sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

MULHERES QUEREM AUMETAR AS SUAS COTAS NA POLÍTICA

 

Por
Luís Ernesto Lacombe – Gazeta do Povo

A deputada Sâmia Bonfim deixa bem claro que deseja mais mulheres na política, mas apenas se pensarem como ela.| Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados

Circulou nas redes sociais, esses dias, trecho de sessão da Comissão de Constituição e Justiça, da Câmara dos Deputados. Discutia-se a PEC 18, que trata da participação das mulheres na política. A cota eleitoral já existe: a cada eleição, todo partido deve ter 30% de mulheres entre seus candidatos. Então, a elas sejam garantidos verba para campanha e também tempo de propaganda gratuita no rádio e na tevê. E que uma parcela do bilionário Fundo Partidário seja usada na “criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres”. Sim, porque, com mais mulheres na política, todos os nossos problemas estarão resolvidos. Ou não?

Talvez pudessem até pensar em mecanismos que criassem um Congresso formado pela mesma quantidade de homens e de mulheres. Meio a meio, na Câmara e no Senado. Bom, são 513 deputados e 81 senadores, números ímpares… Melhor que haja uma mulher a mais em cada casa legislativa. É política, sabe? E, se não fosse, será que não deveríamos nos preocupar igualmente com o desequilíbrio entre os sexos? Não precisamos de mais mulheres na engenharia, estatística, matemática? E do outro lado, nas áreas majoritariamente ocupadas por mulheres? Não deveríamos ter mais homens na pedagogia, nutrição, fisioterapia?

Mesmo com cota, continua difícil encontrar mulheres dispostas a concorrer a um cargo político. E há candidatas que nem sabem direito que são candidatas, num “laranjal” criado por uma lei que ignora movimentos orgânicos

Se é de igualdade que estamos falando, precisamos de mais mulheres no trabalho de mineração, nos canteiros de obra, nas oficinas mecânicas. Precisamos de mais homens nas creches, na enfermagem, no trabalho doméstico. Mais mulheres dirigindo caminhão, mais homens nas cabines de pedágio. Meio a meio. Homens e mulheres. Talvez não só na política, em tudo. E eu acabo vivendo de ironia, no mundo dos problemas inexistentes…

Não vejo barreiras, exceto as pessoais, para que alguém encontre oportunidade em uma área profissional, qualquer uma. Afinal, que barreiras as mulheres encontram para seguir carreira política? Antes da cota eleitoral, os “donos dos partidos” não as queriam? Ou elas não queriam os partidos, a filiação, a candidatura, a campanha e tudo mais? Agora, mesmo com cota, continua difícil encontrar mulheres dispostas a concorrer a um cargo político. E há candidatas que nem sabem direito que são candidatas, num “laranjal” criado por uma lei que ignora movimentos orgânicos, naturais, espontâneos, que não admite que homens e mulheres podem ter aptidões e interesses diferentes.


Uma grande mentira
Talvez a política vá passar, ou esteja passando, por uma transformação como houve no jornalismo, que já foi uma área dominada pelos homens e hoje atrai mais as mulheres. O Estado precisa se meter nisso? Não, claro que não, mas, na sessão da CCJ, a deputada socialista esbraveja, quer cota, quer dinheiro para as campanhas das mulheres. Ela não tem paciência, chama duas colegas de fascistas, quer mais mulheres na política… Todas as mulheres? A deputada socialista grita e deixa claro: só as que pensam como ela.


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SE O MORO PASSAR PARA O 2º TURNO ELE VENCE AS ELEIÇÕES


  1. Política
     

Já há sinais, inclusive, de que o ex-presidente perde alguns pontos tanto no confronto direto com Bolsonaro quanto com o o ex-ministro

Eliane Cantanhêde, O Estado de S.Paulo

As pesquisas vão confirmando o que os políticos, contra ou a favor dele, já vinham detectando: o ex-presidente Lula está consolidado com folga na liderança do primeiro turno, mas pode ter grandes dificuldades no segundo. Seu risco é enfrentar a mesma onda de rejeição ao PT e a ele que embalou a vitória do improvável Jair Bolsonaro.

Já há sinais, inclusive, de que Lula continua com grande vantagem também no segundo turno, mas perde alguns pontos tanto no confronto direto com Bolsonaro, agora no PL, quanto com o seu “algoz” Sérgio Moro, do Podemos.

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Moro cumpre um papel que Lula não conseguiria assumir: o de atrair uma grande massa difusa da anticorrupção que já foi bolsonarista e hoje está decepcionada com os absurdos que o presidente diz e faz nas mais diferentes áreas. Foto: Dênis Ferreira Neto/Estadão

Assim, Lula vive um dilema: deixar correr solta a candidatura de Moro, que serve para abocanhar votos de Bolsonaro e da direita no primeiro turno, mas evitando que Moro cresça a ponto de chegar ao segundo turno. A calibragem é delicada. E, obviamente, não depende só de Lula, mas do fôlego de Moro e do desenrolar da própria campanha.

Desde 1994, todos os presidentes disputaram e levaram a reeleição e é um erro menosprezar Bolsonaro e dar de barato que estará fora do segundo turno. Nada garante essa certeza, ou possibilidade. É fato que ele perdeu o discurso, apoios e índices de aprovação, mas tem uma arma poderosa: a caneta.

Na reta final deste 2021 tão difícil, Bolsonaro conseguiu aprovar o Auxílio Brasil e a fatia da PEC dos Precatórios que garante o financiamento do programa, um Bolsa Família para chamar de seu. Ele tem o orçamento secreto e a disparada nos juros, de 2% no início do ano para 9,25% em dezembro, é uma pancada numa inimiga perigosa para candidatos à reeleição: a inflação.

Como não dá para brincar com Bolsonaro, Moro cumpre um papel que Lula não conseguiria assumir: o de atrair uma grande massa difusa da anticorrupção que já foi bolsonarista e hoje está decepcionada com os absurdos que o presidente diz e faz nas mais diferentes áreas. Logo, Moro enfraquece as chances de Bolsonaro.

Ok. Mas… e se o ex-juiz, ícone da Lava Jato, crescer mais do que o previsto e chegar ao segundo turno? Aí, a coisa muda de figura. De “conveniente”, sua candidatura pode passar a ser uma ameaça que pode ser fatal.

Lula, PT e ninguém pode adivinhar o que aconteceria, mas não é prudente descartar a possibilidade de Moro se transformar no polo aglutinador de uma enorme fatia do eleitorado que foi acumulando divergências e irritações contra o PT, até transformá-lo em inimigo número um. Cabem nesse balaio bolsonaristas e boa parte da direita, do centro e até da esquerda pró Lava Jato.

Para Lula, portanto, Moro veio bem a calhar no primeiro turno, mas não seria um adversário nada fácil no segundo.

COMENTARISTA DA RÁDIO ELDORADO, DA RÁDIO JORNAL (PE) E DO TELEJORNAL GLOBONEWS EM PAUTA

 

O BRASIL PRECISA URGENTE DE FERROVIAS

 

  1. Economia 

O Brasil precisa urgentemente expandir sua malha ferroviária para encontrar o equilíbrio de sua matriz de transportes

Marcus Quintella*, O Estado de S.Paulo

O novo marco legal das ferrovias, recentemente aprovado no Senado e em vias de ser aprovado na Câmara dos Deputados, representa um avanço para o setor de transportes e abre grandes possibilidades para investimentos no setor ferroviário.

A “estrela da companhia” desse projeto é a criação do regime de autorização para a construção de ferrovias pelos empreendedores privados, dentro dos princípios da livre concorrência e da liberdade de preços, com a mínima intervenção do poder público. 

Ferrovias
As ferrovias respondem somente por 15% da nossa matriz de transporte de cargas. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Atualmente, as ferrovias são exploradas pelo regime de concessão, por três grandes grupos empresariais, a partir de licitações e com forte regulação estatal. 

As autorizações serão importantes para o crescimento e diversificação do setor ferroviário brasileiro, pois as ferrovias respondem somente por 15% da nossa matriz de transporte de cargas, enquanto o modo rodoviário chega a transportar em torno de 65%. Cabe destacar que 80% das cargas transportadas nas ferrovias brasileiras são minérios e carvão mineral, 14%, produtos agrícolas, 3%, produtos siderúrgicos, e 3%, derivados de petróleo, álcool, carga geral e contêineres. 

Brasil precisa urgentemente expandir sua malha ferroviária para encontrar o equilíbrio de sua matriz de transportes, visto que possuímos somente 30 mil km de linhas férreas no país, mas apenas cerca de 8 mil km encontram-se em plena operação. Do restante, 15 mil km são subutilizadas e 7 mil km estão abandonadas.

Para que possamos esperar resultados promissores desse novo marco legal das ferrovias, a legislação a ser aprovada deverá dar aos investidores certas garantias, tais como: segurança jurídica em todo o território nacional; regras para a migração das atuais concessões para o novo regime de autorizações; regras para o direito de passagem e tráfego mútuo nas ferrovias concedidas; ações de desapropriações como utilidade pública; licenças ambientais sem burocracia; e exploração imobiliária e comercial das estações e faixa de domínio.

Por fim, vale dizer que o sucesso das autorizações dependerá muito das garantias citadas, visto que os investidores precisarão analisar a viabilidade financeira de cada ramal ferroviário ou short-line a ser construída considerando as garantias jurídicas, a estabilidade econômica e política do País e uma visão sistêmica do projeto, que incluirá o transporte de suas cargas desde a origem até o destino final, que poderá ser um porto ou um centro de distribuição, mas sempre passando por uma ferrovia troncal sob concessão. 

*DIRETOR DA FGV TRANSPORTES

BOM ATENDIMENTO E QUALIDADE NOS SERVIÇOS CONQUISTAM O CONSUMIDOR

 

Imprensa – DPaschoal

Atendimento de qualidade faz a diferença no fim de ano

Algumas metodologias facilitam o dia a dia da oficina e tornam o atendimento mais eficiente, assim como o rendimento do prestador de serviços

O termo ‘O barato sai caro’ sempre esteve na moda. Mesmo passando gerações e gerações, ele continua em alta, na boca do povo. Afinal, é normal encontrar lojas e oficinas, assim como postos de abastecimento, oferecendo um produto ou serviço por um valor muito abaixo do praticado no mercado. O comerciante que joga o preço lá embaixo pensa que está ganhando, mas na verdade ele está vendendo mais de um produto de baixa qualidade e com um prazo curto de garantia. Ou seja, volume alto, baixa lucratividade e aumento de possíveis reclamações. Vale a pena?

Então, agora é uma época em que a maior parte dos motoristas procura uma oficina. Muitos porque querem viajar às vésperas das festas de fim de ano e outros por terem comprado veículos seminovos durante o ano, uma vez que o zero-quilômetro ficou em alta. Como atender todos com excelência?

Veja seis mandamentos para acolher bem:

1. Ofereça serviços diferenciados. Uma das formas de ampliar a rentabilidade da oficina é realizar mais atendimentos. Para que isso aconteça é importante disponibilizar diversos tipos de serviços aos clientes. Se você já trabalha em duas ou três áreas, busque mais uma especialização.

2. Confiança e atestado de conhecimento são importantes. É uma das formas de comprovar que se está gabaritado para executar o serviço. Se ganha mais credibilidade mostrando os certificados de especialização e de treinamento.

3. Hora da entrega. É muito comum o cliente chegar à oficina no dia marcado e ser surpreendido com a não finalização do serviço. Lembre-se que seu cliente se planejou para pegar o carro na data e hora marcada. Vale dizer que o cliente de hoje representa muitos serviços futuros. Não só por ele, mas também pela indicação.

4. Qualidade não pode faltar. Entregar um serviço malfeito é pior para o cliente e para a oficina. O veículo acaba voltando, ocupando espaço e demandando mais mão de obra. Procure minimizar as possibilidades de o cliente retornar à oficina, fazer testes exaustivamente e ver se não existe outro problema.

5. Internet das coisas. As redes sociais são importantes para quem quer vender mais na oficina. Se for possível, venda algumas peças do seu interesse na internet. Use as

redes sociais para fazer divulgações e para manter o relacionamento com o cliente.

6. Preços. Saiba precificar. O valor cobrado deve suprir os custos daquela tarefa e ter um percentual de lucro satisfatório, mas não abusivo. Dessa forma o cliente ficará satisfeito e irá se sentir confiante ao contratar sua oficina para solucionar problemas futuros. Se você optar por fazer o contrário, o cliente tende a se sentir explorado e a criar uma imagem negativa da empresa.

A Startup Valeon reinventa o seu negócio

Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.

São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.

Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade, personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e serviços.

Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio pela internet, a solução para retomar as vendas nos comércios passa pelo digital.

Para ajudar as vendas nos comércios a migrar a operação mais rapidamente para o digital, lançamos a Plataforma Comercial Valeon. Ela é uma plataforma de vendas para centros comerciais que permite conectar diretamente lojistas a consumidores por meio de um marketplace exclusivo para o seu comércio.

Por um valor bastante acessível, é possível ter esse canal de vendas on-line com até mais de 300 lojas virtuais, em que cada uma poderá adicionar quantas ofertas e produtos quiser.

Nossa Plataforma Comercial é dividida basicamente em página principal, páginas cidade e página empresas além de outras informações importantes como: notícias, ofertas, propagandas de supermercados e veículos e conexão com os sites das empresas, um mix de informações bem completo para a nossa região do Vale do Aço.

Destacamos também, que o nosso site: https://valedoacoonline.com.br/ já foi visto até o momento por 68.000 pessoas e o outro site Valeon notícias: https://valeonnoticias.com.br/ também tem sido visto por 539.000 pessoas , valores significativos de audiência para uma iniciativa de apenas dois anos. Todos esses sites contêm propagandas e divulgações preferenciais para a sua empresa.

Temos a plena certeza que o site da Startup Valeon, por ser inédito, traz vantagens econômicas para a sua empresa e pode contar com  a Startup Valeon que tem  uma grande penetração no mercado consumidor da região capaz de alavancar as suas vendas.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

CRISE ECONÔMICA E SOCIAL É O DISCURSO DOS PRÉ-CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

 

  1. Política 

Pré-candidatos à Presidência dão protagonismo a propostas para geração de renda e emprego em agendas e discursos; pesquisas citam temas como os que mais preocupam o eleitor

Redação, O Estado de S.Paulo

Diante de um cenário de crescente crise econômica, marcada pelo desemprego elevado e alta inflacionária, os principais pré-candidatos à Presidência moldaram seus discursos e levaram propostas de geração de renda e trabalho para centro do debate político. 

A preocupação do eleitor com os temas vem sendo detectada em pesquisas qualitativas das pré-campanhas e levantamentos de empresas e consultorias. 

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Fachada do Palacio do Planalto; pré-candidatos à Presidência já formaram “conselheiros” na área econômica com o objetivo de formular propostas para ampliar a renda e reduzir a inflação. Foto: Dida Sampaio/Estadão

O protagonismo da economia no debate eleitoral ficou evidente nas agendas mais recentes dos presidenciáveis e no lançamento nesta quarta-feira, 9, da pré-candidatura da senadora do MDB Simone Tebet (mais informações nesta página). Ela defendeu a recriação do Ministério do Planejamento como medida prioritária. “Um País que não planeja não sabe para onde vai. É um País como nós temos hoje. Sem comandante e com um piloto da economia que não sabe para onde vai.”

Como mostrou o Estadão, pré-candidatos já formaram “conselheiros” na área econômica com o objetivo de formular propostas para ampliar a renda e reduzir a inflação. Para 2022, a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) piorou, de acordo com boletim Focus do Banco Central (BC) divulgado nesta semana. A estimativa de expansão do PIB para 2022 recuou de 0,58% para 0,51% – há um mês, estava em 1%. Já o IPCA, que deve fechar este ano em 10,19%, pode chegar a 5,02% em 2022, também de acordo com o boletim – para conter a alta dos preços, o BC elevou também na quarta-feira a Selic, a taxa básico de juros, a 9,25%, a maior em quatro anos. 

Segundo pesquisa Genial/Quaest, a economia é o principal problema enfrentado hoje pelo País na percepção dos brasileiros. O tema, que agrega desemprego e inflação, foi citado por 41% nas duas mil pessoas entrevistadas pelo instituto, à frente de pandemia (19%) e questões sociais (14%). A corrupção foi lembrada por 10%. “O aumento dos preços e o desemprego associado a um não crescimento econômico farão com que o debate seja sobre isso”, disse o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest. 

Para o pesquisador Renato Meirelles, presidente do Instituto Lokomotiva e especialista em pesquisas com a classe C, a economia será em 2022 o que a corrupção foi em 2018 como tema eleitoral. “A economia para as pessoas não é o dado do PIB, mas saber se ela enche ou não o carrinho do supermercado com o mesmo dinheiro que enchia antes. Ou seja: inflação”, disse.

O ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) tem extrapolado o discurso anticorrupção e batido na tecla do combate à pobreza. Ele esteve com dois pré-candidatos do centro: Luiz Felipe d’Ávila (Novo) e João Doria (PSDB) na quarta-feira. “Temos que fazer uma mesa-redonda para criar uma agenda comum, e esse debate tem que começar pela economia”, disse d’Àvila ao Estadão.

Vencedor das prévias tucanas, o governador paulista, por sua vez, também tem colocado a recuperação da economia como prioridade de sua agenda e anunciou o ex-ministro da Fazenda e atual secretário da pasta em São Paulo, Henrique Meirelles (PSD), como porta-voz da equipe que vai elaborar seu plano de governo na área. Não por acaso, foi o primeiro anúncio do tucano, que pretende montar um time com seis economistas. 

Em um evento com sindicalistas na sede da Força Sindical, em São Paulo, o ex-presidente Lula criticou o teto dos gastos e centrou a maior parte de sua fala em dois temas: emprego e renda. “Se a gente emprestar dinheiro para o povo pobre, ele vai fazer a economia desse país girar. O consumidor compra, a indústria produz, gera mais renda, consumo e produção”, disse, ao defender que o perdão da dívida de grandes empresas deveria se estender a quem tem renda menor. 

Já o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) tratou do tema em uma live realizada na terça-feira com o ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga. Por uma hora e meia, eles falaram exclusivamente sobre os principais tópicos ligados à economia brasileira. Ambos criticaram a alta taxa de juros no Brasil e compartilharam preocupações com a atual condução da economia no País. 

André Perfeito, economista-chefe da corretora Necton, avalia que os pré-candidatos liberais terão dificuldades em defender medidas como o ajuste fiscal. “O fato é que dado o nível de desemprego, queda da renda, inflação e taxa de juro, falar em austeridade vai ser muito difícil”, disse.

Candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) defende a agenda econômica do governo e mantém um discurso focado na pauta de costumes. Semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmou que a economia brasileira segue em recuperação em ‘V’: ‘O Brasil está de pé”, disse. / PEDRO VENCESLAU, GUSTAVO QUEIROZ, LEVY TELES E DAVI MEDEIROS

BOLSONARO ATACA NOVAMENTE ALEXANDRE DE MORAIS MINISTRO DO STF

 

  1. Política 

Três meses após selar trégua com o ministro do STF, o presidente volta a criticá-lo diretamente; sem entrar em detalhes, chefe do Executivo ainda afirmou que há pessoas cruzando as quatro linhas da Constituição

Eduardo Gayer , Brasília

Quase três meses após a publicação da chamada “Declaração à Nação”, na qual selou uma trégua com os outros Poderes, o presidente Jair Bolsonaro retomou nesta quarta-feira, 8, os ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na avaliação de Bolsonaro, o magistrado comete “abusos” e está “no quintal de casa”.  

Em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, o presidente criticou a decisão de Moraes de abrir inquérito sobre a live em que ele fez uma falsa associação entre vacinas contra covid-19 e o desenvolvimento de aids. 

“É um abuso. É o que eu disse: ele está no quintal de casa. Será que ele vai entrar? Será que ele vai ter coragem de entrar? Não é um desafio para ele. Quem está avançando é ele; não sou eu”, disse Bolsonaro, que ainda voltou a criticar a prisão do presidente do PTB, Roberto Jefferson, também autorizada por Moraes. “Isso é uma violência”. 

Jair Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro Foto: Dida Sampaio/Estadão

Sem entrar em detalhes, o presidente afirmou que há pessoas cruzando as quatro linhas da Constituição. “Estamos cada vez mais nos preparando para buscar o ponto de inflexão nisso, que não chegou ainda. Espero que essas pessoas não avancem mais”, insistiu.

Bolsonaro disse que o novo ministro do STF André Mendonça – indicado por ele e aprovado na semana passada em sabatina no Senado –, votará com o governo no julgamento do marco temporal para demarcação de terras indígenas. Na prática, o presidente antecipou o voto de um ministro que nem tomou posse e disse que ele se posicionará contra a revisão do atual entendimento da lei. 

Em novo confronto com o Supremo, Bolsonaro também afirmou que a Corte ameaçou o governo ao exigir o passaporte da vacina no País. Os protocolos anunciados ontem pelo Executivo, no entanto, permitem a entrada de viajantes não imunizados contra a covid no Brasil, mediante quarentena de cinco dias e apresentação de teste negativo para o coronavírus no final deste período. Bolsonaro disse ter participado da reunião que estabeleceu as medidas. 

“O STF estava ameaçando, via Barroso. Se a gente não exigisse passaporte vacinal, ele exigiria numa canetada. Colocamos PCR com uma quarentena, acho que satisfez. Da minha parte, eu não tomei vacina e não vou (tomar)”, declarou Bolsonaro.

Na terça-feira, 7, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, deu prazo de 48 horas para o governo explicar por que não cobra comprovante de vacinação para autorizar a entrada de viajantes no Brasil.

Embora o Palácio do Planalto tenha anunciado as novas medidas, ainda não houve a publicação de portaria para formalizá-las, como prometido pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira

Em mais um ataque às vacinas, Bolsonaro afirmou que um ministro “está passando mal” após ter tomado a terceira dose. Não revelou, porém, a identidade do auxiliar. “As vacinas têm vários efeitos colaterais”, disse o presidente, desprezando o fato de que os imunizantes são comprovadamente seguros e aprovados pelas autoridades sanitárias. 

Perfil

Ainda na entrevista, o presidente observou que, após emplacar no STF André Mendonça, nome classificado por ele como “terrivelmente evangélico”, vai escolher ministros com perfil do seu eleitorado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Corte tem duas vagas abertas. 

Bolsonaro também confirmou a escolha ideológica para juízes de tribunais regionais. “Globo diz que vou escolher por critério ideológico. Não, não, vou escolher pessoal do PSOL”, ironizou ele.

Ao falar de economia, Bolsonaro reiterou que a redução do preço dos combustíveis é algo “natural” para os próximos meses, considerando a queda na cotação do petróleo no exterior, e negou ter informações privilegiadas da Petrobras sobre reajustes da gasolina e do diesel. A empresa é investigada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sob acusação de repassar informações ao presidente, que no domingo anunciou a baixa no valor dos combustíveis. 

Até o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), seu antigo aliado, foi alvo de ataques por dizer que o  ICMS cobrado pelos Estados sobre os combustíveis é uma alíquota que não variou na maioria do País. “Falou que eu era mentiroso. Mentiroso é ele. É um crime o que acontece no Brasil todo”, criticou Bolsonaro, que costuma apontar o dedo para os Estados quando cita o aumento na taxação dos combustíveis. 

Quando abordou o cenário político, o presidente afirmou que sua reeleição, “para o sistema”, não é interessante. “Mercado sempre aproveita para fazer algo contra a gente”, argumentou.

Em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, o ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro recebeu novas estocadas. Bolsonaro admitiu na entrevista que esperava a interferência de Moro em órgãos de investigação, quando ele era ministro da Justiça.

“Esse cara não fez absolutamente nada para que Coaf e Receita não bisbilhotassem minha vida e a dos brasileiros”, declarou o chefe do Executivo, referindo-se ao provável rival nas eleições de 2022. “Pode investigar o presidente? Pode, mas legalmente”, emendou. 

De acordo com Bolsonaro, Moro “selecionava” as ações da Polícia Federal. “Queria mandar embora lá atrás. Mas, como ele tinha prestígio grande, ficava difícil justificar”, afirmou o presidente.

Ele também revelou um diálogo com o antigo aliado. Na conversa,  teria questionado Moro sobre investigações da Polícia Federal relacionadas ao então ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio, acusado de envolvimento em um esquema de candidaturas laranja nas eleições de 2018.

“Por que a PF está investigando esse ministro que foi candidato?”, perguntou o presidente a Moro. “Por que você não está investigando outros? É só para queimar o governo?” 

Vice

Nesta nova campanha, o candidato ideal a vice, na  avaliação de Bolsonaro, seria um nordestino ou um mineiro. “Pode ser um general de quatro estrelas também”, observou ele, ao dizer que já está em contato com um “possível vice”. 

Nos corredores do Palácio do Planalto, especula-se sobre a escolha do ministro das Comunicações, Fábio Faria, para o posto. Faria é do Rio Grande do Norte e evangélico. Há agora rumores sobre negociações para emplacar na chapa o ministro da Defesa, general Braga Netto. Mas, segundo Bolsonaro, todos os nomes que circularem na imprensa para vice serão “riscados” de sua lista. “Já tenho dois nomes riscados”, avisou.

O CRIME NO BRASIL COMPENSA SER FEITO

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Brasilia – O presidente da Camara, Eduardo Cunha, durante discussao da autorizacao ou nao da abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma, no plenario da Camara dos Deputados (Marcelo Camargo/Agencia Brasil) (Brasilia – O presiden

Eduardo Cunha teve condenação anulada; processo recomeça do zero na Justiça Eleitoral.| Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Em um dos debates anteriores ao segundo turno da eleição presidencial de 2014, a então presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff elencou escândalos de corrupção envolvendo políticos tucanos e, logo em seguida, afirmava: “todos soltos”. Sete anos depois, a frase da presidente-candidata continua servindo à perfeição, agora para descrever os protagonistas de vários outros esquemas de corrupção, inclusive aqueles capitaneados pelo seu partido e ocorridos durante o seu governo. Tudo graças a decisões da Justiça baseadas em entendimentos que reescrevem o passado e desfazem o bom trabalho de combate à corrupção realizado pelos órgãos de investigação e endossados por condenações ocorridas em instâncias inferiores do Poder Judiciário.

Se no dia 1.º o Superior Tribunal de Justiça anulou as condenações de Antonio Palocci, João Vaccari Neto, Renato Duque e outros réus da Lava Jato, nesta terça-feira, dia 7, foi a vez dos ex-deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, cujas condenações foram anuladas pelo Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF1). A dupla tinha sido condenada em 2018 por um esquema de propinas ligado à liberação de recursos do Fundo de Investimentos do FGTS, administrado pela Caixa Econômica Federal – Cunha respondeu por violação de sigilo funcional, corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro; Alves, por lavagem de dinheiro.

Graças unicamente à vontade dos ministros do STF, descobrimos com assustadora frequência que quem julgou e condenou não deveria ter julgado nem condenado; que tudo deve recomeçar em outro lugar – outro estado, outra vara, outro tribunal

Em outra frente de desmonte do combate à corrupção, a Segunda Turma do STF anulou, também na terça-feira, uma condenação do ex-governador do Rio Sérgio Cabral na Operação Fratura Exposta, em uma decisão que pode ajudar a derrubar outras das 21 condenações que ainda pesam contra o político fluminense. O relator Gilmar Mendes foi acompanhado por Ricardo Lewandowski e Nunes Marques; apenas Edson Fachin votou pela manutenção da condenação. Tanto a Operação Sepsis, que levou à prisão de Cunha e Alves, quanto a Fratura Exposta são desdobramentos da Operação Lava Jato.

A anulação das condenações de Cunha e Alves pelo TRF1 se baseia no mesmo precedente que levou o STJ a decidir em favor de Palocci, Vaccari e Duque na semana passada: o entendimento adotado pelo Supremo em 2019, segundo o qual crimes comuns conexos a crimes eleitorais precisam ser julgados pela Justiça Eleitoral, não pela Justiça comum – agora, caberá ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte analisar o caso. No ritmo atual, não será surpresa se em pouco tempo todos os políticos que já foram condenados na Lava Jato ou em outras operações contra a corrupção estiverem devidamente livres e com seus processos anulados, bastando admitir que seus atos de ladroagem, por mais escabrosos que tenham sido, destinavam-se a abastecer algum caixa dois.


Já o caso de Cabral repete o roteiro que livrou o ex-presidente Lula: a Segunda Turma decidiu que a competência para julgar a Operação Fratura Exposta não deveria ser do juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. No entendimento dos ministros, não havia conexão entre a corrupção na Secretaria de Obras, que motivou a primeira investigação contra Cabral (a Operação Calicute), e a corrupção na Secretaria de Saúde, alvo da Fratura Exposta, motivo pelo qual os processos desta última não deveriam ter sido automaticamente enviados ao juiz Bretas, mas distribuídos por sorteio dentro da Justiça Federal no Rio. No caso de Cabral, ainda há a possibilidade de o novo juízo selecionado para cuidar da Fratura Exposta decidir pela validação das decisões da 7.ª Vara; já nos casos de Cunha e Alves, o processo recomeça do zero na Justiça Eleitoral.

E assim continua o desmanche do combate à corrupção. Graças unicamente à vontade dos ministros do STF, descobrimos com assustadora frequência que quem julgou e condenou não deveria ter julgado nem condenado; que tudo deve recomeçar em outro lugar – outro estado, outra vara, outro tribunal; que trabalho diligente, às vezes realizado ao longo de anos, está inutilizado; que sempre haverá alguma brecha, antiga ou tirada da cartola na hora do julgamento, que permita anular ou desfazer o que foi feito. O resultado? Lentidão, prescrições, impunidade, “todos soltos”.


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7 DE SETEMBRO JÁ PASSOU E O ZÉ TROVÃO CONTINUA PRESO

Obra do Supremo

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Primeira Turma do STF manteve a prisão do caminhoneiro Zé Trovão, por suposta ameaça de cometer atos de violência no 7 de setembro.| Foto: Reprodução/YouTube

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal manteve preso o caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé Trovão, que, segundo a Polícia Federal, ameaçou cometer atos de violência no 7 de setembro. A prisão é preventiva, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. A maioria dos ministros da turma votou pela manutenção da prisão. Moraes não precisou votar porque se declarou impedido, já que a defesa de Zé Trovão contestava a ordem de prisão expedida pelo próprio ministro.

Agora vocês vão me perguntar: mas a prisão preventiva não valeria só para antes do 7 de setembro, para que ele não fizesse o que teria prometido fazer? Ele foi preso realmente só no dia 26 de outubro, quando se entregou à PF em Joinville (SC). Antes disso teria ido para o México numa viagem que só é explicada por aquelas viagens com máquina do tempo, porque ninguém viu ele em aeroporto, ninguém sabe como entrou e voltou, mas dizem que estava no México. Eu tenho um palpite de que ele não saiu de Joinville.

Mesmo assim isso não faz sentido. Prisão preventiva só faria sentido se fosse antes do 7 de setembro, para evitar algum cometimento de crime. Mas agora em dezembro? Crime, aliás, que não aconteceu porque não houve nenhum ato violento no 7 de setembro. A não ser que considerem que o povo enchendo as ruas agora seja violência, porque eu tenho ouvido numa certa mídia que as pessoas que se manifestam nas ruas são atos antidemocráticos. Bem linguagem totalitária. Pedir liberdade agora é subversão, é traição a sei lá o quê.

Regulamentação das redes sociais
A propósito, o ministro Luis Roberto Barroso, do STF, discursou na Câmara dos Deputados ao ser homenageado e disse palavras preocupantes. Que tem que regulamentar as redes sociais; que tem que inundar o espaço público com a verdade do governo; e que tem que ter educação midiática. Isso parece coisa de país do livro 1984, de George Orwell, ou de regime chinês ou soviético.

A boataria existe desde sempre, e hoje ela é punida muito mais rapidamente, porque no minuto seguinte já se descobre uma mentira na rede social. E quem fica mentindo na mídia também perde audiência, porque estamos vendo a audiência despencando em mídias mentirosas. A comunidade, a democracia e a liberdade têm suas próprias balanças de equilíbrio para deixar de lado aqueles que estão querendo enganar.

MDB lança Simone Tebet

Partido que tem mais prefeituras no país, o MDB lançou nesta quarta-feira (8) a pré-candidatura à Presidência da República da senadora Simone Tebet, filha do ex-senador Ramez Tebet, que foi presidente do Senado. Já está quase com sobrecarga essa terceira via. Daqui a pouco afunda de tanta gente que está na terceira via.

Mais uma dose?
O laboratório Pfizer anunciou que agora, com a nova cepa sul-africana do coronavírus, será preciso tomar mais uma dose de vacina para ficar protegido. Parece que cada dose custa de US$ 10 a US$ 15. E dá lhe dose de vacina! Eu fico imaginando quando tiver a décima cepa, se vai ter a décima dose.

Passaporte da vacina

Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro, ao ser perguntado no portão do Palácio do Alvorada, disse que se depender dele não tem passaporte de vacina no Brasil. Só que não depende dele, o Supremo transferiu para prefeitos e governadores esses poderes de administração da pandemia, então a população fica à mercê de prefeitos e governadores.

Só que, pela manifestação do chefe do Poder Executivo Federal, nós ainda temos liberdade de escolha e individual. E ainda temos democracia.


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