sexta-feira, 11 de novembro de 2022

PT NÃO DEFINE O SISTEMA ECONÔMICO PARA O MERCADO

 

E ainda: Negociações no Congresso

Por
Anderson Gonçalves – Gazeta do Povo


Mercado repercute indefinições na economia.| Foto: Divulgação/B3

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Em meio à indefinição sobre a equipe econômica do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as negociações para furar o teto de gastos e a alta da inflação, o mercado financeiro teve um dia agitado nesta quinta-feira (10). A bolsa de valores registrou queda de 3,35% e o dólar fechou o dia cotado a quase R$ 5,40. Lula, que pela manhã havia criticado o teto de gastos, comentou a reação: “nunca vi mercado tão sensível como o nosso”. Veja o que mais disse o petista.

Contas no vermelho. A verdade é que as promessas feitas por Lula, como o Auxílio Brasil de R$ 600 e o aumento real do salário mínimo, devem levar as contas públicas de volta ao vermelho e elevar a dívida do governo.

Base no Congresso. Enquanto isso, aliados de Lula trabalham na construção de uma base aliada junto a partidos de centro no Congresso, a fim de garantir a governabilidade a partir de 2023. Saiba como estão as negociações.

Política, Economia e Mundo
Relatório sobre as urnas. O Ministério da Defesa comentou o relatório sobre a fiscalização das urnas eletrônicas e disse que ele “não exclui a possibilidade de fraude ou inconsistência”. Veja também como reagiram a base do presidente Jair Bolsonaro e seu partido, o PL.

Manifestações nos quartéis. As manifestações em frente a quartéis indicam que Lula terá uma oposição forte vinda das ruas. Veja o que dizem alguns parlamentares. Nossa reportagem acompanhou a mobilização em Brasília, onde manifestantes dizem que “não há data para acabar”.

Giro pelo mundo. Promotores de Los Angeles arquivaram o caso contra uma empresa acusada de enviar à China dados sobre funcionários eleitorais. Ainda nos EUA, derrotas de aliados na midterms ameaçam a candidatura de Donald Trump em 2024.

Opinião da Gazeta
O desafio das estradas. Entre as áreas nas quais o governo de Jair Bolsonaro mais se destacou nesses quatro anos está a da infraestrutura. No entanto, ainda há muitas razões para preocupação em relação ao principal modal de transporte do país. Veja um trecho da opinião da Gazeta:

O prejuízo causado por estradas ruins é enorme e amplamente conhecido: o principal está nas vidas perdidas em acidentes causados pela má condição das pistas, aliada ao mau comportamento dos motoristas. Mas também existe impacto econômico e ambiental: segundo a CNT, o custo com acidentes supera há muitos anos o investimento feito nas estradas.

O que mais você precisa saber hoje
Censura de parlamentares. “Há uma ditadura do poder Judiciário em relação a outros poderes”, diz Marcel van Hattem

Futuro governo. Após se destacar na campanha, Tebet ganha autonomia do MDB para “escolher” ministério

Pandemia. Como o ensino remoto e o fechamento de escolas derrubaram o desempenho escolar nos EUA

Artigo. Maduro e Kerry dão risadinha juntos na Conferência do Clima da ONU

Colunas e artigos
Censura escancarada. Depois do economista Marcos Cintra, foi a vez do jornalista Adrilles Jorge ficar impedido de se comunicar com seus quase um milhão de seguidores por ordem de Alexandre de Moraes. Cristina Graeml conversou com ele sobre mais esse caso de censura.

J.R. Guzzo mostra que os 33 milhões de famintos no Brasil sumiram após a eleição de Lula.

Luís Ernesto Lacombe faz uma crônica sobre o rei dos porões.

Para inspirar
As tendências para decoração natalina. O Natal vem aí e, para os entusiastas dessa época, a decoração é uma atração à parte. A cada ano, as inovações surpreendem com temáticas, cores e personagens variados. Por isso, levantamos as principais tendências para você fazer apostas certeiras.

Tenha um ótimo dia e um excelente fim de semana!

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INTERPRETARAM MAL O RELATÓRIO DAS FORÇAS ARMADAS SOBRE A ELEIÇÃO

 

Relatório sobre urnas

Por
Alexandre Garcia

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) conclui a assinatura digital e lacração dos sistemas eleitorais que serão usados nas eleições de outubro (José Cruz/Agência Brasil)


Relatório do Ministério da Defesa não conclui nem que houve fraude, nem que o processo é totalmente inviolável.| Foto: José Cruz/Agência Brasil

As fake news continuam. Vejam só: o Ministério da Defesa, na quarta-feira, soltou uma nota explicando, em resumo, que durante a eleição houve acesso à rede na hora que estavam distribuindo o código-fonte e gerações de códigos binários. Portanto, não é possível assegurar que o sistema está isento de códigos maliciosos e, por isso, o Ministério da Defesa recomenda investigar o ocorrido com o código-fonte e analisar códigos binários que foram executados nas urnas. Mas o jornalismo de hoje em dia abriu manchete dizendo: “o Ministério da Defesa confirma que não houve fraude”.

Então, o Ministério da Defesa teve de soltar outra nota para repetir o que havia dito na primeira nota. Parece que não entenderam; é claro que não quiseram entender. “O Ministério da Defesa não descartou a possibilidade de fraude, porque o TSE restringiu o acesso ao código-fonte dos aparelhos e às bibliotecas do software das urnas. Não é possível, então, assegurar que os programas executados nas urnas estão livres de inserções maliciosas que alterem seu funcionamento”, diz o ministério, que pediu uma comissão para estudar isso. Só que o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, parece que cortou o barato; já disse que este assunto se encerrou, usando o passado.

Enquanto isso, o presidente eleito Lula, antes de visitar o Supremo, fez um discurso dizendo que o presidente Bolsonaro humilhou as Forças Armadas ao pô-las para fiscalizar as eleições, quando quem devia fiscalizar era a sociedade civil. Ele sabe, você sabe, eu sei que não foi o presidente Bolsonaro quem fez isso; foi o TSE que pediu para as Forças Armadas integrarem aquele mutirão de fiscalizadores que tinha OAB, partidos políticos, TCU etc. Então, o que o futuro presidente fez foi tentar jogar as Forças Armadas contra Bolsonaro. Como assim? Já estamos nas tentativas de jogar uns contra os outros? Estranho…


MDB na transição e Lula no Egito
A transição tem mais duas pessoas importantes, notáveis, e que você conhece. O MDB anunciou, para integrar a equipe de transição – que agora tem 13 partidos –, dois grandes nomes do partido: Renan Calheiros e Jader Barbalho. Pois é… enquanto isso, Lula vai para o Egito, a Sharm El Sheikh, numa pontinha do Mar Vermelho, para a conferência mundial do clima. Vão com ele Janja, Marina Silva, Simone Tebet, Celso Amorim, Fernando Haddad, Aloizio Mercadante e mais 20 deputados e 13 senadores, inclusive o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o mesmo que vem segurando os requerimentos sobre ministros do Supremo. A ex-corregedora do Superior Tribunal de Justiça, ministra Eliana Calmon, disse na Jovem Pan, em entrevista da qual eu participei, que o Supremo segura inquéritos envolvendo parlamentares, e os parlamentares seguram os requerimentos do Supremo. Aquela história de uma mão lava a outra.

Mas falando em Egito, vocês todos lembram que em 2011 o povo foi para a rua e não saiu de lá até que, no 18.º dia de protesto, caiu o ditador Hosni Mubarak, que estava havia 30 anos do poder. Foi parte da Primavera Árabe.


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OS 33 MILHÕES DE FAMINTOS QUE O PT ALEGAVA TER SUMIRAM DEPOIS DA ELEIÇÃO

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo

The poor old man’s hands hold an empty bowl. The concept of hunger or poverty. Selective focus. Poverty in retirement.Homeless. Alms


| Foto: Bigstock

Onde teriam ido parar, à esta altura do jogo, os “33 milhões” de brasileiros que passam “fome?” Eles foram um tema de grande sucesso na propaganda eleitoral de campanha – afinal, segundo o PT, o presidente Jair Bolsonaro era pessoalmente responsável por este horror, e não se pode votar num candidato que impede as pessoas de comer, não é mesmo? O problema, naturalmente, iria sumir a partir de 1º. de janeiro de 2023 com o começo do governo Lula; no mesmo dia, na hora da janta, já estaria todo mundo de bucho cheio. Claro que sim – prepare-se para passar os próximos anos ouvindo que o Brasil não tem problema nenhum, de qualquer tipo, e se tiver algum a culpa será da “herança maldita” de Bolsonaro etc. etc. etc. Mas, neste caso, não foi preciso nem esperar a posse: o problema já não existe mais, pela excelente razão de que nunca existiu.

Quem afirma isso não é nenhum marqueteiro bolsonarista – é o Banco Mundial, considerado a autoridade pública mais realista na avaliação de questões ligadas à miséria. Segundo o seu último relatório, que acaba de ser divulgado, a extrema pobreza no Brasil caiu em 2020 para o patamar mais baixo da série histórica dessas medições, iniciadas em 1980. Os brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza, considerada o marco básico para a medição da fome, caíram para menos de 2% da população – 1,9%, mais exatamente, o que equivale a pouco mais que 4 milhões de pessoas. Em relação ao ano anterior, 2019, mais de 7 milhões de brasileiros saíram da miséria – pelos critérios do Banco Mundial, a situação de quem ganha 2,15 dólares por dia, ou algo como 330 reais por mês. De 2020 para 2022, o número de miseráveis caiu mais ainda, com o começo do pagamento do “Auxílio Brasil”, de 400 reais por mês. Ou seja, no mundo dos fatos: nunca o Brasil teve um número tão baixo de pessoas vivendo na pobreza extrema e, portanto, sujeitas à fome. É exatamente o contrário da “verdade” revelada por Lula e pelo PT durante toda a campanha eleitoral.

O fato, auto evidente desde sempre pelo raciocínio lógico, é que o número de “33 milhões” de mortos de fome jamais fez sentido nenhum; é resultado do boletim de uma ONG, nada mais que isso, e sem a mais remota comprovação ou fundamento técnico. Não é uma informação do IBGE, ou de qualquer entidade séria, brasileira ou internacional – sempre foi uma invenção de militantes de esquerda, com objetivos claramente políticos. Como poderia, aritmeticamente, haver 33 milhões de pessoas passando fome no Brasil? Em maio deste ano, segundo os números do Cadastro Único do Ministério da Cidadania, havia cerca de 185.000 moradores de rua no país – um número que ajuda muito a definir as dimensões da miséria nacional. Este número está subestimado? Não inclui os miseráveis que não moram na rua, ou que vivem em áreas rurais? Muito bem: multiplique-se a cifra por dez. Vai dar menos de 2 milhões de pessoas.  Ainda não está bom? Então que se multiplique por vinte. Vai dar menos de 4 milhões – o que está perto dos números do Banco Mundial. Num caso e no outro, o que esses totais têm a ver com os “33 milhões” do PT? Não têm absolutamente nada a ver.

Nunca o Brasil teve um número tão baixo de pessoas vivendo na pobreza extrema e, portanto, sujeitas à fome. É exatamente o contrário da “verdade” revelada por Lula e pelo PT durante toda a campanha eleitoral

Ainda bem que com a volta de Lula ao governo essas e quaisquer outras desgraças vão desparecer. Não vai mais haver fome, nem gente pobre, todo mundo vai ter carro, morar num apartamento com varanda e viajar de avião. Está tudo resolvido.

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LULA NÃO QUER RESPEITAR O TETO DE GASTOS E A RESPONSABILIDADE FISCAL

 

A responsabilidade fiscal não é uma maldade para beneficiar banqueiros, mas obrigação de um governo sério para proteger a todos, principalmente os mais pobres

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ia muito bem, na articulação de apoios e nas manifestações, mas começou a tropeçar nas palavras. E começou cedo, numa área muito delicada: a economia. Chorar ao falar da fome é digno de Lula, de sua biografia e de seus compromissos de campanha, mas atacar “a tal estabilidade fiscal”? Como assim?

É coisa para um Jair Bolsonaro em guerra com o submisso Paulo Guedes, não para um Lula em incessante busca de apoios. A reação foi rápida: o mercado se alvoroçou, o dólar disparou para R$ 5,39, a Bolsa caiu. Desnecessariamente.

É hora de deixar Bolsonaro para trás e olhar para frente. Sem ódio e com responsabilidade. Aliás, não só fiscal.
É hora de deixar Bolsonaro para trás e olhar para frente. Sem ódio e com responsabilidade. Aliás, não só fiscal. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

A responsabilidade fiscal não é uma maldade para beneficiar banqueiros, mas obrigação de um governo sério para proteger a todos, principalmente os mais pobres. Estourar as contas públicas é tirar dinheiro de quem mais precisa do Estado e soa como o velho mantra de que “um pouco de inflação não faz mal a ninguém”. Faz, sim, mais ainda para os pobres que Lula acha que está defendendo ao atacar a responsabilidade fiscal.

Na quarta, Lula foi no ponto, ao enfatizar suas prioridades, falar da “dívida social de 500 anos com os pobres” e definir, em tese, a diferença entre gastos e investimentos quando se trata de educação, saúde e pobreza – de gente, enfim. E deu um passo adiante, mas no limite: “Guardar dinheiro para pagar dívida de banqueiro?”

Faz sentido, sem jogar para o alto a responsabilidade e sem atrapalhar o objetivo maior, de manter força na sociedade, sólida base no Congresso e confiança dos setores produtivos e financeiros, para botar o barco na água, navegar com segurança em águas turvas e fazer a transição até a terra firme.

Nesta quinta-feira, 10, porém, Lula voltou ao palanque: “Por que as pessoas falam que é preciso cortar gastos, fazer superávit e teto de gastos?”. Pôs Janja num lugar que não cabe a ela e errou no tom e no discurso, que agrada ao PT e à esquerda, mas não convém a um governo de união, comprometido com o desenvolvimento sustentável. Para repetir o óbvio, a prioridade de combater a miséria, precisa atacar princípios de boa governança e uma política econômica responsável?

Lula acerta na transição com Persio Arida e André Lara Resende, bons quadros petistas, aliados e mulheres admiráveis, batendo nas teclas da “normalidade”, “harmonia entre os Poderes”, “reconstrução”, “esperança”. Não deveria voltar a falar mal da herança de FHC nem atacar Bolsonaro e meter as Forças Armadas no meio. É hora de deixar Bolsonaro para trás e olhar para frente. Sem ódio e com responsabilidade. Aliás, não só fiscal.

A JUSTIÇA AOS PÉS DO REI DOS PORÕES

Quem manda no Brasil

Por
Luís Ernesto Lacombe – Gazeta do Povo


Detalhe da Alegoria do Mau Governo, afresco de Ambrogio Lorenzetti no Palazzo Pubblico de Siena (Itália). O Tirano é rodeado pelas figuras da Avareza, do Orgulho e da Vanglória; aos seus pés, a Justiça aparece amarrada.| Foto:

Ele é a verdade. Ele é a justiça. Ele tem todos os poderes. Suas leis são nossas leis. Suas ordens não podem demorar a ser cumpridas. E o prazo deve ser curto mesmo. Ele é bonzinho, oferece solidariamente algumas horas para que entendam suas boas intenções e se rendam. Ele é a bondade, o detentor de todas as virtudes. Não há ser mais correto, mais bem intencionado.

Seu argumento é claro: é assim, e pronto. Liberdade de expressão apenas para aqueles que a mereçam, que saibam o que se pode e o que não se pode falar. Onde já se viu? Esqueçam as leis que não são dele, calúnia, injúria, difamação… Esqueçam essa história de que alguém que se sinta prejudicado deve pedir ressarcimento. Ninguém faz pedidos, ninguém tem esse direito, exceto seus companheiros. Todos devem cumprir ordens, as ordens dele, o que a cabeça e o fígado dele determinam.

Nosso pensamento foi sequestrado por um santo homem. O resgate é a purificação da nossa alma. Ele cuida de nós, cuida da nossa vida, é nosso tutor. Só ele sabe que informações devemos receber, só ele sabe o que devemos dizer

Não perguntem, não indaguem, não contestem. Isso é coisa de moleque, de rebelde, de gente que não enxerga o lindo caminho da pacificação por meio do poder absoluto. Pensem como ele, sigam seus ensinamentos. Não façam birra. Ele já explicou tão explicadinho o que é fake news, o que é desinformação. Suas verdades devem ser as verdades de todos. Se você não pensa como ele, sua intolerância fica patente e justifica um castigo.

Parlamentares, campeões de votos, cantores, empresários, jornalistas, comunicadores, calem a boca! Povo nas ruas, povo pacífico e ordeiro, cale a boca! E volte para casa. O autoritarismo está aí para defender nosso bem maior: a democracia. É assim tão difícil de entender? Ou será preciso desencarcerar mais bandidos de verdade e aprisionar metade da população?

Nosso pensamento foi sequestrado por um santo homem. O resgate é a purificação da nossa alma. Ele cuida de nós, cuida da nossa vida, é nosso tutor. Só ele sabe que informações devemos receber, só ele sabe o que devemos dizer. Sua democracia é tão clara: ou pensa como ele ou não pensa. Tão simples.


Do que posso falar?
Não é intimidação nem controle nem manipulação. É carinho, é preocupação paterna, fraterna, é cuidado extremo. Não há nada a denunciar. Temos de agradecer. A luz que vem dele nos guiará. Ele é o mais poderoso dos poderosos de todos os tempos. Devemos ser gratos… Contestar seu reinado é atacar a democracia.

Por isso, se ele perguntar, como aquele antigo personagem de Jô Soares: “Dessa terra que eu amo, desse povo que eu piso o que sou, o que sou, o que sou?” Nós, os pisoteados, devemos responder, num coro só, compreendendo a salvação, a redenção que ele representa: “Sois rei! Sois rei! Sois rei!”


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IMPLANTAÇÃO DO METAVERSO NO MARKETING DIGITAL

 

Danilo Matos

Impulsionados por marcas e grandes empresas. E o que marketing digital?

Profissionais da área de Marketing falam sobre o impacto do Metaverso nas relações de consumo e avaliam como será implantado no marketing digital.

O aceleramento do consumo causado pela pandemia evidenciou um movimento que até então era popular apenas no mundo dos games. O termo metaverso ganhou destaque quando em meados de 2021, Mark Zuckerberg, o CEO do Facebook, modificou o nome da sua empresa para Meta Platforms, essa movimentação deu vazão para o termo que surgiu há pelo menos 30 anos, em uma obra literária de ficção científica.

O metaverso é definido por um espaço virtual compartilhado, uma tecnologia capaz de inserir pessoas e coisas reais em um universo virtual. Além da tecnologia de realidade virtual, outras tecnologias descentralizadas como criptomoedas e NFTs também contribuem para a construção desse ciberespaço.

O Head de Marketing da Sphynx, Danilo Matos explica que hoje temos inúmeros tipos de metaverso, como o metaverso descentralizado, que foi criado para o funcionar dentro de um blockchain, ou seja, tudo ali dentro ou é um NFT ou tem criptomoedas ou tem tokens funcionando ali dentro.

“O metaverso que eu acredito que demorará mais para funcionar e se popularizar é justamente esse, porque ele depende do onboarding de blockchain.Se a pessoa quiser participar do The SandBox por exemplo, ela obrigatoriamente precisa abrir uma carteira e infelizmente atualmente esse onboarding não é tão fácil quanto a gente pensa”.

Para além da abertura de carteira no metaverso, Danilo conta que existem processos burocráticos para se explorar o universo virtual da Web3.

NFT para endomarketing

O movimento de ativos digitais e do ciberespaço, empresas de todos os tipos e segmentos têm encontrado formas de se inserir, mesmo que de forma gradual e pontual.

O Head conta que empresas têm cada vez mais aumentado a sua abertura e intenção em se conectar com o metaverso. Danilo explica que recentemente entregou um projeto de NFT para uma empresa do ramo hospitalar.

” A ideia da empresa era comemorar o sucesso de implementação de um aplicativo, junto ao seu time de marketing e TI, distribuindo NFTs aos membros participantes do projeto, a empresa não só presenteou seus colaboradores com o NFTs, mas também uma trilha de conteúdo sobre web3, criptomoedas, sobre carteira”, avalia.

Marketing digital no Metaverso

Como dito anteriormente, o metaverso hoje orbita o mundo dos games e de marcas e personalidades que pontualmente se mostram abertos a essa tecnologia. Para o Marketing Digital existem oportunidades a médio prazo, com o foco no desenvolvimento interfaces de realidade virtual para criação de ambientes totalmente digitais e imersivos.

A integração entre real e virtual se dá através de dispositivos tão familiares quanto os óculos que usamos no dia a dia, porém capazes de processar informações sob a forma de sons, imagens e texto projetando-os no espaço físico.

Para o CEO da TRIWI consultoria em Marketing Digital Ricardo Martins, as empresas de marketing digital podem despontar nesse primeiro momento para testarem o melhor formato que faça sentido aos seus clientes e aos objetivos da empresa, criando um paralelo entre mundo real e virtual.

“Acredito que quando o metaverso estiver estabelecido, o marketing digital pode aproveitar oportunidades de anúncios de outdoor em redes de display, por exemplo, assim como a possibilidade de segmentar público nos anúncios de forma unificada” Finaliza.

Com inúmeras possibilidades o metaverso é a grande aposta de empresas de tecnologia e comunicação, com a capacidade de ser formatado nos próximos anos, as empresas especulam e se movimentam em busca do seu lugar no ciberespaço.

Sobre a TRIWI

A TRIWI é uma agência de Marketing Digital e Assessoria de Imprensa especializada em B2B. Com atuação focada em Agronegócio, Indústria, Tecnologia e Serviços.

Fundada em 2018, a TRIWI iniciou as atividades para atender uma demanda do mercado, com soluções práticas, individualizadas e personalizadas, visando atender as reais necessidades de seus clientes, com planejamento estratégico, geração de negócios e auxílio das inovações digitais.

A importância do bom site da Valeon para o seu negócio

Moysés Peruhype Carlech

Antigamente, quando um cliente precisava de um serviço, buscava contatos de empresas na Lista Telefônica, um catálogo que era entregue anualmente ou comprado em bancas de jornais que listava os negócios por áreas de atuação, ordem alfabética e região de atuação.

De certa forma, todos os concorrentes tinham as mesmas chances de serem encontrados pelos clientes, mas existiam algumas estratégias para que os nomes viessem listados primeiro, como criar nomes fantasia com as primeiras letras do alfabeto.

As listas telefônicas ficaram no passado, e, na atualidade, quando um cliente deseja procurar uma solução para sua demanda, dentre outros recursos, ele pesquisa por informações na internet.

O site da Valeon é essencial para que sua empresa seja encontrada pelos seus clientes e ter informações sobre a empresa e seus produtos 24 horas por dia.  Criamos uma marca forte, persuasiva e, principalmente, com identidade para ser reconhecida na internet. 

Investimos nas redes sociais procurando interagir com o nosso público através do Facebook, Google, Mozilla e Instagram. Dessa forma, os motivos pelos quais as redes sociais ajudam a sua empresa são inúmeros devido a possibilidade de interação constante e facilitado como o público-alvo e também a garantia de posicionamento no segmento de marketplaces do mercado, o que faz com que o nosso cliente sempre acha o produto ou a empresa procurada.

A Plataforma Comercial site Marketplace da Startup Valeon está apta a resolver os problemas e as dificuldades das empresas e dos consumidores que andavam de há muito tempo tentando resolver, sem sucesso, e o surgimento da Valeon possibilitou a solução desse problema de na região do Vale do Aço não ter um Marketplace que Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos e o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

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Moysés Peruhype Carlech

Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver, gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma consultoria que conta com a expertise dos melhores profissionais do mercado para auxiliar a sua empresa na geração de resultados satisfatórios para o seu negócio.

Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.

Por que você deve contratar uma empresa para cuidar da sua Publicidade?

Existem diversos benefícios em se contratar uma empresa especializada para cuidar dos seus negócios como a Startup Valeon que possui profissionais capacitados e com experiência de mercado que podem potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto resulta em mais vendas.

Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?

A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas considerações importantes:

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

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A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

NOTÍCIAS DO BRASIL NA IMPRENSA ALEMÃ

 

dw.com 

Jornais da Alemanha consideram vitória de Lula boa notícia tanto para a proteção climática como para a democracia. Críticas à falha de Bolsonaro em reconhecer derrota, e ao mito de que ele foi bom para a economia.

AME1793. RÍO DE JANEIRO (BRASIL), 06/07/2022.- El expresidente y candidato a la Presidencia de Brasil Luiz Inácio Lula da Silva participa en una reunión con representantes de la Samba para participar en un debate sobre el sector cultural, hoy, en la cancha de la escuela de samba Unidos da Tijuca, en Río de Janeiro (Brasil). El dirigente de la izquierda brasileña Luiz Inácio Lula da Silva mantiene una distancia de 14 puntos porcentuales frente al presidente Jair Bolsonaro en una encuesta sobre intenciones de voto con vistas a los comicios del 2 de octubre divulgada este miércoles. EFE/ André Coelho

O Brasil na imprensa alemã (09/11)© Andre Penner/AP Photo/picture alliance

Die Zeit – Floresta e eleição (03/11)

A vitória de Lula é boa para a Amazônia e, portanto, para o mundo. Mas ele também pode curar seu país?

O fato de Lula da Silva, esse velho obstinado da esquerda latino-americana, ter vencido as eleições brasileiras fez grande parte do mundo suspirar aliviada. Esta eleição também preocupava muito o mundo. Pois a vitória de Lula era, sem dúvida, a última chance para a Amazônia, cuja preservação é tão crucial para o clima e a biodiversidade.

O presidente atual, Jair Bolsonaro, havia explicitamente deixado a maior floresta tropical do planeta à mercê da destruição por madeireiros, mineradoras e fazendeiros saqueadores; enquanto Lula assumiu um compromisso sério com a proteção da floresta já na noite da eleição, que pode até chegar ao reflorestamento parcial. Ele também quer exigir fundos internacionais maciços e apoio técnico para isso. É por este motivo que no último minuto se fez convidar para a conferência do clima no Egito.

Pelo menos tão ameaçada como a floresta tropical está a democracia. Mas o mundo democrático pode ter esperanças de obter de Lula um comportamento muito diferente: que ele encontre uma receita para desfazer o dano imposto à democracia brasileira nos últimos quatro anos.

[…]

Os exemplos mostram a velocidade com que um regime de ultradireita pode atualmente erodir uma democracia e suas instituições. Eles também mostram o quão sobre-humanas são as expectativas que pesam sobre Lula: que, com sua mistura de carisma e mentalidade representativa, apelos à reconciliação nacional e negociação paciente na velha tradição sindical, encontre um antídoto para o veneno da era Bolsonaro.

Se ele fracassar, Jair Bolsonaro ou seus imitadores voltarão em breve. Eles vão se vingar. Claro que também na floresta tropical.

Die Tageszeitung – Os vagos dois minutos de Bolsonaro (03/11)

Após 45 horas de silêncio, o presidente do Brasil derrotado nas urnas, Bolsonaro, diz que a transição de governo está prestes a começar. No entanto, ele não admite sua derrota diretamente.

O Brasil debate sobre um discurso de dois minutos. Passadas 45 horas desde sua derrota eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro compareceu diante da imprensa na tarde de terça-feira. Não parabenizou Luiz Inácio “Lula” da Silva pela vitória eleitoral, nem admitiu diretamente a derrota. No entanto, Bolsonaro se comprometeu com a Constituição e anunciou, por meio do chefe da Casa Civil, que a transferência do cargo seria iniciada.

Em seu perfil no Twitter, a Suprema Corte confirmou que, com o anúncio, o governo reconhecera os resultados das eleições. Segundo informações da imprensa, Bolsonaro teria dito em reunião com ministros da Corte: “Acabou”. Em 1º de janeiro, Lula, que foi eleito no domingo e governou o país de 2003 a 2011, toma posse na capital, Brasília.

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O fato de Bolsonaro não estar buscando um grande rompimento também se deve à pressão externa. Vários aliados já reconheceram a eleição, e muitos no exterior também já contam com uma mudança de poder. O presidente dos EUA, Joe Biden, foi um dos primeiros a parabenizarem Lula no domingo.

Bolsonaro também poderia tentar abrir espaço para negociação – porque várias investigações estão em andamento contra o político de ultradireita, o que pode ser perigoso para ele, sem sua imunidade presidencial.

Wirtschaftswoche – Clima ao invés de motosserra (04/11)

O novo presidente do Brasil, Lula, quer reposicionar seu país como pioneiro em proteção climática global. Em Berlim já existem planos concretos de cooperação. Mas o maior obstáculo aguarda Lula em seu próprio país.

Os protetores climáticos do governo alemão voltam a ter esperança. E essa esperança tem sua fonte a vários milhares de quilômetros de distância. Após as eleições presidenciais, o Brasil deve voltar a ser a força motriz, uma potência líder entre os países emergentes no que diz respeito à proteção climática – bem a tempo da cúpula mundial do clima, que começa neste fim de semana na estância balnear egípcia de Sharm el-Sheikh.

“Queremos apertar a mão do Brasil muito rapidamente”, diz o secretário de Estado Jochen Flasbarth, do Ministério do Desenvolvimento da Alemanha. O veterano alemão em cúpulas do clima, que já negociou no encontro várias vezes em nome da Alemanha, já tem um projeto muito específico em mente: o Fundo Amazônia para a preservação da floresta tropical, que Noruega e Alemanha congelaram há três anos. Agora, milhões devem fluir novamente, mesmo que Flasbarth ainda não queira se comprometer com quantias exatas.

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A vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva agrada aos amigos da proteção climática em Berlim e em outros lugares. Lula também tem Marina Silva, sua ex-ministra do Meio Ambiente, de volta a seu lado. E mesmo que o ícone do movimento ambientalista enfrente dificuldades, porque os conservadores ainda têm muito poder no sistema político: no exterior, muitos contam com um recomeço depois da derrota nas urnas do atual presidente Jair Bolsonaro.

Frankfurter Allgemeine Zeitung – Esperança para o Brasil ( 07/11)

É bom que Lula tenha ganhado a eleição. Mas ele enfrenta tarefas difíceis.

Tem sido uma boa semana desde que o Brasil elegeu um novo presidente. Muitos dizem que os brasileiros tiveram que escolher entre a peste e a cólera. De um lado, o atual presidente populista de direita Jair Bolsonaro; do outro, o esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva, ex-líder sindical e presidente do Brasil de 2003 até o fim de 2010.

Lula venceu a eleição, embora por pouco, com 50,9% dos votos. Que os brasileiros o tenham escolhido, é uma boa notícia para o Brasil e para o mundo. Porque a suposição de que Lula e Bolsonaro são ambos igualmente ruins não é correta.

Há uma diferença fundamental de qualidade entre os candidatos que nunca deve ser esquecida, apesar de todos os pontos pessoais fortes e fracos: Lula seguiu as regras democráticas durante toda a sua vida. Ele se resignou às derrotas eleitorais: antes de se tornar chefe de Estado pela primeira vez em 2003, perdeu três eleições presidenciais consecutivas. Ele resistiu à tentação de buscar um terceiro mandato ilegítimo em 2011 (a Constituição do Brasil só permite dois mandatos consecutivos) – mesmo tendo quase 90% de aprovação popular na época.

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Mesmo assim, persiste entre os empresários brasileiros o mito de que Bolsonaro fez bem à economia do país. É verdade que ele conseguiu fazer algumas privatizações e pelo menos iniciou uma reforma previdenciária. Mas na verdade Bolsonaro causou danos duradouros ao seu país. Na pandemia, recusou a compra antecipada de vacinas, apesar de seu governo ter recebido tal oferta. Resultado: em quase nenhum outro país do mundo morreram tantos pelo coronavírus como no Brasil.

Bolsonaro assustou investidores internacionais com sua retórica agressiva e não se importou com o livre comércio. E gastou muito dinheiro em caros presentes eleitorais para salvar sua presidência nos últimos metros da corrida. Uma abordagem inteiramente baseada no modelo da esquerda, que Bolsonaro tanto gosta de criticar.

LULA ADERE AO ORÇAMENTO SECRETO E ANTES ERA CONTRA

 rasil e Mundo Orçamento Secreto

O que está por trás do recuo de Lula na promessa de acabar com o orçamento secreto

Byvaleon

Nov 10, 2022

Cálculo Político
Por
Wesley Oliveira
Brasília


Alckmin, Lira e Lula em encontro nesta quarta-feira: governo eleito não deve abrir discussão sobre o orçamento secreto com o Congresso atual.| Foto: Reprodução/Instagram

Apesar das críticas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha ao “orçamento secreto”, líderes petistas dizem que a promessa de acabar com as emendas de relator não está no radar do governo de transição. Aliados de Lula avaliam que, neste momento, não será produtivo um embate com o Congresso Nacional diante da necessidade de aprovar medidas como a proposta de emenda à Constituição (PEC) que visa furar o teto de gastos para garantir o pagamento de R$ 600 para o Auxílio Brasil no ano que vem.

“A PEC tem caráter específico. Não tratará de RP-9 [sigla técnica do orçamento secreto] e de emendas do gênero”, explicou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS). A expectativa é de que o PT apresente o texto da PEC ainda nesta semana. Lula se reuniu com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nesta quarta-feira (9). A PEC deve começar a tramitar pelo Senado.

De acordo com integrantes da bancada petista, a discussão sobre o fim orçamento secreto será construída pelo futuro governo com a nova legislatura do Congresso a partir do ano que vem. Para esses membros, um embate com os parlamentares da atual legislatura poderia travar o avanço de pautas de interesse do governo de transição na Câmara e no Senado.

Orçamento secreto é o nome pelo qual ficaram popularmente conhecidas as chamadas emendas de relator, que são controladas pelo parlamentar escolhido pelo Congresso para elaborar o parecer da Lei Orçamentária Anual (LOA). Todos os deputados e senadores podem sugerir ao relator qual deve ser a destinação desses recursos. Contudo, não existe uma regra específica para a aplicação dessas emendas. Não há, por exemplo, uma distribuição igualitária das verbas e, na maioria das vezes, não é possível saber o nome do parlamentar que registrou o pedido, tampouco o destino desses recursos.

Aliado de Lula, o relator do Orçamento no Congresso Nacional, senador Marcelo Castro (MDB-PI), afirmou que a discussão sobre o fim do mecanismo não está no radar. O emedebista vem costurando com o PT a construção do texto para a PEC fura-teto.

“Eu não vou propor isso [fim do orçamento secreto]. O presidente Lula já deu declarações de que é contrário. Ele deve tratar desse assunto quando assumir a presidência da República”, disse o senador.

Aliados de Lula vão esperar definição sobre o comando da Câmara e do Senado 
Durante a campanha, Lula chegou a comparar as emendas de relator ao escândalo de corrupção do mensalão, ocorrido em seu governo, no qual parlamentares de vários partidos receberam dinheiro de empresas para votar a favor de pautas do Executivo. “Fizeram um tremendo carnaval com o mensalão e, hoje, estão aprovando o orçamento secreto, que é a maior excrescência política orçamentária do país. O presidente não tem poder sobre o orçamento, é a Câmara dos Deputados que dirige o orçamento”, disse Lula na ocasião.

O mensalão foi um esquema ilegal baseado no pagamento de uma “mesada” mensal para parlamentares que votassem a favor de projetos do Executivo. O esquema foi denunciado pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB) e resultou na prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e do ex-deputado e atual presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

As emendas de relator (RP9), por sua vez, foram criadas pelo Congresso em 2019. O modelo foi batizado de “orçamento secreto” e criou uma brecha para beneficiar determinados grupos de parlamentares na liberação de verbas do orçamento.

Agora, aliados de Lula indicam que o petista vai precisar aguardar as definições sobre o futuro da presidência da Câmara e do Senado para propor mudanças no orçamento secreto. Na Casa Alta, a expectativa é de que a bancada do PT apoie à reeleição de Rodrigo Pacheco, enquanto na Casa Baixa ainda não há uma definição sobre um eventual apoio ao nome de Arthur Lira, um dos principais defensores das emendas do relator.

“[O fim do orçamento secreto] é um tema bem mais amplo e envolve uma série de questões políticas e será tratado prioritariamente com os presidentes da Câmara e do Senado e depois, mais adiante, à medida que este debate evoluir, se precisar uma readequação orçamentária, ela será feita no momento oportuno”, completou o deputado Paulo Pimenta.


Governo vai tentar “carimbar” as emendas de relator no Orçamento de 2023 
Em outra frente, aliados do governo eleito estudam uma estratégia para “carimbar” o montante destinado para as emendas de relator previstas no projeto orçamentário para o ano que vem. Como Marcelo Castro será o relator do Orçamento, ele terá a prerrogativa de assinar a destinação das verbas do orçamento secreto durante todo o ano de 2023.

Ao todo, a LOA do próximo ano prevê um montante de R$ 19,397 bilhões para as emendas RP-9. Uma das alternativas estudadas pelo governo de transição é o de tentar costurar um acordo com os deputados e senadores para que eles façam indicações para determinadas áreas de interesse do futuro governo, como saúde e educação. A medida, segundo integrantes da base de Lula, visa garantir a manutenção de programas como Minha Casa Minha Vida, Farmácia Popular e o aumento acima da inflação para o salário mínimo.

Para viabilizar a proposta, o PT pretende discutir o tema com outros partidos que pretende atrair para a base de Lula, como o MDB, o PSD e o União Brasil. A costura vem sendo feita pela presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), que vai oferecer aos partidos participação nas discussões do governo de transição.

“Gostaríamos muito que o MDB participasse desse conselho político do governo de transição para a gente discutir as questões programáticas, o que vem pela frente, as dificuldades que podemos ter”, disse Gleisi nesta terça-feira (8), depois de um encontro com o presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi (SP). Nesta quarta, o partido indicou os senadores Renan Calheiros (AL) e Jader Barbalho (PA), e o ex-governador gaúcho Germano Rigotto para representar o MDB no gabinete de transição.

Lula aguarda julgamento do STF sobre o orçamento secreto 

Além de evitar um embate direto com o Congresso sobre o orçamento secreto, aliados de Lula indicam que o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade do mecanismo precisa ser aguardado. A presidente da Corte, ministra Rosa Weber, pode levar o processo para o plenário ainda neste ano.

A avaliação de integrantes da base petista é de que uma decisão contra o orçamento secreto via STF evitaria desgastes do governo eleito junto aos congressistas. Weber é a relatora do processo e, em novembro do ano passado, ela suspendeu o orçamento secreto com uma liminar.

No mês seguinte, a ministra flexibilizou a própria decisão e liberou o pagamento das emendas de relator, desde que houvesse transparência na distribuição dos recursos. A decisão foi confirmada pelo plenário do STF. Agora, o plenário precisa julgar o caso em definitivo.


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NOVO GOVERNO NÃO TEM UMA POLÍTICA ECONÔMICA DEFINIDA

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Fachada do Ministério da economia na Esplanada dos Ministérios


Fachada do Ministério da Economia, na Esplanada dos Ministérios.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Bras

A economia não é uma ciência exata, especialmente em sua vertente de política econômica, quanto às medidas de atuação do governo e as normas de regulação do mercado e intervenção no cotidiano operacional das pessoas, empresas e instituições. Ainda que haja inúmeras questões técnicas de natureza macroeconômica que já foram testadas nos últimos 300 anos e sobre as quais se conhecem causas e efeitos, há outras questões incursas nas opções de natureza política que podem ir em uma ou outra direção, com efeitos não exatos e todos válidos. Entre as questões técnicas beirando às ciências exatas está a relação entre o tamanho do Produto Interno Bruto (PIB) expresso em valores monetários e o volume de meios de pagamento em circulação. Se a expansão monetária for maior que o aumento do PIB por anos seguidos, inevitavelmente a inflação aparece, corroendo o poder de compra da moeda, empobrecendo os assalariados, desorganizando o sistema de preços e, ao fim, jogando a economia em recessão.

Sobre esse primeiro ponto – o controle do estoque de moeda circulante vis-a-vis o desempenho do PIB –, é essencial que Lula e sua equipe deixem claro como será comandada a área econômica, quem estará à frente da política monetária e as demais medidas que o governo pretende implantar. Se em 2018 o Brasil sabia desde o minuto seguinte à vitória de Jair Bolsonaro que a economia estaria a cargo do liberal Paulo Guedes, hoje o arco de possibilidades vai de economistas defensores da responsabilidade fiscal até o ex-ministro da Educação Fernando Haddad, nome que já deixou o mercado financeiro alarmado nos últimos dias. As escolhas para a equipe de transição também não ajudam a prever o rumo futuro, pois, se por um lado ela tem dois “pais do real” (André Lara Resende e Pérsio Arida), por outro conta também com um ex-ministro gastador (Nelson Barbosa) e pode, ainda, ter Guido Mantega, a julgar por declarações do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin.

O Brasil elegeu um candidato conhecido e uma política econômica desconhecida, cenário esse que contribui para criar um vácuo de dúvidas, incertezas e receios

Enquanto não realiza tais definições, o governo eleito contribui para aumentar as incertezas e, como consequência, induz a certa retração nos investimentos privados e pisada no freio dos negócios nacionais, sem os quais o PIB não cresce. Em um país que vem de duas crises graves – pandemia e seca prolongada –, tudo o que um presidente eleito não devia fazer é manter o país em suspense, no mínimo porque um PIB estagnado ou em crescimento lento produz o pior dos males sociais: o desemprego, que vem regredindo até o momento.

Se o próprio Lula não toma a iniciativa de eliminar as dúvidas, a sociedade em geral e os agentes de mercado em particular precisam redobrar a cobrança sobre o eleito para que diga logo qual é o plano de seu governo nessa questão. Vale lembrar que recentemente o Brasil aprovou legislação regulamentando o mandato da diretoria do Banco Central, de forma que a atual diretoria tem ainda dois anos de mandato. Como o atual presidente do banco, Roberto Campos Neto, desfruta da credibilidade do mercado e também no meio político, o normal seria estar claro para todos que ele e seus diretores seguem até o fim de seu mandato. O problema é que o Brasil não é um país habituado a seguir o normal e as leis vigentes, embora o então candidato Lula tivesse se pronunciado a favor da manutenção dos atuais dirigentes do Banco Central, conforme reza a lei.


Um segundo aspecto relevante para indicar o futuro da economia é a política fiscal, especialmente o que o governo pensa sobre o equilíbrio das contas públicas e o controle do déficit. Como ao longo da campanha Lula fez inúmeras declarações contra o teto de gastos, que limita a gastança do governo, há preocupações sobre o que realmente seu governo irá fazer, especialmente depois que começaram as negociações para a PEC da Transição. A boa gestão das contas do governo tem a ver no mínimo com duas questões essenciais para a saúde econômica do país: a inflação, pois déficits públicos crônicos são financiados por emissão de moeda ou aumento da dívida pública; e as taxas de juros, porque, se houver expansão monetária e inflação, o Banco Central eleva os juros para combatê-la ou, se o déficit for financiado por mais empréstimos tomados pelo governo, diminuem os fundos disponíveis para financiamento ao setor privado e, portanto, ocorre pressão altista sobre a taxa de juros.

O terceiro aspecto importante se refere ao fato de, caso o governo mantenha a gastança e despreze o teto de gastos, começarem ameaças para elevar impostos destinados a bancar o crescimento dos gastos públicos. A carga tributária efetivamente arrecadada pelo governo (municípios, estados e União) atingiu a marca dos 34%; logo a carga nominal é muito maior e já chegou ao limite técnico aceitável, acima do qual a tributação passa a atuar como inibidora do crescimento do PIB. Nesses três pontos, além de outros, não existe compromisso público firmado e explicado em detalhes pelo presidente nem por seus assessores conhecidos durante o período eleitoral. Lula foi eleito sem que a população soubesse qual é seu plano de governo, embora se conheçam suas ideias gerais e o que foram seus dois mandatos anteriores na Presidência, em grande parte dominados por corrupção sistêmica e constante.

O Brasil elegeu um candidato conhecido e uma política econômica desconhecida, cenário esse que contribui para criar um vácuo de dúvidas, incertezas e receios. Um cenário de incertezas e falta de definições em geral freia o ímpeto empreendedor e leva à suspensão, definitiva ou temporária, de investimentos. É hora de o governo eleito dizer a que veio e o que pretende fazer no amplo espectro da economia.


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O TREM DA ALEGRIA ESTÁ DE VOLTA

 

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Distribuição de cargos

Por
Alexandre Garcia

O vice-presidente eleito e coordenador da Transição, Geraldo Alckmin, apresentou em coletiva nomes que comporão os grupos técnicos da transição


O vice-presidente eleito e coordenador da transição, Geraldo Alckmin, apresentou em coletiva nomes que comporão os grupos técnicos da transição| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

O coordenador-geral da transição para o novo governo federal continua trabalhando em Brasília e anunciou os nomes de várias pessoas que vão participar desse período de transição. É o Geraldo Alckmin, que foi eleito vice-presidente de Lula. Cada vez que eu junto os dois nomes, eu lembro que em eleições lá atrás eu votei no Alckmin contra o Lula. Ele, que falou tanto do Lula, que “quer voltar à cena do crime”, e agora estão os dois juntos. São essas coisas que fazem o eleitor desacreditar da política, que ajudam a haver tanta abstenção: mais de 30 milhões de pessoas não foram votar, mais os votos brancos e nulos.

Geraldo Alckmin, que já foi governador de São Paulo, anunciou 31 prioridades. Quando alguém fala em 31 prioridades, é porque não tem nenhuma. Ou algo é a prioridade e o resto é secundário, ou não é. São 31 “prioridades”. Eu implico muito porque eu gosto da nossa língua, consagrada como oficial no artigo 13 da Constituição. E temos essa história de “melhor”, “segundo melhor”, “terceiro melhor”. Não, esperem: melhor é um só; os outros não são os melhores. Assim é com as prioridades. Sabem por que 31 prioridades? Porque isso vai significar 31 ministérios, mais os três que Lula já prometeu por fora. Teremos 34 ministérios, é o que tudo indica. Vamos pular de 22 para 34 depois de termos encolhido de 39 para 22. Cada ministério, como você sabe, tem um ministro, um secretário-geral, um chefe de gabinete, um secretário-executivo, secretário disso, secretário daquilo…

Mas por quê? Porque a comissão de transição tem representantes de uma dúzia de partidos políticos. Está aí o trem da alegria, a reprise, o déjà-vu, a distribuição de ministérios aos interessados. Vamos primeiro aos quatro coordenadores: Janja, Gleisi Hoffmann, o ex-deputado tucano Floriano Pesaro, que já trabalhou com Alckmin, e Aloizio Mercadante. Eu vejo Mercadante como o nome de peso aí nesses quatro. Depois, no conselho de transição eu encontro o Daniel Tourinho, que era o braço-direito do Fernando Collor e agora está lá na transição pelo Agir. E cada partido tem um representante: PSol, PCdoB, PV, Solidariedade, Rede, PDT, Avante, PSD, PSB, Pros e PT. Todo mundo vai ser acomodado no governo; só não tem lá Dilma e José Dirceu.


Novo Congresso terá lutadores pela volta da prisão em segunda instância
Como lembrou Deltan Dallagnol, José Dirceu foi condenado no mensalão, só cumpriu dois anos e depois foi perdoado. Depois pegou mais 27 anos de prisão na Lava Jato, mas o caso está na terceira instância e ele está em liberdade, pois só se pode prender depois da última instância, quando o hábito era prender depois que o tribunal revisor confirmasse a sentença do juiz singular da primeira instância. Mas houve um 6 a 5 no Supremo, que revogou a prisão em segunda instância. Dallagnol, eleito deputado, disse que vai trabalhar para a prisão em segunda instância voltar. Enquanto isso, a pessoa fica livre até que prescreva o crime. É uma questão complicada.

Câmara está de joelhos diante do STF, diz Van Hattem

Marcel van Hattem, do Novo, que foi reeleito deputado federal pelo Rio Grande do Sul, foi à tribuna e fez um discurso dizendo que a Câmara, assim como o Senado, está de joelhos perante o Supremo. E que as pessoas que estão indo para a frente dos quartéis deviam ir para a frente da Câmara e do Senado, para exigir que recuperem seus poderes. Os deputados entregaram Daniel Silveira à prisão a despeito do que está escrito no artigo 53 da Constituição, que deputados e senadores são invioláveis por quaisquer palavras, opiniões e votos. Ele foi preso em um arroubo inconstitucional de outro poder que precisa voltar aos caminhos normais. Aliás, a OAB do Mato Grosso cobrou da OAB nacional uma posição. A OAB nacional tem por obrigação defender a Constituição e o devido processo legal, mas está silenciosa.


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