Relatório sobre urnas
Por
Alexandre Garcia
Relatório do Ministério da Defesa não conclui nem que houve
fraude, nem que o processo é totalmente inviolável.| Foto: José
Cruz/Agência Brasil
As fake news continuam. Vejam só: o Ministério da Defesa, na quarta-feira, soltou uma nota explicando, em resumo, que durante a eleição houve acesso à rede na hora que estavam distribuindo o código-fonte e gerações de códigos binários. Portanto, não é possível assegurar que o sistema está isento de códigos maliciosos e, por isso, o Ministério da Defesa recomenda investigar o ocorrido com o código-fonte e analisar códigos binários que foram executados nas urnas. Mas o jornalismo de hoje em dia abriu manchete dizendo: “o Ministério da Defesa confirma que não houve fraude”.
Então, o Ministério da Defesa teve de soltar outra nota para repetir o que havia dito na primeira nota. Parece que não entenderam; é claro que não quiseram entender. “O Ministério da Defesa não descartou a possibilidade de fraude, porque o TSE restringiu o acesso ao código-fonte dos aparelhos e às bibliotecas do software das urnas. Não é possível, então, assegurar que os programas executados nas urnas estão livres de inserções maliciosas que alterem seu funcionamento”, diz o ministério, que pediu uma comissão para estudar isso. Só que o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, parece que cortou o barato; já disse que este assunto se encerrou, usando o passado.
Enquanto isso, o presidente eleito Lula, antes de visitar o Supremo, fez um discurso dizendo que o presidente Bolsonaro humilhou as Forças Armadas ao pô-las para fiscalizar as eleições, quando quem devia fiscalizar era a sociedade civil. Ele sabe, você sabe, eu sei que não foi o presidente Bolsonaro quem fez isso; foi o TSE que pediu para as Forças Armadas integrarem aquele mutirão de fiscalizadores que tinha OAB, partidos políticos, TCU etc. Então, o que o futuro presidente fez foi tentar jogar as Forças Armadas contra Bolsonaro. Como assim? Já estamos nas tentativas de jogar uns contra os outros? Estranho…
MDB na transição e Lula no Egito
A transição tem mais
duas pessoas importantes, notáveis, e que você conhece. O MDB anunciou,
para integrar a equipe de transição – que agora tem 13 partidos –, dois
grandes nomes do partido: Renan Calheiros e Jader Barbalho. Pois é…
enquanto isso, Lula vai para o Egito, a Sharm El Sheikh, numa pontinha
do Mar Vermelho, para a conferência mundial do clima. Vão com ele Janja,
Marina Silva, Simone Tebet, Celso Amorim, Fernando Haddad, Aloizio
Mercadante e mais 20 deputados e 13 senadores, inclusive o presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco, o mesmo que vem segurando os requerimentos
sobre ministros do Supremo. A ex-corregedora do Superior Tribunal de
Justiça, ministra Eliana Calmon, disse na Jovem Pan, em entrevista da
qual eu participei, que o Supremo segura inquéritos envolvendo
parlamentares, e os parlamentares seguram os requerimentos do Supremo.
Aquela história de uma mão lava a outra.
Mas falando em Egito, vocês todos lembram que em 2011 o povo foi para a rua e não saiu de lá até que, no 18.º dia de protesto, caiu o ditador Hosni Mubarak, que estava havia 30 anos do poder. Foi parte da Primavera Árabe.
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/relatorio-ministerio-defesa-urnas-eletronicas/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário