Democracia cassada e caçada: decisão do TSE sobre Deltan Dallagnol afronta o país
Por Marcel van Hattem – Gazeta do Povo
O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-chefe da
força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo
Um
minuto de julgamento, sete votos favoráveis sem nenhuma contradição e o
mandato outorgado por 344.917 paranaenses a um deputado federal foi
cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tomando por base a Lei
da Ficha Limpa mas, na verdade, contrariando seus dispositivos, sete
juízes do TSE decidiram inovar sem a menor cerimônia e sem a menor
discussão, inventando uma inelegibilidade inexistente e contrariando os
entendimentos das cortes inferiores e até mesmo do Ministério Público
junto à Corte Eleitoral.
Independentemente de quem seja o alvo dessa ação, a decisão do TSE,
seja na forma, seja no conteúdo, é um desrespeito ao sistema jurídico
brasileiro, à lei e ao Parlamento que a faz e, claro, sobretudo, um
deboche com a democracia brasileira e um tapa na cara do cidadão. Nesse
caso, em especial, trata-se de uma afronta aos quase 350 mil paranaenses
que votaram em Deltan Dallagnol para representá-los na Câmara dos
Deputados.
A decisão do colegiado do TSE não cabe no ordenamento jurídico brasileiro, não cabe em uma democracia.
Venho alertando há tempo que a situação institucional é muito grave
no país. A ditadura em curso conduzida por ministros do Supremo Tribunal
Federal vem perseguindo abertamente quem ousa ser a favor da justiça e
da democracia, ao passo que beneficia quem está no poder para fins
escusos. É sintomático que no mesmo dia em que se julgou de forma
expedita a cassação de Deltan Dallagnol, símbolo personificado do
combate à corrupção no país, o STF extinguia as penas de prisão de Paulo
Maluf, condenado em 2017 pelo mesmo Tribunal por lavagem de dinheiro no
período em que foi prefeito de São Paulo, três décadas atrás. Além de
tardar, a Justiça falha quando o tema é corrupção. Já quando é para se
vingar de quem a combate, o sistema é muito eficiente.
Chegamos a um ponto em que parlamentares de oposição já não têm mais
segurança sobre sua condição. E é importante que esta consciência seja
disseminada. A reação da Câmara dos Deputados à cassação de Deltan
Dallagnol precisa ser robusta, determinada, sem meias palavras. O que o
ministro Alexandre de Moraes leu como suposta decisão no julgamento de
ontem não passa de um pedaço de papel contendo uma determinação ilegal.
Inconstitucional. Abusiva.
VEJA TAMBÉM: OAB, cadê você? Não aceitaremos viver sob uma ditadura Oposição para frear o PT
A decisão do colegiado do TSE não cabe no ordenamento jurídico
brasileiro, não cabe em uma democracia. Aceitá-la é render-se
definitivamente à ditadura da toga que, além de desvirtuar e atacar a
própria democracia brasileira ao exorbitar suas funções e agir em lugar
do Executivo e do Legislativo, ainda quer decidir quem pode e quem não
pode representar o povo brasileiro no Parlamento. Vamos deixar nosso
país politicamente nas mãos de juízes sem um único voto popular? O
Congresso Nacional não pode admitir esta subversão institucional!
Cassado ilegalmente pelo TSE, Deltan Dallagnol vem sendo caçado há
muito tempo. Presa das aves de rapina mais corruptas da política
brasileira, alvo daqueles que, como promotor, Dallagnol processou e até
mesmo colocou na cadeia pelos crimes que cometeram contra o país, era
evidente que a reação viria. Ele sempre soube que sua coragem e
persistência teriam um alto preço, mas Deltan se dispôs a pagá-lo com
desprendimento, determinação e convicção. Exonerou-se do serviço público
brasileiro para servir ao povo no Parlamento Nacional. Foi eleito para
isso como o mais votado do seu estado, o Paraná.
Toda sua dedicação à nossa nação não será em vão. Pelo contrário:
este é o momento em que um ponto de inflexão para recobrar a democracia
brasileira foi criado e a participação do povo, que tanto sustento deu
às operações da Lava Jato, será crucial para exigir o fim da ditadura da
toga e a volta à normalidade democrática.
Censura Riso proibido: a luta dos humoristas que deram até a vida pela liberdade de expressão
Por Eli Vieira – Gazeta do Povo
Comediante Léo Lins foi proibido de fazer piadas contra “vulneráveis”.| Foto: Eli Vieira com Midjourney
O
comediante Léo Lins foi censurado por decisão da juíza Gina Fonseca
Correa (TJ-SP) nesta terça-feira (16). Acionada pelo Ministério Público
de São Paulo, ela determinou que um especial de comédia de Lins com mais
de três milhões de visualizações fosse tirado do ar e o proibiu de
publicar mais materiais de humor com suposto “conteúdo depreciativo ou
humilhante” para categorias consideradas “minorias ou vulneráveis”. Ele
está proibido até de sair da cidade de São Paulo por mais de dez dias
sem autorização judicial. Além de punitiva, a censura é prévia: o
artista está proibido de mencionar os grupos “vulneráveis” em futuras
apresentações de stand-up. Dessa vez, não é apenas ativismo judicial: o
MP usou a lei antipiadas sancionada por Lula em janeiro.
A notícia é mais um desenvolvimento do apagão da liberdade de
expressão no Brasil que começou a chamar a atenção de observadores
internacionais. Lins não é o primeiro a ser punido por quem considera
piada coisa séria este ano. Em março, o comediante Bruno Lambert, que
não tem a fama de Lins para viver da comédia, foi demitido de seu
emprego em um banco após ser denunciado ao mesmo MP de São Paulo pela
deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) por causa de uma piada com o
tema da deficiência física.
O diplomata Gustavo Maultasch, autor do livro “Contra Toda Censura”
(Avis Rara, 2022), disse à Gazeta do Povo que a defesa da liberdade de
expressão do humor é a mais óbvia, simples e direta, pois “determinadas
limitações à liberdade de expressão (como a incitação à violência) não
se aplicariam a um discurso assumidamente jocoso e satírico”.
Infelizmente muitos não percebem a gravidade da situação, reflete
Maultasch: “se o Estado não respeita mais nem aquilo que é dito em tom
humorístico, imagine as perseguições que ele não fará em relação a
nossas opiniões e críticas políticas”.
Por isso, como um canário em uma mina, sensível à falta de oxigênio e
o primeiro a morrer quando gases tóxicos são encontrados pelos
mineiros, alertando-os do perigo, a censura ao humor é um alerta para
democracias liberais. A história mostra que muitos comediantes ou meros
piadistas de ocasião serviram como mártires da liberdade de expressão.
Conheça alguns deles.
Lenny Bruce Quem assiste à série da Amazon “The Marvelous Mrs.
Maisel”, que trata de uma dona de casa judia de Nova York que decide ser
comediante em 1958, se lembrará do interesse romântico da protagonista:
Lenny Bruce, um humorista de grande sucesso, magro, cabelos negros com
brilhantina, fumante, sarcástico, e que é preso com frequência por causa
de suas piadas. O que alguns não sabem é que Bruce foi uma pessoa real.
Nascido Leonard Alfred Schneider, no estado de Nova York, em 1925,
Lenny Bruce viveu apenas 40 anos. Ele foi atraído para o microfone
porque sua mãe trabalhava como dançarina em uma casa noturna. Fazia
imitações, paródias e piadas curtas, evoluindo para um humor negro
temperado com obscenidade e comentários críticos aos tabus sociais. Em
aparições na TV, ele era descrito como “o mais chocante comediante do
nosso tempo”, como foi apresentado no programa de Steve Allen (um
músico, comediante e escritor, pioneiro de programa noturno de
entrevistas), em 1959.
A perseguição a Bruce teve caráter principalmente judicial. Em 1961,
mesmo ano em que fez um show no famoso Carnegie Hall em Nova York,
lotado, o comediante foi acusado de violar a lei contra a obscenidade da
Califórnia. O júri o inocentou, mas ele continuou a ser preso. Muitos
outros estados tinham leis antiobscenidade em que ele foi enquadrado. Em
dois outros julgamentos, os júris não conseguiram chegar a um veredito,
mas uma corte do estado de Illinois o condenou a um ano na prisão.
Ainda em liberdade, enquanto sua apelação era apreciada, Bruce foi
deportado de Londres de volta a seu país. Em março de 1964 foi mais uma
vez preso por “obscenidade” na Califórnia. Os custos da defesa, além dos
custos ao seu bem-estar físico e emocional, o levaram à falência
oficialmente declarada por um tribunal em 1962.
Em abril de 1964, mais uma vez o humorista foi para a cadeia, dessa
vez em Nova York. O público protestou. Uma petição a favor dele foi
assinada por celebridades, inclusive Woody Allen e Bob Dylan. Mas a
Corte Criminal da Cidade de Nova York não se comoveu e condenou Bruce
por obscenidade. Seu estado de saúde física e mental continuou a se
deteriorar. Cinco semanas após seu último show em San Francisco, em
1966, Lenny Bruce morreu de overdose de morfina em sua casa em Hollywood
Hills, bairro de Los Angeles.
Nos Estados Unidos, a Primeira Emenda da Constituição estabelece a
liberdade de expressão irrestrita a níveis sem paralelo em outros
países. Mas até por lá esse direito esteve sob ataque de leis como as
antiobscenidade, que puseram o alvo em Bruce, e de decisões judiciais. A
justiça não veio em vida, mas o artista inspirou outros a questionar o
que exatamente é “obscenidade” e quem devem defini-la e uma mudança
cultural que transformou o entendimento da liberdade de expressão no
país. Em 2003, após tanto tempo depois de sua morte quanto ele teve de
vida, Lenny Bruce recebeu um perdão póstumo do governador de Nova York à
época, George Pataki. Foi uma decisão sem precedentes.
George Carlin Falecido aos 71 anos, em 2008, o novaiorquino George
Carlin segue sendo um dos mais respeitados comediantes de toda a
história dos Estados Unidos. Sua vida recebeu um documentário em duas
partes no HBO Max. Seguindo o pioneirismo de Lenny Bruce, Carlin teve
mais tempo de lapidar sua obra. Ele começou nos anos 1950, no rádio,
teve sucesso fazendo comédia “limpa”, sendo presença frequente nos talk
shows de maior audiência dos anos 1960. Mas, apesar do sucesso, ele se
sentia uma fraude, participando de uma cultura hipócrita. Nos anos 1970,
se reinventou completamente, deixou o cabelo e a barba crescerem, e
encontrou sucesso fazendo piadas para universitários — na época, ao
contrário de hoje, grandes defensores da liberdade de expressão.
Foi nesta fase que Carlin criou seu monólogo “Sete palavras que você
nunca pode dizer na televisão”, em que ele analisava satiricamente, com
hermenêutica inteligente mesclada ao humor que acabou se tornando sua
marca, as piores obscenidades da língua inglesa. Ao apresentar o
monólogo, ele foi preso em 1972, mas um juiz não aceitou o caso. Os
descontentes com a apresentação do monólogo no rádio e na TV, contudo,
não desistiram e levaram o caso à Suprema Corte dos EUA. Por cinco votos
contra quatro, os ministros do tribunal decidiram que a FCC (Comissão
Federal de Comunicações, um órgão estatal) poderia censurar conteúdo
“ofensivo” nas transmissões públicas de rádio e TV. O “Caso Carlin” é
considerado importantíssimo no direito americano e estabeleceu um marco
de jurisprudência.
Shady Abu Zaid Depois de alcançar sucesso em um programa de
televisão satírico apresentado por um fantoche, o comediante egípcio
Sady Abu Zaid foi preso na capital Cairo em maio de 2018 e passou dois
anos na prisão, sem julgamento. As autoridades do Egito o acusaram de
participar de um grupo ilegal (uma referência à Irmandade Muçulmana,
segundo a Al Jazeera) e de disseminação de fake news. Abu Zaid tinha
também um programa online. Em 2016, ele atraiu críticas ao distribuir
camisinhas infladas como balões para policiais, em comemoração aos cinco
anos dos protestos que derrubaram o ditador Hosni Mubarak.
Khasha Zwan
O afegão Nazar Mohammad, conhecido pelo pseudônimo Khasha Zwan, foi
sequestrado e morto em julho de 2021 por causa de suas piadas sobre o
Talibã no aplicativo TikTok. Ele publicava músicas e piadas contra o
grupo extremista que hoje comanda o Afeganistão. Ele foi abduzido em sua
cidade, Candaar, a segunda maior do país, espancado e alvejado
múltiplas vezes com tiros de arma de fogo. O Talibã reivindicou a
autoria do assassinato.
Ablikim Kalkun Além de comediante, Ablikim Kalkun é um cantor e
compositor popular na província chinesa de Xinjiang. Ele pertence à
minoria étnica local, os uigures, perseguidos pelo regime comunista,
acusado de fazer contra eles um lento genocídio envolvendo campos de
“reeducação”, rapto de crianças e até remoção forçada de órgãos. Em
2019, ele foi preso e condenado a 18 anos de prisão pelo Partido
Comunista Chinês, que o acusa de fazer obras que incentivam
“separatismo, extremismo religioso e discriminação contra a educação
nacional”. A Radio Free Asia examinou comentários em fóruns online em
língua uigur e disse que “os milhões de fãs de Kalkun o consideravam um
exemplar dos valores uigures, um apoiador da verdade, um crítico de
males sociais em campeão da cultura uigur”.
Piadistas vivendo sob Hitler
Assim como na União Soviética, na Alemanha nazista houve censura
pesada contra piadas políticas. O diretor, produtor e escritor alemão
Rudolph Herzog dedicou um livro inteiro ao tema, “Morrendo de Rir: Humor
na Alemanha de Hitler” (tradução livre do título em inglês, “Dead
Funny: Humour in Hitler’s Germany”, sem edição no Brasil), de 2006.
Entre os casos citados por Herzog está o do ator Robert Dorsay, que
tinha fama por atuar como galã em comédias. Ele tinha uma grande
habilidade de contar piadas e não tinha muitos pudores de usar Hitler e
Goebbels como personagens. E tinha coragem: levou advertências formais, e
se recusava a se filiar ao Partido Nazista. Primeiro, Dorsay perdeu
papéis proeminentes nas produções: não era mais o galã, mas interpretava
caricaturas de judeus. Quando veio a guerra, não conseguia nem os
piores papéis em filmes. Frustrado, ele encontrava alívio bebendo e
contando piadas, uma das quais caiu nos ouvidos de um funcionário
público que o denunciou.
Em agosto de 1943, uma corte marcial condenou Dorsay a dois anos de
prisão reeducativa. Mas o regime estava endurecendo e convertendo as
penas em punições mais duras. Em 8 de outubro, Dorsay foi condenado à
morte. Menos de três semanas depois, foi executado em uma guilhotina.
Seu rosto terminou sendo usado como propaganda para intimidar outros
piadistas.
Outra mártir do humor foi Marianne Elise K., uma trabalhadora de uma
fábrica de armamentos em Berlim. Uma colega de trabalho a denunciou pela
seguinte piada: “Hitler e Göring subiram no topo de uma torre de rádio
em Berlim. Hitler diz que quer fazer algo para colocar um sorriso no
rosto dos berlinenses. ‘Então pule’, disse Göring”. A Corte Popular
nazista chegou a um veredito contra Marianne em 26 de junho de 1943. Ela
“fez afirmações maliciosas sobre o Führer e o povo alemão”, alegou a
decisão. A cabeça dela rolou numa guilhotina logo depois. A corte alegou
que seu status como viúva de guerra não era atenuante, mas agravante.
Deltan Dallagnol criticou decisão do TSE que cassou seu mandato.| Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
O presidente Lula diz que a Petrobras está “abrasileirando” os preços
dos combustíveis e do gás. Isso dá um susto na gente, porque
abrasileirar qualquer coisa acaba não dando certo, estourando de algum
lado, e talvez estoure dos dois lados: da Petrobras e do consumidor,
porque ficou imprevisível agora. O preço se tornou político, se tornou
decisão de governo e não mais decisão técnica da Petrobras. Não é mais
previsível porque não adianta examinar a cotação internacional do
petróleo; não temos mais como saber se o combustível aqui vai ficar mais
barato ou mais caro.
Na Europa, por exemplo, o preço depende da cotação internacional, é
óbvio. É uma oscilação de acordo com mercado. Houve guerra na Ucrânia, o
petróleo russo não vem mais, isso encareceu a cotação. E, se as
refinarias daqui não reajustarem seus preços, elas vão quebrar, vão à
falência, aí não vai ter gasolina, nem gás de cozinha, nem diesel – aqui
em Portugal o diesel é o principal, representa talvez 90% do consumo.
Mas desvincular do preço internacional é um perigo, porque não sabemos o
que vai acontecer com o preço. É como no governo Dilma: agora temos um
“Dilma 3”, um preço demagógico, populista, que quase quebrou a
Petrobras; ela só não faliu porque o Tesouro Nacional (ou seja, os seus
impostos) segurou.
TSE inventou um Minority report para cassar Dallagnol
E não foi só o populismo com os preços, foi a corrupção também, tudo o
que a Lava Jato apurou, que Deltan Dallagnol apurou chefiando aquela
equipe do Ministério Público. E agora ele perde o mandato. Quando Deltan
pediu o registro da candidatura, o PT entrou com uma ação tentando
impugná-la. O Ministério Público Eleitoral disse que não havia problema
nenhum e a Justiça Eleitoral do Paraná concluiu a mesma coisa. Deltan
concorreu e recebeu quase 345 mil votos, ou seja, estão cassando 345 mil
votos de eleitores paranaenses que escolheram Deltan para
representá-los na Câmara dos Deputados.
VEJA TAMBÉM: PT acabou com a autonomia da Petrobras A ordem agora é prejudicar Sergio Moro Governo Lula continua sem medir esforços para destruir conquistas da Lava Jato
Estão cassando o registro a posteriori, com fato consumado, a
eleição consumada. E ele já assumiu há um bocado de tempo, está na
Câmara há três meses e meio. Mas terá de sair porque a decisão foi do
Tribunal Superior Eleitoral, que votou em um minuto. Inclusive votaram
pela impugnação os três do Supremo: Nunes Marques, Cármen Lúcia e o
presidente do TSE, Alexandre de Moraes, aprovando o relatório do
ministro Benedito Gonçalves, aquele dos tapinhas na bochecha, que tem
intimidade com Lula, que por sua vez foi denunciado por Deltan.
Gonçalves alega que Deltan tentou burlar a Lei da Ficha Limpa porque
ele já tinha recebido uma advertência e depois uma censura no Conselho
Nacional do Ministério Público; na terceira vez Deltan seria fatalmente
exonerado e enquadrado na Lei da Ficha Limpa, mas ele pediu pra sair,
renunciou ao cargo para evitar isso. Ora, isso é legítima defesa da
parte dele. Essa era uma questão administrativa, que ia morrer se ele
não fosse mais do Ministério Público. Então, ele foi punido por algo que
não se consumou mais adiante. Foi-lhe tirado o mandato, um registro de
candidatura que ele estava consumado, já tinha havido a eleição. Foi
punido por algo que podia ter acontecido, mas não aconteceu, como no
filme de Steven Spielberg com Tom Cruise, Minority Report – A nova lei.
Deltan vai recorrer ao Supremo, mas não vai adiantar nada. E Eduardo
Cunha, valendo-se do seu tempo no Legislativo, disse que o próximo vai
ser Sergio Moro. É vingança o que está havendo.
STF decide sobre vaquejada na próxima semana O Supremo marcou para
o dia 26 algo que é do interesse de muita gente: um julgamento que pode
afetar a vaquejada e atividades semelhantes. Atenção, Nordeste, Goiás,
São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul, o Brasil inteiro. A Constituição diz que desportos com
animais que sejam manifestações culturais não são considerados
crueldade, mas o Foro Nacional de Proteção Animal entrou no Supremo, que
marcou o julgamento para decidir se vale ou não vale um artigo da
Constituição.
Um juiz, um promotor e um papagaio careca entram num bar
Por Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo
Este é o Léo Lins. Numa tentativa de humor nonsense, na versão
anterior deste texto eu tinha usado uma foto do Fábio Porchat. Não deu
certo. 🙁| Foto: Reprodução/ Twitte Este conteúdo foi atualizado
O humorista Léo Lins (“Se me chamar de comediante eu te mato!” Ou
será que é o contrário?) me liga para dizer que, diante de todas as
restrições impostas a ele pelo mal-humorado Ministério Público de São
Paulo, que aparentemente o acusa de ser A Pessoa Mais Deplorável da
Terra (e Adjacências), resolveu reconhecer o erro. “Paulo, daqui para
frente eu só faço piada com gente privilegiada. Com branco e hétero.
Gente que mora em prédio neoclássico, que tem cartão de crédito sem
limite e Land Rover na garagem. Tá decidido. De agora em diante, só faço
piada juiz e promotor. Será que eu posso?”, diz ele, questionavelmente
sóbrio.
Mas para quem Léo Lins acha que está perguntando?! “Claro que pode!
Mas tem que incluir papagaio também”, digo, encorajando-o. Adoro piada
com papagaio. E com careca, claro. Léo Lins não hesita. “Então aqui vai.
Um juiz, um promotor e um papagaio careca entram num bar…”. Não vou
contar o resto da piada. É muito suja para este horário. Mas posso dizer
que ela inclui palavrões como “democracia” e pornografias como
“cassação de Deltan Dallagnol”. Ri quem pode – e não tem lá muito juízo.
Eu rio e o Léo Lins ri da minha risada (você já ouviu a minha
risada?!). E eu rio mais ainda porque, ao contrário do Ministério
Público de São Paulo, sou desses. O famoso bobo alegre. Ou, se você
preferir, o idiota. Rio de tudo. De trocadilho ruim, de trocadilho
péssimo, de trocadilho do Jones Rossi. De videocassetadas. Das piadas
“clássicas” a que assistíamos no Viva o Gordo, no Chico Anysio, nos
Trapalhões, na TV Pirata, no Casseta & Planeta. Aquelas envolvendo
minorias de todos as origens, alturas, larguras e acessórios.
Tempos mais simples, aqueles. Fico pensando se éramos menos egoístas e
autocentrados. Se nos dava prazer a piada que faziam à custa dos nossos
“defeitos”. A mim me dava e ainda dá. Adoro passar ridículo. Porque
aprendi que o humor nos apequena. E é bom que nos apequenemos, porque
somos docemente ridículos aos olhos de Deus. Nós e nossos pecados. Nós e
nossas ambiçõezinhas. Nós e nossas filosofias e ideologias. Nós e nosso
orgulhosinho. Nós e nossos sonhos de conquistar o mundo. Só não ri de
si mesmo aquele que se idolatra.
Hitley Me perco nos pensamentos e no aforismo, modéstia à parte,
nota 10. E estou quase caindo no abismo patético da nostalgia quando Léo
Lins me resgata. “Alô, tá aí? Pô, Paulo. Eu tô aqui falando sozinho há
meia hora e você não tava nem prestando atenção? E aí, pessoal da
Polícia Federal. Pelo menos vocês gostaram?!”, pergunta ele (carioca
fala engraçado, né?), na esperança meio louca de ouvir um “sim” dos
arapongas que estão na escuta. “Conta uma piada de pum, Léo”, peço. Ele
se recusa, mas eu, só de pensar, caio na gargalhada. Os arapongas, nada.
“Já sei!”, diz ele de repente. E quase estoura os tímpanos, os meus e
os do pessoal da PF! “E se eu abandonar o humor e partir para o
discurso político?”, pergunta. Sou meio lerdo. Não entendo de imediato.
Ele explica. Ou melhor, desenha: “É, Paulo! Se eu falar que Pelotas é
polo exportador de ▇▇▇▇▇ ? Se falar que deficiente mental tem parafuso a
menos? Será que o MP-SP me deixa em paz?”, pergunta. Essa aí do
parafuso eu ouvi há pouco tempo. Onde mesmo?
Ah, lembrei! Respondo que, mais do que isso, falando essas coisas e
acrescentando uns machismos e uns elogios a Hitler (“O Hitler, mesmo
errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a
fazer alguma coisa e tentar fazer”), é até capaz de ele, Léo Lins, virar
presidente! “Ô, Paulo. Com todo respeito. Essa foi fraca, hein?”, diz
ele. “Não gostou? Faz o L!”, digo, ofendendo-o à toa, como fazem os bons
amigos. Rimos eu e ele. E, desta vez, até os arapongas riem.
Página de login da plataforma de inteligência artificial ChatGPT, em apresentação em Pequim.| Foto: EFE/EPA/Wu Hao
Como
professor e escritor, tenho experimentado um desafio pedagógico e
pessoal: os dilemas gerados pela inteligência artificial na produção de
textos e na formação das novas gerações de alunos. Não tenho muito
gabarito intelectual para abordar o assunto. Por isso, convidei um amigo
muito generoso para me ajudar. Na dúvida, para quê chamar o ChatGPT se a
gente pode contar com amigos especialistas?
Luis Octavio Rogens é mestre em Língua Portuguesa pela PUC-SP,
apaixonado por narrativas. Com vasta experiência, é professor no Colégio
Presbiteriano Mackenzie, em São Paulo. Lá, ele ministra aulas nas
trilhas de Storytelling e Práticas Criativas e de Produção de Textos.
Além de seu trabalho como professor, Luis Octavio é roteirista e
pesquisador, sendo membro da Sociedade Ibero-Americana de Estudos do
Humor. Especialista em projetos inovadores de storytelling, trabalha na
implementação de programas culturalmente conscientes com foco em impacto
social, educacional e econômico.
O que é e o que não é o ChatGPT?
O ChatGPT é uma ferramenta de geração de texto extremamente poderosa e
representa um marco considerável no campo da inteligência artificial. É
um hábil manipulador de palavras capaz de gerar respostas coesas e
gramaticalmente corretas. Mas o ChatGPT é, em sua essência, uma máquina.
Ele não detém a habilidade de produzir pensamentos criativos ou
originais. Pelo contrário, as respostas que fornece são meramente
reflexos de um vasto oceano de informações pré-existentes em seus bancos
de dados. Ecoa, simplesmente, palavras e ideias que foram previamente
alimentadas a ele, em vez de ser o produto de um processo autêntico de
pensamento ou raciocínio.
“O ChatGPT é, em sua essência, uma máquina. Ele não detém a habilidade de produzir pensamentos criativos ou originais.”
Luis Octavio Rogens, mestre em Língua Portuguesa, professor, roteirista e pesquisador E,
apesar de suas respostas, à primeira vista, parecerem informadas e
relevantes, é necessário reconhecer que o ChatGPT não possui uma
compreensão aprofundada do mundo em que vivemos. Sua operação é um jogo
de espelhos, que reflete e manipula os padrões linguísticos presentes
nos dados que lhe foram fornecidos.
Além disso, ele não tem a capacidade de aprender a partir de novas
experiências nem de formar uma visão contextual do mundo ao seu redor.
Ainda assim, isso não diminui o seu valor como ferramenta. Mesmo não
podendo substituir a complexidade do pensamento humano, com toda a sua
criatividade, pensamento crítico e capacidade de contextualização,
quando usado com uma compreensão clara de suas capacidades e limitações,
o ChatGPT pode se tornar um parceiro valioso em diversos campos de
atuação.
Com sua experiência no ensino da produção de texto, gostaria que você
comentasse sobre os possíveis problemas que o ChatGPT pode criar para a
educação.
Tenho dito que uma máquina na qual as palavras brotam com a
facilidade de um clique e a produção de textos é quase tão automática
quanto respirar é fascinante. É um espetáculo que deslumbra os alunos e,
devo admitir, também a nós, professores.
No entanto, em meio ao encanto, emerge um desafio. O aluno,
hipnotizado pelo brilho da máquina de fazer palavras, pode se acomodar
na poltrona de espectador. Assim, ele se torna um observador passivo do
texto, sem sujar as mãos na graxa das ideias e na construção das frases.
A arte de escrever pode correr o risco de ser reduzida a um espetáculo
de um só ator, a máquina ChatGPT. É aí que entra nosso papel como
professores: precisamos ensinar nossos alunos a serem os protagonistas
do processo de escrita, mesmo quando utilizam ferramentas como o
ChatGPT.
VEJA TAMBÉM: O bom e velho diálogo socrático Por que a filosofia é ainda mais necessária Uma moderada defesa do Novo Ensino Médio
Outro obstáculo que tem surgido é quando o aluno se contenta com o
roteiro convencional da máquina, com um texto bem-comportado que segue
sempre o mesmo padrão. Como educadores, devemos incutir neles a
percepção de que a beleza do texto reside na singularidade de cada
autor, na capacidade de surpreender o leitor, algo que a máquina ainda
não pode replicar.
Há também o risco de o aluno aceitar o texto entregue pela máquina
sem questionar, modificar ou solicitar mudanças. A habilidade de revisar
e editar – etapas essenciais, porém muitas vezes negligenciadas no
processo de escrita – não pode ser posta de lado. É nosso dever
orientá-los a exercitar essas habilidades, mesmo diante de um texto já
polido pela máquina.
E, finalmente, a questão linguística. Ao confiarem na correção
automática do ChatGPT, os alunos podem deixar de construir uma
consciência gramatical sólida. Como professores, precisamos assegurar
que eles compreendam a estrutura e a riqueza da nossa língua, para que
possam usar a tecnologia sem se tornarem dependentes dela.
O ChatGPT não poderia criar uma dependência dos estudantes em relação
à tecnologia, impedindo o desenvolvimento da capacidade deles em
produzir bons textos?
Ferramentas como o ChatGPT podem, de fato, gerar dependência nos
estudantes e colocar em risco o desenvolvimento de suas habilidades de
escrita. No entanto, permita-me fazer uma analogia com tempos passados.
Quando as pesquisas escolares eram realizadas nos volumes da
Enciclopédia Barsa, o ato de copiar informações dessas fontes
frequentemente não contribuía significativamente para o desenvolvimento
da capacidade dos alunos de produzir bons textos. O processo resumia-se à
transcrição, com pouco espaço para análise crítica ou interpretação.
Afinal, o objetivo era obter informações corretas, não necessariamente
refletir sobre elas ou expressá-las de maneira original.
“A ausência de um hábito de leitura consistente por parte do
estudante pode ser significativamente mais prejudicial do que qualquer
possível influência do ChatGPT.”
Luis Octavio Rogens Hoje, ferramentas como o ChatGPT nos oferecem
um cenário diferente. Em vez de copiar informações de uma enciclopédia,
os alunos interagem com uma inteligência artificial. Como educadores,
temos uma oportunidade valiosa. Podemos orientar os alunos a usar essa
ferramenta de maneira que incentive o pensamento crítico e a expressão
criativa.
Por exemplo, em sala de aula, desenvolvi um projeto chamado “ChatGPT,
eu escrevo para você”. Os alunos participavam de uma troca de cartas
com a IA, discutindo temas relevantes como ética na tecnologia, plágio e
privacidade de dados, sempre questionando-a. Nessa prática, o ChatGPT
se tornou mais uma ferramenta de aprendizado do que um recurso de
dependência. Ele se tornou uma extensão do processo educacional, não um
substituto. Assim como as enciclopédias não substituíram os professores,
a IA também não o fará.
A escola é o lugar onde o aprendizado deve acontecer, sendo o
ambiente ideal para os alunos experimentarem novas tecnologias, sempre
sob a orientação dos professores.
Devemos acolher os benefícios da IA e evitar uma postura alarmista. O
potencial tecnológico deve ser usado para enriquecer o processo
educacional. Por meio do uso consciente, podemos proporcionar uma
experiência de aprendizado mais envolvente e personalizada, mantendo a
criatividade, o raciocínio analítico e a comunicação interpessoal no
centro da educação. Dessa forma, em vez de meramente transcrever
informações das enciclopédias, a IA pode ser usada para estimular o
pensamento crítico e a expressão criativa dos alunos.
VEJA TAMBÉM: Ensaios sobre as incertezas humanas Introdução à arte de ler – as duas funções da linguagem Bem-vinda ao livre comércio de ideias Com
o modelo de respostas rápidas e padronizadas, o ChatGPT não limitaria a
criatividade e a capacidade de reflexão e pesquisa dos alunos?
O aprendizado da escrita é uma tarefa complexa, que requer tempo,
prática constante e o aprimoramento de várias habilidades cognitivas.
Nesse sentido, a ausência de um hábito de leitura consistente por parte
do estudante pode ser significativamente mais prejudicial do que
qualquer possível influência do ChatGPT. Isso ocorre porque a prática de
escrita é essencialmente dependente de um repertório vasto e de
conhecimentos acumulados na memória do escritor, os quais precisam ser
prontamente acessíveis e recuperáveis.
É fundamental destacar que o ensino da escrita é uma empreitada que
vai além do que o ChatGPT é capaz de oferecer. Ao reconhecermos que a
aprendizagem da escrita apresenta desafios substanciais para os alunos,
ressaltamos a responsabilidade da escola em introduzir esses desafios em
suas atividades e materiais didáticos. Esses desafios vão além da
cognição, envolvendo também a memória e o pensamento crítico.
Além disso, a escrita está intrinsecamente relacionada à resolução de
problemas, demandando habilidades de raciocínio e tomada de decisões.
Nesse sentido, uma interação bem orientada com o ChatGPT, dentro do
contexto escolar e sob a orientação dos professores, pode de fato
auxiliar no desenvolvimento da capacidade reflexiva e do potencial
criativo dos alunos. Portanto, o ChatGPT não é uma ameaça, mas sim uma
ferramenta que, quando usada adequadamente, pode complementar e
enriquecer o processo de aprendizagem da escrita.
Que tipo de potencial pedagógico você vê numa ferramenta como esta
para o aprendizado? Como criar boas aulas adotando e não demonizando
esta ferramenta?
Como profissional da área da escrita, tenho a esperança de que a
tecnologia, e especificamente ferramentas como o ChatGPT, possa auxiliar
alunos com necessidades especiais, como aqueles no espectro do autismo.
O autismo abrange uma ampla gama de condições caracterizadas por
desafios nas habilidades sociais, na fala e na comunicação não verbal.
Cada aluno autista tem suas próprias forças e desafios, e vejo nessas
tecnologias uma forma de ajudá-los a encontrar maneiras de expressar seu
pensamento único por meio da escrita.
“O ChatGPT não é uma solução mágica. Ele não substitui a conexão
humana, o feedback fornecido em sala de aula, a empatia e o cuidado que
um professor pode oferecer.”
Luis Octavio Rogens Visualizo um futuro em que um aluno meu, que
está no espectro do autismo, possa usar o ChatGPT para desenvolver
autonomia em sua comunicação. Com a ajuda desta ferramenta, vejo-os
formulando perguntas, explorando ideias e produzindo textos complexos a
partir de comandos simples. Imagino-os se expressando de maneiras que
talvez não pudessem antes, encontrando sua própria voz através da
mediação da tecnologia. Essa é uma visão que me impulsiona, a ideia de
que a tecnologia possa agir como uma ponte, conectando a mente criativa e
inquisitiva dos meus alunos à arte da escrita.
Na minha prática pedagógica, já tenho utilizado o ChatGPT para
oferecer um ensino mais individualizado aos meus alunos. Tenho a
oportunidade de adaptar as atividades de aprendizado às necessidades
individuais de cada aluno, incluindo aqueles com Transtorno do Déficit
de Atenção com Hiperatividade (TDAH), dislexia (um transtorno de
aprendizagem que afeta a habilidade de leitura e escrita) e ansiedade de
aprendizado (um sentimento de preocupação, nervosismo ou desconforto
relacionado ao trabalho escolar ou às avaliações).
Com essa tecnologia, consigo fornecer estímulos constantes e
atividades adaptadas a essas necessidades, permitindo que eles aprendam
em seu próprio ritmo, de acordo com suas próprias habilidades. Isso não
apenas melhora sua compreensão do conteúdo, mas também aumenta seu
engajamento e motivação no processo de aprendizado.
No entanto, é importante destacar que o ChatGPT não é uma solução
mágica. Ele não substitui a conexão humana, o feedback fornecido em sala
de aula, a empatia e o cuidado que um professor pode oferecer.
Portanto, ao adotar o uso do ChatGPT em aulas, é fundamental equilibrar
sua utilização com interações pessoais significativas. A ferramenta deve
ser usada como um complemento para enriquecer e diversificar o processo
de aprendizagem, estimulando a criatividade, a reflexão e a pesquisa
dos alunos.
Da ascensão à queda: esses 4 unicórnios falharam por diferentes
motivos. Entenda como uma empresa avaliada em bilhões de dólares não é
grande demais para falhar.
No mundo das startups, ser unicórnio parece um prêmio – difícil de
conquistar e a maioria dos empreendedores cria seu negócio sonhando com
esse status. Recentemente, os unicórnios estão vivendo em apuros. Mas,
não é novidade: ser unicórnio não torna um negócio imune a falhas.
Por muito tempo, no mundo dos negócios, o mantra ‘too big to fail’
foi levado a sério: a partir de um determinado tamanho, as startups
ganhavam mais e mais confiança dos investidores – levando a um cenário
de confiança cega, com outros players seguindo aqueles que já haviam
aportado.
E pior, gerando empreendedores confiantes demais em seus modelos de
negócio – uma receita para o desastre. Conheça 4 startups que atingiram
avaliação de mais de US$ 1 bilhão de dólares e falharam:
OS QUATRO UNICÓRNIOS QUE FALHARAM
1. Evernote
O que é a Evernote?
A Evernote é um app de anotações que nasceu para centralizar todas as
informações da vida do usuário. A força, no princípio, estava em manter
todas as anotações e documentos atualizados em todos os dispositivos
dos usuários.
Fundada em 2004, a companhia se aproveitou do pioneirismo como
vantagem para concorrer com futuros concorrentes – a Evernote nasceu no
extremo princípio da onda dos smartphones, antes do nascimento do
iPhone, em 2007.
Produto estagnado, perda de visão e modelo de negócio inadequado. A
Evernote tentou criar um produto que atendesse todo mundo, sem focar em
um tipo de usuário – isso levou a uma crise de identidade da marca e
estagnou o produto.
A perda de visão veio quando a pressão de investidores por
crescimento fez a Evernote atirar para todos os lados e crescer na
direção incorreta. Por fim, o modelo de negócio da empresa, freemium,
atraiu milhões de usuários com a oferta gratuita, mas que não eram
necessariamente engajados o suficiente para consumir as categorias
pagas.
Com o peso dos usuários gratuitos sem perspectiva de conversão em
pagos, a conta não fechou e a empresa passou a desenvolver
funcionalidades que atendiam aos usuários gratuitos, mas não agradavam a
base pagante.
A razão para a falha da Evernote
A falha que permeia todas as outras foi a falta de foco: desde a
aquisição dos usuários (qualquer um vale, freemium), passando pelo
desenvolvimento de produtos de nicho e funcionalidades que não
importavam e, por último, não definir um perfil de cliente ideal (ICP) e
não encontrar um product-market-fit, ou seja, entender em que segmento
do mercado o produto se encaixava – antes de escalar.
2. Zynga
O que é a Zynga?
A Zynga é um estúdio de games que alcançou relevância extrema no
Facebook em 2010 com o jogo Farmville. Em seu pico, o jogo atraía mais
de 83 milhões de usuários mensais e, por algum tempo, alcançou 35
milhões de usuários por dia.
Para começar, a Zynga ficou dependente de apenas uma plataforma, em
uma tecnologia que estava caminhando para seu fim. O jogo, popular no
Facebook, era desenvolvido para Flash, tecnologia da Adobe que ficou
obsoleta – especialmente após a Apple barrar o plugin de rodar em
iPhones.
Depois, a Zynga tentou replicar o sucesso do Farmville com vários
títulos extremamente similares, como o Cityville. Por último, demorou a
se adaptar para outras plataformas e caminhar na mesma direção que o
mercado de jogos casuais se direcionava: os smartphones.
A razão para a falha da Zynga
Uma das maiores razões para o sucesso dos jogos da Zynga também foi a
principal razão para sua falha: a dependência do Facebook. Ao mesmo
tempo que serviu para colocar o jogo em uma plataforma que estava em
evidência diária na vida dos usuários, caiu no esquecimento pelo mesmo
motivo.
Embora o número de usuários do Facebook não tenha caído, menos
pessoas passaram a ter o hábito diário de acessar a rede social –
migrando para Instagram, Snapchat e TikTok – e as notificações
constantes de jogos do Facebook passaram a ser opcionais: um golpe para
um jogo que dependia da constante lembrança para que os usuários
entrassem e realizassem ações em um tempo determinado.
O crescimento da App Store e Play Store também monopolizou a maior
parte da atenção dos usuários em busca de jogos casuais. E a Zynga
demorou a perceber e se adaptar à nova realidade. Embora ofereça seus
jogos nas lojas de aplicativo, perdeu o timing da virada e caiu no
esquecimento.
Depois do lançamento de vários jogos mobile e um IPO na Nasdaq, a
Zynga foi adquirida pela Take-Two Interactive em janeiro de 2022 por US$
12,7 bilhões.
3. Powa Technologies
O que é a Powa Technologies?
A Powa Technologies foi um unicórnio inglês que prometia atrair os
consumidores de volta para lojas físicas. Para isso, a empresa começou
prometendo o desenvolvimento da PowaTag, uma etiqueta eletrônica,
escaneável com smartphones, que permitiria que consumidores tivessem
mais informações sobre um item e até mesmo comprá-lo e pagar diretamente
pela etiqueta.
A Powa Technologies prometeu muito, chegou a afirmar que tinha
contratos com 1200 negócios, mas não passavam de cartas de intenção.
Para financiar o desenvolvimento da PowaTag, perdeu o foco e desenvolveu
outros produtos para lojas – de estações de pagamento (caixas), até
software para esses negócios.
Por último, a Powa Technologies decidiu buscar financiamento através
de dívida e com termos que davam muito poder para a empresa que cedeu o
crédito.
A razão para a falha da Powa Technologies
A falta de conhecimento na hora de buscar investimento foi o que
levou a startup à ruína. Com o empréstimo, ficou sujeita a uma cobrança
repentina do credor, o que aconteceu: de repente, o maior investidor da
Powa Technologies, Wellington Management, cobrou 42 milhões de libras
emprestadas para que fossem pagas até o final de 2013.
Segundo a startup, a Wellington Management não deu nenhum aviso aos
empreendedores ou ao conselho administrativo, simplesmente cobraram a
dívida. A startup então entrou em processo de falência, a Wellington
conquistou parte do seu investimento de volta com a venda da tecnologia
do PowaTag por 42 milhões de libras.
Curiosamente, a venda ocorreu para uma nova empresa de propriedade da
própria Wellington e de outro investidor da Powa Technologies. Embora a
falta de aviso sobre a cobrança da dívida seja o argumento do
empreendedor para a falha do negócio, administradores da Deloitte
divulgaram relatório que mostrava um negócio fora de controle, com
contas desequilibradas.
Outro motivo eram os gastos desmedidos: a startup ocupava dois
andares da Heron Tower, o maior arranha-céu de Londres na época – uma
localização premium, incompatível com uma startup em seu princípio.
Segundo o documento da Deloitte, somente o aluguel custou 6 milhões de
libras em três anos.
4. Theranos
O que é a Theranos?
Talvez o caso mais clássico e conhecido de unicórnio que não deu
certo, a Theranos foi de sucesso com investidores a caso de polícia. A
startup, fundada em 2003 por Elizabeth Holmes, prometia uma máquina
capaz de realizar mais de 200 exames laboratoriais com poucas gotas de
sangue – até mesmo testes complexos, relacionados a câncer.
A tecnologia prometia entregar exames menos desconfortáveis, mais
rápidos e mais baratos. A realidade: a tecnologia nunca existiu de fato.
Os problemas começaram em 2015, depois de ter levantado mais de US$
400 milhões, quando o The Wall Street Journal publicou uma reportagem
investigativa que concluiu que apenas um pequeno número dos 240 testes
prometidos era realizado com poucas gotas de sangue – a grande maioria
era coletada no braço, em tubos de ensaio, da forma convencional.
A FDA, análoga à Anvisa brasileira, havia autorizado apenas um exame
da Theranos a ser realizado com poucas gotas de sangue, um teste para
herpes. Um dia depois da reportagem ir ao ar, a Theranos encerrou todos
os outros tipos de exame, a não ser o aprovado – por pressão da FDA.
Todo o investimento que ocorreu na empresa foi baseado em reportagens
pouco aprofundadas sobre a tecnologia, nenhuma pesquisa científica
revisada por pares e anúncios de contratos multimilionários com grandes
nomes da indústria farmacêutica americana, como a rede de farmácias
Walgreens.
Holmes, fundadora da startup, chegou a ser chamada de próximo Steve
Jobs ou Bill Gates da geração – sendo chamada de uma grande
empreendedora. Um ex-funcionário contou ao Wall Street Journal que o
equipamento da Theranos precisava de três frascos de sangue para
realizar os exames prometidos e não de apenas algumas gotas de sangue.
Ainda, a Theranos realizava a maior parte dos exames com equipamentos
convencionais, fabricados por outras empresas. Por fim, surgiram graves
questionamentos sobre a precisão de alguns tipos de testes da Theranos,
colocando em cheque os mais de 3,5 milhões de exames que a companhia
alegava ter realizado.
Holmes ganhou muito dinheiro, mas foi diretamente envolvida em
acusações de fraudes na empresa – chegando a ter sido acusada de ter
orientado engenheiros a alterarem máquinas de testes para demonstrações.
O fim da história foi a queda brusca do valor de mercado da Theranos e
sua posterior dissolução. Ações judiciais, denúncias e até mesmo
acusações criminais levaram a empresa ao seu fim – a fundadora foi
considerada culpada de quatro crimes: três acusações de fraude e uma de
conspiração para fraudar investidores.
Holmes foi considerada culpada em janeiro de 2022 e sentenciada a 20
anos de prisão e pagamento de multa de R$ 250 mil para cada crime
cometido – mas, até hoje, continua em liberdade.
A razão para a falha da Theranos
A maior razão para a falha da Theranos foi prometer uma tecnologia
inexistente – e provavelmente impossível, já que para realizar 200
exames de sangue seria necessária uma quantidade muito maior de sangue
para interagir com reagentes – e, pior, fraudar investidores afirmando
que a tecnologia já estava operante.
A lição que fica é que empresas que lidam com questões de saúde,
especialmente de exames, enfrentam grande escrutínio regulatório e
dependem de comprovação científica para serem consideradas
tecnologicamente válidas. Em caso de promessas mirabolantes, vale abrir o
olho e cuidar para não cair na armadilha de reputações construídas com
base em ilusões, com pouca ou nenhuma comprovação.
POR QUE IMPORTA?
Observar os erros que levaram startups consolidadas ao fracasso é uma
maneira de empreendedores evitarem de repetir os erros em seus próprios
negócios. Se esses erros conseguiram derrubar negócios capitalizados e
com valorizações astronômicas é fácil imaginar o que causariam em
startups mais iniciais.
Além disso, para investidores de startups, é um guia para enxergar
antes de depositar confiança – e dinheiro – em negócios que estejam
dando sinais similares aos quatro unicórnios destacados.
Ainda, é uma lição para os que imaginam que negócios grandes não
podem falhar. Podem e falham. Vale lembrar também que falhar não é uma
comprovação de que não há possibilidade do mesmo empreendedor ter
sucesso no futuro – Adam Neumann, da WeWork que o diga –, inclusive, ter
um negócio que falhou (dadas as devidas proporções) é visto
positivamente por investidores de Venture Capital.
FANS TOKENS DA VALEON
Os Clubes de Futebol no Brasil e no Mundo estão alinhados fora de
campo e estão investindo em inovação e no mercado de criptoativos, mais
especificamente as Fans Tokens que são moedas digitais chamadas de CHILIZ(CHZ).
A novidade é atribuir um valor de ativo financeiro a um produto com o
qual o fã cria relacionamentos e experiências com o Clube de Futebol e
que antes era apenas um serviço sem valor de revenda ou de valorização
desse ativo. As Fans Tokens ajudam os clubes a melhorar a parte financeira.
Assim como nenhum elemento do marketing faz nada sozinho, não só em clubes, mas em qualquer empresa, as Fans Tokens
também precisam ter a imagem trabalhada para chegar ao consumidor de
forma clara, oferecendo algo que seja palatável e legível ao torcedor,
ou seja, as pessoas precisam entender do que se trata este ativo digital
para poder consumi-lo.
Como toda inovação, as Fans tokens ainda estão numa
fase inicial e todos nós estamos aprendendo com elas. Não podemos perder
de foco é que a tecnologia não pode ser o fim, a tecnologia é
simplesmente o meio e é a chave para o engajamento e temos que
compreender que a tecnologia pode gerar lucro, construir operações
sustentáveis, proteger a integridade da concorrência, desenvolver
multiplataformas e muito mais.
Engajar os fãs não é algo exclusivo do esporte. Pelo contrário, todas
as marcas querem encantar seus consumidores e engajá-los das mais
variadas formas. Descobrir essas formas é uma das muitas atividades de
quem trabalha com comportamento do consumidor.
Em marketing, podemos definir o engajamento do cliente como os
comportamentos espontâneos, interativos e cocriativos do consumidor,
principalmente em trocas não transacionais entre consumidor e empresa
para atingir seus objetivos individuais e sociais.
Em outro contexto, porém, podemos pensar no engajamento como um
estado de espírito motivacional relacionado à marca e dependente do
contexto de um cliente, caracterizado por níveis específicos de
atividade cognitiva, emocional e comportamental nas interações da marca.
E, nesse aspecto, surge um fator importante: como os consumidores
engajados fornecem referências e recomendações para produtos
específicos, o engajamento do cliente é um elemento-chave nas
estratégias das empresas para o desenvolvimento de soluções, de novos
produtos e retenção de clientes. É aqui que surge a ideia da
monetização.
A Startup Valeon cria as FANS TOKENS VALEON para premiar
uma enorme comunidade de consumidores que utilizam as redes sociais,
que são o nosso público-alvo, que são as pessoas que achamos que podem
realmente se beneficiar do nosso produto que é a Plataforma Comercial
Marketplace Valeon e muitas vezes não possuem o conhecimento básico de
como o nosso produto funciona.
As Fans Tokens são para aqueles que não querem
apenas ser espectadores, mas para aqueles que desejam ter um papel mais
ativo na comunidade das redes sociais.
A tokenização fornece novas maneiras inspiradoras de
classificar valor, criando novos ativos ou reinventado os tradicionais,
abrindo portas para melhoria de processos totalmente novos, fluxos de
receitas e envolvimento dos clientes com novas oportunidades.
Pensando nisso, a Startup Valeon através do seu Site, aposta na
possibilidade de trazer o consumidor que pode estar longe ou não conhece
a Valeon para perto da gente e ainda ser nosso colaborador participando
ativamente do nosso desenvolvimento, gerando transformações e tendo o
direito de fornecer conhecimentos específicos para o desenvolvimento do
Site.
Valor do Fan Token Valeon = R$ 1,00
Solicitamos a colaboração dos consumidores do Vale do Aço
para as oportunidades de influenciarem em algumas decisões do nosso
dia-a-dia e quanto maior o peso de suas opiniões, mais Fan Tokens irá
ganhar.
1 – Você pode auxiliar no desenvolvimento do nosso Site Valeon verificando alguma possibilidade de melhoria nele.
Prêmio: 50 Fan Token Valeon
2 – As Empresas, Serviços e Profissionais que desejarem
participar aderindo suas Publicidades e Propagandas ao Site Valeon terão
descontos.
Prêmio: 30% na mensalidade
3 – Sugestões de Internautas que queiram incluir ÁLBUNS DE MÚSICAS de até 150 MB NA COLEÇÃO DE MÚSICAS do Site Valeon.
INSS libera consulta ao valor do 13º dos aposentados a partir de domingo
História por CRISTIANE GERCINA • Folha de São Paulo
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O INSS (Instituto Nacional do Seguro
Social) libera, a partir deste domingo (21), a consulta ao valor da
primeira parcela do 13º salário de aposentados, pensionistas e demais
segurados. A consulta pode ser feita no aplicativo ou site Meu INSS com
CPF e senha.
O governo federal irá antecipar as duas primeiras parcelas do 13º
para maio e junho. Este é o quarto ano em que haverá pagamento
antecipado da gratificação natalina.
A primeira parcela será paga entre os dias 25 de maio e 7 de junho,
junto com o benefício mensal do INSS. A segunda parcela cairá na conta
do segurado entre os dias 26 de junho e 7 de julho.
O dinheiro cai na conta dos segurados sempre a partir do final no mês
da competência que está sendo paga. Em maio, o pagamento começa no dia
25 para quem tem número de benefício com final 1, sem considerar o
dígito. Os primeiros a receber são os beneficiários que ganham um
salário mínimo, que subiu para R$ 1.320 no dia 1º.
Depois, nos primeiros dias do mês seguinte, começa a liberação dos
valores para quem ganha acima do mínimo até o teto do INSS, de R$
7.507,49 em 2023. As datas de pagamento para este público vão de 1 a 7
de junho.
O decreto com a antecipação foi assinado pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) em 4 de maio. A medida vai beneficiar cerca de 30
milhões de brasileiros, que receberão um montante de R$ 62,6 bilhões.
COMO SABER QUANTO VOU RECEBER DE 13º DO INSS?
A consulta para saber quanto vai receber de 13º, de benefício mensal e
o dia exato em que o dinheiro cairá na conta é feita no aplicativo ou
site Meu INSS.
VEJA COMO FAZER A CONSULTA
**PELO SITE**
1. Acesse www.meu.inss.gov.br
2. Na página inicial, vá em “Entrar com gov.br”
3. Depois, informe o CPF e clique em “Continuar”
4. Na página seguinte, digite a senha e vá em “Entrar”
5. Na página inicial, clique em “Extrato de Pagamento”
6. Aparecerá a competência, que é o mês a que se refere o benefício, o valor e a previsão de pagamento
7. O valor do benefício é código 101 e o valor do 13º salário é código 104
8. Se houver empréstimo consignado, também aparecerá no extrato
9. É possível gerar o PDF, clicando no final da página em “Baixar PDF”
**PELO APLICATIVO**
1. Abra o app Meu INSS
2. Clique em “Entrar com gov.br”
3. Informe o CPF e vá em “Continuar”, depois, digite sua senha e vá em “Entrar”
4. Na página inicial, vá em “Extrato de pagamento”
5. Clique na seta ao lado do pagamento de abril, que o extrato será aberto
6. Aparecerá a competência, que é o mês a que se refere o benefício, o valor e a previsão de pagamento
7. O valor do benefício é código 101 e o valor do 13º salário aparece sob o código 104
8. Se houver empréstimo consignado, também será informado no extrato
9. É possível gerar o PDF, clicando no final da página em “Baixar PDF”
VALOR DO BENEFÍCIO
A primeira parcela do 13º é paga sem nenhum desconto e corresponde à
metade do benefício de quem já estava aposentado em janeiro deste ano.
Para quem ainda não recebia benefício, os valores liberados de 13º são
proporcionais, conforme a quantidade de meses em que o segurado passou a
receber a aposentadoria, a pensão ou o auxílio do INSS.
A segunda parcela tem desconto do IR, no caso de quem está obrigado a
pagar. Neste ano, a tabela do Imposto de Renda foi atualizada pelo
governo, com elevação da faixa de isenção e desconto-padrão de R$ 528
sobre os rendimentos, o que fará com que os contribuintes paguem menos
imposto. Além disso, 13,7 milhões devem ficar isentos do IR com a
elevação da faixa inicial.
QUEM TEM DIREITO AO 13º DO INSS?
Os beneficiários de aposentadorias, auxílio-doença, auxílio-acidente,
auxílio-reclusão, pensão por morte e outros benefícios administrados
pelo instituto. Quem recebe BPC (Benefício de Prestação Continuada) e
RMI (Renda Mensal Vitalícia) não tem direito.
Por lei, a primeira parcela do 13º é paga sempre no primeiro semestre
e a segunda, na competência de novembro. No entanto, os governos têm
optado pelo adiantamento para o primeiro semestre desde 2020, ano de
início da pandemia de coronavírus.
Justiça Eleitoral Por unanimidade Fabio Calsavara – Gazeta do Povo
Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.| Foto: Arquivo / Gazeta do Povo
O
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acatou, por unanimidade, o recurso
apresentado pela Federação Brasil da Esperança contra deputado federal e
ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato na capital paranaense, Deltan
Dallagnol (Podemos). Com a decisão, tomada na sessão desta terça-feira
(16), Dallagnol teve seu registro de candidatura indeferido e, por
consequência, seu mandato cassado na Câmara Federal.
O relator do processo e corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito
Gonçalves, acatou os recursos apresentados pela federação formada pelos
partidos PT, PCdoB e PV para que o registro da candidatura de Dallagnol
fosse indeferido. Com a cassação do registro, os votos conseguidos por
ele nas urnas ficarão com o Podemos. Dallagnol ainda pode recorrer da
decisão.
“Decisão calou as vozes de milhões de brasileiros”, disse Dallagnol Deltan
Dallagnol foi o deputado federal mais votado do Paraná nas últimas
eleições. Com quase 345 mil votos, se tornou o segundo deputado federal
com mais votos na história do Paraná. Em nota enviada à imprensa, ele
afirmou que a decisão do ministro relator Benedito Gonçalves e
acompanhada pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes, e pelos
ministros Cármen Lúcia, Carlos Horbach, Nunes Marques, Raul Araújo e
Sérgio Banhos calou as vozes de milhões de brasileiros.
“344.917 mil vozes paranaenses e de milhões de brasileiros foram
caladas nesta noite com uma única canetada, ao arrepio da lei e da
Justiça. Meu sentimento é de indignação com a vingança sem precedentes
que está em curso no Brasil contra os agentes da lei que ousaram
combater a corrupção. Mas nenhum obstáculo vai me impedir de continuar a
lutar pelo meu propósito de vida de servir a Deus e ao povo
brasileiro”, disse Dallagnol.
O que diziam os recursos Os partidos que apresentaram a ação
alegam que Dallagnol teria pedido exoneração do Ministério Público
durante pendência de Processo Administrativo Disciplinar (PAD), o que,
de acordo com a Lei da Ficha Limpa, tornaria o ex-procurador da Lava
Jato inelegível. O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR),
porém, reconheceu que ele não tinha nenhum PAD pendente no momento da
exoneração e deferiu a candidatura.
Os partidos, então, apresentaram recurso, contestando a decisão do
TRE-PR, citando que na época que deixou o MP, Deltan era alvo de
reclamações disciplinares e pedidos de providência. No entendimento da
Procuradoria-Geral Eleitoral, porém, esses procedimentos seriam
preliminares à instauração do PAD e não estão previstos na norma de
inelegibilidade.
Reclamações disciplinares foram extintas com a exoneração Em sua
sustentação, que levou mais de 50 minutos, o ministro relator do
processo, Benedito Gonçalves, explicou os motivos pelos quais considerou
que a candidatura de Dallagnol era irregular. O principal ponto
abordado pelo ministro foi a saída do ex-procurador dos quadros do MP
quando estaria em vias de, segundo Gonçalves, ser exonerado em
decorrência dessas reclamações disciplinares em andamento.
A defesa de Dallagnol apresentou uma certidão do Conselho Nacional do
Ministério Público (CNMP) na qual o órgão aponta que não havia, na
época do pedido de exoneração, nenhum Processo Administrativo
Disciplinar (PAD) aberto contra o então procurador. O documento cita
outros dois PADs, nos quais Dallagnol foi punido com Advertência e
Censura.
Para o ministro Benedito Gonçalves, essas decisões formam o “primeiro
elo da cadeia que culminou no pedido de exoneração”. Ele lembrou que as
próximas censuras a que Dallagnol estaria sujeito pela Lei Orgânica do
Ministério Público seriam, em ordem crescente de gradação, a suspensão,
seguida pela demissão e cassação de aposentadoria ou de disponibilidade.
“Desse modo, a partir do momento em que o recorrido foi inicialmente
apenado com advertência e, logo a seguir, com censura (esta mais grave),
não há dúvida de que, por expressa determinação legal, elas passariam a
ser consideradas para futuros sancionamentos em processos
administrativos de outras infrações disciplinares, aproximando-o da pena
de demissão”, disse.
O ministro seguiu, lembrando que quando Dallagnol pediu sua
exoneração, em novembro de 2021, tramitavam contra ele 15 procedimentos
administrativos de natureza diversa no CNMP, sendo nove Reclamações
Disciplinares, uma Sindicância, um Pedido de Providências, três Recursos
Internos em Reclamações Disciplinares e, ainda, uma Revisão de Decisão
Monocrática de Arquivamento em Reclamação Disciplinar.
“Todos esses procedimentos, como consequência do pedido de
exoneração, foram arquivados, extintos ou mesmo paralisados, e a
legislação e os fatos apurados poderiam perfeitamente levá-lo à
inelegibilidade. Sem nenhuma margem de dúvida, constata-se a gravidade
dos fatos imputados ao ora recorrido nesses procedimentos. Não se cuida,
aqui, de invadir a competência de outros órgãos e firmar a
materialidade e a ilicitude das condutas, mas de reforçar que o pedido
de exoneração teve propósito claro e específico de burlar a incidência
da inelegibilidade”, completou Gonçalves.
Repercussão
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) disse estar “estarrecido” com
a cassação do registro de candidatura do deputado federal Deltan
Dallagnol (Podemos-PR). Moro era o juiz responsável pelos processos da
Lava Jato em Curitiba e Dallagnol era o coordenador da força-tarefa da
operação. “É com muita tristeza que recebo a informação da cassação do
mandato de deputado federal do Deltan Dallagnol. Estou estarrecido por
ver fora do Parlamento uma voz honesta na política que sempre esteve em
busca de melhorias para o povo brasileiro. Perde a política”, disse o
senador no Twitter.
Também em sua conta no Twitter, a presidente nacional do PT, Gleisi
Hoffmann, ironizou a decisão do TSE contra Dallagnol. “Agora Deltan
Dallagnol tem um power point pra chamar de seu! Cassado! Responde a
processos administrativos pendentes como procurador, ou seja, é ficha
suja. Também foi condenado pelo TCU por gastos com diárias e passagens
na operação Lava Jato. Eita que dia hein?!”, postou a deputada federal.
Renan Calheiros, senador pelo MDB de Alagoas, chamou Dallagnol de
“pivete ficha suja da Lava Jato” em uma postagem nas redes sociais.
“Deltan Dallagnol delinquiu no MP ávido pelo poder. Para fraudar a lei
antecipou a exoneração para fugir da ficha limpa, mesmo com 2
condenações no CNMP – 1 de minha autoria – e 15 processos. A Justiça
tarda, mas não falha. O TSE cassou o mandato do pivete ficha suja da
Lava Jato”, postou o senador.
Podemos critica cassação de Dallagnol e diz que avalia medidas para recorrer da decisão do TSE PorGazeta do Povo
Partido do deputado federal Deltan Dallagnol diz que vai apoiar
defesa em medidas para recorrer da decisão do TSE. | Foto: Luis
Macedo/Câmara dos Deputados
A presidente nacional do Podemos,
Renata Abreu, criticou na noite desta terça (16) a cassação do mandato
do deputado federal Deltan Dallagnol (PR) pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), por unanimidade entre os juízes.
Em uma nota divulgada à imprensa, Renata diz que “o Brasil e o
parlamento nacional perdem com a decisão que alterou o entendimento do
TRE-PR [Tribunal Regional Eleitoral do Paraná]” que aprovou a
candidatura do ex-procurador do Ministério Público Federal às eleições
de 2022.
“A expressiva votação que o ex-chefe da Operação Lava Jato obteve nas
urnas, de mais de 344 mil votos, corresponde à massiva aprovação
popular de sua atuação no combate à corrupção e em defesa da sociedade
brasileira”, apontou a presidente do Podemos.
Ainda segundo Renata Abreu, o partido se solidariza com o parlamentar
e “não poupará esforços na avaliação de medidas que ainda podem ser
tomadas pela defesa de Dallagnol”.
Dallagnol teve o mandato cassado após o TSE acatar a uma denúncia
apresentada pela Federação Brasil da Esperança que alegava que o
ex-procurador teria pedido exoneração do Ministério Público durante
pendência de Processo Administrativo Disciplinar (PAD), o que, de acordo
com a Lei da Ficha Limpa, tornaria o ex-procurador da Lava Jato
inelegível. O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), porém,
reconheceu que ele não tinha nenhum PAD pendente no momento da
exoneração e deferiu a candidatura.
Nesta quarta (17) Proporciona desgastes ao governo em múltiplas frentes Por Sílvio Ribas – Gazeta do Povo Brasília
Plenário da Câmara dos Deputados| Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados
Antes
de completar metade do primeiro ano de governo, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) assistirá nesta semana à abertura da temporada
de comissões parlamentares de inquérito (CPIs), cada qual capaz de
provocar desgastes em diferentes níveis de intensidade para a imagem
dele e prejuízos para a evolução de seus projetos.
Para esta quarta-feira (17) estão previstos o início dos trabalhos de
três CPIs na Câmara dos Deputados: manipulação de jogos de futebol por
apostas eletrônicas, fraude nas Lojas Americanas e atuação do Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Também se espera a instalação
em paralelo da comissão mista de senadores e deputados (CPMI) para
investigar os atos de vandalismo de 8 de janeiro. Confira abaixo mais
informações sobre cada uma das CPIs.
Análises de especialistas e políticos consultados pela Gazeta do
Povo, aliadas às observações dos líderes parlamentares e ministros
responsáveis pela articulação do Planalto no Congresso, indicam a
necessidade de esforço considerável para evitar com que as CPI acarretem
perda de popularidade e de apoio na base congressual, bem como evitar
atrasos ou mesmo derrotas em votações cruciais para o governo.
Durante a reunião do núcleo político do Planalto na segunda-feira
(15), Lula mostrou compreender o quadro desfavorável ao governo no
Congresso. Ele tomou medidas para conter tumultos causados pela bancada
de seu próprio partido na Câmara nas negociações do novo marco fiscal,
que é essencial para a continuidade das políticas sociais. O relator do
projeto, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), também tem deixado claro que a
aprovação da proposta requer o apoio incondicional de toda base
governista.
A votação do mecanismo de controle de gastos do governo, agendada
para esta semana, é importante para a estabilidade governamental. A
reforma tributária também é relevante, embora o seu impacto não seja
imediato. A simples menção de avanço na proposta do arcabouço já teve um
efeito positivo nesta semana sobre o câmbio e as bolsas.
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Ministros em feira do MST e críticas de Lula à Agrishow ampliam desgaste com agronegócio Arthur Lira prevê a instalação de CPI das Apostas Esportivas na quarta-feira
Lira diz que Câmara deve instalar três CPIs nesta semana Maior risco para o Planalto está no atraso de projetos centrais Luiz
Filipe Freitas, analista político da consultoria Consillium, ressalta
que as CPIs são sempre prejudiciais para qualquer governo. Quando várias
funcionam ao mesmo tempo, o desafio se torna ainda maior. “Além do
impacto na reputação, essas comissões consomem tempo precioso,
especialmente quando estamos no meio do ano e começam as discussões
sobre o Orçamento de 2024”, afirma.
Segundo ele, mesmo a CPMI de 8 de janeiro, que tende a ser mais
favorável ao Executivo devido à maioria governista entre seus membros,
exigirá energia e articulação, recursos que também estão sendo
solicitados em outras frentes no Congresso. Formalmente criada em 26 de
abril com a leitura do seu pedido de abertura em sessão do Congresso, a
comissão mista não tem prazo para ser instalada, mas deve avançar até o
fim de maio.
O senador Espiridião Amin (PP-SC), 75 anos, provável decano entre os
membros da CPMI do 8 de janeiro, deverá ser, portanto, o responsável por
presidir a primeira sessão do colegiado, na qual serão eleitos o
presidente e o relator. Para ele, a tônica das investigações virá de
informações prestadas por órgãos federais de inteligência a membros da
CPMI. Os esclarecimentos deverão, ressalta ele, jogar luz sobre
“omissões criminosas” que resultaram no vandalismo e, assim, identificar
“todos os responsáveis”.
Para o cientista político Marcos Deois, a CPMI do dia 8 de janeiro
ainda é a maior incógnita das comissões de inquérito a caminho. “Ninguém
garante certa previsibilidade. Hás fatos que serão relembrados, novos
agentes serão responsabilizados e são esperados desdobramentos
contrários e favoráveis ao governo”, avaliou.
Quanto à CPI do MST, ele compartilha da impressão geral de que o
colegiado tende a servir de palco para os parlamentares da oposição,
“pois irá potencializar narrativas mais extremistas”.
Deois também entende que a CPI das Apostas Esportivas tende a
proporcionar uma investigação mais bem escorada em fatos e revelações já
feitas. Essa investigação ganhou ainda mais relevância após vir a
público um esquema de apostas envolvendo jogadores de futebol, o qual é
investigado pelo Ministério Público de Goiás na operação Penalidade
Máxima. Atletas de diversos clubes e divisões do futebol brasileiro
teriam recebido dinheiro para forçar cartões e cometer pênaltis. “Cada
dia que passa, percebemos novo jogador envolvido. Se a CPI fizer bom
trabalho, pode até desarticular provável esquema complexo de corrupção
no esporte que é paixão nacional, [o futebol]”, destacou.
Desagravo a invasores de terra amplia ruptura com agronegócio O
cientista político José Amorim acredita que as CPIs serão mais um teste
para a governabilidade de Lula, sobretudo a do MST, a mais esperada pela
oposição no momento, além da CPMI do 8 de janeiro. “Para um governo que
está com a popularidade abaixo do esperado, ter que enfrentar CPIs logo
no início do mandato é um risco bastante alto”, observa.
Na avaliação dele, um dos indicativos que o governo petista não
queria correr esses riscos foi ter acelerado a liberação de recursos
represados para emendas parlamentares. Essa reação pode ter sido tardia
ou insuficiente. “Ainda que o governo tenha maioria na CPMI e a oposição
corra riscos de amargar perdas nela, a chance de haver desgaste para o
Planalto segue alta pela simples exposição favorecida pelo colegiado”,
disse.
Para a CPI do MST, colegiado dominado pela oposição, Amorim concorda
que o grande esforço dos seus membros será mesmo o de constranger o
governo. Em resposta prévia, Lula e os seus ministros deram seguidas
mostras nos últimos dias de apoio ao movimento de invasores de terras,
ampliando o desgaste com o agronegócio. “Além dos riscos à imagem do
governo, é possível que as CPIs atrapalhem a agenda legislativa,
incluindo o marco fiscal e a reforma tributária”, complementa.
O governo, contudo, tem usado a estratégia de desdenhar de todas as
CPIs, inclusive a dos sem-terra. “Os que imaginam que essa CPI vai ser
um espaço para atingir o MST vão dar um tiro no pé”, disse o ministro de
Comunicação Social, Paulo Pimenta, no último domingo (14), em feira de
integrantes do movimento.
As negociações na Câmara, sob a articulação de Arthur Lira (PP-AL),
são um teste importante para as novas relações de poder entre o
Executivo e o Legislativo, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF)
continua tendo papel relevante na resolução de impasses entre os
poderes.
Lira reiterou em entrevistas na segunda-feira (15) que o governo Lula
“precisa descentralizar, confiar e delegar poder para melhorar sua
articulação política”. No entanto, analistas ressaltam que a gestão
ainda é fortemente influenciado pelo PT, que detém os principais cargos
de articulação, e parece relutante em ceder posições a outros partidos.
O que deve ser investigado em cada CPI? CPI das Lojas Americanas
A CPI das Lojas Americanas foi solicitada pelo líder do PP na Câmara,
André Fufuca (MA), com o objetivo de investigar as discrepâncias
contábeis registradas pela varejista, que resultaram em um rombo
bilionário.
O autor do requerimento, que aspira a presidência da comissão,
enfatiza a necessidade de esclarecer as circunstâncias das chamadas
inconsistências fiscais e informar a população sobre a real situação da
empresa, especialmente os investidores do mercado acionário.
Como ocorre com outras CPIs, espera-se que os dois maiores blocos
partidários da Casa ocupem a maioria das 34 vagas no colegiado.
CPI das Apostas Esportivas
Autorizada em 26 de abril, a CPI das Apostas Esportivas foi iniciada
por meio do requerimento do deputado Felipe Carreras (PSB-PE), membro da
base governista. Composta por 34 membros titulares, a comissão tem como
objetivo investigar a manipulação de resultados no futebol brasileiro,
conforme denúncias surgidas a partir das investigações conduzidas pelo
Ministério Público de Goiás (MP-GO) no âmbito da operação Penalidade
Máxima.
Inicialmente, o MP-GO investigou a manipulação de três jogos da
última rodada da Série B em 2022, mas as revelações da segunda fase da
operação já chegaram a atletas da Série A do futebol brasileiro. Além
disso, a CPI também buscará pressionar pela regulamentação do setor.
O deputado Felipe Carreras, autor do requerimento, será o relator da
comissão, e a presidência ficará a cargo de André Figueiredo (PDT-CE).
Entre os membros esperados, destacam-se parlamentares ligados ao
esporte, como Bandeira de Mello (PSB-RJ), ex-presidente do Flamengo, e o
ex-jogador de vôlei Maurício de Souza (PL-MG).
CPI do MST
Proposta em março pelo deputado Tenente Coronel Zucco
(Republicanos-RS), a CPI do MST tem como objetivo investigar as
atividades do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nos
primeiros meses de 2023, visando identificar seu verdadeiro propósito e
seus financiadores.
A comissão será composta por 27 membros titulares, incluindo
parlamentares ligados ao agronegócio, como Alceu Moreira (MDB-RS) e
Júlia Zanatta (PL-SC). Zucco, como autor da proposta, espera ocupar a
presidência dos trabalhos, enquanto a relatoria deverá ficar a cargo do
deputado Ricardo Salles (PL-SP).
CPMI do 8 de janeiro Além das CPIs na Câmara, foi proposta uma
CPMI composta por deputados e senadores para investigar os atos de
vandalismo ocorridos em 8 de janeiro. Essa iniciativa foi proposta pelo
deputado de oposição André Fernandes (PL-CE) e enfrentou forte
resistência do governo e do presidente do Congresso, senador Rodrigo
Pacheco (PSD-MG), para ser instalada.
No entanto, após a divulgação de imagens da invasão do Planalto, que
contaram com a presença do então ministro do Gabinete de Segurança
Institucional (GSI), general Marco Gonçalves Dias, os parlamentares da
base do governo passaram a apoiar a CPMI. O requerimento foi aprovado em
26 de abril durante uma sessão do Congresso.
A oposição, que é minoria, indicou nomes como os senadores Eduardo
Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES), além do deputado Alexandre
Ramagem (PL-RJ). Já os representantes do governo são liderados pelos
deputados Rogério Correia (PT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), bem como
pelos senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e Rogério Carvalho (PT-SE).