terça-feira, 23 de maio de 2023

PESSOAL ANDAM CONFUNDINDO NOME EM ALEMÃO COM NAZISMO

 

Sexto sentido

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


Casas Particulares Heil: para jornalista, casas com sobrenome do proprietário são sinais do do Nazismo Estrutural Catarinense.| Foto: Reprodução/ Facebook

Ouvindo a dica de um amigo, a jornalista-com-nome-de-restaurante foi a Santa Catarina a fim de constatar com os próprios olhos aquilo de que ela já tem certeza, só de ouvir falar: o sul do Brasil está cheio de nazistas. E nazistas desavergonhados, ainda por cima. Assim guiada pelo viés de confirmação, em seu périplo por Urubici (até o nome da cidade é nazista!), ela se deparou com uma casa em cujo telhado se lia a palavra “HEIL”. Crente de estar diante de um furo jornalístico de proporções estratosféricas, a ativista não hesitou em usar seu espaço num jornal para se dizer visualmente agredida por uma saudação a Hitler.

Poucos dias antes, um conhecido militante petista usou as redes sociais para dizer que uma tiara de flores usada pela deputada federal catarinense (não é coincidência) Júlia Zanata tinha origem nazista. De acordo com o dublê de historiador, a tiara era usada por crianças arianas para saudar o Inominável. Disse mais, o militante. Disse que, por causa do uso insistente da famigerada tiara, a deputada deveria ser cassada.

E, finalmente, semana passada o deputado Paulo Bilynskyj foi acusado de exaltar “a participação de avô em exército de Hitler durante sessão da Câmara”. Atraído pela chamada escandalosa, lá fui eu assistir ao vídeo do discurso. Que em nenhum momento expressa esse orgulho ancestral do deputado pelo avô “nazista” que a manchete sugere. Em que pese a falta de tato histórico, o xará só exaltou (e se autoelogiou, como sói a um político) a luta da sua família, de origem ucraniana, contra o comunismo – aquele regime assassino que, só na União Soviética, consumiu a vida de dezenas de milhões de pessoas.

Em tempo:

As casas “nazistas” pertencem a um homem chamado Valmor Heil, dono das Casas Particulares Heil. No mais, Hitler pode ter tornado o “heil” famoso, mas a saudação não é exclusividade dos nazistas. Da mesma forma, embora nazistinhas de fato apareçam em fotos usando tiaras de flores semelhantes à da deputada, o acessório em si tem tanto a ver com o nazismo quanto uma foice e um martelo realmente usados por camponeses e carpinteiros têm a ver com o comunismo.

Por fim, na Ucrânia daqueles anos, quem lutou contra o comunismo na Segunda Guerra Mundial de fato lutou no exército de Hitler. Não havia escolha. Era o mal ou o mal. A sutileza (e inteligência e honestidade) está em distinguir os combatentes nazistas-com-ene-maiúsculo (racistas) daqueles que eram anticomunistas. Tampouco se pode esquecer que, sob o comunismo, no começo da década de 1930 a Ucrânia viveu o Holodomor. Daí porque tantos ucranianos, como os da família do deputado, viam “o exército de Hitler” como um mal menor. O problema é que não vivemos tempos dados a sutilezas.

Árvore, buraco, homem
O caso da colega que usou de todo o seu “faro jornalístico” para ver nazismo onde havia apenas um sobrenome me lembrou de uma conversa recente que tive com o grande Carlos Alberto Di Franco. Falávamos sobre a desprezada arte jornalística de retratar a realidade. Uma espécie assim de ofício místico que os grandes mestres chamavam de “objetividade”. Era o cálice sagrado de quem ganhava a vida contando o que acontecia por aí.

Antigamente (esse tempo cuja perfeição na hora ninguém percebeu) uma árvore caída no meio da rua, um buraco na calçada ou um pedreiro que caiu da escada eram apenas uma árvore caída no meio da rua, um buraco na calçada e um pedreiro que caiu da escada. Mas não se preocupe, não. Ele já está melhor. Obrigado por perguntar.

Hoje (esse tempo cuja imperfeição insistente nos revolta) a árvore caída é mais. É um verdadeiro tratado do descaso da Humanidade para com a mãe Terra; é uma prova da ganância capitalista; é sobretudo um sinal de que o mundo em breve acabará se nada for feito imediatamente. O buraco na calçada tampouco é o que parece ser. Trata-se de um retrato do descaso dos políticos; da falência da democracia; uma prova de que o socialismo não funciona ou de que só o socialismo funciona. E o que aconteceu ao pedreiro jamais voltará a ser apenas um acidente. Obviamente, trata-se de uma tragédia causada pela relação desigual entre o ser humano e a Lei da Gravidade, essa fascista.

Sintomático
No texto em que denuncia o Nazismo Estrutural Catarinense (em breve, nas piores livrarias), a moça cujo nome optei por não mencionar (ver nota abaixo) diz que até pensou em procurar os donos das “casas nazistas” e bater um papo. Mas, por medo, achou melhor seguir viagem, vivendo na ignorância agora exposta ao debate público. O medo, contudo, é infundado, e nasce de uma visão de mundo ensimesmada, que não permite enxergar no outro apenas um ser humano que tem uma origem cultural e, talvez, visões políticas diferentes das suas.

Um ser humano que, no limite da caricatura, pode até odiar Lula, considerar Bolsonaro um mito, tomar chimarrão, afirmar que certas práticas sexuais são pecado, defender a propriedade privada, ouvir vanerão, dizer assim à toa que “no tempo dos militares é que era bom” e, ocasionalmente, ser a favor da pena de morte. Mas que não é seu inimigo e, se você pedir, provavelmente lhe dará caridosamente um pedaço de pão e um copo d’água. E, se calhar, até um abraço!

É grave! A feminista (se uma mulher que chama o marido de “companheiro” não se declarar feminista, ficarei muito decepcionado) recusa um diálogo trivial e esclarecedor por receio de que a realidade, sempre menos dramática do que dizem os intelectuais, derrube seu castelinho ideológico. E a obrigue a reconhecer, mesmo em silêncio, que está errada. Se isso não é a submissão total do indivíduo à mentalidade de grupo – algo que, aliás, estava no cerne do mesmo movimento de massa que a escritora tanto teme – não sei o que é.

Notas, Polzonotas
Conforto
Nem bem tinha botado um ponto final na crônica de ontem, me veio a dúvida: por que preferimos sempre o conforto à luta política cuja nobreza e importância vivemos exaltando nas redes sociais?

Urubici
Claro que “urubici” não é uma palavra nazista, né? Mas, para aqueles que se recusam a entender uma ironia, e a título de curiosidade, vale explicar que a palavra tem duas origens possíveis: tupi ou kaigang. E significa “fileira de urubus” e “mãe das águas frias”, respectivamente.
Mas há também quem diga que o nome da cidade foi dado numa estranha homenagem a um explorador que tinha um amigo chamado Bici, que gostava de observar urus – uma ave comum na região. Sempre que via um uru, portanto, o explorador corria chamar o amigo, dizendo: “Uru, Bici! Uru, Bici”.
Uma prova de que, quanto mais estranha a etimologia da palavra, melhor ela é.

Abolição do homem
Fiquei aqui debatendo com meus botões se mencionava ou não o nome da autora do texto sobre as “casas nazistas”. Por fim, decidi mantê-la num anonimato que, bem sei, é inútil. Tudo por causa das primeiras páginas do livro “A Abolição do Homem”, de C. S. Lewis, que reli no fim de semana. São admiráveis a elegância e o cuidado que Lewis toma para fazer uma crítica devastadora de um livro. Se segui bem o exemplo cristão de Lewis, não sei. Mas tentei.

Lacração à droite
Sobre o caso das tiaras que mencionei no texto acima, a deputada Júlia Zanata decidiu recorrer a uma lei feminista para enquadrar Chico Pinheiro. Ela acusa o militante de “violência política contra a mulher”. Ah, essa direita…

Racismo
Revoltante o episódio de racismo envolvendo o jogador Vinícius Jr., etc. e tal. Mas está longe de ser novidade – e não haverá lei capaz de impedir certas maldades impressas na alma dos idiotas.

Aquele abraço!
Há um ano, Bolsonaro abraçava Alexandre de Moraes durante uma cerimônia no TST. Ninguém deu muita bola para o ocorrido, mas eu escrevi que:
“Tudo na cena é digna de apreciação, análise e, como pretendo afirmar em seguida, admiração. Bolsonaro chega com aquele sorriso mezzo carioca, mezzo joão-sem-braço, envolve com uma curiosa efusividade dois pachecos cujo nome não vou me dar o trabalho de pesquisar e, ao avistar o reizinho Alexandre de Moraes carrancudamente sentado no trono, faz um gesto desses que a gente faz no bar para os amigos. Algo do tipo “levanta aí, cara, deixa de frescura!”.

Do túnel do tempo…

Por que gostamos de falar de política, sobretudo em tempos de crise? Gostamos de falar de política porque nos sentimos importantes. Acreditamos que nossa opinião tem influência, que nossos insights iluminarão toda a conjuntura do país – o que quer que signifique isso. Mas não só. Discutimos política (o dia todo!) porque essa interação com as manchetes faz com que nos sintamos vivos e pertencentes a algo maior: o tempo e seu espírito. Quando, na realidade, em nossa obsessão somos apenas jóqueis de Leviatã, condenados a passar eternos oito segundos cavalgando o monstro intangível, na esperança vã de dominá-lo.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/o-caso-das-casas-heil-eu-vejo-nazistas-por-todos-os-lados/
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POEMAS PRODUZIDOS PELO CHATGPT SOBRE POLÍTICOS

Por

Luciano Trigo – Gazeta do Povo

| Foto: Divulgação

A Inteligência Artificial é mesmo uma coisa fantástica, já escreve até poesias e artigos acadêmicos – e li que também corrige redações do vestibular. Um verdadeiro prodígio.

Mas ontem, por acaso, dando uma olhada no Twitter, fiquei preocupado quando me deparei com um recorte do youtuber e podcaster Monark mostrando que o ChatGPT * se recusou a escrever um poema sobre Bolsonaro, mas aceitou escrever outro, sobre Lula.

Mas será o Benedito? Como assim, gente? Onde está a democracia?

Incrédulo, resolvi testar eu mesmo a ferramenta, para ver se a Inteligência Artificial é politicamente parcial. Justiça seja feita, desta vez o ChatGPT escreveu poemas tanto para o atual presidente quanto para o anterior.

É importante ressaltar que, para evitar qualquer viés, solicitei os dois poemas exatamente da mesma maneira (“Escreva um poema sobre…”). Seguem abaixo os dois resultados. Deixo para o leitor a tarefa de avaliar se o ChatGPT é politicamente parcial ou não.

O poema sobre Lula:

“No horizonte brilhante da esperança,

Surge um nome que ecoa com confiança,

Lula, guerreiro das causas sociais,

Em sua jornada de lutas sem iguais.

Com sua voz firme e coração valente,

Ele enfrentou desafios, sempre presente,

Defendendo os direitos dos menos favorecidos,

Lula, o símbolo dos excluídos.

Nas entranhas do Brasil, nasceu um líder,

Que com sua visão transformadora, fez valer,

Os anseios daqueles que sonham em crescer,

Com dignidade, justiça e poder renascer.

Lula, homem do povo, tão resiliente,

Na busca incansável por um país mais decente,

Com sua força e carisma contagiante,

Inspira a todos com seu exemplo brilhante.

Seus olhos trazem a chama da esperança,

Seu sorriso acende a luz da confiança,

Lula, símbolo de uma nação que clama,

Por dias melhores e igualdade que inflama.

Mesmo nas adversidades, ele não desiste,

Persiste na luta, incansável e resistente,

Pois sabe que a justiça é um direito,

E a igualdade, um dever que é perfeito.

Lula, poeta dos direitos humanos,

Enfrentou tempestades e furacões,

Mas se manteve firme, com amor no coração,

Lutando pela transformação da nação.

Que sua história seja lembrada,

Como um exemplo de coragem e de luta,

Lula, a voz dos oprimidos e dos marginalizados,

Que em seus passos, encontramos a esperança renovada.

Que o tempo não apague suas conquistas,

Que sua luz brilhe, mesmo nas noites mais vistas,

Lula, símbolo da resistência e da persistência,

Eterno na memória, na história e na consciência.

Lula, símbolo de um Brasil que sonha,

Com justiça, igualdade e uma nova trilha,

Seguiremos adiante, com sua bandeira erguida,

Porque a esperança nunca será vencida.”

O poema sobre Bolsonaro:

No horizonte incerto, surge um nome controverso,

Bolsonaro, figura que causa debate acirrado,

Sua trajetória é marcada por polarização,

E sua liderança é tema de controvérsia e indignação.

Com palavras fortes e atitudes audaciosas,

Ele conquistou seguidores, mas também desencantou,

Seu discurso incendiário desperta paixões extremas,

Dividindo opiniões, como um rio de águas densas.

Bolsonaro, líder de um Brasil em transformação,

Seus defensores o veem como uma esperança,

Enquanto seus críticos apontam os retrocessos,

E denunciam os valores que acreditam sermos opressos.

Em seu governo, promessas foram feitas,

E muitas expectativas foram depositadas,

Mas os resultados, são alvos de controvérsias,

E a sociedade segue dividida em suas visões diversas.

Uns enxergam avanços na economia e segurança,

Enquanto outros lamentam retrocessos na liberdade,

A polarização se intensifica a cada dia,

E o país se vê envolto em tamanha dualidade.

Bolsonaro, figura complexa e contraditória,

Desperta reações que vão do amor ao repúdio,

Seus seguidores enxergam nele um salvador,

Enquanto outros clamam por mudança e por um novo rumo.

Em meio a esse cenário de polaridades,

É importante lembrar que somos todos humanos,

Cada qual com sua visão e sua história,

E é na diversidade que encontramos os caminhos mais insanos.

Que possamos, em meio às divergências,

Buscar o diálogo, a tolerância e o respeito,

Pois é na união e na compreensão mútua,

Que construímos um futuro mais justo e perfeito.

Bolsonaro, personagem de uma era turbulenta,

Que nos ensina sobre a importância da reflexão,

Que possamos aprender com seus acertos e erros,

E construir um país mais justo e em evolução.”

Então, será que o ChatGPT é parcial? Fiquei em dúvida. Vamos testar com outros líderes da política internacional? Pedi ao ChatGPT para escrever poemas sobre Fidel Castro, Joe Biden e Donald Trump. Os resultados:

O poema sobre Fidel:

“Nos campos de Cuba, surge um líder audaz,

Fidel Castro, figura inesquecível da revolução,

Seu nome ecoa com coragem e determinação,

Um ícone que desafiou o sistema voraz.

Com barbas espessas e olhar penetrante,

Fidel liderou a luta contra a opressão,

Comandou uma revolução de ideais ardentes,

Em busca de uma nação livre de correntes.

Seu discurso inflamado inspirou multidões,

Acreditando no poder do povo em transformação,

Fidel defendeu os direitos dos mais humildes,

E lutou contra o império das desigualdades.

Em sua Cuba, construiu uma nova visão,

Com reformas sociais e busca por justiça,

A educação e a saúde se tornaram prioridades,

Para construir uma sociedade mais justa.

Mas seu governo também foi marcado por controvérsias,

Com limitações à liberdade e divergências políticas,

Fidel Castro despertou sentimentos contraditórios,

Sua figura foi idolatrada e criticada em várias histórias.

No palco mundial, enfrentou desafios sem fim,

Do bloqueio econômico às tensões internacionais,

Fidel defendeu sua Cuba com firmeza e destemor,

Deixando um legado de resistência e amor.

Fidel Castro, ícone da esquerda revolucionária,

Seu nome é símbolo de um ideal de transformação,

Mesmo com críticas e polêmicas que o acompanham,

Sua história ecoará na eternidade da nação.

Que possamos aprender com suas conquistas e erros,

Valorizando a luta por justiça e igualdade,

Fidel Castro, um nome que não será esquecido,

Uma inspiração para as futuras gerações, de verdade.

Que seu legado nos faça refletir,

Sobre o papel do líder e sua responsabilidade,

E que possamos seguir em busca de um mundo melhor,

Compaixão, liberdade e solidariedade em cada “realidade.”

Para concluir, seguem os poemas que o ChatGPT escreveu sobre Joe Biden, apresentado como um  “defensor do amor” e Donald Trump, “figura controversa”, a quem o algoritmo deseja: “que sua jornada siga outros rumos”…

O poema sobre Joe Biden:

“Nos campos da política, um homem surge,

Com sua experiência e sabedoria, ele emerge.

Joe Biden, o líder de uma nação,

Com seu olhar calmo e determinação.

Do Delaware ao mundo, sua voz se faz ouvir,

Um farol de esperança, a sorrir.

Em cada palavra, em cada gesto,

Um chamado à união, um manifesto.

Nas marcas do tempo, a história escrita,

Um homem de luta, de ideais de fita.

Com a força dos anos, traz consigo a memória,

E a promessa de um futuro de vitória.

Biden, o guerreiro da paz,

Buscando soluções num mundo em desfaz.

Com suas políticas justas e humanas,

Enfrenta desafios, traça novas manhas.

Da América à terra além-mar,

A diplomacia a florescer, a brilhar.

Em cada encontro, um aperto de mão,

Biden, o construtor de pontes, a conexão.

Com sua perseverança e empatia,

Caminha rumo à igualdade e harmonia.

Na defesa do meio ambiente e dos direitos,

Biden, o guardião dos sonhos perfeitos.

Em seus olhos, o brilho da esperança,

A crença no potencial de uma nação que avança.

Joe Biden, o líder de coração nobre,

Inspira-nos a sermos melhores, a buscar o pobre.

Que sua jornada seja guiada pela luz,

E que suas ações tragam justiça e virtude.

Neste poema, homenageio o homem de valor,

Joe Biden, o presidente, o defensor do amor.”

O poema sobre Donald Trump:

“Nos corredores do poder, um homem se ergue,

Com sua retórica afiada, ele persuade.

Donald Trump, o magnata da controvérsia,

Com sua presença marcante e extravagância.

Do império imobiliário à Casa Branca,

Sua aura preenche cada sala e franja.

Em cada discurso, em cada tweet,

Um estilo único, que jamais se esquece.

Nas páginas da história, seu nome gravado,

Um presidente singular, por muitos admirado.

Com sua personalidade audaz e imponente,

Despertou paixões e opiniões divergentes.

Trump, o empresário do poder,

Construindo impérios e buscando vencer.

Com sua visão assertiva e coragem,

Desafiou o sistema, gerou miragem.

Das fronteiras às políticas econômicas,

Suas decisões causaram polêmicas.

Com seu lema “Make America Great Again”,

Buscou a grandeza, dividiu a nação.

Em seus olhos, o brilho da autoconfiança,

Acreditando na força da sua liderança.

Donald Trump, o homem do negócio,

Inspiração para alguns, fonte de desafio.

Que sua jornada siga outros rumos,

E que seus feitos sejam vistos como legados cumpridos.

Neste poema, reflito sobre um período de transformação,

Donald Trump, o presidente, figura de polarização.”

* O ChatGPT (“Generative Pre-Trained Transformer”) é um modelo de linguagem baseado em deep learning, um braço da inteligência artificial. A plataforma utiliza um algoritmo baseado em redes neurais que operam a partir do processamento de um imenso volume de dados. Isso permite que a tecnologia compreenda em profundidade o contexto das solicitações dos usuários e responda às demandas de maneira precisa.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luciano-trigo/cinco-poemas-do-chatgpt/

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INDIVIDUALIDADES NA INOVAÇÃO MODERNIZA A EMPRESA

 

Maurício Araújo, diretor de Operações e Alianças da Unentel

                                                                                                                                             Entenda a importância da transformação digital humanizada nas empresas

Especialista da Unentel, fornecedora de soluções tecnológicas, afirma que reconhecer as individualidades dos funcionários em meio à inovação é o que moderniza uma empresa

Se todas as empresas do Brasil substituíssem humanos por tecnologias disponíveis, cerca de 30 milhões de vagas no formato CLT acabariam até 2026, estima um estudo do Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações da Universidade de Brasília (UnB). Isso totaliza mais da metade dos empregos formais no país (54%). Porém, a ideia crescente de conciliar inovação tecnológica e funcionários pode e deve mudar este cenário.

Maurício Araújo, diretor de Operações e Alianças da Unentel, empresa fornecedora de soluções tecnológicas com foco no business-to-business (B2B), ressalta que falar sobre inovação tecnológica corporativa abrange vertentes para além de soluções fáceis e robotizadas. A discussão não é só sobre eficiência prática das máquinas, é também sobre as pessoas.

“O chamado Enterprise Resource Planning (ERP) é um sistema de gestão que se tornou a opção de muitas empresas brasileiras, já que a instalação de um software auxilia na automatização dos processos manuais. Porém, a conscientização dos colaboradores diante da solução e o trabalho em conjunto em torno dessa tecnologia é que impulsionam melhores resultados no final. As ferramentas não substituem a dedicação humana, tampouco a gestão do recurso humano”, afirma Araújo.

O Mapa do Ecossistema Brasileiro de Bots 2020, ano da pandemia que gerou um boom das inovações tecnológicas ao redor do mundo, já apontava um crescimento de 68% no número de robôs no país em um ano — foi de 60 mil para 101 mil. Os chamados chatbots, muito utilizados por empresas, conversam com 8 mil usuários únicos e trocam 92 mil mensagens por mês, segundo o estudo.

“Dados como este assustam os trabalhadores, que começam a ver suas funções sendo substituídas por tecnologias que desempenham o mesmo serviço. Mas essa é a brecha para que as empresas coloquem pessoas à frente do processo de transformação digital, enxergando a iniciativa como um investimento firme de longo prazo e potencializando o desenvolvimento de novas soluções”, afirma o executivo.

Entre as 5 profissões mais suscetíveis à automação, segundo a IDados e o ISE Business School (a pedido da BBC News Brasil), estão: operador de entrada de dados (digitador); profissionais de nível médio de direito e afins (assistente); agentes de seguros; operadores de máquinas para fabricar equipamentos fotográficos e vendedores por telefone.

Entretanto, o especialista reafirma que as suposições em torno de algumas áreas do mercado de trabalho não devem substituir completamente o papel humano nas atividades. “A modernização das empresas é inevitável, e seria preocupante se não fosse. Mas as companhias que entendem o fato de a transformação digital ser sobre pessoas, e não acontecer sem humanização, estão dez passos à frente daquelas que insistem em se privar das individualidades e expertises humanas nas rotinas corporativas”, conclui Araújo.

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segunda-feira, 22 de maio de 2023

PT QUER MANDAR NA ELETROBRAS PRIVATIZADA COMO MANDAVA ANTES

 

Empresa privatizada
O que houve com a empresa nos governos petistas

Por
Célio Yano – Gazeta do Povo


Eletrobras deixou de ter controle estatal em 2022. Empresa acumulou histórico de prejuízos, ineficiência e corrupção em governos do PT.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Resumo desta reportagem:

Lula questiona no STF pontos da privatização da Eletrobras, que passou ao controle privado em junho de 2022
Desde a eleição, ações ordinárias caíram quase 30%
A presidente do PT, Gleisi Hoffman, diz que posição do partido é pela retomada da empresa “como ela era”
Nos governos petistas, Eletrobras acumulou histórico de prejuízos, ineficiência e episódios de corrupção
No mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando dispositivos da lei que autorizou a privatização da Eletrobras, a presidente do PT, Gleisi Hoffman, afirmou que a posição do partido é pela retomada da empresa “como ela era”.

A Eletrobras deixou de ser controlada pela União em junho de 2022, no governo de Jair Bolsonaro (PL). Crítico da iniciativa, Lula venceu a eleição quatro meses depois, prometendo rever o processo de privatização e defendendo uma retomada do protagonismo que as estatais tiveram nos governos do PT.

“Não temos condição de fazer desenvolvimento no Brasil sem uma empresa como a Eletrobras controlada pelo Estado brasileiro”, disse Gleisi ao “Valor Econômico”.

Responsável por 23% da capacidade de geração de energia do país, a companhia deixou de ter controle estatal após um histórico de prejuízos, ineficiência e episódios de corrupção nos governos petistas anteriores. A possibilidade de volta da Eletrobras a condição de “como ela era” já fez com que as ações ordinárias da empresa caíssem quase 30% desde a eleição de Lula.

“Na época da capitalização da Eletrobras, os investidores enxergaram o potencial do papel com uma gestão mais eficiente, sem o controle do governo”, diz o economista Bruno Monsanto, sócio da RJ+ Investimentos. “A ação também foi precificada com esse horizonte. Agora, o governo quer aumentar seu poder de voto e influência na empresa, podendo novamente indicar conselheiros e diretores.”

VEJA TAMBÉM:
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A desconfiança do mercado em relação a um retorno da gerência estatal sobre a empresa vem do histórico recente, especialmente sob os últimos governos petistas. Nesse sentido, o episódio mais notável foi o da medida provisória (MP) 579/2012, editado pela então presidente Dilma Rousseff (PT) para reduzir o preço da tarifa de energia em 20%.

Na época, o governo propôs renovar antecipadamente, por mais 30 anos, concessões para empresas do setor elétrico que estavam por vencer, sob a condição de que as companhias vendessem energia a preço de custo. As maiores companhias do setor, como Copel, Cemig e Cesp, não embarcaram no plano, e a Eletrobras, sob o controle do governo, pagou a conta sozinha.

Naquele mesmo ano, a empresa fechou seu balanço com resultado negativo de R$ 6,8 bilhões, o primeiro prejuízo em quase duas décadas. Com capital aberto, a empresa viu seu valor de mercado derreter nos anos seguintes. Da conta do Tesouro, saíram R$ 20 bilhões para compensar a redução de 20% nas tarifas da Eletrobras.

A edição da MP 579, que ocorreu no dia 11 de setembro de 2012, ficou conhecida como o “11 de setembro do setor elétrico”. Mas não foi a única decisão sob a gestão estatal a gerar prejuízos à Eletrobras, segundo analistas do setor.

Em 2017, a gestora de investimentos 3G Radar divulgou um estudo que apontou perdas de R$ 85 bilhões (valor à época) em razão de ineficiências em geral da Eletrobras. Para chegar ao número, foram comparadas as subsidiárias da estatal com suas concorrentes privadas, levando em consideração gastos, ativos e obras, e quanto os dois grupos de empresas devolveram ao país, fosse em pagamento de impostos, ou em dividendos.

“Três empresas privadas geraram uma receita para o país com pagamento de taxas superior ao que as subsidiárias da Eletrobras pagaram somando as taxas e o dividendo”, afirma o estudo. Ou seja, caso as companhias privadas atuassem no lugar da Eletrobras, o governo federal teria recebido mais impostos e dividendos do que com a companhia sob gestão estatal.

Em um relatório a clientes, a gestora de investimentos afirmou que entre 2002 e 2016, a Eletrobras teria somado R$ 186 bilhões em prejuízos, resultantes de erros, ineficiências e de corrupção, citando indícios levantados pela força-tarefa Lava Jato na construção das usinas de Belo Monte, Jirau e Santo Antônio.

“Concluímos que durante os últimos 15 anos, os verdadeiros acionistas da Eletrobras foram empreiteiras corruptas (…), fornecedores e políticos, juntos com aqueles que se beneficiaram das ineficiências, que criaram valor para eles mesmos sem devolver nada para o país”, escreveram à época os analistas da gestora em uma carta em inglês.

VEJA TAMBÉM:
Rever privatização da Eletrobras causa “preocupação”, diz Lira; companhia contesta ação do governo

Lula quer aumentar poder de decisão do governo na Eletrobras
Justamente para evitar o controle da Eletrobras por grupos políticos, no processo de capitalização o estatuto da companhia foi alterado de modo que nenhum acionista possa determinar o rumo dos negócios sozinho. As políticas da empresa são definidas por um Conselho de Administração, que tem representação tanto dos sócios majoritários quanto dos minoritários.

Além disso, uma das novas regras do estatuto diz que cada acionista tem um limite de 10% dos votos na Assembleia Geral, independente da quantidade de ações ordinárias que possua. Assim, embora o governo tenha ficado com 40,3% dos papéis da empresa com direito a voto, seu poder de decisão está restrito a um décimo da composição da assembleia.

“Essa limitação evita que qualquer acionista com interesse no setor elétrico possa elevar a participação para influenciar as decisões em detrimento da própria Eletrobras”, diz Monsanto. “Na época da capitalização da Eletrobras, os investidores enxergaram o potencial do papel com uma gestão mais eficiente, sem o controle do governo”, recorda.

É exatamente essa regra que o governo Lula agora questiona no STF. Em março, o presidente classificou o processo de capitalização da Eletrobras de “crime de lesa-pátria”. No último dia 11, chamou de “sacanagem”.

“Agora veja a sacanagem: o governo tem 43% das ações da Petrobras [Eletrobras], mas no conselho só tem direito a 1 voto. Os nossos quarenta [porcento] só vale 1 [voto]. Quem tem 3% tem o mesmo direito do governo. Entramos na Justiça para que o governo tenha a quantidade de votos para a quantidade de ações que ele tem”, declarou Lula em Salvador, durante cerimônia de lançamento do Plano Plurianual Participativo e da plataforma digital Brasil Participativo.

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Na ação direta de inconstitucionalidade (ADI) proposta pela Advocacia-Geral da União (AGU), Lula, representado pelo advogado-geral da União, Jorge Rodrigo Araújo Messias, sustenta que a regra limitadora do direito de voto, junto com outras características do processo de desestatização da Eletrobras, gera “ônus desproporcional à União” e “grave lesão ao interesse público”, em clara violação ao direito de propriedade do ente federativo, “aos princípios da razoabilidade, da proporcionalidade, e de diversos mandamentos constitucionais que regem a atuação da Administração Pública”.

No STF, o relator do processo é o ministro Nunes Marques, que ainda não se pronunciou sobre o caso. Em um comunicado de fato relevante a investidores, a Eletrobras afirmou que seu processo de desestatização “seguiu fielmente todo o trâmite legal previsto”.

Para a empresa, caso seja deferido pedido liminar ou julgada procedente a ADI, “a União e seu grupo potencialmente recuperariam a preponderância nas deliberações da assembleia geral (…), o que contraria as premissas legais e econômicas que embasaram as decisões de investimento do mercado – inclusive os milhares de trabalhadores titulares de contas do FGTS –, a partir de modelagem desenvolvida pela própria União”.

A Petrobras mudou sua política de preços, abandonando a paridade com o mercado internacional. Qual a sua opinião?
Apoio a mudança, pois pode levar a uma redução dos preços da gasolina e do diesel
Sou contra a mudança, pois facilita ingerências do governo e pode causar prejuízos para a empresa, como no passado
A nota faz referência aos R$ 6 bilhões que foram investidos de 370 mil beneficiários do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) que manifestaram interesse em comprar ações da Eletrobras com recursos do fundo durante a oferta de ações da companhia.

“O que o governo Lula está tentando com a reestatização da Eletrobras é absurdo sob qualquer ponto de vista. Está destruindo valor da empresa, trazendo uma tremenda insegurança jurídica ao ambiente de negócios, e dando um tiro no próprio pé, ao afastar investimentos para o setor”, analisa Monsanto.

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CRISE DO AGRONEGÓCIO COM O GOVERNO

 

Crise no governo
Jogando dos dois lados, Alckmin faz aceno ao agro em meio ao isolamento do ministro da Agricultura
Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo


Vice-presidente Geraldo Alckmin participou de almoço com a FPA| Foto: Divulgação/FPA

Dias depois de comparecer à Feira Nacional da Reforma Agrária, promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) almoçou na terça-feira (16) com integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). A tentativa de aceno ao setor ocorreu depois que deputados e senadores endossaram críticas contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) devido ao alinhamento com o MST.

Durante o encontro com os deputados e senadores, Alckmin disse ser contra as invasões de terra por ter “total respeito à propriedade privada”. O vice-presidente também defendeu diálogo entre o governo federal e a bancada do agronegócio.

“Em caso de invasão, não tem que ter nem decisão judicial, tem que ter a reintegração de posse imediata. Eu sou do diálogo, vamos conversar, vamos procurar resolver. É preciso construir pontes “, afirmou Alckmin.

Apesar do aceno do vice-presidente, parlamentares e representantes de entidades ligadas ao agronegócio ainda seguem cercados de dúvidas sobre o posicionamento do governo federal em relação ao setor. No último final de semana, por exemplo, Alckmin e diversos ministros da gestão Lula aproveitaram para defender o trabalho do MST, que com a volta do petista ao Palácio do Planalto acentuou as invasões de terras em diversos estados do país.

Para o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), a aproximação que o governo tem com movimentos sociais como o MST “afasta” o agronegócio e gera um “ponto de preocupação grave” na bancada. “O vice-presidente disse que não aceita invasões de terra, assim como disse o ministro [Carlos] Fávaro, assim como disseram outros integrantes do governo, o que a gente precisa fazer é deixar claro isso”, disse.

Na avaliação de integrantes da FPA que estiveram no encontro com Alckmin, é preciso que alas do governo petista abandonem as pautas ideológicas para dialogar com todos os setores, inclusive com o agronegócio. Para esse grupo, não adianta o vice-presidente e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, darem uma sinalização e outros integrantes do PT irem na contramão do diálogo.

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Ministros em feira do MST e críticas de Lula à Agrishow ampliam desgaste com agronegócio
Ataques de Lula ao agro afastam aliados do governo

Além das desconfianças em relação aos acenos de integrantes do governo petista, as falas recentes de Lula contra o agronegócio foram vistas como mais um ponto afastamento do setor com o Executivo. Na última semana, durante um evento na Bahia, o presidente chamou os organizadores da Agrishow, a maior feira de tecnologia agrícola do país de “fascistas”.

“Tem a famosa feira da agricultura em Ribeirão Preto que alguns fascistas, alguns negacionistas não quiseram que ele [Carlos Fávaro, ministro da Agricultura] fosse na feira, desconvidaram o meu ministro”, disse Lula.

Tradicionalmente, a Agrishow conta com a participação de ministros da Agricultura. No início do mês, os organizadores do evento, realizado em Ribeirão Preto (SP), ligaram para Fávaro e sugeriram que ele fosse à feira em outro dia, já que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estaria na abertura. A iniciativa gerou desconforto. O ministro disse que se sentiu “desconvidado” e que, por isso, não iria nem na abertura nem em outro dia do evento.

De acordo com Lupion, os ataques de Lula ao agronegócio impedem os demais integrantes do governo de estabelecerem qualquer ponte para o diálogo com o setor. Para ele, os posicionamentos do presidente se refletem na base inexistente do governo no Congresso Nacional.

“Ninguém gosta de se aproximar de quem te xinga. É óbvio que isso atrapalha e atrapalha muito. Ultimamente, cada vez que o presidente Lula abre a boca e tem afastado mais os aliados e é por isso que a base do governo no Congresso não existe”, defendeu o presidente da FPA.

Ainda de acordo com Lupion, a relação do governo federal com o setor seguirá cercada de dúvidas diante do espaço dedicado aos membros do MST no Executivo. “Fica ainda a dúvida em relação aos membros desses movimentos que invadem propriedades e que estão presentes em cargos do governo e nomeando gente do governo, quando há um posicionamento de outros integrantes de criticar as invasões de terras. Cada um controla os seus aliados”, completou.

Como a Gazeta do Povo mostrou, desde que tomou posse, Lula ampliou os espaços para membros do MST em cargos do governo federal. Entre eles, o movimento emplacou o nome de Milton José Fornazieri para a Secretaria de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). Com isso, Fornazieri vai coordenar ações dentro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que conta com um orçamento de R$ 1,5 bilhão previsto para 2023.

Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, segue isolado dentro do governo Lula 

Além de Geraldo Alckmin, Lula tem escalado o seu ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para tentar contornar a crise com o agro. Apesar disso, Fávaro é visto como um nome isolado dentro do governo diante da pressão de alas do PT ligadas ao MST.

Um dos principais embates da gestão petista com Fávaro diz respeito ao controle da Conab. O órgão, que em gestões anteriores ficava sob o guarda-chuva do Ministério da Agricultura, foi transferido para o Ministério do Desenvolvimento Agrário, controlado pelo petista Paulo Teixeira.

No começo deste mês, durante um encontro com a FPA, Fávaro pediu apoio da bancada do agro para recuperar a gestão da Conab. O assunto deverá ser resolvido pelo Parlamento durante a votação da Medida Provisória 1.154/2023, que reestruturou a Esplanada dos Ministérios. A expectativa é de que a matéria seja analisada ainda nesta semana durante sessão do Congresso Nacional.

Apesar disso, Teixeira e integrantes do PT já se mobilizam contra a possibilidade de a Conab retornar ao Ministério da Agricultura. “A Conab trabalha com o agricultor familiar. Qual o programa mais forte da Conab hoje? O PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), que deve ser feito junto ao pequeno agricultor. Isso não é vocação do Ministério da Agricultura, sua grande vocação é a cultura de escala. Portanto, a Conab deve ficar no MDA”, defendeu Teixeira.

Na mesma linha, o deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), que é ambientalista, afirmou que a permanência da Conab no MDA é fundamental para “combater ideologias de defensores do agro”.

Lula tenta evitar nova derrota no Congresso Nacional
Para tentar evitar uma derrota durante a votação do Congresso, articuladores do Palácio do Planalto querem construir um meio termo. A expectativa é de que Lula mantenha a Conab no Desenvolvimento Agrário, mas transfira algumas atribuições da estatal para a Agricultura.

Entre essas atribuições estaria o Programa de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), considerado peça fundamental da política agrícola, para diminuir oscilações na renda dos produtores rurais e assegurar uma remuneração mínima.

O PGPM é visto como um balizador da oferta de alimentos, incentivando ou desestimulando a produção. Assim, voltaria para a alçada do Ministério da Agricultura. Ainda não está claro, no entanto, se essa alteração satisfaria a bancada do agronegócio.

“A Conab, que é o órgão pensador do agro brasileiro, que faz os planejamentos, que vê o tamanho da safra, quanto vamos precisar de seguro, tem de estar próxima do ministro da Agricultura e da equipe do ministério. Não há lógica nessa divisão”, disse o deputado Pedro Lupion, da FPA.


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FRAUDES NO BOLSA FAMÍLIA ELEVAM RENDA ATÉ 2,5 MIL REAIS

Quase dois salários mínimos

Por
Lúcio Vaz – Gazeta do Povo


O benefício de R$ 150 para crianças até 6 anos foi prometido por Lula durante a campanha presidencial.| Foto: José Cruz/Agência Brasil.

Fraudes e famílias numerosas resultam em elevados pagamentos do Bolsa Família – programa prioritário do governo Lula. O maior benefício chegou a R$ 2,5 mil em Guajará-Mirim (RO), em fevereiro (último dado disponível). O valor representa quase dois salários mínimos. Em Turilândia (MA), 14 benefícios superaram os R$ 2 mil em fevereiro. Ali, 143 beneficiários receberam acima do salário mínimo, com valor médio de R$ 1,7 mil. A prefeitura apurou fraudes em pagamentos no município.

Guajará-Mirim tem 47 mil habitantes e quase 25 mil quilômetros quadrados – maior que o estado de Sergipe. A prefeitura afirmou ao blog que os benefícios com valores mais elevados atendem famílias que têm oito ou nove filhos, além dos avós e até irmãos menores. Além disso, o município conta com várias comunidades indígenas, como os Wari, Canoé, Macurape e Jaboti – povos com famílias mais numerosas, segundo dados da prefeitura.

O maior pagamento no município em janeiro e fevereiro foi feito a Valdeci Pereira, no valor de R$ 2.521. Um diretor da prefeitura alertou que esses pagamentos elevados devem aumentar com o benefício extra de R$ 150 por criança de zero a seis anos na família beneficiada. Trata-se de uma promessa de campanha de Lula na disputa presidencial. O governo federal estima que cerca de 9 milhões de crianças serão atendidas com mais esse benefício em maio.

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Fraudes apuradas por auditoria
Turilândia é um município de 26 mil habitantes no Norte do Maranhão. Tem Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,527 – no nível de países pobres da África. Entre os 53 maiores pagamentos do Bolsa Família em todo o país, 48 ocorreram em Turilândia. O prefeito, José Curió (PTB), afirmou ao blog que, ao tomar conhecimento de possíveis irregularidades no Cadastro Único do município, por meio de denúncias, mandou instaurar uma auditoria através de um mapeamento de famílias.

“Foram realizadas visitas pela equipe técnica para averiguação in loco, a fim de que se pudesse confirmar se as informações constantes nos cadastros estavam em conformidade com a realidade domiciliar, bem como confirmar se aqueles membros constantes na composição familiar no cadastro único estavam de fato identificados no domicílio”, disse o prefeito.

Ele citou o caso do maior pagamento no município, apresentado pela reportagem: “No caso específico da senhora Lucilene Silva Lopes, que até o mês de fevereiro de 2023 recebeu R$ 2.190, informamos que durante o trabalho de auditoria foi constatado a fraude e o cadastro da mesma fora excluído no dia 10/02/2023, conforme tela do sistema do Cad Único, em anexo”. O blog apurou que ela havia recebido esse valor também em janeiro, como mostram registros do Portal da Transparência.

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Curió ressaltou que a comissão municipal responsável pelo levantamento e verificação dos cadastros de beneficiários do programa Bolsa Família, “continua fazendo o trabalho de fiscalização de possíveis irregularidades no intuito de evitar fraudes e garantir o verdadeiro objetivo do programa social”.

O blog solicitou, então que a prefeitura checasse a situação das 14 famílias que receberam acima de R$ 2 mil em fevereiro. Os nomes dos beneficiários e os valores pagos foram enviados à prefeitura pelo blog. Não houve resposta até a publicação da reportagem.

O blog encaminhou os dados de Guajará-Mirim e Turilândia ao Ministério do Desenvolvimento Social há 10 dias e perguntou se os dados estavam de acordo com os registros do governo federal e qual o motivo para esses pagamentos muito acima da média no país e nos municípios citados. Não houve resposta até a publicação da reportagem.

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Quem recebe o Bolsa Família

Para receber os benefícios do Bolsa Família, a família precisa ter a renda mensal por pessoa de até R$ 218. Isso significa que toda a renda gerada pelas pessoas da família, por mês, dividida pelo número de pessoas da família, é de no máximo R$ 218. Mas o primeiro passo é estar inscrito no Cadastro Único. Esse cadastramento é feito em postos da assistência social dos municípios, apresentando o CPF ou o título de eleitor.

Todas as famílias recebem no mínimo R$ 600, afirma o Ministério do Desenvolvimento Social. Há ainda o Benefício Variável Familiar, no valor de R$ 50,00, destinado às famílias beneficiárias que possuírem, em sua composição gestantes, crianças com idade entre sete anos e doze anos incompletos ou adolescentes, com idade entre doze anos e dezoito anos incompletos. Esse benefício é calculado por integrante da família beneficiária.

As famílias beneficiárias do programa cuja renda per capita mensal seja superior a R$ 218 serão mantidas no programa por até 24 meses, recebendo 50% do valor do benefício . Na hipótese de a renda familiar per capita mensal superar o valor de meio salário mínimo, a família será desligada do Programa. As famílias que se desligarem voluntariamente do programa ou estiverem na regra de proteção e precisarem retornar ao programa, terão prioridade na concessão.


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MERCADO EM DÚVIDA EM RELAÇÃO AO NOVO VELHO GOVERNO DO PT

 

Por
Roberto Motta – Gazeta do Povo


Manifestante do MST em frente ao Ministério da Fazenda, em Brasília.| Foto: EFE

Aparentemente, o tal “mercado” ainda não sabe o que sente em relação ao novo velho governo do PT. Várias vezes por semana o governo dá declarações, toma decisões e implanta medidas que afetam a economia, na maioria das vezes de forma negativa. A reação do mercado é quase sempre paradoxal e confusa. Isso, para mim, que não sou profissional do mercado mas acompanho a política e a economia com certa atenção, é um mistério.

O mercado financeiro é composto por pessoas extremamente inteligentes e preparadas, educadas nas melhores escolas brasileiras e estrangeiras, especializadas em uma missão arriscada e difícil, mas muito recompensadora: investir o dinheiro dos outros.

Para cumprir sua missão, essas pessoas precisam estar sempre bem-informadas sobre o que acontece no país. E é aqui que começa o problema.

Um número incompreensível desses profissionais demonstrou simpatia ou apoio aberto à candidatura presidencial do PT. Foi difícil entender como executivos do mercado financeiro, em sã consciência e minimamente informados, puderam fazer uma opção como essa. Mas fizeram.

Algumas dessas personalidades vieram a público recentemente, após as eleições, para se declarar decepcionadas ou enganadas, e dizer que não apoiam mais as políticas petistas.  Um arrependimento verdadeiro exige mais do que isso; além de reconhecer o erro, é preciso pedir desculpas a todos aqueles que agora vão pagar a fatura desse equívoco: nós, os cidadãos, trabalhadores e eleitores.

Um número incompreensível desses profissionais demonstrou simpatia ou apoio aberto à candidatura presidencial do PT. Foi difícil entender como executivos do mercado financeiro, em sã consciência e minimamente informados, puderam fazer uma opção como essa

O que mais surpreende é a quantidade de pessoas do chamado “mercado” que ainda nutre a expectativa de que alguma proposta lógica e minimamente razoável seja produzida na “área econômica” do governo. Mas as ideias econômicas do PT são o resultado do cruzamento das ideias de Karl Marx – o revolucionário que foi sustentado a vida inteira por um amigo que era herdeiro milionário (Engels) – com as ideias de Lorde Keynes, o economista que acreditava na ficção do Estado grande e interventor.

Para essa escola de pensamento, se o governo contratar duas equipes de operários, uma para cavar buracos e a outra para tapar os buracos que a primeira equipe cavou, o resultado será desenvolvimento e progresso.

Use seu bom senso e pense sobre isso.

O governo brasileiro é ocupado por pessoas que não sabem – ou fingem não saber – a diferença entre gasto e investimento, um conceito de compreensão muito fácil. Gastos são as despesas periódicas que você faz para manter as coisas funcionando, como as contas de água e de luz, ou a mensalidade da escola das crianças. Investimento é quando você faz uma despesa para adquirir um bem durável, como uma casa, um carro ou, no caso do governo, uma máquina, uma represa ou um viaduto.

O pagamento de salários de servidores, por exemplo, por mais relevante que seja, é um gasto, não investimento – não importa quantas vezes o governo repita o contrário.

O PT jamais entenderá o conceito de responsabilidade fiscal porque tem um entendimento errado dos fundamentos da economia. Qualquer tipo de controle de gastos do governo será, para eles, apenas uma camisa de força impedindo a realização de seus sonhos interventores, paternalistas e patrimonialistas.

Isso vale para a política monetária. O controle da inflação é feito ajustando-se a taxa de juros. Funciona assim: quando o Banco Central detecta a ameaça de aumento da inflação, ele aumenta os juros, o que impede a subida da inflação porque desaquece a economia. Juros altos podem ser um problema, mas inflação alta é uma catástrofe. Obviamente, o PT não entende isso, e abriu guerra contra o Banco Central para forçar a redução dos juros a qualquer custo.

Qualquer tipo de controle de gastos do governo será, para eles, apenas uma camisa de força impedindo a realização de seus sonhos interventores, paternalistas e patrimonialistas

O governo petista apresentou um tal arcabouço fiscal que vai substituir o antigo teto de gastos. O mecanismo do teto de gastos garantia que o governo só poderia gastar em um ano o que gastou no ano anterior, corrigido pela inflação. Já o arcabouço fiscal diz que os gastos do governo podem subir sempre que arrecadação subir, com crescimento limitado a 2%. O “arcabouço” se revela, na verdade, um piso de gastos: mesmo nos anos em que arrecadação não subir, ainda assim o gasto do governo subirá 0.6%. É um desastre anunciado, porque além de garantir a subida permanente dos gastos, produzirá no governo uma obsessão pelo aumento da arrecadação de impostos.

Mais uma vez, inacreditavelmente, o mercado recebeu bem o tal arcabouço fiscal, que foi apresentado apenas em um Powerpoint – mais um pioneirismo mundial – sem qualquer texto que o sustentasse. Foi preciso uma semana para o mercado perceber o significado da proposta petista e reagir de forma apropriada – e negativa.

Agora o governo anuncia a indicação do braço direito do ministro da fazenda para a diretoria de política monetária, a mais importante do Banco Central. Vejam: não é o presidente do Banco Central que escolhe os diretores; eles são indicados pelo governo e aprovados pelo Congresso.

Mais uma vez o mercado reage favoravelmente. Mais uma vez meu espanto é enorme.

Se o indicado é o braço direito do Ministério da Fazenda – ou seria melhor dizer braço esquerdo? – é óbvio que a intenção do governo com essa indicação é a pior possível (considerando-se o ponto de vista do cidadão, do mercado e da economia).

Dois dias após o anúncio da indicação o indicado comparece a uma feira do MST (você leu corretamente: o movimento que vive de invadir propriedades alheias tem permissão para fazer uma feira). No evento, o indicado para a diretoria de política monetária do Banco Central tira uma foto abraçado com os principais líderes esquerdistas radicais do MST.

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LULA FUGIU DO ENCONTRO COM ZELENSKY

 

Japão, MST e presos no 8/1

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


Lula (à direita) e Zelensky (à esquerda) chegaram a estar juntos em sessões do G7, mas não tiveram a reunião bilateral solicitada pelos ucranianos.| Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

O presidente Lula está de volta do Japão e a gente fica se perguntando o que ele foi fazer lá. Quanto custou essa viagem para o outro lado do mundo? Mais uma, né. Não falou nem com o Zelensky, que estava querendo falar com ele. Falou com praticamente todo mundo lá, menos com Lula, que estava fugindo depois das declarações que provocaram muitas dúvidas sobre as posições da política externa brasileira em relação ao conflito Ucrânia e Rússia.

Zelensky, perguntado se não estava decepcionado por não ter conseguido conversar com Lula, respondeu rindo: “Ele é que deve estar decepcionado por não ter tido essa conversa comigo”.

Por que as pessoas saem do Brasil?

Eu queria perguntar para os jovens que estão me escutando, o que eles acham do Brasil do futuro? Vão casar? Já estão recém-casados? Seus filhos estão pequenos? Um dia vocês terão netos, que Brasil vocês querem? Um Brasil rico, que possa dar uma boa renda para vocês? Que tenha empresas que possam pagar bons salários, que tenha uma boa educação para seus filhos? Que sobretudo seus filhos tenham segurança!

Estou dizendo isso porque estou em Portugal, e cada vez que encontro um brasileiro que mora aqui, eu pergunto: por que você veio?

A primeira coisa que eles me dizem é “já fui assaltado cinco vezes”. Ou “aqui eu tenho mais oportunidades”, “aqui eu tenho mais oportunidades para os meus filhos”, “aqui eu tenho mais chances de receber mais”, “aqui eu tenho mais paz”, “aqui eu tenho liberdade”.

Pois é, tem uma questão abstrata, que vale tanto como a vida. A nossa liberdade, a despeito de ser garantida por cláusula pétrea na Constituição, estão tentando separar aquilo que nós podemos dizer e o que nós não podemos dizer. Começou com essa bobagem do politicamente correto. Revoltante. As pessoas têm que se comprometer que não vão falar de tais e tais assuntos, ou que vão falar assim e assado, meu Deus do céu!

Que intromissão na liberdade natural das pessoas. Alguns podem dizer que é uma dádiva divina, digamos que é um direito natural a liberdade de expressão. Isso é muito importante.

O STF e o militar que mandou prender as pessoas em frente ao quartel
Eu queria falar também com vocês a respeito desses julgamentos que o STF está fazendo. É muito estranho. Por exemplo, Fernando Collor, ele não é mais senador desde fevereiro, então o foro dele não é mais o Supremo. Mas por outro lado, 1.050 brasileiros já foram considerados réus pelo Supremo. E são gente humilde, gente do meio rural que vieram se manifestar em Brasília, não sabem até agora porque foram presos. E, no entanto, foram presos.

A gente já viu isso na história dos governos ditatoriais. Prisões em massa, que não são prisões em flagrante. Agora um general, o ex-comandante militar do Planalto confessa que foi ele que mandou prender. Mas ele não é juiz, não é delegado de polícia e não era flagrante. Como é que prendeu, que cercou, para depois levá-los presos? Como disse o ministro Nunes Marques – sem nenhum indício de terem praticado crime nem da individualização da conduta de cada um. Assim como não havia o juiz natural para mandar prender. Se estivessem em flagrante delito qualquer um do povo poderia prender.

Mas a lei e a Constituição, parece que estão entregues ao arbítrio. Daí eu pergunto para os jovens, para um casal recém-casado: é esse o Brasil que querem?

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GOVERNO VAI CONTRARIAR MARINA SILVA E VAI AUTORIZAR A EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO NA FOZ DO AMAZONAS

Por Eduardo Gayer – Jornal Estadão

Presidente deu declaração no Japão enquanto ministra do Meio Ambiente vive disputa com chefe de Minas e Energia contra projeto da Petrobras

HIROSHIMA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou, neste domingo, 21, durante viagem ao Japão, que pode contrariar a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e tomar partido em favor da ala do governo que apoia a autorização da exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. O Ibama, porém, se posicionou de forma contrária à proposta da estatal, que vai recorrer do parecer.

Lula declarou que, se riscos reais forem identificados, haverá veto à exploração. “Se extrair petróleo na Foz do Amazonas, que é a 530 quilômetros, em alto mar, se explorar esse petróleo tiver problema para a Amazônia, certamente não será explorado. Mas eu acho difícil, porque é a 530 quilômetros de distância da Amazônia, sabe?”, disse o presidente a jornalistas em Hiroshima, após encerrar sua passagem pela cúpula do G-7 no Japão.

Lula foi convidado para participar da cúpula do G-7, grupo dos países mais ricos do mundo, no Japão
Lula foi convidado para participar da cúpula do G-7, grupo dos países mais ricos do mundo, no Japão  Foto: Takashi Aoyama/via Reuters

Pouco antes, em coletiva de imprensa, Lula voltou a dizer – em meio à queda de braço do governo – que a Amazônia não deve ser transformada em um santuário. “Quem mora na Amazônia tem direito a ter os bens materiais que todo mundo tem”, avaliou.

Estadão revelou que o processo de exploração pela Petrobras na foz do Amazonas colocou em lados opostos ministros do governo Lula. De um lado, Marina chegou a comparar o episódio com a polêmica construção da usina de Belo Monte, em Altamira (PA). De outro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da estatal, Jean Paul Patres, pressionam pela liberação da exploração.

Na segunda-feira, 15, Silveira defendeu o projeto e disse que o pretexto de um “pseudorrisco” não pode impedir a prospecção para que se tenha “conhecimento científico das potencialidades e riquezas naturais”. “O que se discute neste momento não é a exploração dos diversos poços daquela região. Se discute a autorização para pesquisar uma reserva da margem equatorial. Se nós vamos fazer a exploração dessas potencialidades ou não, é uma decisão a ser tomada em outro momento pelo governo brasileiro”, disse.

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A região da Foz do Amazonas é chamada de “novo pré-sal” e tem sua exploração defendida por políticos da região amazônica como o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (AP), que deixou a Rede Sustentabilidade após a decisão do Ibama com apoio de Marina.

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho decidiu barrar o pedido da Petrobras na última quarta-feira, 17. A estatal se mostrou surpresa com a decisão e assegurou que vai recorrer. A decisão de Agostinho seguiu a área técnica do órgão. O Ibama apontou haver “inconsistências identificadas sucessivamente” e “notória sensibilidade socioambiental da área de influência e da área sujeita ao risco”, destacando a necessidade de “avaliações mais amplas e aprofundadas”.

Apesar da sinalização contrária aos ambientalistas, Lula voltou a dizer que seu governo tem compromisso com a sustentabilidade e vai atingir a meta de desmatamento zero na Amazônia até 2030. A temática ambiental foi um dos temas-chave do G7.

O petista disse que o País ‘está de volta’ ao cenário internacional e quer ajudar o mundo a cumprir as metas de combate a mudanças climáticas. Segundo o presidente, o Brasil tem ‘autoridade moral’ para discutir o tema com o mundo, mas os países ricos precisam cumprir seus compromissos, inclusive financeiros, acordados em cúpulas multilaterais.

Lula também disse que os indígenas podem ser “guardiões” da Amazônia no Brasil e em países vizinhos, e voltou a defender uma aliança com Congo e Amazônia para proteger florestas.

 

GOVERNO ATUAL INSTITUIU O REVANCHISMO COMO POLÍTICA

Se Lula se inclina cada vez mais a apelar à emoção, ao passado e à polarização, não é só por ressentimento, mas para disfarçar sua falta de rumo, de ideias novas e de base parlamentar

Por Notas & Informações – Jornal Estadão

O governo tem imensos desafios, porque o País tem imensos desafios: o desafio conjuntural, de cicatrizar feridas abertas pela pandemia na educação, na saúde ou no mercado de trabalho; o estrutural, de criar condições para um desenvolvimento sustentável; e o político, cuja superação é precondição para enfrentar os outros, de apaziguar as tensões que dilaceram o debate público pelo menos desde 2013.

Há sinais de sensibilidade para esses desafios nos recessos da consciência do presidente Lula da Silva. Sua principal promessa de campanha, recorde-se, foi governar com uma “frente ampla democrática”. “Nosso governo não será um governo do PT”, disse ainda no segundo turno. “Não existem dois Brasis”, declarou logo depois de eleito. “Não há tempo para vingança, para raiva, para ódio. O tempo é de governar.”

Mas há um abismo entre esta sensibilidade e a ação. Primeiro, porque falta um plano inovador de governo. Mas, sobretudo, porque dos recessos mais obscuros da consciência do presidente brota forte um sentimento que obnubila o planejamento e a articulação política e sufoca os ânimos conciliatórios que ele diz ter: o ressentimento.

Ante a decisão da Justiça Eleitoral de cassar o mandato do deputado Deltan Dallagnol, por supostamente não atender aos requisitos da legislação eleitoral, um lacônico “nada a declarar” seria a única resposta desejável de um governo responsável e cônscio de que não há tempo a perder para congregar forças aptas a enfrentar os desafios do País. Mas, ao invés disso, o governo petista, como se fosse liderado por crianças pirracentas, encontrou tempo para empregar a máquina do Estado para fabricar memes tripudiando seu desafeto.

Ao invés de jogar água na fervura, o governo sopra a brasa. Mas, muito mais que um desabafo, a euforia juvenil ante os revezes de adversários como Dallagnol sugere nervosismo e até mais: uma estratégia calculada. O governo se inclina cada vez mais a apelar à emoção, ao passado e à polarização para justificar sua presença no Planalto como um muro de contenção à barbárie bolsonarista. Mas essa cortina de fumaça não disfarça a realidade da falta de rumo, de ideias novas e de base. Neste vácuo, o revanchismo se consolida cada vez mais como política de governo.

A educação, por exemplo, precisa de planos para compensar o déficit gerado pela pandemia, de soluções para fortalecer a aprendizagem e a formação dos professores e de um sistema de cursos técnicos e profissionalizantes para enfrentar as transformações do mercado de trabalho. Mas a principal medida do governo foi suspender a reforma do ensino médio. A maior chaga social do Brasil, o saneamento básico, precisa de investimentos e planos consistentes de parcerias público-privadas. Mas o governo empenha-se em desconstruir o Marco do Saneamento.

O revanchismo é flagrante nos ataques à Lei das Estatais ou das Agências Reguladoras, à independência do Banco Central ou ao teto de gastos – marcos criados pelo Congresso justamente para pôr fim à malversação de recursos públicos e à sangria fiscal que grassaram nas gestões petistas, arrebentando a economia e desmoralizando a política.

Ao invés de oxigenar o País com novas políticas, o governo se empenha em reciclar políticas passadas. Ao invés de colocar o País na rota do futuro, enfrentando desafios inéditos do presente, empenha-se em reescrever a história e apagar da memória nacional desmandos como o mensalão, o petrolão ou a recessão, como se fossem mera narrativa e injustiça da oposição. Ao invés de aprender com seus erros e caminhar para frente com o Congresso, empenha-se em desconstruir marcos criados pelo Congresso para sanar esses erros. Mesmo sua proposta mais consistente para promover o crescimento sustentável, o marco fiscal é mais ameaçado pelo próprio PT do que pela oposição.

Qual a chance de se discutir a sério políticas públicas que demandam um mínimo de coesão social e articulação política quando a vingança domina os corações e mentes no governo? Se Lula quer que esse mandato seja seu melhor, precisa refrear em si e na militância o rancor e começar a fazer política de fato. Se, como ele mesmo disse, “é tempo de governar”, então que o faça.

 

GOVER NO LULA NÃO CONCORDA COM AS REDES SOCIAIS LIVRES DE CENSURA

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