidade de
acesso aos jogos para crianças e adolescentes com deficiência.
Nesse sentido, o texto prevê ainda a criação de mecanismos de
proteção como a criação de um sistema de reclamação e denúncia contra
abusos sofridos pelos pequenos, realização de classificação etária
indicativa e a busca pela permissão dos pais para compras dentro dos
jogos.
TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO
Outro ponto levantado pelo texto substitutivo é a possibilidade de
jogos eletrônicos serem implantados nas Política Nacional de Educação
Digital, sendo usados nas escolas como forma de ensino, com a criação de
um repositório de uso livre, de acordo com a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC).
INCENTIVOS
O Projeto de Lei apresenta ainda, medidas voltadas para a promoção do
ambiente de negócios e para o aumento da disponibilidade de capital
destinado aos investimentos no setor, por meio da Lei do Audiovisual e
da Lei Rouanet.
No caso da primeira, as empresas poderão abater até 70% dos
investimentos em jogos eletrônicos na base de cálculo do Imposto de
Renda e da CSLL. Além disso, estarão aptas a usufruir de outros
benefícios previstos na legislação, como a redução de 50% do Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre máquinas e equipamentos
utilizados no desenvolvimento, além da depreciação acelerada de
equipamentos e insumos.
Já a Lei Rouanet, permite a dedução no Imposto de Renda de doações
feitas a projetos destinados a promover a produção ou coprodução de
jogos eletrônicos brasileiros independentes, bem como para a capacitação
de profissionais na área.
EMPRESAS E EMPREENDEDORES
O texto substitutivo tem como um dos seus objetivos encaminhar a
regulamentação profissional no setor, incluindo o reconhecimento e a
inclusão de categorias do MEI e também das profissões na Classificação
Brasileira de Ocupações (CBO). Além disso, as empresas de jogos
eletrônicos no país serão reconhecidas formalmente, por meio da
determinação da criação do Código Nacional de Atividade Econômica
(CNAI), relativo às atividades relacionadas aos jogos.
As empresas, o empresário individual ou o microempreendedor poderão
ainda receber tratamento especial no âmbito do regime Inova Simples, do
Simples Nacional, bem como em parcerias com instituições científicas,
tecnológicas e de inovação (ICT).
Hérica Machado e Gustavo Alves, da KARU, agência de marketing especializada em soluções tailor made
A solução para que as empresas tenham sucesso na busca de fixar
espaço na mente dos seus clientes, é fugir do ‘mais do mesmo’; Hérica
Machado e Gustavo Alves, da KARU, agência de marketing especializada em
soluções tailor made, falam sobre as principais alternativas para criar
uma estratégia de sucesso
São Paulo, abril de 2024 – Nos últimos anos, o marketing tem sido o
principal meio para que as empresas cheguem aos seus clientes e ocupem
seu espaço no mercado. Uma comprovação disso é o relatório The Voice of
the Marketer 2024, lançado pela consultoria Warc, que entrevistou 1.400
profissionais em todo o mundo e prevê que o investimento global em
marketing irá aumentar em 8,2% em 2024, chegando a US$1 trilhão.
Entretanto, para que as empresas consigam marcar a sua presença na mente
dos clientes através de um bom marketing, é imprescindível que as
estratégias não sejam genéricas.
Para Hérica Machado, fundadora e Head de Estratégia da KARU, agência
de marketing especializada em soluções tailor made, a chave para a
personalização assertiva está nos dados. “Estou falando da interpretação
e entendimento dos dados que temos em mãos, quando cada indicador se
faz importante na discussão e o que deve ser levado para cada camada. Um
dos desafios das equipes de marketing mais latentes é como provar que o
investimento foi eficiente, que realmente trouxe retorno além de
impacto. Para a diretoria, o importante é ter uma visão simples que
mostre o investimento e o ponteiro que mudou. A equalização desse dilema
passa pela organização e priorização dos dados, que leva a discussões
por camadas e tomada de decisões mais assertivas”, explica.
Além disso, para Gustavo Alves, sócio e Head de Projetos e
Atendimento na KARU, para evitar generalizações ao criar estratégias, é
essencial priorizar a contextualização. “Antes mesmo de definir as
estratégias, é necessário dar um passo atrás e aprofundar o entendimento
de cada cenário, grupos de públicos e como tudo isso se relaciona com
os objetivos iniciais. No cenário mais tático uma pergunta vale: como
minha mensagem se comportaria em diferentes canais e formatos?”,
entende.
Existem algumas alternativas que podem ser usadas na busca de fugir
do ‘mais do mesmo’. Pensando nisso, os especialistas listam as
principais dicas para quem deseja marcar o seu cliente através de um bom
marketing. Confira:
1. Entenda o contexto, mercado, cultura e características da empresa
Uma estratégia assertiva precisa de uma leitura do cenário para
trazer hipóteses e caminhos de solução real. “O entendimento do mercado
traz insights poderosos para o desenvolvimento de ações que geram
impacto para levar o negócio para outro nível. É preciso buscar uma
evolução e performance com assertividade na mensagem para o público
correto. Acredito que seja o entendimento dos dados históricos, de
mercado e do negócio que nos guiam para a solução mais eficaz. Conectar
várias personas, soluções, produtos e praças de maneira assertiva só é
possível com o desenvolvimento de uma estratégia sob medida que leve em
consideração cada uma dessas nuances e consiga projetar as iniciativas a
longo prazo”, analisa Hérica.
Em qualquer projeto de comunicação, é essencial reconhecer as nuances
e sensibilidades presentes, especialmente ao direcionar uma mensagem
para um público específico. “Isso requer um entendimento profundo do
contexto, mercado e cultura dos envolvidos. Para criar uma conexão
genuína, é necessário gerar um sentimento de autenticidade e
diferenciação em cada indivíduo. As características distintivas da
empresa ou solução devem ser evidentes, contribuindo para a construção
de uma identidade coesa. Investir tempo e recursos nessas etapas
iniciais é crucial para garantir que a comunicação seja eficaz e
impactante, alcançando o público de maneira significativa e memorável”,
complementa Gustavo.
2. Converse com o público certo
Com uma estratégia bem definida, é preciso validar o entendimento
sobre o público. Mais importante que saber quem é preciso impactar, é
entender quais suas dores, anseios e o que o move. “O público não
direciona apenas o que configuramos nas ferramentas, mas como a mensagem
deve chegar, em que momento e com que roupagem. Considerando que tudo
que está nos feed sociais, as marcas concorrem com os conteúdos de
influenciadores, amigos, família, outros anúncios. Para ser realmente
relevante e despertar a ação da audiência é imprescindível ter uma
abordagem rápida, direta e que se comunique com a necessidade da
persona”, diz a fundadora da KARU.
Para Gustavo, a pergunta que deve ser feita é: Em meio a diversas
comunicações, como sua mensagem se conecta com o público desejado? “A
chave está em 2 coisas: aprendizados e falar a língua do seu
público-alvo. Mas isso só será possível com timing e uma operação ágil.
Segmentar por interesse ou usar um mix de formatos, por exemplo, oferece
uma oportunidade única para alcançar esse grupo específico de usuários.
Mais que uma mera função numérica, a análise de dados sobre seu público
é fundamental para contextualizar e reforçar a assertividade! Diminuir
os ciclos de aprendizado e otimizar tudo que tiver alcance enquanto uma
campanha estiver no ar também é sinônimo de sucesso”, exemplifica.
3. Conecte a sua marca com mais princípios
Uma maneira de trabalhar os princípios da marca e se alinhando a
pauta ESG (environmental, social and governance), onde é possível
conectar seus pilares relacionados ao meio ambiente, pessoas/sociais e a
governança do negócio. “A empresa orientada ao ESG, com indicadores e
metas bem definidos pode elevar a sua reputação no mercado como também
seu valuation. Estamos falando de estar comprometido e engajado em fazer
do mundo um ambiente melhor olhando para o planeta; a forma como a
marca se relaciona com a sociedade e o que devolve para ela; e do
gerenciamento da empresa, sua cultura e práticas éticas”, defende
Hérica.
A principal forma de estar conectado aos seus princípios, é por meio
da adaptação cultural, já que mudar ou criar novos valores e missões é
altamente complexo dependendo da dimensão da organização. “Tudo está
enraizado em uma cultura aberta à inovação e pronta para se adaptar ao
futuro. Atualmente, questões sociais, éticas e ambientais não podem ser
ignoradas. Marcas e indivíduos devem se posicionar não apenas porque é
uma tendência, mas devido à consciência coletiva sobre esses temas. Sua
marca pode incorporar mais princípios, desde que olhe para dentro e
compreenda como isso se refletirá e fará sentido para seu público-alvo”,
entende Gustavo.
4. Não se esqueça do tailor made
Para Hérica, não existe fórmula mágica e nem método chave que resolva
cenários específicos, mesmo que do mesmo segmento. “Quando falamos de
marketing temos uma série de variáveis que precisam ser consideradas
para uma solução que realmente resolva a dor do momento para aquele
negócio. Cada negócio é um organismo, que está em uma fase diferente,
tem seus dilemas próprios e é de extrema importância que exista um
entendimento mais profundo para ações eficientes. Se cada negócio tem
suas próprias características, porque vamos tratar as soluções de
marketing, mensagem e expansão de vendas da mesma maneira?”, completa
Hérica Machado.
Tailor made é uma forma mais especializada de entregar serviços ou
qualquer solução. “Ao invés de absorver uma problemática e tratá-la de
maneira genérica, com opções tailor made são criadas novas formas,
abordagens e maneiras de resolver o problema. Essa abordagem
individualizada aumenta a eficiência, pois reconhece a singularidade de
cada situação. O que defendo é para que não se apegue ao que está feito
hoje. Tempos depois verá que faria melhor, e esse movimento tende a nos
impulsionar a uma cultura baseada em testes, erros, acertos e
consequentemente, muito aprendizado”, finaliza Gustavo Alves.
NOSSA MARCA. NOSSO ESTILO!
NÓS DA VALEON COMPARTILHAMOS CONHECIMENTO PARA EXECUTARMOS
COM SUCESSO NOSSA ESTRATÉGIA PARA REVOLUCIONAR O MODO DE FAZER
PROPAGANDA DAS EMPRESAS DO VALE DO AÇO.
O desejo de mudar, de transformar, de acreditar, são
fundamentais para irmos além. São agentes propulsores da realização de
sonhos. Já o empreendedorismo está presente no DNA dos brasileiros e
nossa história trouxa essa capacidade que temos de nos reinventar e de
nos conectarmos com você internauta e empresários que são a nossa razão
de existir.
E todos esses elementos combinados e levados ao território da internet, torna o que era bom ainda melhor. Na internet e através
do Site da Valeon, podemos proporcionar o início do “virar de chaves”
das empresas da região para incrementar as suas vendas.
Assim, com inovação e resiliência, fomos em busca das
mudanças necessárias, testamos, erramos, adquirimos conhecimento,
desenhamos estratégias que deram certo para atingirmos o sucesso, mas
nada disso valeria se não pudéssemos compartilhar com vocês essa
fórmula.
Portanto, cá estamos! Na Plataforma Comercial Marketplace da
VALEON para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos
produtos e serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada dos
nossos serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e
público.
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos compublicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para asmarcas
exporem seus produtos e receberem acessos. Justamente por reunir uma
vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon
atrai uma grande diversidade evolume de público. Isso
proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores
que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por
meio dessa vitrine virtual.
O Site desenvolvido pela Startup Valeon,
focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para
resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser
mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses três
anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado
com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a
rotina das empresas. Temos a missão de surpreender constantemente,
antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução
para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso,
pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à
frente.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar
ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.
No próximo dia 27, o País lembra os 30 anos da assinatura do Plano
Real. Esse programa de estabilização da moeda volta e meia evoca a
nostalgia e a idealização por parte de seus formuladores, mas é um
excesso justificado. É difícil subestimar o impacto que causou e ainda
provoca. Para ficar nas consequências mais imediatas apontadas por
cientistas políticos não comprometidos com o fla-flu ideológico que
marcou aquela época (a disputa PSDB-PT), o Real introjetou na sociedade a importância do combate à inflação e seu desdobramento direto, a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Até hoje, três décadas depois, a sociedade vive sob esse arcabouço, e
dirigentes que teimam em desrespeitar esses valores são punidos. O
presidente Lula abraçou-os em seus primeiros governos. No atual mandato,
ele adora espezinhar o presidente do Banco Central, Roberto Campos
Neto, pelos juros elevados que freiam a economia. Mas o economista se
sustenta, no fundo, ao zelar pelo controle da inflação. Quando
ele deixar o posto, no final do ano, o governo terá coragem de relaxar
no controle inflacionário? O governo Dilma Rousseff flertou com essa
mudança e pagou um preço caro.
Fernando Haddad, o “mais tucano” dos petistas, como já insinuou o
presidente Lula numa ironia mal digerida por membros do seu partido,
reza pela cartilha da geração que conseguiu domar a hiperinflação,
apesar de evitar essa referência para não atrair ainda mais fogo amigo.
Ele atualiza aquele programa com o ideal do fim da desigualdade social e
da criação de um Estado de bem-estar social. Mas há mais de um ano
dedica-se diariamente a defender os mesmos pilares macroeconômicos
lançados nos anos 1990, mesmo contra a vontade dos companheiros.
O Plano Real aconteceu em um daqueles momentos propícios da
história que transcendem os interesses políticos comezinhos e a lógica
partidária paroquial. Trinta anos mais tarde, a roda do tempo
fez com que uma circunstância parecida se desse com a Reforma
Tributária, que está se concretizando contra todas as previsões. A foto
que ilustra este texto é um sinal eloquente disso. O presidente Lula,
Arthur Lira (presidente da Câmara) e Rodrigo Pacheco (presidente do
Senado) comemoram em dezembro a PEC que criou o IVA. Hoje, veem-se
presos ao compromisso de finalizar a mudança dos impostos, ainda que
tenham se distanciado desde então e vivam às turras em uma crise quase
diária de reacomodação das competências entre os Poderes.
A Reforma Tributária será o grande e talvez único legado
estrutural do governo Lula, disse com propriedade o ex-ministro da
Fazenda Maílson da Nóbrega, mesmo que o tema tenha sido ignorado na
disputa presidencial de 2022, especialmente na campanha do petista.
Hoje, o presidente cobra de seu ministro que acelere a regulamentação. A
reforma está virando realidade. Deve diminuir os entraves ao
crescimento estrutural, melhorar a produtividade dos diversos setores,
aumentar a justiça social, valorizar a cidadania fiscal e permitir que a
economia seja destravada. Agora, virou prioridade. Melhor para o
governo, melhor para o País.
O presidente reclamou que o evento foi “mal convocado” e cobrou o
secretário-geral da Presidência, Márcio Macedo, sobre a falta de
público. “Nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade
de gente que era preciso levar”, disse.
Para a colunista, “o mais preocupante é como Lula está fora da
realidade, sem compreender que o mundo mudou e o Brasil, o equilíbrio
político, as Centrais Sindicais, a disposição das massas, o PT e o
próprio Lula, afinal, também mudaram”.
Fabiano Lana: O mínimo que se espera é punição exemplar a Lula após pedido explícito de voto a Boulos em São Paulo
Para Fabiano Lana, “Lula segue inconsequente enquanto improvisa”, em tempos em que limitar as expressões virou moda.
“Os bajuladores de plantão se apressaram em dizer que Lula apenas
exercia sua liberdade de expressão. Ora, se for assim o mesmo valeria
para Jair Bolsonaro quando atacou as urnas eletrônicas e nosso sistema
eleitoral para uma plateia de embaixadores, em 2022, e por isso perdeu
seus diretos políticos? Ou a liberdade de expressão vale para cometer
crimes ou não vale”, afirma.
Ricardo Corrêa: Pedido de voto de Lula para Boulos reforça o ‘faz de conta’ que é a legislação para pré-campanha
Os mais recentes movimentos no tabuleiro político brasileiro
serviriam de inspiração para um bom filme de suspense de Hollywood. Mas é
a pura realidade dos bastidores de Brasília. Na semana passada, a festa
do empresariado brasileiro com a aprovação pelo Congresso do
prolongamento das desonerações da folha de pagamentos virou clima de
velório. A dobradinha do governo federal com o Supremo Tribunal
Federal (SFT), que com liminar do ministro Cristiano Zanin suspendeu a
desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia e aprovado
na Câmara e no Senado, levou incerteza e preocupação para o ambiente
econômico pelas próximas três semanas, pelo menos. Isso porque o
prazo de pagamento do imposto para que as empresas desses setores,
responsáveis pelo emprego de 9 milhões de pessoas, é dia 20 de maio. Se o
embate não for resolvido até lá, o recolhimento da contribuição
patronal terá de ser efetivado.
Para relembrar, a desoneração da folha de pagamento estava em vigor
desde 2011 e beneficiava 17 setores da economia que mais empregam no
País. Conforme o mecanismo, as empresas dos setores contemplados
poderiam substituir o pagamento de 20% de contribuição previdenciária
sobre os salários dos funcionários por uma alíquota que variava de 1% a
4,5% sobre a receita bruta. Após ter sua renovação aprovada e um veto do
governo federal derrubado no Congresso Nacional, a desoneração foi
judicializada pelo governo e está em votação no STF.
. Como o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) protocolada pela Advocacia Geral da União (AGU) foi paralisado após pedido de vista do ministro Luiz Fux na sexta-feira (26), o que vale é a decisão de Zanin, por enquanto.
Até a data da suspensão, havia cinco votos para a manutenção da liminar — ou seja, faltava apenas um para formação de maioria. Fux tem até 90 dias para retornar com o processo para julgamento e ainda não há expectativa para essa devolução.
O problema é que, seja qual for a razão, o episódio gera o maior atrito entre os Três Poderes desde que Lula voltou ao poder. O presidente do Senado, o sempre liso Rodrigo Pacheco, abandonou o tom ameno e partiu para o ataque. “Levar o caso à Justiça foi um erro primário do governo. Essa é uma vitória ilusória”, afirmou Pacheco, visivelmente irritado.
Na mesma linha, o presidente da Câmara, Arthur Lira, disse que o Parlamento precisa se proteger das interferências do Judiciário. “Temos que subir o sarrafo diante da judicialização de todos os assuntos da nação”,
afirmou Lira. “Existe um câncer no Brasil que se chama Ação Direta de
Inconstitucionalidade proposta por qualquer entidade, qualquer pessoa ou
qualquer partido político com um representante no Congresso Nacional”,
afirmou.
No mesmo dia da canetada de Zanin, o Senado apresentou um recurso no
próprio STF contra a decisão monocrática. No recurso, advogados do
Senado alegam, inicialmente, que a decisão não observa os preceitos
legais e sequer ouviu o Congresso e a Procuradoria-Geral da República
(PGR). “A lei que rege o processo constitucional de controle
concentrado pelos instrumentos de ADI (Ações Diretas de
Inconstitucionalidade) e de ADC (Ações Declaratórias de
Constitucionalidade) jamais previu a possibilidade de deferimento de
medida cautelar por decisão monocrática do relator”, disse o Senado, na petição.
Enquanto o conflito da desoneração não tem um desfecho, empresários e
entidades temem que o aumento dos impostos represente corte de
investimentos e demissões. O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira,
destacou que a indústria calçadista criou 6,57 mil empregos no primeiro
trimestre deste ano, encerrando março com estoque de mais de 286 mil
empregos diretos na atividade, registro ainda 6,2% menor do que no mesmo
mês de 2023. Segregando apenas o mês de março, foram criados 1,5 mil
postos, ante uma perda de 382 postos no mesmo mês do ano passado. “Temos
agora uma liminar que suspendeu a desoneração da folha de pagamentos
que deve anular esse movimento de aumento no nível de emprego”, disse o executivo. “Em vez de criar postos, poderemos perder mais de 20 mil empregos até o final do ano”, alertou.
20% é a tarifa previdénciária paga pelos empresários com o fim do benefício
4,5% era o teto da contribuição para os setores que mais criam empregos no Brasil
Segundo a advogada tributarista Isabella Tralli, do escritório VBD, existem três caminhos possíveis para as empresas.
• O primeiro deles é seguir a determinação e recolher os tributos.
• O segundo é entrar na Justiça para questionar a
reoneração e fazer um depósito judicial com os valores em disputa até o
Supremo tomar uma decisão definitiva, no mérito, sobre o tema.
• A terceira opção, mais arriscada, é continuar recolhendo os tributos com base na lei da desoneração.
“Para as empresas que decidam aguardar a decisão definitiva do
STF para só então deixar de aplicar a desoneração, é melhor provisionar
internamente os valores. Essa decisão é a mais arrojada e não se alinha
com a decisão do ministro Zanin”, afirma a tributarista. Nesse
caso, será a judicialização da judicialização de um tema que não
deveria, em uma primeira análise, ser judicializado.
O clima amistoso na foto acima, com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento Econômico, Geraldo Alckmin, ouvindo o Hino Nacional no tom de moda de viola durante a abertura da Agrishow, maior feira agropecuária da América Latina,
em Ribeirão Preto (SP), contrasta com a hostilidade entre o setor e o
então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, durante a eleição
presidencial de 2022. Na edição do ano passado, ainda no início do
terceiro mandato de Lula, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, foi desconvidado após a confirmação da presença de Jair Bolsonaro.
Na edição desse ano, o cenário foi outro. Lula não foi, é verdade,
mas a presença de Fávaro e, principalmente, de Alckmin, mostram a
disposição do governo em tentar se aproximar de um dos setores mais
importantes da economia. O governador Tarcísio de Freitas também marcou presença no evento. Bolsonaro também foi, em dia diferente, com o claro propósito de prestigiar o público ali mais alinhado às suas pautas.
Alckmin aproveitou a abertura da feira agropecuária para defender as
ações do governo federal para reequilibras as contas públicas e mostrar
ao agro uma política de austeridade fiscal. “A responsabilidade
fiscal é um dever de todos. É com boa política fiscal que vamos ter
política monetária melhor, com redução de juros e crescimento da
economia”, disse. E ele também fez um gesto ao agronegócio, ao falar das iniciativas de incentivo às empresas do setor. “Nós precisamos de desenvolvimento, gerar emprego, renda e atrair investimento. Esse é o caminho.”
Mas nem só de política viveu a Agrishow deste ano.
• A expectativa de movimentação financeira da 29ª
edição, realizada de 29 de abril a 2 de maio, era de R$ 13 bilhões em
negócios, com cerca de 195 mil visitantes de mais de 50 países e marcas
líderes brasileiras e internacionais de diversos segmentos do
agronegócio.
• No ano passado, os negócios realizados na feira movimentaram um montante recorde de R$ 13,3 bilhões.
• O valor representou um crescimento nominal de 18% e
um aumento real de 9,5% (descontada a inflação) em relação a 2022,
quando a feira movimentou R$ 11,2 bilhões em negócios gerados e
intenções de compra de máquinas agrícolas, de irrigação e de
armazenagem.
Para a região de Ribeirão Preto, a expectativa é de que o evento
movimente mais de R$ 500 milhões na economia da cidade, além de gerar
mais de 7 mil empregos ligados à montagem, realização e desmontagem da
feira. A expectativa para esse ano é superar o marco de 2023 ao reunir
pequenos, médios e grandes produtores, bem como profissionais e técnicos
do agronegócio do Brasil e do mundo.
Ao contrário da crise estabelecida no ano
passado, dessa vez o governo federal marcou presença na Agrishow e fez
gestos para se reaproximar do setor, com anúncios de liberação de
recursos
INOVAÇÕES
Segundo João Carlos Marchesan, vice-presidente do Conselho de
Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e
Equipamentos (Abimaq) e presidente da Agrishow, a feira deverá crescer não só em tamanho, mas em novidades tecnológicas voltadas ao campo. “A
Agrishow cresce fortemente a cada ano porque apresenta máquinas,
tecnologias e soluções para todos os tamanhos de propriedade rural e
para os variados tipos de cultura, atendendo as principais demandas para
o produtor rural crescer”, afirmou.
As soluções apresentadas na feira este ano vão desde o uso da inteligência artificial (IA) para se otimizar a eficiência da produção; até novidades para agricultura familiar. “Fundamental
destacar que a evolução contínua das máquinas e implementos agrícolas e
o advento da digitalização na agricultura constituem importante fator
de aumento da produtividade das lavouras e da competitividade do
agronegócio brasileiro”, disse.
A Agrishow também foi espaço para lançamentos de produtos de grandes companhias.
• A Scania apresentou o caminhão GH
460 6×2, movido a gás, com nova potência de 460 cavalos, autonomia de
650 quilômetros e inédita tração 6×4. “A Agrishow é uma feira muito
importante para o negócio da Scania. É a principal referência ao
agronegócio e sua cadeia. A edição 2024 está marcando a primeira
exposição ao público do nosso novo caminhão a gás de 460 cavalos”, disse Alex Nucci, diretor de vendas de soluções da Scania Operações Comerciais Brasil. “É mais um passo da nossa liderança na transição para um sistema de transporte mais sustentável.”
• Uma das gigantes do setor agrícola brasileiro, a Massey Ferguson também
aproveitou a feira internacional para apresentar novos equipamentos. Um
deles foi o MF 560R Dry, distribuidor de fertilizantes sólidos, que
oferece mais autonomia de trabalho e reduz em 30% o consumo de
combustível. Também lançou os carregadores frontais MF V Series, que,
integrados ao trator original de fábrica, proporcionam agilidade e
versatilidade nas operações da fazenda. “Investimos continuamente em
pesquisa e desenvolvimento para oferecer soluções inovadoras que
atendam às necessidades dos produtores rurais contribuam para o aumento
da produtividade e da rentabilidade da agricultura. Na Agrishow,
apresentamos uma linha completa de soluções”, afirmou Alexandre Stucchi, diretor de vendas da Massey Ferguson.
R$ 13 bi é o volume estimado de recursos gerados em negócios durante a edição deste ano da feira em Ribeirão Preto
7 mil empregos era a expectativa da direção em relação ao número de pessoas para montagem e organização da agrishow deste ano
66 voos extras foram criados pela azul com partidas e chegadas do aeroporto de ribeirão preto nos dias do evento
Na edição desse ano, o Bradesco celebrou o primeiro aniversário do E-agro, plataforma digital da instituição financeira voltada ao produtor rural.
Nesse período, o canal digital chegou à liberação de recursos perto de
R$ 1 bilhão e uma rede de 50 parceiros conectados ao ecossistema. “Entendemos
a necessidade de investir na criação de uma plataforma digital para nos
apoiar na missão de atender cada vez mais e melhor as necessidades de
um dos setores mais importantes da economia nacional. E o E-agro vem nos
mostrando que nossos esforços estão na direção correta”, disse Roberto França, diretor de agronegócios do Bradesco.
Em mais um gesto de Lula com o agro, o governo anunciou, às
vésperas do início da feira, a liberação de uma linha de crédito, por
parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destinada a suprir a necessidade de recursos para micro, pequenos e médios produtores rurais e suas cooperativas.
A proposta, segundo Alexandre Abreu, diretor financeiro e de crédito digital para MPMEs do BNDES,
é garantir a continuidade e expansão das produções agropecuárias, além
de mitigar os impactos das intempéries climáticas enfrentadas nos
últimos anos em todo o País.
Em paralelo aos recursos do BNDES, o governo federal anunciou a expansão da parceria do programa federal Mais Alimento, que visa a incentivar a agricultura familiar.
Além da implementação única da Cédula de Produto Rural (CPR) digital
do mercado, o E-agro tem adotado inciativas também ligadas ao
financiamento para clientes de revendas e cooperativas que atendem a
necessidade do produtor que compra insumos por meio desses canais. “Isso significa que as lojas recebem á vista, sem a necessidade de compartilhar riscos para a operação”, afirmou Nadege Saad, head do E-agro.
Dada a grande movimentação de público nacional e internacional na feira, a companhia Azul implementou um mini hub em Ribeirão Preto,
o quarto maior aeroporto em movimento aéreo do estado de São Paulo, com
66 voos extras para atender a demanda de clientes e executivos. Em
média, a empresa opera dez voos por dia chegando e partindo de Ribeirão
Preto. No período da Agrishow, esse número saltou para até 24 voos.
Para Tirso Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), a aliança entre poder público e setor privado é extremamente positivo para o crescimento do agronegócio brasileiro. “Ter
o governo federal é fator de alegria e comemoração, e mostra a força da
agricultura e pecuária paulista para o País. Essa união de forças é de
muita importância para o agro”, disse.
O Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir em sessão presencial do plenário a validade da decisão do ministro Gilmar Mendes que
determinou a instauração de processo de conciliação e suspendeu as
ações envolvendo o marco temporal para demarcação de terras indígenas.
Nesta sexta-feira (3), os ministros iniciaram a votação no plenário
virtual para decidir se a liminar do ministro será referendada. No
entanto, a votação foi suspensa por um pedido de destaque do ministro
presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, medida que leva o caso para
julgamento presencial. A data da análise do caso ainda não foi definida.
Gilmar Mendes é relator das ações protocoladas pelo PL, o PP e o Republicanos para manter a validade do projeto de lei que reconheceu o marco e de processos nos quais entidades que representam os indígenas e partidos governistas contestam a constitucionalidade da tese.
No entendimento do ministro, questões de grande relevância devem ser debatidas antes da decisão final da Corte.
“Qualquer resposta advinda dos métodos tradicionais não porá fim à
disputa político-jurídica subjacente, merecendo outro enfoque: o da
pacificação dos conflitos, na tentativa de superar as dificuldades de
comunicação e entendimentos em prol da construção da solução por meio de
um debate construído sob premissas colaborativas e propositivas
voltadas a resolver os impasses institucionais e jurídicos advindos da
Lei 14.701/2023”, justificou Gilmar Mendes.
Pela tese do marco temporal, os indígenas somente têm direito às
terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da
promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial
na época.
Em dezembro do ano passado, o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao
projeto de lei que validou o marco. Em setembro, antes da decisão dos
parlamentares, o Supremo decidiu contra o marco. A decisão da Corte foi
levada em conta pela equipe jurídica do Palácio do Planalto para
justificar o veto presidencial.