domingo, 7 de maio de 2023

NÃO É SÓ NO BRASIL QUE OS GOVERNOS QUEREM AGIR CONTRA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Artigo
Mundo à beira do totalitarismo ‘woke’
Michael Shellenberger e Alex Gutentag – Gazeta do Povo


Em todo o ocidente há pressão por critérios antiliberais de limitação da expressão. Complexos industriais da censura se formam pela colaboração de elites acadêmicas, burocráticas e institucionais.| Foto: Eli Vieira com Midjourney


Os Twitter Files [série de arquivos internos do Twitter que serviram de base para reportagens mostrando como a rede social, antes da compra por Elon Musk, censurou informações verdadeiras nos últimos anos] nos deram uma visão de como agências governamentais, sociedade civil e empresas de tecnologia trabalham juntas para censurar usuários das redes sociais. Agora, países importantes estão tentando codificar essa coordenação em lei explicitamente.

Em todo o mundo, políticos acabaram de aprovar ou estão prestes a aprovar novas leis abrangentes que permitiriam aos governos censurar cidadãos comuns nas mídias sociais e outras plataformas da Internet.

Sob o disfarce de prevenir “danos” e responsabilizar grandes empresas de tecnologia, vários países estão estabelecendo um vasto e interligado aparato de censura, revela uma nova investigação da Public.

Políticos, ONGs e seus facilitadores na mídia afirmam que seu objetivo é apenas proteger o público da “desinformação”. No entanto, definições vagas e brechas nas novas leis criarão vias para ampla aplicação, excessos e abusos.

Na Irlanda, por exemplo, o governo pode em breve ser capaz de prender cidadãos simplesmente por possuírem material que os oficiais considerem “odioso”. Sob a Lei Restrict nos EUA, o governo pode em breve ter autoridade para monitorar a atividade na Internet de qualquer americano se considerá-la um risco à segurança.

Governos visam o controle total. No Canadá, uma agência estatal pode filtrar e manipular o que os canadenses veem online. Na Austrália, um único funcionário do governo pode obrigar as empresas de mídia social a remover postagens.

Governos e ONGs aliadas pretendem forçar as empresas de tecnologia a cumprir suas regras. Legisladores do Reino Unido ameaçaram prender administradores de rede social que não censurarem conteúdo suficiente. E o Brasil deve introduzir severas penalidades para plataformas que não removam “notícias falsas”.

A principal área de ação é a União Europeia. Ela busca novos poderes abrangentes para regular as empresas de mídia social. E, se agir, pode mudar a forma como as redes sociais operam em todo o mundo, dada a força econômica e influência global da UE.

Sob a Lei de Serviços Digitais da UE, grandes empresas de tecnologia devem compartilhar seus dados com “pesquisadores credenciados” de organizações sem fins lucrativos e do meio acadêmico, o que cederia a moderação de conteúdo às ONGs e seus patrocinadores estatais.

A Lei Restrict dos EUA, encabeçada pelo senador Mark Warner (democrata da Virgínia), ameaça com 20 anos de prisão ou uma multa de 250.000 dólares [R$ 1 milhão na cotação atual] quem acessar sites de uma lista negra por meio de “redes privadas virtuais” ou VPNs, que são maneiras de criar uma conexão privada entre um computador ou telefone e a Internet.

Nunca houve um momento semelhante a este nos cerca de 30 anos de uso generalizado da Internet pública nas sociedades ocidentais.

Agentes do governo introduziram essas políticas principalmente na calada da noite, com pouca publicidade ou protesto. Houve praticamente um apagão sobre o que está acontecendo nos veículos de notícias convencionais, com muitos, aparentemente, apoiando as novas leis.

Como foi revelado nos Twitter Files, o Complexo Industrial da Censura pretende tanto desacreditar fatos precisos, narrativas verdadeiras e criadores de conteúdo que ameacem seu poder, quanto impulsionar aqueles que o reafirmem.

Estamos, portanto, testemunhando o surgimento de um aparato governamental com poder para controlar o ambiente de informação de maneiras que determinam o que as pessoas acreditam ser verdadeiro ou falso.

Como tal, não é exagero dizer que o Ocidente está à beira de uma forma de totalitarismo muito mais poderosa do que o comunismo ou o fascismo, que eram limitados em seu alcance pela geografia.

Se quisermos derrotá-lo, precisamos entendê-lo. Por que os governos estão buscando reprimir a liberdade de expressão da Nova Zelândia aos Países Baixos e do Brasil ao Canadá? Por que agora? E por que estão conseguindo?

Por dentro do complô para censurar o planeta
O momento da repressão global à liberdade de expressão não parece ser coincidência.

No ano passado, o governo Biden tentou criar um departamento de censura (“Disinformation Governance Board”, ou “Conselho de Governança da Desinformação”, em tradução livre) no Departamento de Segurança Interna que provocou uma reação forte o suficiente do público para encerrá-lo.

O conselho de censura foi idealizado por Renee DiResta, “ex”-membro da CIA que atua no Observatório da Internet de Stanford, e seus aliados, incluindo o senador Warner, o Atlantic Council (think tank de política internacional), a Universidade de Washington e a Graphika (empresa de análise de redes sociais).

O que está acontecendo agora parece representar a reagrupação da defesa da censura que ocorreu após essa derrota. Com algumas exceções notáveis, a demanda por censura está sendo impulsionada por partidos de centro-esquerda, com ONGs desempenhando um papel subordinado.

Os políticos estão invocando uma defesa woke (woke significa algo como “lacradora” ou “identitária”) de “prevenção de danos” muito diferente do pretexto mais antigo para a censura, a segurança nacional. A pressão é baseada em raça, imigração (por exemplo, Irlanda), questões trans (por exemplo, Irlanda e Austrália) e segurança ou saúde (por exemplo, UE).

No entanto, pesquisas mostram que as pessoas nas sociedades ocidentais têm se tornado mais tolerantes há décadas. Por exemplo, a porcentagem de americanos que aprovam casamentos entre brancos e negros aumentou de 4% em 1958 para 87% em 2013 e 94% em 2021.

Enquanto isso, não há evidências de um aumento no assassinato de pessoas trans ou mesmo que pessoas trans sejam mortas a uma taxa maior que a média. Na verdade, nenhum grupo minoritário na história passou de estigmatizado a celebrado mais rápido do que as pessoas trans.

Na Irlanda, os legisladores avançaram com legislação que criminaliza a posse e preparação de material com o “potencial” de causar violência ou ódio. Segundo esta lei, mesmo que os indivíduos não se comuniquem ou distribuam o material de seus dispositivos, serão considerados culpados até que se prove o contrário. Eles podem enfrentar até cinco anos de prisão.

Nenhum dos políticos que defendem a censura parece ser um peso pesado intelectual, muito menos líder. Em vez disso, todos parecem ser ferramentas para interesses governamentais e financeiros poderosos, incluindo líderes militares e de inteligência, escondidos nas sombras.

O projeto de lei 2630 do Brasil propõe a censura para proteger as instituições da violência e deslegitimação institucional após o ataque este ano na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro, que foi assustadoramente semelhante à falha de segurança de 6 de janeiro de 2021 em Washington, D.C.

No Canadá, os políticos defendem a censura em nome da promoção da cultura e do conteúdo canadenses, mas alguns críticos do projeto especulam que foi elaborado em resposta ao “Comboio da Liberdade” de caminhoneiros em 2021. O comboio foi celebrado no YouTube e nas redes sociais e incorretamente difamado como “racista” na imprensa canadense convencional.

Em outros lugares, os políticos buscam censura em nome da proteção às crianças. Nos EUA, os políticos inseriram medidas abrangentes de vigilância na legislação para proibir o TikTok e, assim, expandir a espionagem para prevenir a espionagem chinesa em crianças. O Reino Unido também está focado em expandir os poderes de censura do estado para proteger as crianças.

Mas as piores ações estão vindo da Europa, onde a UE busca poderes abrangentes para censurar opiniões indesejadas e entregar as decisões de moderação de conteúdo a ONGs privadas, que poderiam regular efetivamente as empresas de mídia social.

A lei daria “direito de ação coletiva às ONGs”, disse um dos principais lobistas europeus pelo projeto em um evento no Observatório da Internet de Stanford, que é liderado, intelectualmente, se não oficialmente, por DiResta.

Por que os políticos buscam reprimir a liberdade de expressão? Porque se sentem ameaçados pela “revolta do público”, possibilitada pela Internet, e trabalharam durante anos para orquestrar essa repressão.

Por que agora? A eleição de Biden, o fracasso do “Conselho de Governança da Desinformação” do Departamento de Segurança Interna e o lançamento dos Twitter Files parecem ter forçado a defesa da censura a se mudar dos EUA para outras nações, particularmente a Europa, a fim de censurar os americanos e o resto do mundo pela porta dos fundos.

Como podemos detê-los?
O aspecto mais chocante desta história é que os totalitários estão se safando. Eles já aprovaram sua legislação na Europa e agora paratiram para a implementação. A legislação foi aprovada no Canadá, na câmara baixa da Irlanda e pode ser aprovada em breve no Brasil.

É possível que, à medida que o liberalismo iluminista seja superado pelo totalitarismo woke, os crescentes níveis de liberdade e livre expressão desfrutados pelas pessoas nas sociedades ocidentais, particularmente nos Estados Unidos, por centenas de anos, estejam chegando ao fim.

Mas nós e muitos outros não desistiremos de nossas liberdades sem lutar. Com este artigo, temos o prazer de anunciar a expansão global de nossa investigação e luta contra o Complexo Industrial de Censura. Em meados de junho, realizaremos um evento público em Londres com Matt Taibbi, do Racket, para construir o movimento global de resistência ao totalitarismo. E buscamos aliados em todas as nações onde a liberdade de expressão está sob ataque.

A resistência está crescendo na esquerda e na direita. Na Irlanda, o deputado ecossocialista Paul Murphy argumentou que a Seção 10 do projeto “é a criação de um crime de pensamento”. Murphy propôs emendas que foram derrotadas, enquanto o deputado conservador Peadar Tóibín argumentou: “Este projeto é uma ameaça à função democrática de nossa sociedade a longo prazo. O projeto está em descompasso, em muitos aspectos, com as opiniões das pessoas.” E o grupo Free Speech Ireland, iniciado por estudantes da Universidade Cork, criou uma petição contra o projeto de lei. A petição ainda não atingiu sua meta de assinaturas.

No Canadá, a famosa romancista Margaret Atwood (autora de “O Conto de Aia”) criticou a onda de censura, dizendo ao Globe and Mail: “Burocratas não devem dizer aos criadores o que escrever.” E um deputado conservador alertou: “O Projeto C-11 é perigoso por si só, mas também é um precedente para um governo que deseja estender essa forma de controle tecnocrático a outras áreas além do conteúdo online. Ele estabelece a base e o campo de testes para a inteligência artificial e algoritmos serem usados para controlar as massas.”

A resistência está crescendo em todos os lugares. Na Nova Zelândia, documentos mostram coordenação direta entre o “Projeto Desinformação”, um think tank, a mídia e o gabinete do primeiro-ministro. E na Austrália, o think tank de liberdade de expressão Instituto de Assuntos Públicos está lutando vigorosamente contra um referendo constitucional proposto que criará um órgão baseado em raça separado do executivo e do legislativo. No Brasil, a Folha de S. Paulo deu ao jornalista vencedor do Pulitzer e pioneiro contra a censura, Glenn Greenwald, uma coluna para se manifestar contra a repressão. [Nota do editor: A Gazeta do Povo iniciou este mês a campanha “A liberdade fortalece a verdade”, em defesa da liberdade de expressão. O objetivo é conscientizar a opinião pública sobre os riscos dos ataques à liberdade de expressão para a democracia e para os brasileiros.]

A pressão pública ainda pode influenciar a política e salvaguardar a liberdade de expressão. Um rascunho anterior do projeto de lei das “Fake News” do Brasil tinha um dispositivo que permitiria às autoridades enviar uma pessoa para a prisão por cinco anos por compartilhar conteúdo que ameaçasse “a paz social e a ordem econômica”. Após um enorme clamor público, esse dispositivo parece ter sido removido.

Acreditamos que as elites foram longe demais. Se elas se sentissem seguras em sua agenda de censura, não estariam escondendo e apressando isso nos legislativos em todo o mundo ou tentando introduzir a censura nos EUA através da União Europeia.

Parte da razão para tão pouca censura nos EUA é a cultura singular de liberdade de expressão do país. Mas outra parte da razão é o crescente clamor público, incluindo a reação ao conselho de censura à “desinformação” de Biden-DiResta, à censura em informações sobre a Covid e a outros escândalos revelados nos arquivos do Twitter e do Facebook.

E agora novos processos estão sendo movidos. Só na terça (02/05), uma ação foi movida contra DiResta e Alex Stamos, do Observatório da Internet de Stanford, e o Departamento de Segurança Interna dos EUA por suas atividades de censura em 2020 e 2021.

Parece que os cidadãos de todo o mundo devem tomar medidas para defender a liberdade de expressão dos totalitários que tentam assumir o poder em todo o mundo, assim como fizeram há 75 anos. A demanda global totalitária por censura está nos despertando para a natureza preciosa de nossa liberdade. E agora, não só estamos nos encontrando uns aos outros, como também estamos contra-atacando.

Michael Shellenberger é um ambientalista americano, autor e fundador do Environmental Progress, uma organização sem fins lucrativos dedicada à promoção de tecnologias de energia limpa e soluções ambientais baseadas em evidências científicas. Ele é conhecido por seus livros “Apocalypse Never: Por Que o Alarmismo Ambiental Prejudica a Todos” e “Break Through: From the Death of Environmentalism to the Politics of Possibility [Ruptura: da morte do ambientalismo à política da possibilidade]”

Alex Gutentag é colunista na Tablet Magazine e editora-colaboradora na Compact Magazine

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LULA QUER AJUDAR A ARGENTINA ÀS CUSTAS DO SOFRIMENTO DO POVO BRASILEIRO

 

Visita de Alberto Fernández

Por
Leonardo Coutinho – Gazeta do Povo


Alberto Fernández e Lula se cumprimentam, durante a visita do argentino a Brasília esta semana| Foto: EFE/André Borges

O presidente argentino Alberto Fernández esteve em Brasília para uma missão de vida ou morte. A Argentina quebrou. Quebrou mesmo. A Argentina, aliás, sempre flerta com a bancarrota. Mas com Fernández, a economia se esfarelou de vez. As reservas do país estão sob sangria e já atingiram o nível mais baixo dos últimos sete anos. Com uma inflação que já supera a 100% por ano (e não para de subir) e uma seca histórica que reduziu drasticamente a produção do agronegócio – a principal fonte de dólares para o país. Ele voltou para casa com uma promessa de seu homólogo brasileiro de que fará “todo e qualquer sacrifício para ajudar a Argentina”.

Lula pode dizer isso, pois foi eleito para representar o povo brasileiro. Mas quando Lula o diz, ignora o fato de que o sacrifício não será feito por ele, mas pelo povo que o elegeu. Em seu terceiro mandato, Lula reproduz o vício de governar o Brasil como se o país fosse seu. Como se o Brasil fosse o PT.

A Argentina está na iminência de não ter dólares para pagar importações. Alguns economistas estimam que as reservas líquidas do Banco Central da República Argentina estejam por volta de US$ 2 bilhões. Para um país, isso não é nada. Em termos objetivos, é o mesmo que estar no cheque especial.

Como em um tango, não é de hoje que a economia e a política da Argentina dão um passo para a frente, um para o lado e dois para trás. Depois de cada suspiro, o país dá uma estagnada e depois piora ainda mais. Nessa dança infinita, que imita os passos de um dos símbolos nacionais, os argentinos colecionam dívidas monumentais e calotes.

Quando Lula fala em “sacrifício para ajudar”, ele está prevendo que os contribuintes brasileiros terão que assumir a conta que certamente jamais será quitada pelos vizinhos do sul. Em seu pronunciamento, Lula citou os Brics – cujo banco de desenvolvimento é presidido por Dilma Rousseff – e o indefectível BNDES, que durante o petismo foi a peça-chave para o envio de bilhões para ditaduras amigas na África, América Latina e Caribe. Dinheiro que não só financiou obras, como serviu para alimentar o maior caso de suborno internacional da história.

O governo Lula desenha uma linha de crédito para Argentina poder usar para importação de bens brasileiros. O plano é dar um cartão pré-pago, cujo limite pode ser bilionário, para Fernández comprar no Brasil o que a Argentina está na iminência de não mais poder pagar aos fornecedores que já acumulam boletos não pagos por Fernández.

A China já fez isso durante os governos de Cristina Kirchner, Mauricio Macri e no de Fernández. A dinheirama virou fumaça no irremediável populismo argentino. As contas impagáveis transformaram a Argentina em uma escrava da dívida.

O “sacrifício” brasileiro é líquido e certo. A ideia de conceder crédito para um país importar produtos brasileiros é boa. Estimula a indústria e o agro locais, gerando empregos e riqueza no Brasil. Mas na prática, quando esses recursos são entregues a caloteiros, o resultado é uma tragédia na qual os benefícios obtidos pelas operações são anulados pelo prejuízo que recai sobre o Tesouro e consequentemente sobre os mais necessitados.

O emprego do BNDES para a concessão de crédito para os argentinos é ainda mais esdrúxulo considerando que, em março, o BNDES anunciou que planeja contrair empréstimos com a China que somam R$ 6,5 bilhões. Ou seja, o mesmo BNDES que está se encalacrando com a China será a fonte de um empréstimo que possivelmente jamais será pago pelos argentinos.

O sacrifício vai ser grande. E saiba de uma coisa: é apenas o começo.


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PONTE DA INTEGRAÇÃO CONSTRUÍDA NO GOVERNO BOLSONARO ESTÁ PRONTA

 

Ponte da Integração
O que falta para a segunda ponte ser aberta na fronteira entre Brasil e Paraguai
Por
Juliet Manfrin, especial para a Gazeta do Povo


Segunda ponte entre Brasil e Paraguai vai receber, no início das operações, 250 caminhões/dia, sem transporte de carga.| Foto: Divulgação/DER-PR

Um problema que envolve órgãos diversos tanto do Brasil quanto do Paraguai, mas que até o momento não tem uma resposta precisa de quando deve ser resolvido. A Ponte da Integração, que deveria ser solução para desafogar o trânsito na região de fronteira, hoje concentrado na Ponte da Amizade, está pronta desde dezembro. E segue fechada, por tempo indefinido.

Infraestrutura é um ponto-chave para a liberação da Ponte da Integração: ainda estão em obras os acessos à ponte, sem os quais não é possível chegar até ela. Apesar do consenso das autoridades dos dois países quanto à urgência na abertura da ponte, o entrave não se restringe à obra física complementar. É preciso organizar a estrutura alfandegária e vencer questões burocráticas específicas para o tráfego em região de fronteira.

Quando ocorrer, a liberação acontecerá aos poucos. Sem aduana, num primeiro momento a perspectiva é que sejam autorizados a passar pela Ponte da Integração veículos sem carga e apenas em um sentido (do Brasil para o Paraguai).

A fronteira do Brasil com o Paraguai é considerada, pelas forças de segurança, uma das que possuem maior tráfego para acesso de produtos ilícitos do país, incluindo contrabando de cigarros, de eletrônicos e o tráfico de drogas, de armas e de munições.

Obra da Ponte da Integração custou R$ 366 milhões
Reivindicação de quatro décadas do setor produtivo e da comunidade regional, a obra internacional da segunda ponte Brasil-Paraguai custou R$ 366 milhões bancados pela Itaipu Binacional e conecta, do lado nacional, o município de Foz do Iguaçu (PR) a Presidente Franco, no país vizinho. No início do ano, chegou-se a falar em abertura do tráfego para o mês de abril, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), o que não aconteceu – e segue sem previsão.

A construção da estrutura teve início em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, e foi concluída pelo Consórcio Construbase-Cidade-Paulitec e está sobre o Rio Paraná. Para ser operacional, precisa da estrutura mínima de apoio para os acessos. A Superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Paraná afirmou à Gazeta do Povo que a obra de acesso à ponte, no sentido Brasil-Paraguai, está 20% edificada, com conclusão estimada para este mês de maio.

A data para liberação de trânsito é de responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagens do Paraná (DER-PR), que não tem um cronograma definido. O órgão também informou que a obra da Perimetral Leste de Foz do Iguaçu, para o acesso à Ponte da Integração, segue em execução.

“A obra da perimetral está em andamento, com os serviços concentrados no novo viaduto da BR-277, terraplenagem da plataforma da nova rodovia e implantação de dispositivos de drenagem no platô da nova aduana Brasil–Paraguai”, esclareceu. Atualmente, os caminhões que seguem para a Argentina, por exemplo, disputam espaço com o tráfego urbano e de turistas quem seguem a pontos turísticos como as Cataratas do Iguaçu.

Caminhões sem carga e no sentido Brasil-Paraguai

Assim que for liberada, em primeiro momento, só devem passar pela ponte caminhões sem carga e somente no sentido Brasil-Paraguai. Segundo o inspetor da PRF na Delegacia Regional de Foz do Iguaçu, Marcos Pierre Carvalho, será vedada a passagem de qualquer outro tipo de veículo ou de pessoas a pé. O tráfego no sentido Paraguai-Brasil ficará proibido para qualquer tipo de transporte ou pedestre, com abordagem e registro de infrações automáticos. Esse trânsito pleno só deve ocorrer quando toda a obra estiver pronta.

O delegado-chefe da Receita Federal em Foz do Iguaçu, Paulo Sérgio Bini reforçou que é viável, do ponto de vista operacional, a saída de caminhões vazios do Brasil sentido Paraguai “desde que tenha uma marginal [acesso] com as condições de isolamento necessários para o devido controle e o policiamento na cabeceira da ponte”. Essa, no entanto, é a estrutura que só deve ser concluída em maio de 2025, na avaliação da Receita Federal. Já o DER acredita ser possível finalizá-la ainda em 2023.

Estes serviços incluem as aduanas, postos de atendimento e a grande Perimetral Leste, por onde será desviado o tráfego de veículos pesados do trecho urbano de Foz do Iguaçu. A Ponte da Fraternidade, na fronteira com a Argentina, está a três quilômetros da Ponte da Integração. A obra da perimetral também é bancada pela Itaipu, ao custo de R$ 336 milhões.

Assim que liberada para passagem parcial, enquanto as aduanas não estiverem prontas na Ponte da Integração, o Registro Alfandegário será na Ponte Tancredo Neves, na fronteira com a Argentina. Os caminhoneiros sem carga que seguirão para o Paraguai precisarão ir até essa aduana para o processo migratório.

Estimativa de 250 caminhões por dia pela Ponte da Integração
A segunda ponte entre Brasil e Paraguai deverá contar com uma média diária de passagem de apenas 250 caminhões vazios. A estimativa é da Receita Federal, com base no fluxo destes veículos registrado na Ponte da Amizade. É por lá que passam, segundo a PRF, cerca de 40 mil veículos, entre caminhões, carros, motos e ônibus.

De início, a PRF não contará com um posto físico na Ponte da Integração. Segundo o inspetor Marcos Pierre Carvalho, a equipe que fará a fiscalização é a mesma que está na aduana com a Argentina. “Usaremos tecnologia com câmeras de monitoramento na cabeceira da ponte 24 horas por dia. A tecnologia está sendo testada. Ao notar qualquer ação suspeita ou identificar irregularidades, teremos equipes próximas que farão abordagens rapidamente”, destacou.

A preocupação entre agentes de segurança e de controle, no entanto, é se haverá efetiva fiscalização policial do lado paraguaio para evitar a travessia de veículos e pedestres para o Brasil.

Para o diretor-geral do lado brasileiro de Itaipu, Enio Verri (PT), há uma grande preocupação em liberar a ponte sem a estrutura básica de apoio. “A liberação não dependerá da Itaipu, mas não acreditamos que a estrutura deva ser liberada a qualquer custo. É muito importante ter suporte para apoio e operação necessários ao controle e fiscalização. Só depois disso passar a operacionalizar”, destacou.

Brasil e Paraguai ganham nova ponte para desafogar tríplice fronteira


Nova ponte é projeto monumental
A ponte é do modelo extasiada com duas monumentais torres de sustentação com 120 metros de altura. Com uma extensão de 720 metros, ela tem um vão livre de 470 metros. As pistas simples têm, segundo o DER-PR, 3,6 metros de largura, acostamento de 3 metros – na Ponte da Amizade não há acostamento – e calçamento de 1,7 metro de largura, em cada lateral.

A inauguração da ponte chegou a ser anunciada mais de uma vez durante o governo Bolsonaro, para o fim do ano passado, mas as datas e solenidades cogitadas não chegaram a acontecer. O empreendimento é uma ação do governo federal, em parceria com o governo do Paraná e a Itaipu.

Obras de execução da drenagem, com instalação de caixas e alas de bueiros, na aduana paraguaia. | Divulgação/DER-PR


Obra da Perimetral Leste
A Perimetral Leste terá a construção de novas aduanas e a rodovia de 15 km que vai conectar a nova ponte à BR-277. Ela se inicia na Ponte da Integração (Brasil-Paraguai), passando pelo bairro Porto Meira, em Foz do Iguaçu, até chegar à Ponte da Fraternidade (Brasil-Argentina). O trecho em obras inclui um viaduto de acesso à Ponte Tancredo Neves, na ligação entre Brasil e Argentina, e viadutos de acesso a Porto Iguaçu e no entroncamento com a Rodovia das Cataratas (BR-469), que dá acesso às Cataratas do Iguaçu. A expectativa é para que, com a perimetral e a segunda ponte liberadas, a Ponte da Amizade receba apenas o tráfego de turistas e passageiros.

Em boletim divulgado em fevereiro, o DER-PR informou que os serviços da Perimetral Leste seguem concentrados na construção do novo viaduto da BR-277. Dos seis viadutos da Perimetral, três estão com as estruturas prontas.

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EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO SOFREM PROTECIONISMO DE OUTROS PAÍSES

 


Protecionismo contra o Brasil: Europa piora as coisas, mas não está sozinha

Por
Marcos Tosi – Gazeta do Povo


Produtos de destaque do agronegócio brasileiro estão entre os que mais enfrentam barreiras protecionistas lá fora. Novas regras da União Europeia pioram situação, mas bloco não está sozinho nessa prática.| Foto: Dominic Wunderlich/Pixabay

Produtos de destaque do agronegócio brasileiro, como carnes, suco de laranja e café, estão entre os que mais enfrentam protecionismo e barreiras à exportação no mercado internacional. E uma nova onda de restrições pode estar a caminho, após a União Europeia aprovar a polêmica lei antidesmatamento, que pretende impor critérios unilaterais para dizer como outros países devem proteger seus biomas.

O levantamento “Relatório de barreiras comerciais identificadas pelo setor privado brasileiro”, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com 19 entidades empresariais, mostra que, globalmente, os embargos envolvem alegadas questões sanitárias e fitossanitárias, regulamentos técnicos, licenciamentos e, mais recentemente, critérios sociais e de sustentabilidade, como os anunciados pela União Europeia.

Para superar esses obstáculos, não basta apenas “ter razão”. O órgão de apelação da Organização Mundial do Comércio (OMC) se encontra paralisado há mais de quatro anos devido ao bloqueio dos EUA às indicações de novos juízes, por discordar de alguns processos e procedimentos. Por outro lado, o agravamento das disputas geopolíticas entre Rússia e China contra o Ocidente desestabiliza o fluxo do comércio, exigindo cada vez mais habilidades diplomáticas em negociações bilaterais, não só para abrir novos mercados como para manter espaços já conquistados.

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UE ignora selo global de qualidade da carne suína
Pelo mapa das barreiras levantadas pela CNI, várias restrições violam abertamente as regras da OMC e não se encaixam em outra categoria que não o mero protecionismo. Um exemplo é a proibição de importação de carne suína brasileira pela União Europeia. O último foco de febre aftosa, espécie de termômetro das boas práticas sanitárias, foi registrado no Brasil em 2006. Santa Catarina é reconhecida como área livre da doença sem vacinação desde 2007, enquanto Paraná e Rio Grande do Sul têm esse status desde maio de 2021. Mesmo assim, as autoridades europeias não levantam o embargo.

O bloco também não reconhece o sistema de segregação brasileiro no que se refere ao uso do aditivo alimentar ractopamina na alimentação dos suínos. Diferentemente de outros países que não aceitam a substância, como China e Rússia, mas reconhecem a produção segregada e mantêm as compras, Bruxelas proíbe os embarques com a justificativa de evitar qualquer risco.

Em relação ao frango, a Indonésia, país com alta demanda da proteína animal, simplesmente proíbe a importação do Brasil há décadas, mesmo após ter sido condenada em painel de disputa comercial na OMC. A Nigéria, outro grande mercado, também veta a entrada do frango e da carne bovina brasileira, e vem protelando qualquer abertura, apesar de já ter sido acionada em comitê da OMC. O México chegou a abrir seu mercado por meio de cotas em 2013, mas em 2020 voltou atrás, derrubando em 96% o volume de importações de aves do Brasil.

Protecionismo está à solta, diz Abag
Nos últimos trinta anos o Brasil foi um dos países mais ativos no acionamento da Organização Mundial do Comércio para resolução desse tipo de controvérsias, e, portanto, é um dos que mais perdem com sua paralisia. “Nosso interesse maior é que a OMC volte a operar. O protecionismo está mais à solta, o jogo ficou mais bruto”, avalia Ingo Plöger, vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).

Nos últimos anos, os ambientalistas ganharam musculatura nos parlamentos europeus e isso acabou levando o continente a focar num amplo plano de descarbonização, chamado de Green Deal. “Eles pegaram esse Green Deal e começaram a internacionalizá-lo. O problema é que o plano pode fazer sentido para eles, mas, quando internacionalizam, nem todos os critérios são válidos para outras realidades”, aponta Plöger.

Dentre as consequências, estaria a “aposta total” no carro elétrico, visto que as áreas que a Europa poderia destinar à produção de biomassa para etanol e biodiesel estarão comprometidas com o aumento do cultivo de orgânicos. Quanto aos defensivos agrícolas, para 2050 o bloco tem como meta reduzir à metade o que se aplica atualmente por hectare-ano cultivado. “Só que nós temos três safras, então é evidente que vamos gastar mais. Se pegassem o critério de tonelada de produção, a história seria diferente”, enfatiza.

Lei da reciprocidade: Brasil cogita pagar UE na mesma moeda
A lei antidesmatamento, aprovada pelo Parlamento Europeu no último dia 13, ainda precisará ser chancelada pelos parlamentos dos estados-membros antes de entrar em vigor, mas já está provocando forte reação brasileira, pelo menos no Congresso, que analisa um projeto de lei de “reciprocidade ambiental” com apoio do setor privado. “Tem produtores europeus que utilizam mão de obra ilegal na produção de vinho, de azeite e de outros produtos. Então, na reciprocidade, a gente também poderá solicitar que nos deem a certificação para cada garrafa de vinho”, aponta Plöger.

Mesmo quem não vê com bons olhos essa erosão das bases da organização do comércio global, como Daniel Vargas, professor da FGV Rio e doutor em Direito pela Universidade de Harvard, entende que o Brasil tem direito de pagar na mesma moeda.

“Se por um lado eles consideram que a gente desmata e descumpre critérios mínimos de exigência ambiental, por outro lado a gente sabe que os produtos deles que chegam aqui usam uma carga de energia produzida com carvão infinitamente maior do que a nossa. E que, portanto, geram impacto ambiental negativo”, sublinha. Para Vargas, num momento de tensão entre Oriente e Ocidente, em que a política europeia “prega valorização de comércio com amigos e vizinhos, é paradoxal que essa norma empurre o Brasil cada vez mais para os braços abertos da Ásia”, destaca.

Terreiro de café em Brasília| Wenderson Araujo / CNA

Carnes, café, laranja: restrições carecem de fundamentos
O comércio global não admite ingenuidades e o jogo duro inclui parceiros antigos, como a Arábia Saudita. Há 50 anos o país foi o primeiro cliente da Sadia no Oriente Médio, e até recentemente liderava o ranking dos embarques brasileiros de aves. Desde 2018, contudo, caiu para 5.º lugar, após cancelar licenças de 90% dos frigoríficos habilitados para exportação.

Como pano de fundo, a meta declarada do país árabe de alcançar 80% de autossuficiência até 2025. Isso inclui pressionar empresas brasileiras a abrir unidades no Oriente Médio, como ocorreu com a BRF, que tem o fundo soberano dos sauditas como acionista e inaugurou fábrica na cidade de Damman em junho do ano passado.

Dentre outros embargos ao agro brasileiro apontados no levantamento da CNI e entidades privadas, destacam-se ainda a taxação de 10% no açúcar mandado para a Argentina; 15% sobre o suco de laranja que não estiver ultracongelado e de 32% sobre o café processado enviado à China; proibição de importação de carne bovina pela Coreia do Sul, por suposto risco da doença da vaca louca, nunca registrada no Brasil; 30% de imposto sobre o frango inteiro e 100% sobre cortes e preparações embarcados para a Índia.

Curiosamente, o Japão favorece a entrada de suco de laranja não autêntico ao aplicar imposto de importação de 25,5% ao concentrado com mais de 10% de sacarose natural da fruta. Isso favorece concorrentes brasileiros que recorrem a processos industriais artificiais, não permitidos pelo Codex Alimentarius. Tailândia, China e Vietnã exigem certificado sanitário para importação de couro wet blue do Brasil, em desacordo com as normas da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

A União Europeia vem restringindo cada vez mais os limites máximos de resíduos de pesticidas, mesmo quando dentro dos parâmetros científicos aceitáveis; o bloco também pretende exigir auditorias para comprovar que produtos não estão associados ao desmatamento, além do mecanismo de ajuste de carbono na fronteira (CBAM), medida unilateral que vai taxar supostas emissões de CO2 embutidas nos produtos importados.

Cresce adoção de barreiras regulatórias e burocráticas
Para os analistas ouvidos pela Gazeta do Povo, nos últimos anos as barreiras comerciais ficaram mais sofisticadas e difíceis de combater, porque envolvem questões técnicas, regulamentos e licenças criadas para dificultar os acessos a determinados mercados.

É o caso dos países que não aprovam importação de produtos transgênicos cujas tecnologias não foram testadas em seus territórios, ignorando a validade dos testes internacionais, ou exigem certificados de custos elevados que inviabilizam o comércio. As chamadas due dilligences, auditorias nas cadeias produtivas para comprovação de práticas de sustentabilidade e uma série de adequações, também elevam os custos operacionais.

“O que estamos assistindo é a ascensão de uma nova modalidade de barreira, mais sofisticada e complexa, e por isso mesmo mais sinuosa e muitas vezes difusa e difícil de combater, que são essas barreiras técnico-burocráticas, barreiras abstratas de critérios ambientais, sem uma clareza específica do que significam, mas com objetivos muito claros de limitar certos produtos para beneficiar a economia e a indústria de um certo país”, afirma Vargas, da FGV. No longo prazo, acrescenta, esses países vão estar colocando à mesa de seus consumidores produtos de qualidade inferior e mais caros.

Até o pão de queijo brasileiro não tem visto para a Europa. Simplesmente porque o bloco não aceita apresentação de certificados de duas agências regulatórias diferentes, ou seja, do Ministério da Agricultura e da Agência de Vigilância Sanitária. Como a Anvisa não pode atestar informações com relação a ovos e lácteos, atribuição do ministério, o pão de queijo permanece proibido de embarcar.

Qualidade do frango brasileiro derruba barreiras
Tantas barreiras e embargos não têm sido suficientes para frear o agro brasileiro. O caso do frango é emblemático. O país exporta para 150 países e bate sucessivos recordes de embarques devido ao reconhecido status de qualidade sanitária e preço competitivo, além de ter sido “ajudado” recentemente por casos de gripe aviária entre os principais concorrentes.

Em que pese mudança de governos, o diretor de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luiz Rua, destaca que existe uma estreita e contínua cooperação do setor produtivo com as equipes técnicas dos ministérios no esforço para acessar novos mercados. “Somos incansáveis nesse sentido. Esses mercados podem abrir hoje, amanhã, ou daqui a dois ou cinco anos. Mas nunca deixamos de buscar o acesso, porque entendemos que o produto brasileiro é de qualidade, com sanidade, acessível às populações e pode ajudar na segurança alimentar dos países”, diz.

Para Rua, o Brasil trabalha de maneira a não ferir a avicultura dos importadores, mas atua em complementaridade, oferecendo o que falta na produção local. “Procuramos demonstrar que produzir para atender apenas a necessidade de um corte, por exemplo, seria muito mais ineficiente por parte desses países. Nosso papel não é substituir as produções locais, que têm seu peso e importância nas economias. Inclusive oferecemos matérias-primas para que essas mesmas industrias locais possam processar e entregar valor internamente em seus países. É um pouco como a gente trabalha e por isso estamos em 150 mercados”, sublinha.

Momento exige sintonia dos setores público e privado
O momento exige foco e pragmatismo do governo, na avaliação de Ingo Plöger, da Abag. “Na parte ambiental, acho que temos mais vantagens do que desvantagens, e essas vantagens tem que ser operacionalizadas. O governo tem que sair um pouco da questão dogmática e entrar na parte pratica. E juntar com forças na parte empresarial, por que temos essa janela de oportunidades para o Brasil se mostrar como potência agroindustrial, em energia sustentável e com uma cadeia produtiva muito alinhada. Temos muita coisa, mas não podemos ficar brigando entre nós, temos que nos unir para brigar lá fora”, conclui.

Se existe sintonia entre técnicos do setor privado e dos ministérios para conquistar novos mercados, não é possível dizer o mesmo do primeiro escalão do governo, a julgar por fatos recentes. Como a presença do chefe do MST João Pedro Stédile na comitiva de Lula na China, enquanto sua militância promovia invasões de fazendas no Brasil, e as declarações do presidente da Apex, Jorge Viana, que na mesma viagem “despromoveu” o agro brasileiro, que preserva 282 milhões de hectares de vegetações nativas, associando o setor ao desmatamento de florestas.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/agronegocio/protecionismo-contra-o-brasil-europa-piora-as-coisas-mas-nao-esta-sozinha/
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FUTURO DO DERROTADO PROJETO DAS FAKE NEWS

 

Por
Madeleine Lacsko – Gazeta do Povo


Regulação das redes sociais por parte dos Trës Poderes vem sendo apontada por especialistas como “censura”.| Foto: Reprodução Canva/Gazeta do Povo

A condução do projeto de lei apelidado de “Fake News” foi uma das estratégias mais desastradas para esse tipo de matéria. Na coluna anterior falei com profundidade sobre o projeto em si, a minha opinião sobre ele.

Hoje falo sobre outro tema, o que esperar após o fiasco do governo. Como tudo na nossa política, essa história virou um Fla-Flu. Uma vez que um tema entra nessa espiral, fica muito difícil ter qualquer discussão sobre o mundo real ou que abrigue nuances. As coisas ficam radicais e um lado precisa ser o extremo oposto do outro.

Todo projeto precisa ser discutido pelo menos dentro do Parlamento e, de preferência, em audiências públicas.

O projeto tem muitos problemas, mas há um estrutural que nem tem  a ver com o texto em si ou com as regulamentações. Estamos falando de algo novo e importante para a sociedade, a regulação das plataformas na internet. Muitos países têm tentado diversos modelos, alguns melhores e outros piores.

Em comum entre todos eles está a coesão social em torno do tema, mesmo quando a política está polarizada. Isso foi possível na União Europeia, no Reino Unido e na Austrália, por exemplo. Um projeto estrutural não tem chance de receber apoio popular no esquema “nós contra eles”. É precisamente o que foi feito aqui. E também por isso o apoio inicial foi se esfarelando.

Estamos diante de um projeto que sequer foi debatido. Esse é um ponto delicado e que precisamos compreender em profundidade.

A forma como o projeto foi feito é um entrave adicional para que seja aprovado no Congresso, já que ela apequena o Poder Legislativo. Projetos como o Marco Civil da Internet e a LGPD foram discutidos no Parlamento durante anos, com diversos especialistas. O texto foi alterado diversas vezes e houve debates técnicos acalorados. Mas, seguramente, você não se lembra desse clima de Fla x Flu que vemos agora. Isso ocorre porque a divergência era sobre a melhor forma de regulamentar um setor. Agora, existe uma demonização de parte a parte e diminuição dos debates.

O projeto original, que começa no Senado, não teve tanta discussão quanto outras legislações. Chegando na Câmara, ele foi modificado sem ter passado por uma única audiência pública. Quase metade do texto foi mudado. Ou seja, estamos diante de um projeto que sequer foi debatido. Esse é um ponto delicado e que precisamos compreender em profundidade. Já não estamos mais falando do teor do projeto em si, o que você pensa dele e se ele é bom ou ruim. O tema é outro. Estamos falando que todo projeto precisa ser discutido pelo menos dentro do Parlamento e, de preferência, em audiências públicas.

Éramos acusados de compactuar com pedófilos e neonazistas ou de defender os interesses escusos das Big Techs.

Temos a ilusão de que dar ministérios ou liberar emendas muda qualquer jogo no Congresso. Não muda. O benefício imediato tem de vir com outro, o da manutenção do eleitorado e longevidade do poder parlamentar. Precisa ser uma situação muito específica, urgente e importante para que os parlamentares aceitem um tipo de tramitação que apequena a casa.

Se você viveu a época do governo FHC, deve lembrar de uma reação brutal do Parlamento às Medidas Provisórias. Como elas são instrumentos que dão mais poder ao Executivo, deputados e senadores se inflamaram diversas vezes até que a articulação acertasse o passo. Não queriam votar mais nada se tivesse outra MP na praça, ameaçavam derrubar vetos ou derrubar as próprias MPs.

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Ao mesmo tempo em que a falta de discussão é uma fraqueza do projeto, pode ser o ponto de partida para fazer com que ele fique em pé de novo. Caso se tope mudar o texto por meio de audiências públicas, fazendo as discussões e concessões necessárias, ele pode voltar à vida. Mas também pode ser que exista uma nova tentativa de fazer a mesma coisa tentando obter resultado diferente. Talvez o governo coloque em pauta de novo. A última vez foi um fiasco enorme, que não precisava ter acontecido. Raramente se leva uma matéria do gênero a votação num clima divisionista e apostando em militância alarmista e mentirosa de influencer.

Regulação do mundo digital é o tipo de matéria que se aprova com jeito, não com força. Isso ocorre com todo tipo de regulação estrutural que afeta toda a sociedade e por um período considerável de tempo. Resta saber se será possível amadurecer esse projeto e transformar em uma regulação real do mercado – não apenas de conteúdo – ou se ele já foi triturado no Fla x Flu.

O projeto foi defendido pelo movimento luloafetivo demonizando qualquer um que ousasse questionar.

Fiz esse teste com algumas pessoas tão contrárias que chamam a peça de “PL da Censura”, a maioria sem ter lido o projeto em si. Ou seja, a sensação emocional que têm sobre ele é muito forte. Quando digo que talvez ele possa ser rediscutido em audiências públicas e modificado, essas pessoas não ficam felizes, ficam bravas.

No início eu não havia entendido direito. Se o projeto é ruim e pode ser modificado para melhor, deveriam estar felizes com a possibilidade. Mas a sensação de que ele é maléfico permanece mesmo quando dizemos que ele muda. Essa sensação existe, pode ser coletiva e com certeza afeta as ações dos parlamentares, que vivem de voto.

Rodrigo Pacheco já anunciou que pretende dobrar a aposta e colocar em pauta a regulamentação de Inteligência Artificial.

Muitos vão dizer que se pode apelar à racionalidade, explicar as mudanças e tudo mais. Não é assim, no entanto, que as pessoas funcionam. O projeto foi defendido pelo movimento luloafetivo demonizando qualquer um que ousasse questionar. Éramos acusados de compactuar com pedófilos e neonazistas ou de defender os interesses escusos das Big Techs. Ainda que ele seja mudado, esse carimbo permanece, não tem como tirar.

Rodrigo Pacheco já anunciou que pretende dobrar a aposta e colocar em pauta a regulamentação de Inteligência Artificial. É um projeto mais problemático ainda, por não entender a natureza e a realidade da IA. Ele não vai legislar sobre IA, legisla sobre o que pessoas que desconhecem IA imaginam que ela seja.

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Um exemplo elementar é a responsabilização do autor, prevista no projeto e patética se levada em conta a vida real. Os códigos são partilhados em sistemas abertos por seus autores e implementados por terceiros para fazer tecnologias. O ChatGPT, por exemplo, é o produto de uma empresa que utiliza códigos abertos e públicos há 6 anos. Suponha que haja algum problema gigantesco causado pelo ChatGPT. Quem deve ser responsabilizado e arcar com o prejuízo. Pelo nosso projeto, é o autor do código publicado há mais de 6 anos em fóruns utilizados para isso. É esse o nível técnico da coisa.

Talvez a melhor forma de regulamentar o setor seja agir como adultos e partir do zero, dando continuidade ao bom trabalho feito no Marco Civil e na LGPD. A chance de algo assim, no entanto, parece pequena e distante.


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MINISTRO DO STF MANDA E DESMANDA NESSE PAÍS

 


Por
Rodrigo Constantino – Gazeta do Povo

Ministro Alexandre de Moraes na última sessão plenária deste ano judiciário de 2021. Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF


O poder acumulado por Alexandre de Moraes é algo a ser estudado com afinco no futuro pelos cientistas políticos que mergulharem nesse período sombrio de nossa nação. Como deixaram um ministro supremo mandar tanto? Que tipo de subserviência colocou tanta gente como capacho de uma só pessoa?

Durante o voto no STF sobre a graça concedida pelo presidente Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira, Alexandre simplesmente interrompia o seu colega André Mendonça como se fosse seu superior, num tom arrogante e intimidatório. “É jurista?”, queria saber Alexandre sobre as fontes usadas pelo seu par – supostamente igual em poder.

Sim, um dos mencionados era jurista, inclusive foi colega do próprio Moraes. Mas este não passou recibo: “Mas nesse momento era candidato a deputado aliado de Bolsonaro”. É isso um argumento… jurídico? O próprio Alexandre não foi filiado ao PSDB de Geraldo Alckmin?

E quando foi o próprio Alexandre quem utilizou a imprensa como fonte, como quando mandou a Polícia Federal realizar busca e apreensão na casa de empresários grandes por conta de uma matéria de fofoca num site que usou um print de uma conversa particular no WhatsApp? Ali a imprensa – o site Metrópoles, sem muita credibilidade – era a voz da verdade?

Os arroubos cada vez mais frequentes, o tom pedante, o autoritarismo incontrolável e a imensa quantidade de decisões claramente inconstitucionais saltam aos olhos, inclusive de juristas. Mas poucos, é verdade, têm a coragem de se manifestar em público. Por que tanta gente teme Alexandre? Por que sua caneta concentrou esse imenso poder arbitrário, sem qualquer freio?

São as perguntas que caberão aos estudiosos no futuro responder. Há teses, claro. Paula Schmitt, jornalista séria, acha que muito jornalista deu guinada ideológica e saiu dos ataques ao petismo e ao abuso de poder supremo para sua defesa depois da Vaza Jato, quando uma quantidade inesgotável de conversas particulares caiu nas mãos do STF.

Outros acham que existe uma proximidade do ministro com a turma do PCC. Há ainda aqueles que garantem que o “sistema” podre está por trás de cada passo do ministro, que jamais faria tudo que fez até aqui sem esse respaldo.

Não tenho a resposta, apesar de ser um dos alvos do ministro. Após denunciar em corte internacional o inquérito ilegal de que é relator, vítima, investigador, procurador e juiz, acabei eu mesmo sendo arrastado para ele, aparentemente pelo “crime” de opinar de forma crítica contra tanto abuso.

Só sei que esse poder todo é assustador, como é temerário o enorme silêncio cúmplice de tantos. “O poder sem limites fere o Estado de Direito”, disse o próprio Alexandre ao votar contra o indulto concedido por Bolsonaro. Não sei se há ironia ou escárnio, ou se o ministro sequer percebe o quão escandalosa é esta fala vindo de quem vem.

Em seu editorial de hoje, o Estadão sobe o tom e chama o tal inquérito infinitamente elástico de “inquérito do fim do mundo”, como o próprio ministro supremo Marco Aurélio Mello havia chamado. O jornal tucano diz: “STF usa inquéritos sobre ‘fake news’ e milícias digitais como pretexto para investigar até suspeita sobre cartão de vacinação de Bolsonaro. Nenhum juiz dispõe de competência universal”.

“Too little, too late”, diriam os americanos. Essa denúncia vem tímida demais, tarde demais. Para um jornal que, para se livrar de Bolsonaro, acabou passando pano para esse estado de exceção criado pelo STF em geral e o ministro Alexandre em particular, esse tipo de crítica tardia soa oportunista. Talvez parte da imprensa tenha se dado conta de que alimentou demais o monstro que pode devorá-la.

Não foi por falta de aviso. Lá atrás, diga-se de passagem, quando ainda era conveniente a essa turma chamar gente como eu de “blogueiro bolsonarista” e depois aplaudir o uso desse poder arbitrário para nos perseguir e nos calar. Primeiro pegaram o Allan dos Santos, mas eu não gostava dele mesmo…


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GASOLINA COM 30% DE ETANOL BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS

 

Veja o impacto no seu carro

Medida prevê aumentar a quantidade de etanol na gasolina, que atualmente é de 27%, para reduzir as emissões, mas carros vão consumir mais e podem sofrer panes

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro e Jornal do Estadão

Gasolina
83% da frota de veículos leves no Brasil é composta por veículos flex fuel, que não sofrerá qualquer impacto com a medida

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, revelou que uma proposta visa aumentar a quantidade de etanol misturado à gasolina, de 27% para 30%. Segundo ele, um grupo de trabalho vai tratar do tema. A proposta será discutida na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Porém, ainda não há data para isso ocorrer. Silveira falou sobre a mudança durante a 6ª edição da Abertura da Safra Mineira de Cana-de-Açúcar, em Minas Gerais, na sexta-feira (28/5).

abastecimento flex
Reprodução/Internet

A princípio, a medida pode impactar todos os carros que circulam no Brasil. Por exemplo, quem abastece apenas com gasolina comum vai ter gastar mais. Afinal, a maior quantidade de álcool vai afetar o consumo e, ao mesmo tempo, diminuir a autonomia.

Vai prejudicar os carros?

Mas esse é apenas um dos pontos. De acordo com Clayton Barcelos Zabeu, professor doutor de engenharia mecânica do Instituto Mauá de Tenologia (IMT), há outras desvantagens para o consumidor. Antes de listar os pontos negativos, porém, cabe salientar que carros flex (83% da frota nacional) não sofrerão nenhum dano. Afinal, são feitos para usar gasolina ou etanol. Assim como a mistura dos dois produtos em qualquer proporção.

Entretanto, há duas outras categorias que podem sofrer impacto direto. A começar pelos carros mais antigos, que já não são nenhum primor em termos de eficiência energética. “Neles, o carburador pode dosar (a mistura ar/combustível) de forma inadequada. Afinal, a adição de etanol à gasolina era bem menor na época em que foram projetados”, diz Zabeu. Além disso, a mudança pode causar falhas no motor. Porém, isso depende do tipo de carro. Ou seja, de fatores como, por exemplo, o estado de peças, como o próprio carburador, velas de ignição, etc.

De acordo com Zabeu, nos carros com injeção eletrônica – um pouco mais novos, mas movidos apenas com gasolina – o impacto vai ser mais brando. Ele explica que esses sistemas permitem que o motor seja regulado automaticamente à demanda. Pro exemplo, “se o combustível tiver mais álcool, o sensor de oxigênio vai monitorar essa mistura. Mas, há limite. Tudo depende do projeto de cada montadora, pois cada uma tem a sua variação nominal”, aponta.


Conforme o engenheiro Everton Lopes, mentor de energia a combustão da SAE Brasil, o grande impacto pode acontecer nos veículos importados “que são puramente a gasolina e validados para uma mistura que levava 22% de etanol”, explica. “Mas o Brasil tem o combustível premium. Ou seja, a gasolina de maior octanagem, que por lei, têm 25% de etanol. É uma possível solução”, salienta.genharia pode suprir a questão

Em síntese, Lopes enfatiza que a engenharia pode suprir essa questão sem nenhum problema. “Nossos veículos já têm materiais metálicos, acabamentos e componentes que suportam a eventual oxidação que o etanol pode trazer, diferentemente da gasolina. A tecnologia existe. É uma questão de ir adaptando a frota. Afinal, o aumento do teor do etanol na gasolina é uma tendência, um caminho sem volta para trazer a descarbonização rápida para a nossa matriz energética. É uma decisão acertada. Nós precisamos, sim, migrar para a utilização cada vez maior de um combustível renovável”, aponta.

gasolina
Gabriela Biló/Estadão

Um ponto importante a ressaltar é a possível redução de preços do combustível. “Se (o aumento da mistura de etanol na gasolina) não vier acompanhado de redução de valor, é injusto”, defende Zabeu. Afinal, não dá para pagar o mesmo valor por um combustível que leva menos gasolina, que é mais cara do que o etanol.

Os benefícios

Se por um lado a medida prejudicaria tanto o bolso do consumidor quanto o funcionamento do carro, também há benefícios. De acordo com Silveira, o teor mais alto de etanol contribuiria para a redução da importação de gasolina. Sem contar o aumento da segurança energética por meio da “redução das emissões de gases do efeito estufa”.

Além disso, a mudança não vai ser feita de uma hora para outra. “Isso deverá acontecer de maneira gradual, com previsibilidade e transparência. Vamos fazer essa avaliação junto com a indústria automotiva e o setor produtivo de etanol para dar segurança aos consumidores”, diz Silveira.

Caso o projeto vá para frente, cerca de 2,8 milhões de toneladas de CO2 vão deixar de ser lançadas na atmosfera anualmente. Em paralelo, o consumo do etanol iria para 1,3 bilhão de litros. Hoje, apenas 30% dos carros em circulação no País usam etanol. “O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem como prioridade fomentar a indústria sucroenergética. Isso gera mais sustentabilidade para o setor de combustíveis e melhora nossa matriz energética”, afirma Silveira.

Houve aumento em 2015

Cabe ressaltar que a última elevação do percentual de etanol na gasolina ocorreu em 2015. Entretanto, na época a resolução do Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool manteve inalterado o teor de 25% de etanol anidro no caso da gasolina premium.

LEIS BRASILEIRAS NÃO SE APLICA A BOLSONARO E SEUS ALIADOS

 

O STF já resolveu há muito tempo que a lei brasileira não se aplica a Bolsonaro e aos seus aliados

Por J.R. Guzzo – Jornal Estadão

anulação do indulto que o ex-presidente Jair Bolsonaro concedeu ao ex-deputado Daniel Silveira é um ato de vingança do Supremo Tribunal Federal; não tem nada a ver com a lei. São atos de vingança as apreensões do seu celular e do seu passaporte. É um ato de vingança a prisão do oficial do Exército que foi ajudante de ordens do ex-presidente, e que, pelo Estatuto dos Militares, só poderia ter sido preso em flagrante. É um ato de vingança continuado a prisão do ex-secretário de Segurança de Brasília, por suspeita de omissão nos ataques aos palácios dos três Poderes no dia 8 de janeiro. É um ato de vingança a decisão do STF de criar no Brasil a sua própria lei de censura para a internet; já que a Câmara dos Deputados não aprovou o projeto de censura que o governo Lula quis impor ao País, em seu maior fiasco político até agora, o “cala-boca” oficial, como costuma dizer uma das ministras, virá por ordem direta do tribunal supremo.

Como achar que um país onde o poder público governa pela desforra e uma polícia cada vez mais parecida com a KGB, em vez de obedecer à Constituição e às leis, é uma democracia? Não é.

O caso do indulto anulado não faz nenhum nexo, nem do ponto de vista jurídico nem do ponto de vista da lógica comum. A anulação foi decidida pelo ministro Alexandre de Moraes; quase todos os outros ministros, como se fossem um partido político que vota igual ao chefe numa “questão fechada” (e tudo o que Moraes decide é questão fechada), concordaram com ele. Mas o indulto era perfeitamente legal; não podia ser julgado, nem eliminado. Ninguém aqui é “jurista” para ficar dizendo isso; o ministro, aliás, deixou claro no julgamento que cidadãos “não juristas” não têm direito de tocar no assunto. Mas quem disse que o perdão presidencial é legítimo foi o próprio Alexandre de Moraes. “O ato de clemência é privativo do presidente da República”, afirmou ele em plenário, anos atrás. “Podemos gostar ou não gostar, mas o ato não desrespeita a separação de Poderes. Não é uma ingerência ilícita na política criminal.”

Maioria dos ministros do STF votou por anular indulto que Bolsonaro concedeu a Daniel Silveira
Maioria dos ministros do STF votou por anular indulto que Bolsonaro concedeu a Daniel Silveira Foto: GABRIELA BILO/ESTADÃO – 14/12/2021

Em suma, segundo o ministro: o perdão, de qualquer tipo, é uma prerrogativa legal do presidente. Por que deixou de ser?

Deixou de ser porque o presidente em questão é Bolsonaro, e o STF já resolveu há muito tempo que a lei brasileira não se aplica a ele e aos seus aliados. A Constituição obriga a aplicar – mas o ex-presidente é de “direita”, e a extinção da “direita” se tornou uma questão de “interesse nacional”, que se coloca acima de qualquer preceito legal. Em seu nome, ficam valendo a censura, a supressão de direitos e a transformação do Brasil num estado policial.

TÉCNICAS DE VENDAS PARA OBTER SUCESSO NA SUA EMPRESA

 

André Bax – Fundador do EVEX EDUCAÇÃO EMPRESARIAL

Saiba quais são as principais técnicas que devem ser aplicadas para obter sucesso na sua empresa

Para obter o sucesso e vender mais, é necessário criar uma estratégia. Independentemente do setor de atuação, o maior desafio de qualquer negócio sempre vai ser aumentar o número de vendas. Esse planejamento é um direcionamento da empresa sobre quais objetivos se quer atingir, quando e de que maneira. Já as técnicas são habilidades táticas que cada vendedor usa para atingir os objetivos estratégicos da empresa em nível operacional.

A estratégia de vendas é um plano detalhado que uma empresa utiliza para alcançar seus objetivos de vendas e aumentar a receita. “É um conjunto de ações e táticas coordenadas para atrair, envolver, converter e reter clientes, bem como para fechar negócios e impulsionar as vendas”, afirma André Bax, Fundador do EVEX EDUCAÇÃO EMPRESARIAL.

André destaca que para montar uma técnica de vendas bem-sucedida, é importante entender as necessidades do mercado, conhecer bem o produto ou serviço oferecido, identificar o público-alvo, definir metas claras, monitorar e analisar constantemente os resultados, adaptar a estratégia de acordo com o feedback do mercado e capacitar a equipe de vendas para garantir a execução eficiente do plano.

As principais estratégias de vendas

Identificação do público-alvo: É fundamental conhecer profundamente o público-alvo para entender suas necessidades, desejos e comportamentos de compra. Isso permite adaptar a abordagem de vendas de acordo com o perfil do cliente;

Abordagem consultiva: Em vez de apenas vender produtos ou serviços, a estratégia de vendas pode se basear em uma abordagem consultiva, na qual o vendedor atua como um consultor para o cliente, entendendo suas necessidades e oferecendo soluções adequadas;

Personalização: Adaptar a oferta e a abordagem de vendas de acordo com as necessidades e preferências específicas de cada cliente pode aumentar as chances de sucesso nas vendas;

Construção de relacionamento: Estabelecer um relacionamento forte e duradouro com o cliente pode ser uma estratégia eficaz para garantir vendas repetidas e indicações para novos clientes;

Promoções e descontos: Oferecer promoções, descontos ou programas de fidelidade pode incentivar a compra e impulsionar as vendas.

Canais de venda: Utilizar diversos canais de venda, como lojas físicas, comércio eletrônico, redes sociais, representantes comerciais, Plataforma Comercial do site da Startup Valeon, entre outros, pode ampliar a exposição do produto ou serviço e alcançar diferentes segmentos de clientes;

Treinamento de equipe: Investir em treinamento e capacitação da equipe de vendas pode aumentar sua eficácia na abordagem aos clientes e na negociação de vendas.

Em suma, uma estratégia de vendas de sucesso requer uma abordagem planejada e focada, com base no conhecimento do mercado, definição de objetivos claros e mensuráveis, plano de ação detalhado, compreensão profunda do cliente, foco no relacionamento, monitoramento constante dos resultados e, se possível, o apoio de um mentor experiente. “Com uma estratégia de vendas sólida e o suporte adequado, uma empresa pode aumentar suas vendas, conquistar e reter clientes, e obter resultados financeiros positivos”, finaliza o fundador do EVEX EDUCAÇÃO EMPRESARIAL.

A importância do bom site da Valeon para o seu negócio

Moysés Peruhype Carlech

Antigamente, quando um cliente precisava de um serviço, buscava contatos de empresas na Lista Telefônica, um catálogo que era entregue anualmente ou comprado em bancas de jornais que listava os negócios por áreas de atuação, ordem alfabética e região de atuação.

De certa forma, todos os concorrentes tinham as mesmas chances de serem encontrados pelos clientes, mas existiam algumas estratégias para que os nomes viessem listados primeiro, como criar nomes fantasia com as primeiras letras do alfabeto.

As listas telefônicas ficaram no passado, e, na atualidade, quando um cliente deseja procurar uma solução para sua demanda, dentre outros recursos, ele pesquisa por informações na internet.

O site da Valeon é essencial para que sua empresa seja encontrada pelos seus clientes e ter informações sobre a empresa e seus produtos 24 horas por dia.  Criamos uma marca forte, persuasiva e, principalmente, com identidade para ser reconhecida na internet. 

Investimos nas redes sociais procurando interagir com o nosso público através do Facebook, Google, Mozilla e Instagram. Dessa forma, os motivos pelos quais as redes sociais ajudam a sua empresa são inúmeros devido a possibilidade de interação constante e facilitado como o público-alvo e também a garantia de posicionamento no segmento de marketplaces do mercado, o que faz com que o nosso cliente sempre acha o produto ou a empresa procurada.

A Plataforma Comercial site Marketplace da Startup Valeon está apta a resolver os problemas e as dificuldades das empresas e dos consumidores que andavam de há muito tempo tentando resolver, sem sucesso, e o surgimento da Valeon possibilitou a solução desse problema de na região do Vale do Aço não ter um Marketplace que Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos e o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

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Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.

Por que você deve contratar uma empresa para cuidar da sua Publicidade?

Existem diversos benefícios em se contratar uma empresa especializada para cuidar dos seus negócios como a Startup Valeon que possui profissionais capacitados e com experiência de mercado que podem potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto resulta em mais vendas.

Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?

A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas considerações importantes:

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

    valeonbrasil@gmail.com

sábado, 6 de maio de 2023

MUITO DINHEIRO GASTO NAS VIAGENS EM EXCESSO DE SENADORES

 

A farra dos voos executivos nas missões oficiais dos senadores pelo mundo

Por
Lúcio Vaz – Gazeta do Povo


O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) fez uma das maiores despesas com viagens.| Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O senador de primeiro mandato Laércio Oliveira (PP-SE) pagou R$ 66 mil por uma passagem na classe executiva para Houston (EUA). O senador Irajá (PSD-TO) torrou R$ 180 mil em quatro viagens. Numa delas, gastou R$ 70 mil com passagens executivas para Paris e Nova York. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), gastou R$ 91 mil com passagens e diárias, incluindo sua equipe de apoio. As despesas de 35 senadores com viagens  internacionais já somam R$ 1,3 milhão – R$ 762 mil com diárias e R$ 603 mil com passagens.

Laércio Oliveira viajou a Houston, no Texas, para participar da Conferência de Tecnologia Offshore no final de abril. Incluindo seis diárias, a despesa chegou R$ 85 mil. Com os gastos da viagem a Washington e Baltimore (EUA,) em março, a conta fechou em R$ 109 mil. Na viagem a Paris e Nova York, ao custo de R$ 72 mil, Irajá teve reunião sobre modelos de reforma tributária na OCDE e discussão sobre bioenergia no “Brazilian Energy and Sugar Week”. Nos voos para a Assembleia Geral da ONU e para a Assembleia da União Parlamentar, com “reuniões institucionais” no Reino de Bahrein, as despesas somaram R$ 94 mil, sendo R$ 55 mil com passagens na classe executiva. Em Pequim, integrando a presidencial, gastou R$ 15 mil com diárias.

A participação de Rodrigo Pacheco na delegação do presidente Lula em sua viagem à China custou apenas R$ 7,5 mil em diárias. Mas a viagem de um assessor e de um segurança do presidente do Senado gerou mais uma despesa de R$ 75 mil. A viagem a Londres, acompanhado de policial legislativo, custou mais R$ 54 mil, incluindo passagem na classe executiva.

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Quem têm direito à classe executiva
Pelas normas do Senado, a cúpula da casa tem direito de viajar na classe executiva. Mas essa cúpula é bastante ampliada. Entre os privilegiados estão os integrantes da Mesa Diretora (7), os presidentes de comissões permanentes (13) e líderes (21). Em resumo, são maioria na casa. Neste ano, 16 passagens foram pela classe executiva.

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) viajou a Manama (Reino do Barein) e a Tókio de 9 a 29 de março. Recebeu R$ 48 mil em diárias mais a passagem executiva de R$ 28 mil, num total de R$ 76 mil. Viajou do Barein a Tókio a convite do governo do Japão, que passou o seu transporte aéreo.

O senador Wellington Fagundes (PL-MT), líder do bloco parlamentar Vanguarda, viajou para Porto (Portugal) e Oslo (Noruega) em “missão internacional”, em março. As 11 diárias custaram R$ 34 mil. Com mais a passagem executiva de R$ 30 mil, a missão custou R$ 64 mil.

Efraim Filho (União-PB), líder da bancada, participar do Mobile Word Congress, em Barcelona, e das atividades da Delegação Datona, em Israel. A despesa ficou em R$ 58 mil, incluindo passagem executiva.

O líder do governo Lula, Jaques Wagner, viajou a San Diego (EUA) para visitar a Universidade da Califórnia. Gastou R$ 40 mil, com passagem na classe executiva no valor de R$ 24 mil. Também integrou a delegação do presidente Lula a Pequim, recebendo mais R$ 15 mil em diárias. Fechou a conta das viagens em 55 mil.

Giordano (MDB-SP) participou da Wasteexpo 2012, em New Orleans, em abril. A sua passagem custou R$ 31 mil. Com mais as diárias, a despesa fechou em R$ 49 mil. Sérgio Petecão (PSD-AC), presidente da Comissão de Segurança Pública, participou da reunião anual da Interparlamentar no âmbito da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Com passagem executiva de R$ 33 mil, fez um gasto de R$ 45 mil.

Rodrigo Cunha (União-AL) esteve em Guangzhou, na feira de importação e exportação da China – Canton Fair. A viagem custou R$ 53 mil, sendo R$ 26 mil com diárias. A passagem foi na classe econômica. Ciro Nogueira (PP-PI) viajou para a Audiência Parlamentar Anual da União Interparlamentar em Nova York. A despesa fechou em R$ 40 mil, com 28 mil de passagem executiva.

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A assessoria do senador Irajá afirmou que “todas as despesas citadas cumprem as regras do Senado e foram devidamente autorizadas, inclusive as passagens aéreas adquiridas diretamente pelo Senado Federal”. Acrescentou que as suas viagens ocorreram em missões que “trataram de relevantes temas para a economia do Tocantins e do nosso País. As agendas realizadas tiveram como objetivo a ampliação das relações comerciais com o intuito de estimular o ambiente de negócios para a geração de emprego e de renda para os brasileiros”.

Disse ainda que Irajá é membro da Comissão de Assuntos Econômicos e autor, no Senado, da criação da Frente Parlamentar dos BRICS, “grupo de países com enorme peso na balança comercial do Brasil”.

A assessoria de Nelsinho Trad afirmou que as suas viagens foram na condição de representante do Senado Federal, “devidamente autorizado pelo órgão competente da Mesa Diretora, seguindo todos os trâmites legais. A missão no Barein foi como observador e presidente do Parlamento Amazônico, onde participou como palestrante na Assembleia da União Interparlamentar (UIP). Na semana seguinte, embarcou em missão a Tóquio, por convite do governo japonês. O transporte aéreo internacional foi pago pelo governo do Japão”.

O gabinete de Ciro Nogueira afirmou que os bilhetes da sua viagem foram emitidos pelo Serviço de Gestão de Passagens do Senado Federal, “após rigorosa pesquisa de preços”. Os demais senadores citados foram procurados, mas não responderam até a publicação da reportagem.


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