quinta-feira, 1 de setembro de 2022

MORTE DE GORBACHEV E A VOLTA DA TIRANIA DA UNIÃO SOVIÉTICA

 

Geopolítica reverberante

Por
Daniel Lopez


Gorbachev junto a Henry Kissinger, um dos cabeças dos “powers at be”.| Foto: Financial Eye

Numa época em que se previa abundância, liberdade e o fim das tiranias, o mundo contempla o surgimento de uma tenebrosa era de escassez, controle e do surgimento de novos tiranetes. A Europa caiu inocentemente (ou propositalmente) na arapuca energética de Putin, o que ficou ainda mais evidente nesta quarta-feira (31), quando Moscou fechou totalmente o fornecimento de gás para a Europa por meio do gasoduto Nord Stream 1, ainda que por apenas 4 dias, segundo informações oficiais.

Dependência gera controle e controle gera poder. E a Europa está completamente nas mãos de Putin em termos energéticos. Agora, os componentes do “the powers at be” (“os poderes constituídos”, na expressão idiomática inglesa) querem submeter não apenas a Europa, mas todo o planeta, a uma dependência alimentícia. Para isso, precisam destruir os “celeiros” mundiais. Já desmantelaram a Ucrânia e a Rússia. Nos Estados Unidos, até fórmula para bebês está faltando. Agora, o plano é derrubar o maior produtor de comida da Europa: a Holanda. Se não fosse a resistência dos fazendeiros, os holandeses estariam já numa situação muito triste. Obviamente, o seguinte na lista é o Brasil.

A melhor pergunta que podemos fazer hoje é: se o desmantelamento da URSS foi proposital, seria possível que, hoje, estejam desmantelando propositalmente os EUA, a Europa, a segurança energética e alimentar do mundo.

Ontem (30), morreu Mikhail Gorbachev, último líder da União Soviética. Ele acabou se tronando um símbolo do fim da Guerra Fria, com a dissolução da URSS e a queda do muro de Berlim. Um momento que trouxe grande esperança à humanidade, com a sensação de que a fase mais obscura da ameaça de uma Terceira Guerra Mundial havia passado. Entretanto, a morte de Gorbachev parece ter prenunciado o fim dessa era de esperança. Vejam que aqui estamos nós, 33 anos após a queda do muro, novamente debaixo da sombra de uma nova guerra de proporções globais.

No dia 28 de dezembro de 2021, escrevi um artigo aqui na Gazeta do Povo chamado Putin e o “Apocalipse por Engano”, onde resumi o tamanho do problema que estava por vir. E parece que as análises que realizei no final do ano passado começaram e se tornar realidade. Na ocasião, eu lembrei que, no dia 8 de dezembro de 2021, completaram-se 30 anos desde o fim da União Soviética. Mas aproveitei para trazer uma questão vital para todos que perceberam a seriedade do que está sendo programado para o mundo hoje. Temos o costume de falar sobre o “fim da União Soviética”. Entretanto, para muitos autores, a URSS não caiu por conta própria, mas foi estrategicamente desmantelada, dentro de um plano muito bem arquitetado.

Reforcei que livros como Meias Verdades, Velhas Mentiras (do ex-agente da KGB Anatoliy Golitsyn), Desinformacão (do General Ion Mihai Pacepa, ex-chefe do serviço de espionagem romeno) e KGB e a Desinformação Soviética (de Ladislav Bittman, ex-integrante do serviço de inteligência tcheco) reforçam esta opinião. E entretanto, foi o jornalista e apresentador russo-americano Vladimir Pozner que trouxe a melhor análise. Em 2018, numa palestra na Universidade de Yale intitulada “Como os EUA criaram Vladimir Putin”, ele explicou como aconteceu a suposta queda de Gorbachev e a dissolução da Cortina de Ferro. Citando os Acordos de Belovezh, celebrados em 8 de dezembro de 1991, Pozner explicou que Gorbachev chegou ao poder em março de 1985, mas em dezembro de 1991, não havia mais União Soviética.

E foi tudo orquestrado. Pozner citou a misteriosa reunião entre os presidentes da Ucrânia, da Bielorrússia e da Rússia, Boris Yeltsin, que produziu os Acordos de Belovezh, celebrados em 8 de dezembro de 1991, quando estes, sem a participação de Mikhail Gorbachev, decidiram desmembrar a União Soviética. Cada líder tinha uma motivação muito clara nessa jogada. No caso de Yeltsin, ele era o presidente da Rússia, enquanto Mikhail Gorbachev era o líder de toda a URSS. Então, Yeltsin era o número dois. Livrando-se de Gorbachev, assumiria a primazia em toda a Rússia. E foi exatamente o que aconteceu.


O que eles estão tentando esconder?

O detalhe é que, segundo Pozner, quando eles estavam negociando a queda do Muro de Berlim e a reunificação alemã, James Baker, então secretário de Estado americano, teria assegurado a Mikhail Gorbachev que, caso cedesse, a OTAN não se moveria uma polegada em direção à Rússia. Muitos dizem que essa promessa nunca aconteceu. Mas, em 2017, a Universidade George Washington desclassificou a ata da conversa entre ambos. E assim foi.

Como sabemos, o Pacto de Varsóvia foi desfeito, mas a OTAN continuou existindo e continuamente descumpriu sua promessa de não se expandir em direção à Rússia, o que acabou levando ao atual conflito na Ucrânia, que tem tudo para ter sido propositalmente iniciado. Putin afirmou que se o Ocidente insistisse no convite a Kiev para se juntar à aliança do atlântico ele tomaria uma decisão drástica. Mas eles insistiram mesmo assim. Então, fica claro que o acirramento da relação foi proposital.

Em minha humilde opinião, a melhor pergunta que podemos fazer hoje é se o desmantelamento da URSS foi proposital, seria possível que, hoje, estejam desmantelando propositalmente os EUA, a Europa, a segurança energética e alimentar do mundo, e talvez, no final das contas, a própria ordem mundial neoliberal globalizada sob a liderança de Washington e do dólar? Estaríamos diante da reconstrução da União Soviética? Diante do questionamento, recordo a frase atribuída a Franklin D. Roosevelt: “Em política, nada acontece por acaso. Se isso acontecer, é porque assim foi planejado”.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/daniel-lopez/morte-mikhail-gorbachev-restauracao-uniao-sovietica/
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SONHO DE LULA É NÃO FALAR DE CORRUPÇÃO

 


  1. ESTADÃO
  2. POLÍTICA

J.R. Guzzo – Jornal Estadão

É duro para o ex-presidente convencer alguém de sua inocência dizendo que ‘o processo foi resolvido pelo STF’

O ex-presidente Lula não quer que seja assim, e tem nisso o apoio de muita gente, mas vai ser dessa forma: daqui até a eleição de outubro, ele será obrigado a ficar rolando na calçada numa briga corpo a corpo com a corrupção. É, entre todos, o assunto do qual Lula quer falar menos.

Seu sonho dourado é uma campanha eleitoral inteira, toda ela, igual à “sabatina” que recebeu de presente dos apresentadores da Rede Globo. Não teve, ali, de responder à nenhuma pergunta de verdade; em vez disso, recebeu uma homenagem. “O senhor não deve nada à Justiça”, declarou o entrevistador, antes de mais nada e acima de tudo.

Foi tão bom para Lula, mas tão bom, que a frase de absolvição da Globo passou a fazer parte da propaganda oficial do PT na televisão; é difícil que se consiga chegar de novo a tal ponto. Mas esse paraíso não existe na vida real. Já no debate entre os candidatos, logo a seguir, não havia mais apresentadores como os que houve na “sabatina”, e a vida ficou dura.

Apareceram na ocasião, é claro, os militantes mais agitados do “antibolsonarismo” – só que isso não melhorou a vida de Lula. Na maior parte do tempo, teve de ouvir dos outros candidatos que o seu governo foi o mais corrupto da história do Brasil – e não conseguiu dar nenhuma resposta coerente para nada disso.

Primeiro debate dos candidatos à Presidente promovido na TV Bandeirantes (Band) teve a presença dos candidatos: Luiz Felipe D’Avila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Simone Tebet (MDB), Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT).
Primeiro debate dos candidatos à Presidente promovido na TV Bandeirantes (Band) teve a presença dos candidatos: Luiz Felipe D’Avila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Simone Tebet (MDB), Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT). Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

O problema central de Lula, nesta campanha eleitoral, é que não são os adversários que estão dizendo que ele é ladrão – quem diz isso é a Justiça brasileira, que o condenou pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove juízes diferentes.

É uma questão de prontuário; não há o que se possa fazer a respeito. Houve, é claro, o número de vassalagem da “sabatina”, mas provavelmente não dará para fazer de novo. De mais a mais, o que é que adianta esse tipo de bajulação explícita? É o exato contrário: Lula continua devendo tudo à Justiça. Não foi absolvido de absolutamente nada – ganhou de presente do STF a anulação dos seus processos penais, mas nosso tribunal supremo não disse uma sílaba sobre culpa, provas e fatos. Houve apenas um erro de endereço quanto ao lugar de julgamento, segundo decidiu o ministro que fez a “descondenação”. Que coisa, não?

É duro para Lula, ou para qualquer um, convencer alguém de sua inocência dizendo que “o processo foi resolvido pelo STF”. Que moral tem hoje essa gente para decidir alguma coisa sobre corrupção? Ganhar uma decisão favorável desse STF que está aí, aos olhos da maioria do público, equivale a receber um atestado de boa conduta do PCC. O que adianta, então, Lula ficar falando que foi “inocentado pelo STF”? Melhor, talvez, não dizer nada.

A dificuldade é que não dá para chegar ao dia da eleição só ouvindo hinos de honra ao mérito como os que recebeu na “sabatina”. Não poderia haver demonstração melhor de que as coisas não vão bem do que o pedido do PT para mudar as regras dos próximos debates. Só time que perde, como é bem sabido, parte para cima do juiz no fim do jogo para reclamar.

O FUTURO DO FACEBOOK É O METAVERSO

 

Como Mark Zuckerberg está desenhando o futuro do Facebook

Foto: Redação – Romina Cácia – Jornal Estadão

Diante do crescimento de rivais, fundador da rede social tenta traçar novos caminhos

THE NEW YORK TIMES – Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, convocou seus principais assistentes na rede social para uma reunião de última hora na área da baía de São Francisco em julho. Na agenda: uma “maratona de trabalho” para discutir o plano para melhorar o aplicativo do Facebook, incluindo uma reformulação que mudaria a forma como os usuários navegam.

Durante semanas, Zuckerberg enviou mensagens aos executivos sobre a reforma, pressionando-os a aumentar a velocidade e a execução de suas tarefas, disseram pessoas a par do tema. Alguns executivos – que tiveram de ler um total de 122 slides a respeito das mudanças – estavam começando a ficar mais nervosos que o habitual, segundo as fontes.

As lideranças do Facebook vieram de todo o mundo. Zuckerberg e o grupo se debruçaram sobre cada slide. Em poucos dias, a equipe fez uma atualização no app do Facebook para competir melhor com o TikTok, um de seus principais rivais.Zuckerberg está determinando um ritmo implacável enquanto conduz sua empresa de US$ 450 bilhões, agora chamada de Meta, para uma nova fase. Nos últimos meses, ele controlou os gastos, reduziu os benefícios, reorganizou sua equipe de liderança e deixou claro que cortaria funcionários com baixo desempenho. Quem não concordar está convidado a sair, ele disse. Os gestores enviaram memorandos para deixar claro a seriedade da estratégia – um, que foi compartilhado com o New York Times, tinha o título de “Operando com maior intensidade”.

Zuckerberg, 38, está tentando afastar a empresa de suas origens nas redes sociais e focar sua atuação no mundo imersivo – e até agora teórico – chamado de metaverso. Em todo o Vale do Silício, ele e outros executivos que construíram o que muitos chamam de Web 2.0 – uma versão da internet mais social e focada em aplicativos – estão repensando e subvertendo sua percepção original depois que suas plataformas foram assoladas por problemas relacionados a temas como privacidade, conteúdo tóxico e desinformação.

O momento faz lembrar das mudanças de apostas de outras empresas, como quando a Netflix encerrou seu negócio de enviar DVDs pelo correio para se concentrar no streaming. Entretanto, Zuckerberg está fazendo essas mudanças, pois a Meta está em uma situação desfavorável. A empresa está de olho na iminente recessão global. Concorrentes como TikTok, YouTube e Apple estão partindo para cima.

O sucesso está longe de ser garantido. Nos últimos meses, os lucros da Meta caíram e a receita diminuiu conforme a empresa gastou suntuosamente com o metaverso e a desaceleração econômica prejudicou seus negócios de publicidade. E suas ações despencaram.

“Quando Mark fica superfocado em algo, isso quer dizer que todos devem seguir o exemplo dentro da empresa”, disse Katie Harbath, ex-diretora de políticas do Facebook e fundadora da consultoria Anchor Change. “As equipes deixaram de lado rapidamente outros trabalhos para se concentrar no problema em questão, e a pressão é intensa para mostrar progresso.” A Meta, holding do Facebook, se recusou a fazer comentários.

Zuckerberg está tentando afastar a empresa de suas origens nas redes sociais e focar sua atuação no metaverso
Zuckerberg está tentando afastar a empresa de suas origens nas redes sociais e focar sua atuação no metaverso 

Reformulação

A proposta de reposicionamento de Zuckerberg para a Meta começou no ano passado, quando ele iniciou a reorganização de seu time de assistentes.

Em outubro, ele promoveu um amigo e colega de longa data, Andrew Bosworth, a diretor de tecnologia, liderando as iniciativas de hardware para o metaverso. Ele também promoveu outros aliados, entre eles Javier Olivan, o novo diretor de operações; Nick Clegg, que se tornou presidente de assuntos globais; e Guy Rosen, que assumiu a função de diretor de segurança da informação.

Em junho, Sheryl Sandberg, braço direito de Zuckerberg durante 14 anos, disse que deixaria o cargo no segundo semestre. Embora ela tenha passado mais de uma década construindo os sistemas de publicidade do Facebook, não estava tão interessada em fazer o mesmo para o metaverso.

Zuckerberg transferiu milhares de trabalhadores para diversas equipes direcionadas ao metaverso, treinando o foco delas para projetos ambiciosos como óculos inteligentes, dispositivos e um novo sistema operacional para esses equipamentos.

“É uma aposta em relação a onde as pessoas na próxima década vão se conectar, se expressar e se identificar umas com as outras”, disse Matthew Ball, executivo de tecnologia de longa data e autor de um livro sobre o metaverso. “Quando se tem o dinheiro, os engenheiros, os usuários e a convicção para se tentar fazer algo, então se deve fazer isso.”

Mas os esforços estão longe de ser baratos. O departamento do Facebook conhecido como Reality Labs, que está construindo produtos de realidade aumentada e virtual, afetou negativamente o balanço da empresa; a unidade de hardware perdeu quase US$ 3 bilhões apenas no primeiro trimestre.

Ao mesmo tempo, a Meta está tentando lidar com as mudanças de privacidade da Apple que dificultaram a capacidade da empresa de medir a eficácia dos anúncios no iPhone. O TikTok, o app chinês de vídeos curtos, roubou o público jovem dos principais aplicativos da Meta, como o Instagram e o Facebook. Esses desafios surgem em meio a um cenário macroeconômico cruel, que levou Apple, Google, Microsoft e Twitter a congelar ou desacelerar as contratações.

Mais com menos

Então, Zuckerberg deu um ultimato aos seus funcionários: é hora de fazer mais com menos.

Em julho, a empresa reduziu as metas de contratação de engenheiros de 12 mil para 10 mil e, depois, para 6 mil; e disse que deixaria algumas vagas sem serem preenchidas. Os orçamentos que antes eram gordos estão sofrendo cortes, e os gerentes foram instruídos a esperar um limite de profissionais para suas equipes. Em um memorando em junho, Chris Cox, diretor de produtos da Meta, disse que a conjuntura econômica exigia “equipes mais enxutas, mais ambiciosas e com melhores práticas”.

Em uma reunião com funcionários na mesma época, Zuckerberg disse estar ciente de que nem todos aprovam as mudanças. “Isso não era um problema”, disse ele.

“Acho que alguns de vocês podem decidir se este lugar é ou não para vocês, e essa escolha individual funciona para mim”, disse Zuckerberg. “Em termos práticos, provavelmente há um monte de pessoas que não deveriam estar aqui.”

Outro memorando que circulou entre os trabalhadores em julho tinha o título de “Operando com maior intensidade”. No memorando, um vice-presidente da Meta dizia que os gestores deveriam começar a “refletir a respeito de cada pessoa em sua equipe e no valor que estavam agregando”.

“Se um subordinado está se esforçando pouco ou tem um desempenho fraco, ele não é quem precisamos”, dizia o memorando. “Como um gestor, você não pode permitir que alguém seja neutro ou negativo para a Meta.”

O TikTok chegou a 1 bilhão de usuários em setembro de 2021 e não parou de crescer
O TikTok chegou a 1 bilhão de usuários em setembro de 2021 e não parou de crescer  Foto: Dado Ruvic/Reuters

Zuckerberg está de olho nos esforços daqueles em áreas que ele acredita serem as que mais beneficiarão a Meta a longo prazo. Isso inclui metaverso, mensagens, Instagram Reels, privacidade, inteligência artificial (IA) e receitas maiores de produtos que atualmente trazem pouco lucro. Segundo o memorando, Cox definiu seis “prioridades de investimento” para a empresa no segundo semestre.

A Meta está recuando em produtos com poucas vendas, como o dispositivo de videochamada Portal, que não será mais oferecido aos consumidores – ele será direcionado para empresas. Bosworth também suspendeu o desenvolvimento de um smartwatch com duas câmeras, embora a empresa esteja trabalhando em outros protótipos.

Poucos dias após a “maratona de trabalho” com os gestores do Facebook em julho, Zuckerberg postou uma atualização em seu perfil na rede social, comentando algumas mudanças no app. O Facebook começaria a mostrar para os usuários um Feed com maior presença de vídeos e sugestões de conteúdo, imitando o TikTok.

A Meta tem investido fortemente em vídeo e em sugestões de conteúdo, com o objetivo de fortalecer sua IA e melhorar os algoritmos que sugerem conteúdo com engajamento para os usuários.

No passado, o Facebook testou grandes atualizações de produtos com alguns públicos anglófonos para ver como as pessoas se comportariam antes de lançá-las para o público em geral. Mas, desta vez, as 2,93 bilhões de pessoas em todo o mundo que usam o app da rede social terão acesso à atualização simultaneamente.

É um sinal do quanto Zuckerberg está apostando nessas mudanças, disseram alguns funcionários da Meta. /TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

COMO CONSEGUIR ESTUDAR E APRENDER EFICAZMENTE

 

Matheus Martins – Walter Isaacson

Como gênios e pessoas inteligentes aprendem e estudam?

Achei muito interessante o método de estudo de Benjamin Franklin.

Franklin é conhecido como um dos fundadores dos Estados Unidos, ajudando a escrever a Constituição dos Estados Unidos da América e a Declaração de Independência.

Benjamin Franklin não era apenas um político, mas um verdadeiro polímata.

Nós o lembramos por suas muitas invenções, seus estudos sobre eletricidade, ele montou o horário de verão, contribuiu para a criação da primeira biblioteca pública americana e do primeiro corpo de bombeiros. Ele também escreveu vários ensaios, artigos de jornal e sua biografia.

Ele foi um verdadeiro self-made man, pois veio de uma família humilde e estudou como autodidata.

Como ele conseguiu estudar e aprender de forma tão eficaz com poucos meios?

Franklin atualizava quase religiosamente seu diário, onde mantinha muitos pequenos artigos de jornal ou páginas de livros que chamaram sua atenção. Depois de reescrever as frases que achava importantes ou bem escritas, ele largava o diário por alguns dias para escrever sobre os mesmos assuntos à sua maneira.

Quando terminou o trabalho, voltou ao diário para verificar quantos erros havia cometido e o que precisava estudar novamente para tirar o máximo proveito da noção.

Parece não haver nenhuma técnica alucinante em seu método de estudo: tomar notas e revisar.

No entanto, aqui está o que ele escreveu sobre o segredo de seu estúdio:

Meu tempo para esses exercícios e para a leitura era à noite, depois do trabalho ou antes de começar pela manhã, ou aos domingos, quando dava um jeito de ficar sozinho na tipografia, evitando ao máximo a assistência comum ao culto público.

O segredo é a obsessão. Não há gênio ou talento que possa vencer a paixão e o trabalho duro.

O que as mentes mais brilhantes da humanidade têm em comum

Walter Isaacson, autor de biografias de Leonardoda Vinci e Steve Jobs, fala sobre as característicasque unem grandes nomes da História

Leonardo da Vinci, “maior gênio criativo da história” (Foto: Hulton Archive/Getty Images)

Um gênio é diferente de alguém meramente muito inteligente. É o que defende Walter Isaacson, autor de biografias icônicas de nomes como Steve Jobs, Benjamin Franklin e Albert Einstein. Sua mais recente obra se debruça sobre a vida de Leonardo da Vinci. Ou seja, ele entende bem sobre gênios. E diz que, enquanto pessoas inteligentes existem aos montes, os gênios são poucos. O traço mais comum em todos eles? Criatividade, a capacidade de aplicar a imaginação a quase qualquer situação na vida.

Pegue Benjamin Franklin, por exemplo. Segundo Isaacson, ele não tinha grande poder analítico ou profundidade filosófica. “Com pouca educação formal, Franklin ensinou a si mesmo como ser o melhor inventor, diplomata, cientista, escritor e estrategista de negócios do período American Enlightenment (anos 1700 e 1800). Ele provou, ao empinar uma pipa, que o relâmpago consiste em eletricidade, além de inventar uma haste para dominá-la”, diz trecho de seu novo livro, publicado pela revista Time.

Albert Einstein seguiu um caminho parecido, diz Isaacson. Ele era tão devagar para aprender na infância que seus pais chegaram a consultar um médico. Einstein também tinha problemas em relação à autoridade, o que levou um professor a dizer que ele nunca alcançaria nada muito grande. “Esses traços fizeram de Einstein o santo padroeiro de alunos distraídos no mundo todo”, brinca Isaacson.

“Mas o desprezo de Einstein pela autoridade também o levou a questionar a sabedoria recebida de uma maneira que os mais bem treinados acólitos na academia nunca contemplaram. (…) Hoje, o nome e a aparencia de Einstein — o cabelo selvagem, os olhos penetrantes — são sinônimo de gênio”, escreve.

Há ainda Steve Jobs. A mente por trás da criação da Apple acreditava que beleza era muito importante e que as artes, ciências e humanidades se conectavam. Depois de sair da faculdade, Jobs fez aulas de caligrafia e dança, além de ir buscar iluminação espiritual na Índia. “Cada produto que ele fazia, do Macintosh ao iPhone, tinha uma beleza de natureza quase espiritual, ao contrário dos produtos dos concorrentes.”

“Estudar essas pessoas me levou a Leonardo da Vinci, que eu acredito ser o maior gênio criativo da história. Mais uma vez, isso não significa que ele era a pessoa mais inteligente. Ele não tinha o poder teórico sobre-humano de um Newton ou um Einstein, ou as habilidades matemáticas de seu amigo Luca Pacioli”, diz Isaacson. “Mas ele poderia pensar como um artista e um cientista, o que lhe deu algo mais valioso: a capacidade de visualizar conceitos teóricos.”

O escritor lembra que algumas pessoas são gênios em um campo particular, como Leonhard Euler em matemática ou Wolfgang Amadeus Mozart em música, mas para ele, “os gênios mais interessantes são aqueles que veem padrões em belezas infinitas da natureza”. Segundo Isaacson, “o brilho de Leonardo da Vinci abrange várias disciplinas”. “Da Vinci era um gênio, mas não simplesmente porque ele era inteligente. Ele era, mais importante, o epítome da mente universal, a pessoa mais curiosa do que qualquer outra pessoa na História.”

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quarta-feira, 31 de agosto de 2022

SITUAÇÃO ECONÔMICA E SOCIAL DO MUNDO E DO BRASIL

 

Autor: Desconhecido

UMA ESPIADA PELO MUNDO

Veja com atenção!

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  1. ALEMANHA: Quase sem GÁS. A Rússia fecha os registros; população passará frio. Volta das usinas a carvão para gerar energia.
  2. PORTUGAL E ESPANHA: Em Chamas nas suas florestas, devido às altas temperaturas.
  3. REINO UNIDO: Crise nos aeroportos, sem funcionários. Custo de vida subindo.
  4. ITÁLIA, FRANÇA e HOLANDA: Greve nas Empresas de Aviação. Manifestações devido à revolta dos agricultores.
  5. RÚSSIA: em Guerra com a UCRÂNIA, afetando o mundo inteiro.
  6. JAPÃO: Assassinato de ministro.Tendo que colocar em funcionamento 7 hidrelétricas nucleares.
  7. CORÉIA DO NORTE: Testando bombas atômicas nos mares da Coréia do Sul.
  8. A CHINA: Crise na mão de obra, falta matéria prima. Bancos quebrando.
  9. ARGENTINA: em crise, com INFLAÇÃO em alta DE 60,7 % ; falta até papel higiênico, café etc.
    Quase 50% da população na pobreza.
  10. VENEZUELA: O Povo comendo lixo e morrendo de fome. Outrora, país mais rico da América Latina.
  11. USA: Maior inflação dos últimos 40 anos, dívida pública impagável, combustíveis nas alturas, já se fala em crise alimentar e energética, também em desabastecimento.
  12. NICARÁGUA: Governo comunista fecha igrejas e expulsa religiosos do país.
  13. URUGUAI: Preços nas alturas. Alguns produtos até 3x mais altos que o valor no Brasil.
  14. MÉXICO: Crise hídrica. Muitos estados sem água.
  15. SÍRIA: Guerra que não acaba nunca.
  16. MIANMAR: País passa por grande crise após revolução.

E O BRASIL ?

A – REDUÇÃO NOS CUSTOS DA ENERGIA;

B – REDUÇÃO NOS PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS E DE GÁS DE COZINHA;

C – AJUDA DE R$1.000,00, AOS CAMINHONEIROS, PARA AMENIZAR NO PREÇO DO DIESEL;

D – MEDIDAS PARA CONTROLAR A INFLAÇÃO, que este mês deu menos de 1%;

E – AUMENTO DA ANTIGA BOLSA FAMÍLIA que era de R$ 130,00, PARA R$ 600,00, HOJE O AUXÍLIO BRASIL;

F – AGRONEGÓCIO COMANDA AS EXPORTAÇÕES, COM CARNES, GRÃOS, FRUTAS… batendo recorde de exportações.

G – A POPULAÇÃO ACORDOU E DEMONSTRA, COMO NUNCA, REPÚDIO PELA ESQUERDA INCOMPETENTE, IRRESPONSÁVEL, ENTREGUISTA, MENTIROSA, DESTRUIDORA DE NOSSOS VALORES MORAIS, FAMILIARES E RELIGIOSOS, CONTRA A PROPRIEDADE PRIVADA E INCENTIVADORA DE INVASÕES.

ESTAMOS NO CAMINHO CERTO.

 É isso aí gente!
Contra todos os alienados de carteirinha, estamos navegando de braçada em mar tranquilo, em que pese o mar do mundo.
Ao contrário daqui, lá fora se vê águas revoltas.

Em curtas palavras: -CONTRA FATOS NÃO EXISTEM ARGUMENTOS…

Vamos em frente!!!

🇧🇷

ATÉ QUANDO O SENADO VAI PERMITIR OS ABUSOS DO STF

 

Inquéritos abusivos
Senadores respondem
Por
Leonardo Desideri – Gazeta do Povo
Brasília


Constituição confere ao Senado a prerrogativa de processar e julgar crimes de responsabilidade cometidos por ministros do STF| Foto: Pedro França/Agência Senado

Nas redes sociais e em comentários de reportagens da Gazeta do Povo sobre decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) – como a operação policial contra empresários autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes –, uma pergunta ressoa: até quando o Senado vai continuar se omitindo?

De acordo com a Constituição, é o Senado quem tem o poder de processar e julgar, nos crimes de responsabilidade, os ministros do STF. Nos últimos dias, juristas consultados por diversos veículos de comunicação, inclusive a Gazeta do Povo, apontaram conduta abusiva de Moraes no caso dos empresários.

Dentro do Senado, o principal defensor da abertura de processos para apurar as condutas de ministros do STF é Eduardo Girão (Podemos-CE). Foi ele quem requereu uma audiência sobre o inquérito das fake news (nº 4.781) ocorrida na Casa nesta terça-feira (30). Moraes foi convidado, mas não compareceu.

Girão considera que a abertura de qualquer processo contra ministros é “muito difícil nesta legislatura”. “Só se for um milagre. Tem que esperar as eleições e ver se vai haver uma grande renovação – espero que assim seja –, com senadores que tenham foco nisso, porque a sociedade está gritando lá fora. E aqui não são ouvidos esses gritos. Por mais atrocidades, barbaridades, que o Supremo esteja fazendo, o Senado está assistindo tudo de camarote, sem reação, inerte”, diz.

Para Girão, os motivos da inércia são claros. “A gente já sabe as razões: o foro privilegiado, a conveniência política… Tudo isso faz um poder proteger o outro e ser conivente com essas situações que estão acontecendo, de desrespeito à Constituição”, afirma. “Mas nós vamos continuar. Quem não está querendo diálogo é ele [STF]. O tribunal deles, quem julga eles, somos nós. Eles julgam 211 milhões, mas quem julga eles somos nós. Mas eles não estão nem aí”, acrescenta.

Outros senadores também têm se manifestado contra as decisões de Moraes. Plínio Valério (PSDB-AM) atribui a inércia de seus colegas a “excesso de cautela”.

Do principal responsável por uma eventual abertura de processo contra ministros do Supremo – o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) –, pouco se pode esperar. A Gazeta do Povo pediu um posicionamento oficial de Pacheco e ainda aguarda resposta, mas a sua assessoria de comunicação adiantou à reportagem que o parlamentar não vê abuso na atuação de Moraes.

Anteprojeto para nova Lei de Impeachment pode blindar ainda mais os ministros do STF
Na sessão desta terça sobre o inquérito das fake news, além do próprio Girão, estiveram presentes os senadores Styvenson Valentim (Podemos-RN), Guaracy Silveira (Avante-TO), Lasier Martins (Podemos-RS), Luiz Pastore (MDB-ES) e Espiridião Amin (PP-SC). Também participaram os procuradores de Justiça Sérgio Harfouche e César Dario da Silva, o ex-procurador Deltan Dallagnol, os juristas Ives Gandra Martins e Valmir Pontes Filho, além do advogado-geral da União, Bruno Bianco Leal. Todos demonstraram preocupação quanto a decisões recentes do STF.

Martins lamentou que um colegiado de juristas escolhidos pelo ministro do STF Ricardo Lewandowski esteja discutindo, neste momento, uma alteração na Lei do Impeachment, que é de 1950. A comissão foi criada por Pacheco em março e apresentará um anteprojeto de lei na próxima sexta-feira (2).

“Com nomes devidamente calculados, estão tentando reformar a Lei do Impeachment, que jamais na história foi usada para processar ministros do Supremo, por mais arbítrios que tenham cometido. Integrantes dessa comissão foram escolhidos a dedo e estão lá fazendo um trabalho que, muito possivelmente – vamos conferir lá adiante –, vai proteger mais uma vez os ministros do Supremo Tribunal Federal. É a raposa cuidando do galinheiro. Eu espero ainda estar no Senado para verberar contra essa coisa que vai sair do trabalho desta comissão”, comentou Martins.

O senador Styvenson Valentim lamentou a ausência de Moraes na sessão desta terça. “Sempre que buscam os votos, vão aos nossos gabinetes, percorrem os corredores do Senado, onde vão ser sabatinados, mas depois de eleitos fazem o que a maioria dos políticos brasileiros faz: não retornam, não dão a mínima satisfação ao poder que o elegeu”, afirmou.

Para Espiridião Amin, o Brasil vive “tempos estranhos”. “Este monopólio da verdade é agravado quando, na vigência da Constituição do Estado de Direito, nós vivemos esta longa exceção deste inquérito iniciado em março de 2019, sem objeto definido, fácil de abrir, mas do qual só um tem a chave – exatamente a pessoa que julga, e que, portanto, determina quem deve ser investigado, quem deve ser abordado, quem deve ter a sua vida submetida ao escrutínio da polícia ou do Ministério Público, sem que haja um processo formal”, disse o senador durante a sessão.

O inquérito das fake news foi aberto de ofício pelo ex-presidente do STF, Dias Toffoli, em 2019, supostamente para investigar ataques contra a Corte e ministros do tribunal. Alexandre de Moraes foi então indicado relator, de forma arbitrária, sem sorteio. A procuradora-geral da República da época, Raquel Dodge, determinou o encerramento do inquérito 4.781, alegando desrespeito ao devido processo legal e ao sistema penal acusatório, já que o Ministério Público não foi consultado sobre a abertura das investigações. Mas a decisão dela foi ignorada por Moraes. Desde então, o inquérito continua em aberto.

Os senadores críticos do inquérito alegam que o STF não tem poder para fazer a denúncia contra investigados, pois esta é uma atribuição privativa do Ministério Público. E também não pode conduzir a investigação, pois está sendo ao mesmo tempo vítima, investigador e julgador do caso.

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ARBÍTRIO DO STF SEM SIGILO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


O ministro do STF Alexandre de Moraes, que determinou operação policial contra empresários.| Foto: Nelson Jr./ STF

A revolta de parte da sociedade brasileira diante de um novo avanço do Supremo Tribunal Federal sobre as liberdades individuais foi tanta que o ministro Alexandre de Moraes abriu uma exceção ao sigilo completo que tem marcado os inquéritos abusivos que conduz. Alegando que “as diligências iniciais pendentes” já foram concluídas e que houve “inúmeras publicações jornalísticas” críticas, Moraes tornou pública a documentação sobre a operação contra oito empresários que teriam defendido um golpe de Estado em conversa privada realizada pelo WhatsApp. E, como era de se esperar, a divulgação dos textos apenas confirmou o que já se intuía: que não havia substância alguma na perseguição movida contra o grupo.

Já é estarrecedora a primeira peça, a representação da Polícia Federal solicitando que Moraes autorize a busca e apreensão contra os empresários. Nela, o delegado Fábio Shor afirma que “vários empresários estariam participando de um grupo no aplicativo de mensagens WhatsApp para arquitetar uma ruptura do Estado Democrático de Direito”, mas, para embasar tal afirmação, usa apenas as mesmas conversas tornadas públicas pelo portal Metrópoles semanas atrás e nas quais nem de longe se pode verificar algum tipo de orquestração. Ninguém ali está “arquitetando” nada, mas apenas exprimindo suas opiniões e preferências – deploráveis, mas jamais criminosas, como explicamos detalhadamente na semana passada, neste mesmo espaço.

Transformar opiniões e conjecturas feitas privadamente em motivo para medidas extremas que violam direitos básicos como a privacidade é coisa de Estados totalitários

A convicção ilusória de que os oito empresários estariam ativamente tramando uma ruptura institucional foi tanta que Shor nem sequer mencionou os crimes de apologia ou incitação ao crime. O delegado preferiu citar diretamente os crimes de constituição de milícia privada, previsto no artigo 288-A do Código Penal (“Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código”) e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, descrito no artigo 359-L (“Tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais”).

Nem mesmo as mentes mais férteis teriam como concluir, das conversas publicadas, que os diálogos poderiam levar seus autores a responder por algum desses crimes. Dizer preferir um golpe a uma vitória de Lula ou mesmo afirmar que o golpe deveria ter ocorrido anos atrás não é “tentar abolir o Estado de Direito”, muito menos “constituir organização paramilitar”. E sempre é preciso lembrar que, dos oito empresários perseguidos, apenas três fizeram menções a golpe de Estado; os demais trataram de outros assuntos, também considerados tabus por quem faz as regras do processo eleitoral – por mais que a “manifestação crítica aos poderes constitucionais” esteja explicitamente protegida pela nova lei de crimes contra o Estado Democrático de Direito, há tempos os ministros do STF e do TSE decidiram que tais manifestações são “ataques” que precisam ser coibidos usando a força do braço estatal.


Como se não bastasse o estabelecimento de um “crime de opinião”, o delegado pediu, e Moraes endossou, o acréscimo de mais uma figura ao arsenal liberticida do ministro relator: o “crime de cogitação”. Tanto a representação quanto a ordem de busca e apreensão citam uma mensagem específica na qual um dos empresários fala em “dar um bônus em dinheiro ou um prêmio legal pra todos os funcionários das nossas empresas”, sem detalhar em que condições isso se daria, com a ressalva de que “temos que ver se não é proibido”; um outro responde, dizendo acreditar que “seria compra de votos” e o assunto morre ali. Ainda que a concessão de valores financeiros a funcionários possa configurar abuso de poder econômico, a conversa não passou da menção a uma ideia rapidamente descartada. Pretender criminalizar ou mesmo investigar meras cogitações não concretizadas é algo que nem mesmo a ditadura militar brasileira chegou a fazer; seria uma espécie de “Minority Report da vida real”, em referência ao conto de ficção científica, posteriormente adaptado ao cinema, em que os poderes premonitórios de um grupo de mutantes levam pessoas a serem presas antes de efetivamente cometer algum crime.

Transformar opiniões e conjecturas feitas privadamente em motivo para busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias, suspensão de perfis em mídias sociais, quebra de sigilos e outras medidas extremas que violam direitos básicos como a privacidade – só não houve prisão, embora ela tivesse sido solicitada por um trio de deputados federais do PT – é coisa de Estados totalitários, como lembrou à Gazeta do Povo o especialista em Direito Eleitoral Adriano Soares da Costa. É o arbítrio que se impõe não pela força dos tanques, mas das canetas; que se disfarça de normalidade institucional apenas porque as formalidades processuais continuam a ser seguidas. Os inquéritos conduzidos por Moraes já contêm abusos suficientes para dar como certo seu caráter antidemocrático, como a mistura entre vítima, investigador, acusador e julgador; o fato de quase todos os investigados em tais inquéritos não terem prerrogativa de foro; e a violação do direito à ampla defesa. Mas o que está sendo construído pelo STF e tolerado graças ao silêncio cúmplice de muitas entidades da sociedade civil organizada e de formadores de opinião vai ainda mais longe: só totalitarismos vigiam e perseguem opiniões.


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COMO PRESIDENCIÁVEIS PENSAM A INDICAÇÃO DO NOVO PGR

 

Chefe do Ministério Público
O que pensam sobre a lista tríplice

Por
Renan Ramalho – Gazeta do Povo
Brasília


Atual procurador-geral, Augusto Aras é crítico da lista tríplice e foi escolhido por Bolsonaro fora dela.| Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

O debate sobre a forma de escolha do chefe do Ministério Público Federal voltou à tona, neste momento da campanha presidencial, depois que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitou se comprometer com a lista tríplice. Por este modelo, membros do MPF apresentam ao chefe do Executivo os três nomes mais votados pela categoria para assumir a Procuradoria-Geral da República (PGR). O candidato petista foi questionado sobre o assunto no Jornal Nacional.

“Quero deixar eles [procuradores da República] com uma pulguinha atrás da orelha. Primeiro preciso ganhar as eleições. Esse negócio de prometer as coisas antes de vencer as eleições é um erro”, disse o ex-presidente, acrescentando que, se for eleito, fará várias reuniões com o Ministério Público para discutir os critérios de seleção que precisam ser justos para ele e para o Brasil.

“Eu não quero procurador leal a mim. O procurador tem que ser leal ao povo brasileiro, ele tem que ser leal à instituição […]. Para mim, o que precisa é dar segurança para o povo, como eu dei quando era presidente”, afirmou ele, que diz ter sido perseguido politicamente pelo MPF na Operação Lava Jato.

A declaração de Lula reflete ainda críticas recorrentes de que o atual procurador-geral da República, Augusto Aras, protege o presidente Jair Bolsonaro (PL) de investigações e acusações – Aras foi escolhido à revelia da lista tríplice.

Nos bastidores, conselheiros de Lula na área jurídica cogitam a possibilidade de ele pedir uma lista sêxtupla, para que tenha mais opções de escolha. Uma das ideias é somar a lista tríplice, entregue a cada dois anos ao presidente pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), a uma lista de três nomes indicados pelo Congresso, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Para interlocutores, Lula quer poder negociar a nomeação entre vários atores políticos e institucionais, não apenas ligados ao MPF.

Na bolsa de apostas, um dos mais cotados atualmente para assumir a PGR é o subprocurador e advogado de Lula na campanha Eugênio Aragão.

Constituição confere ao presidente da República o direito de livre escolha do PGR
A escolha a partir da lista tríplice não é obrigatória, não é prevista em lei nem na Constituição. Desde 2001, no entanto, havia se tornado uma tradição, tendo o próprio Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e seu sucessor, Michel Temer (MDB), escolhido a partir das indicações. A prática foi interrompida com Bolsonaro, que optou por ignorar a lista ao nomear Aras – também por isso, o atual procurador-geral sofreu oposição dentro do MPF.

Em 2019, Bolsonaro indicou Aras para seu primeiro biênio na PGR após uma arrastada negociação, que envolveu consultas a aliados no Congresso e a ministros do STF. O presidente queria um procurador-geral que não encampasse uma perseguição generalizada à classe política – pecha pregada ao ex-PGR Rodrigo Janot, em razão da traumática condução da Operação Lava Jato –, mas também que pudesse frear o ímpeto de setores do MPF avessos à liberalização da economia e ao avanço do agronegócio, por razões ideológicas ou objeções ambientais.

Aras, que desde o início da disputa, naquela época, colocou-se como um candidato conservador e avesso à lista, disse, numa entrevista à Folha de S.Paulo, que esse modelo de escolha “atrai para o âmbito do Ministério Público Federal os vícios naturais da política partidária, a exemplo do clientelismo, do fisiologismo, da política do toma-lá-dá-cá, inclusive, eventualmente, embora em nível reduzido conhecido, de corrupção, como ocorreu em alguns episódios da última gestão [de Janot], com prisão de procurador da República”.

No ano passado, ao criticar a gestão de Janot durante um seminário jurídico, o ministro do STF Gilmar Mendes disse que a escolha por lista foi um “desastre institucional”. “O procurador Aras agiu bem ao desmontar essa estrutura de força-tarefa”, afirmou, numa crítica à Lava Jato. Apesar das resistências internas, Aras foi aprovado com folga no Senado nas duas vezes em que foi indicado por Bolsonaro, inclusive com os votos da oposição. Nas sabatinas, Aras foi elogiado e cumprimentado pelos senadores por não “criminalizar a política”.

Caso Bolsonaro seja reeleito, muitos políticos próximos a ele apostam que ele escolherá como sucessora de Aras sua atual vice, Lindôra Araujo, que tem rechaçado várias tentativas de investigar o presidente e seus aliados, alegando falta de materialidade dos crimes apontados.

Até o momento, entre os candidatos à Presidência mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto, Simone Tebet (MDB) foi a única a sinalizar que escolherá a partir da lista tríplice, caso eleita. “Uma das razões por que acho que a escolha do procurador-geral tem que estar na lista, e o presidente da República tem tantos poderes, [é que] ele não precisa tirar alguém da cartola que não esteja na lista”, disse a senadora numa sabatina em junho realizada pelo portal G1.

Na sua vez de ser sabatinado, Ciro Gomes (PDT) não se comprometeu com o modelo. “Eu vou buscar aquele que entre os titulados formalmente tenha aquilo que a Constituição pede: notório saber jurídico, reputação ilibada e capacidade de representar um Ministério Público que eu sonhei e ajudei a construir, e que está sendo desmoralizado pelos abusos, de omissão, como no caso do Aras, ou, porque embaixo, você não tem ideia do Brasil profundo que eu conheço.”

O que dizem defensores e críticos da lista tríplice
Atual presidente da ANPR, o procurador Ubiratan Cazetta diz que o modelo da lista é o mais transparente, porque só nele os candidatos se mostram publicamente, apresentam seus compromissos abertamente, de modo que os membros do MPF, que conhecem bem a trajetória de cada um dentro do órgão, avaliem se podem mesmo cumprir com seus planos.

“O outro modelo é opaco: não se sabe exatamente quem são os candidatos, quais seus compromissos e como são escolhidos. Então, para não nomear um amigo, mas sim alguém independente, isso só pode ser feito no modelo transparente”, disse à Gazeta do Povo.

Cazetta destaca que o modelo de lista é aplicado para escolher os chefes das 26 unidades do Ministério Público estadual, e também dos demais ramos do MP: Militar, Trabalhista e do Distrito Federal. Esse modelo não foi adotado para o MPF porque, até 1988, o procurador-geral também acumulava o cargo de advogado-geral da União, daí sua ligação mais próxima com o presidente, que o escolhia como qualquer outro ministro do governo.

Críticos do modelo, no entanto, ressaltam que a Constituição dá ao presidente livre escolha justamente para permitir que ele indique alguém alinhado com a política criminal que ele defendeu em sua eleição para o Executivo, e que foi referendada pela maioria dos eleitores. Também apontam o risco de que sejam escolhidos para a lista tríplice apenas aqueles candidatos propensos a oferecer aos procuradores o máximo de benesses para a própria carreira, adotando uma pauta corporativista distante dos interesses da sociedade.

O presidente da ANPR rechaça essas objeções, afirmando que, nos estados, não está comprovado que os chefes dos MPs, escolhidos pelo governador a partir da lista, só se preocupem com os interesses da carreira. Em relação à política criminal, alega que trata-se de uma questão definida pelo Congresso e que o PGR atua em observação à lei aprovada.

O advogado criminalista Davi Tangerino, doutor em Direito Penal pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), concorda com o diagnóstico da ANPR. Para ele, o modelo de livre escolha permite a cooptação do procurador-geral, para que atenda aos interesses e proteja o presidente da República. Mas não considera que o único modo de evitar isso seja a indicação a partir da lista tríplice.

Ele não se opõe, necessariamente, ao modelo. Só considera que, caso o presidente não identifique nos nomes apresentados um perfil próximo da política criminal pela qual foi eleito, ele possa optar por alguém de fora dela. Isso porque um procurador-geral que, por exemplo, seja contrário ou favorável à criminalização do uso de drogas e ao armamento da população, pode ter influência no debate caso o STF venha a decidir sobre a constitucionalidade de políticas públicas relacionadas a esses temas – a PGR sempre pode pedir à Corte a revogação delas ou opinar em ações que as contestem. Além disso, tem poder administrativo para organizar o MPF de modo a priorizar ou não a atuação do órgão nesses campos.

“O Ministério Público é um órgão de Estado e a escolha da cúpula é do presidente com validação do Senado. Portanto, é totalmente legítimo que o presidente escolha quem seja alinhado com a política de Estado que aquele presidente imagina para o MP. Só que isso precisa ter dois cuidados: primeiro, é preciso ter transparência do que esse presidente espera desse procurador-geral, para que haja controle, inclusive do Senado. E dois: precisamos criar mecanismos para que se o procurador-geral for cooptado pelo presidente, não se crie um dilema institucional”, afirma Tangerino.

Entre esses mecanismos, já se discute no STF e no Congresso se é possível recorrer das decisões em que o procurador-geral arquiva investigações contra o presidente e seus aliados. Atualmente, quando a PGR considera que não há crime ou provas contra uma autoridade investigada, o arquivamento é quase obrigatório por parte do Supremo.

Há uma ação na Corte e uma proposta no Congresso para que essa decisão seja passível de recurso, de modo que a decisão final fique com o Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF), órgão administrativo de cúpula do qual fazem parte o procurador-geral e outros nove subprocuradores.

ELEIÇÕES 2022
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JUSTIÇA ELEITORAL PROIBE CELULARES NA VOTAÇÃO

 asil e Mundo Diversos Proibição de uso de celular na votação

Por que querem os nossos celulares na hora de votar?

Byvaleon

Ago 31, 2022

Eleições

Por
Alexandre Garcia

Celular – Curitiba 24 / 07/ 18 – Fotos de um homem usando telefone celular na rua. Foto: Marcelo Elias – Gazeta do Povo


Justiça Eleitoral quer que eleitores deixem celulares fora da cabine de votação.| Foto: Marcelo Elias/Arquivo/Gazeta do Povo

Um amigo meu, de Natal, pergunta o seguinte: eu sou o dono do meu celular, eu não paguei barato pelo meu celular, eu gosto dele e vou votar com ele. Na entrada da seção eleitoral, o mesário me pede para lhe entregar o celular. Se eu fizer isso, vou pedir um recibo com as características do celular. Se por acaso o celular tiver sido violado, usado para se fazer alguma compra, alguma retirada de banco, alguma transferência, eu tenho a quem responsabilizar, certo? Eis aí uma questão.

Ouvi o Augusto Nunes, da Jovem Pan, dizer que ninguém lhe tira o celular, que ele vai votar com o celular porque é um cidadão livre, um eleitor livre. E eu pergunto: baseado na fala do presidente da Justiça Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, se eu entrar com o meu celular, sendo um cidadão livre, considerando todas as restrições a outros eleitores não tão livres assim – só para eles realizarem o direito de votar –, por acaso o mesário vai me revistar? O mesário vai me impedir de votar se eu insistir em entrar com o celular? Vai me retirar o direito ao voto, impedir que eu exerça a obrigação de votar? Quem responde por isso? E qual é a intenção de alguém fotografar o próprio voto? O voto é da pessoa, ela é dona do sigilo do seu voto e pode abrir esse sigilo. A ninguém é dado o direito de saber como vota o outro, mas cada um decide o que fazer com o seu voto; como é que fica isso? É no que dá esse avanço sobre direitos e liberdades. Aliás, está tudo na Constituição. É preciso respeitar a Constituição.

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Ação contra empresários foi baseada em violação de privacidade e “prova” que não comprova nada
O WhatsApp me mandou uma mensagem que é rotineira para quem usa o aplicativo. Diz que as conversas e chamadas são privadas, que nem mesmo o WhatsApp pode ler ou ouvi-las, que a criptografia protege mensagens de texto e voz, chamadas de voz e vídeo, fotos, vídeos, documentos e compartilhamento de localização. O WhatsApp está bem afinado com o artigo quinto da Constituição, aquele dos direitos e garantias fundamentais, que é cláusula pétrea e garante o sigilo dessa comunicação. Só que, vocês estão lembrados, a Polícia Federal fez busca e apreensão contra oito empresários porque alguém espionou e cometeu o crime da violação de mensagens trocadas no grupo de WhatsApp do qual esses oito empresários participaram. Esse alguém publicou isso e essa violação, esse crime, foi usada como motivo para uma busca e apreensão, por ordem da Justiça.

Como isso é possível, se está escrito na Constituição que a prova obtida por meios ilícitos não pode ser usada? Aliás, prova de quê? Essa é a prova que não comprova nada – comprova que houve uma conversa de botequim entre eles; como não existe mais a mesa do botequim a que se referia Umberto Eco quando falou da rede social, as pessoas agora conversam pelo WhatsApp como se estivessem no botequim. Ou agora todos os botequins dessa Oceania de 1984, do George Orwell, estão com o microfone embaixo da tampa da mesa, nos espionando? Será que é isso?

Recorde no superávit primário

Para o fim, o registro de que, graças a um imposto menor, vem um pagamento maior. Tivemos mais superávit primário nas contas públicas: em julho, recorde de R$ 19,3 bilhões e, no acumulado do ano, outro recorde, superávit de R$ 73,1 bilhões.


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FELICIDADE E ESPIRITUALIDADE NA MIRA DA CIÊNCIA

 


Felicidade e espiritualidade na mira da ciência – Relatório Mundial da Felicidade revela o nível de investimento dos governos na qualidade de vida de suas populações
Por
Danielle Blaskievicz – Gazeta do Povo


Brasil ocupa o 38.º lugar no Relatório Mundial da Felicidade| Foto: Pixabay

O nível de satisfação de um povo é capaz de revelar se o governo local investe para elevar a qualidade de vida da população ou está apenas preocupado em se manter no poder. Há dez anos, o Relatório Mundial da Felicidade traz o “ranking de felicidade dos países” a partir de dados de pesquisas globais para relatar como as pessoas avaliam suas próprias vidas em mais de 150 nações. Com o impacto das emoções na saúde da população, questões como felicidade, espiritualidade, psicologia positiva e neurociência se tornaram foco dos debates acadêmicos.

No relatório, que conta com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), a Finlândia aparece como o país mais feliz do mundo por cinco anos consecutivos. Já o Brasil ocupa a 38.ª posição no ranking. Na América do Sul, o Uruguai é o país com melhor classificação.

O assunto não é novo. Desde a Grécia Antiga os filósofos argumentavam sobre a importância de se trabalhar as emoções, o equilíbrio entre o corpo e a mente e coisas do gênero.

Conheça o curso de especialização Inteligência Espiritual, Carreira e Sentido da Vida da PUCPR

Felicidade, espiritualidade e saúde mental da população está no centro dos debates acadêmicos. | Pixabay
Hoje, porém, com a vida acelerada, o excesso de informação, a hiperconectividade, situações que foram agravadas ainda mais com a pandemia de Covid-19, impulsionaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) a realizar este ano a maior revisão mundial sobre saúde mental desde a virada do século, convocando governos, profissionais de saúde, sociedade civil a desenvolver uma ação conjunta na tentativa de reverter as estatísticas atuais que mostram existir quase um bilhão de pessoas com algum tipo de transtorno mental no mundo.

Os cientistas resgataram o interesse pelo assunto e o impacto que as emoções podem ter em uma pessoa ou em uma sociedade hoje é amplamente estudado em universidades e fóruns de debates, dentro e fora do Brasil. Na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), por exemplo, existem vários cursos de especialização com essa abordagem, como é o caso da pós-graduação digital Inteligência Espiritual, Carreira e Sentido da Vida.

III Congresso Internacional de Felicidade . Fotografia © 2018 Rubens Nemitz Jr

Gustavo Arns, idealizador do Congresso Internacional da Felicidade, é um dos professores da pós-graduação digital Inteligência Espiritual, Carreira e Sentido da Vida da PUCPR. | Divulgação | Rubens Nemitz Jr – fotografista.
Um dos objetivos é estudar a atração emocional e física que conecta pessoas, impacta a vida em sociedade e afeta diferentes fases dos ciclos vitais. Um dos professores do curso é Gustavo Arns, idealizador do Congresso Internacional da Felicidade. Para ele, a felicidade é uma questão de política pública, pois as pessoas só serão mais felizes a partir do momento em que estiverem vivendo em uma sociedade mais justa, pacífica e com menos desigualdades econômicas e sociais.

Já o sociólogo italiano Domenico De Masi, que também é professor no curso da PUCPR, aborda questões práticas relacionadas à carreira e à empregabilidade frente às mudanças tecnológicas. Autor do conceito do “ócio criativo” nos anos 2000 – a ideia de que o equilíbrio entre o trabalho e o lazer é mais benéfica para a criatividade do que a exaustão –, De Masi propõe a reflexão sobre as novas formas de produção, com menos horas trabalhadas, em uma sociedade tecnologicamente mais produtiva e menos dependente do trabalho humano para evitar o desemprego massivo.

Para ele, o avanço da tecnologia vai permitir à humanidade se libertar de tanto trabalho e aproveitar melhor o tempo livre.

Conheça outros cursos da Pós PUCPR Digital
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