terça-feira, 7 de dezembro de 2021

O VALE DO SILÍCIO É UM DOS MAIORES POLOS DE INOVAÇÃO E TECNOLOGIA DO MUNDO

 

StartSe University

Se existe algo que você já deve estar “careca” de saber, é que o Vale do Silício é um dos maiores polos de inovação e tecnologia do mundo… E que foi lá que grandes empresas, como Google, e Facebook, foram fundadas.

Mas o que muito provavelmente você não sabe é a história secreta que está por trás desse núcleo tecnológico mundial que acarretou na criação de empresas capazes de mudar completamente a forma como vivemos em sociedade.

Partindo de meados de 1978 – ano em que a maior parte das grandes empresas de tecnologia, como Microsoft e Apple foram fundadas – até hoje (2021), muitas transformações, inovações, disrupções, criações de mercado aconteceram neste local e pouquíssimas foram as pessoas que tiveram a “sorte” de vivenciar in loco tudo o que aconteceu de fato lá ao longo dessas décadas.

A internet com sua rápida distribuição de conteúdo ainda não era tão desenvolvida como hoje, então as informações do que ocorria de verdade lá e o acesso rápido ao que havia de mais inovador ficavam concentradas nas mãos daqueles que estavam naquele local.

Por conta disso, muitas estratégias de negócio, acontecimentos históricos e pensamentos exponenciais ficaram restritos a alguns líderes, criando o que muitos chamam de A História Secreta do Vale do Silício.

Um desses líderes que teve a sorte de presenciar boa parte dessa história secreta foi Steve Blank.

Hoje, Steve (não à toa chamado de “Poderoso Chefão”) é um dos maiores expoentes do Vale do Silício, tanto como empreendedor, mas, também, professor, porque ele sabe como um negócio exponencial nasce, cresce e se perpetua.

Ele chegou ao Vale do Silício logo no início do “boom” em 1978 e teve a sorte de ver as transformações acontecendo bem na sua frente.

Na verdade, ele não só viu, mas também colocou a “mão na massa” e participou de vários projetos de startups que chegaram a alcançar o IPO (abertura de capital na bolsa) e atingir valores de mercado na casa dos bilhões de dólares.

Steve Blank conta hoje com uma bagagem de mais de 40 anos na área de inovação, criação de estratégias de negócio e idealização de startups capazes de permitir uma verdadeira revolução no mercado consumidor.

Ele sabe como colocar uma startup para funcionar, tanto é que desenvolveu seus próprios métodos, como Customer Development e a ideia de Startup enxuta.

Por ser uma referência no assunto e contar com a grande bagagem em negócios diretamente do Vale do Silício, a StartSe University em parceria com a Nova School Business Economics decidiu trazê-lo para ser seu mentor naquela que é a única formação em gestão exponencial do mundo:

Nessa formação 100% online com certificação internacional, você terá acesso aos principais conceitos, estratégias e métodos de negócios que Steve Blank aprendeu e desenvolveu nas suas mais de quatro décadas de experiência no assunto.

Tudo para que você tenha em suas mãos os materiais necessários principalmente para você:

Aumentar o seu faturamento;

Criar produtos que gerem desejos de consumo nos clientes;

Gerir negócios de forma exponencial;

Ampliar a percepção de valor da empresa que você toca;

Atrair os clientes certos para consumir seus produtos

STARTUP VALEON – CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

Olá tudo bem?

Você empresário que já escolheu e ou vai escolher anunciar os seus produtos e promoções na Startup ValeOn através do nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace aqui da região do Vale do Aço em Minas Gerais, estará reconhecendo e constatando que se trata do melhor veículo de propaganda e divulgação desenvolvido com o propósito de solucionar e otimizar o problema de divulgação das empresas daqui da região de maneira inovadora e disruptiva através da criatividade e estudos constantes aliados a métodos de trabalho diferenciados dos nossos serviços e conseguimos desenvolver soluções estratégicas conectadas à constante evolução do mercado.

Ao entrar no nosso site você empresário e consumidor terá a oportunidade de verificar que se trata de um projeto de site diferenciado dos demais, pois, “tem tudo no mesmo lugar” e você poderá compartilhar além dos conteúdos das empresas, encontrará também: notícias, músicas e uma compilação excelente das diversas atrações do turismo da região.

Insistimos que os internautas acessem ao nosso site (https://valedoacoonline.com.br/) para que as mensagens nele vinculadas alcancem um maior número de visitantes para compartilharem algum conteúdo que achar conveniente e interessante para os seus familiares e amigos.

                                                             VOCÊ CONHECE A VALEON?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A ValeOn é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso propósito é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a Valeon é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Nos orgulhamos de tê-los como parceiros esse tempo todo e contamos com o apoio e a presença de vocês também agora em 2021.

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  • Os resultados são mensurados através de métricas diária/mensal;
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  • A sua empresa fica visível para milhares de pessoas que nem sabiam que ela existe;
  • Somos altamente comprometidos com os nossos clientes no atendimento de suas demandas e prazos e inteiramente engajados para aumentar as suas vendas.

Essa é uma forma de fortalecer nossa comunidade em torno de um propósito muito forte: despertar as pessoas para serem melhores e ajudarem a nossa comunidade empresarial para progredir cada vez mais com um comércio da região fortalecido e pujante.

A introdução da nossa Startup nessa grande empresa, vai assegurar modelos de negócios com métodos mais atualizados, inovadores e adaptáveis, características fundamentais em tempos de crise, porque permite que as empresas se reinventem para continuarem as suas operações.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wpp)

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segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

JUDICIÁRIO GASTA ENORMES SOMAS DE DINHEIRO COM OBRAS FARAÔNICAS

Por
Lúcio Vaz – Gazeta do Povo

Fachada do edifício-sede do TRT17, em Vitória.| Foto: Divulgação/TRT17

A reforma do Judiciário vai de vento em popa. A construção e reforma de 200 prédios da Justiça custou pelo menos R$ 3 bilhões desde 2008. Apenas as 20 maiores obras somaram R$ 2 bilhões. São faraônicas, sofisticadas, luxuosas. As duas maiores sofreram vários atrasos devido a problemas técnicos e identificação de sobrepreço. A construção da sede do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, já consumiu R$ 415 milhões, mas está paralisada.

O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5), em Salvador, comprou o seu edifício-sede em 2019 por R$ 234 milhões – R$ 270 milhões em valores atualizados. O levantamento da execução orçamentária das 200 obras, ano a ano, foi feita pela Associação Contas Abertas, especializada na fiscalização dos gastos públicos. Todos os valores baixados do Orçamento da União foram atualizados pela inflação. (Veja abaixo a relação das 20 maiores obras)

O economista e fundador da associação, Gil Castello Branco, afirmou que “a reforma que o Judiciário necessita não está relacionada a obras faraônicas e prédios suntuosos. A reforma premente diz respeito à modernização de sistemas, informatização e implantação de procedimentos que agilizem as decisões judiciais. A pandemia mostrou que são viáveis as audiências pela internet e o trabalho remoto. As empresas privadas estão desocupando e alienando imóveis para a redução de espaços físicos, e a administração pública, nos três Poderes, precisa fazer o mesmo”.

Prédio sobre aterro
A construção do edifício-sede do Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região, em Vitória, com dois prédios de 10 e 18 andares, custou R$ 260 milhões. O estacionamento possui 672 vagas paras veículos, distribuídas no subsolo e nos três primeiros pavimentos. A obra teve início no final de 2006, com a elaboração dos projetos executivos. A contratação das fundações aconteceu no ano seguinte. A construção do edifício teve início no final de 2010, com contrato de R$ 108 milhões. Com vários aditivos, a obra foi concluída em fevereiro do ano passado.

As fundações tiveram que ser refeitas devido a falhas. O Tribunal de Contas da União (TCU) registrou, em acórdão de 2016, que houve falhas na elaboração do projeto executivo e na execução das fundações. “O terreno no qual está sendo executada a obra é um aterro executado na década de 1970 e que materializou o novo bairro Enseada do Suá. A região de implantação das obras é conhecida pelas dificuldades de execução de fundações”.

Segundo o TCU, faltaram investigações geotécnicas para fazer frente ao alto risco de se construir duas edificações de 10 e 18 pavimentos sobre um aterro relativamente jovem, com nível freático bem próximo à superfície e presença de solos moles, além da incerteza sobre eventuais camadas rochosas para assentamento das estacas.

Documento do TCU enviado ao blog pelo TRT17 registra que a obra ficou praticamente paralisada por quase dois anos, em decorrência das falhas constatadas nos projetos de fundações e de estruturas, bem como nos defeitos verificados nas estacas executadas na segunda etapa da obra. Neste período, foram mantidos os serviços necessários à manutenção do canteiro de obras e do rebaixamento do lençol freático.

O TCU acrescentou que as falhas na execução das fundações iniciais acabaram por implicar a inutilização total do estaqueamento executado. O tribunal registrou ainda a existência de processos internos no TRT/ES com vistas a apurar as responsabilidades e quantificar os valores a serem ressarcidos aos cofres públicos, que podem alcançar a ordem de R$ 4,7 milhões (em valores de 2006 e 2007).

O prédio mais caro, do TRF1, já custou R$ 415 milhões aos cofres públicos. Mas a despesa poderá chegar a R$ 1 bilhão. Os projetos de arquitetura foram feitos em 2006. A construção do prédio teve início em janeiro de 2008, com contrato de R$ 480 milhões. Mas o presidente recém empossado, Jirair Meguerian, propôs a revisão do projeto, com a supressão de quatro andares e a redução de 51 para 35 gabinetes de magistrados, o que resultaria numa economia de R$ 65 milhões.

Em abril de 2009, Megueriam determinou a suspensão da execução da obra. O TCU havia apontado irregularidades graves como sobrepreço. As atividades foram completamente paralisadas. Mas em março de 2010, o presidente determinou que se retornasse à concepção original do projeto, com 51 gabinetes. Naquele ano, foi contratada uma nova construtora. Em 2012, com a retomada das obras, estavam construídas as fundações, três pavimentos de subsolo e uma esplanada. No ano seguinte, houve nova ruptura de contrato. Em 2014, foi concluída a instalação de brises e da pele de vidro nos blocos “A” e “D” – os dois primeiros edifícios já erguidos. De 2012 a 2014, foram pagos R$ 216 milhões pela execução de obras.

A partir de 2015, os novos contratos trataram da recuperação das estruturas de concreto, preservação das áreas já construídas, abertura de processos para penalizar as empresas por descumprimento contratual e atualização dos projetos, visando a contratação de empresa para a conclusão da obra. Neste ano, o TRF1 tentou incluir emenda à Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) para considerar a obra da nova sede como prioridade, mas a emenda foi vetada.

Antes da nova sede ficar pronta, o TRF1 perdeu um pedaço. Em outubro deste ano, o presidente Jair Bolsonaro sancionou projeto de lei que cria o TRF da 6ª Região – desmembrado do TRF1, que atendia 14 unidades da federação. Com sede em Minas Gerais, o novo tribunal contará com 18 desembargadores. Minas respondia por um terço dos processos da 1ª Região. O novo tribunal será acomodado no prédio da Justiça Federal, por enquanto. No início deste mês, outro projeto de lei sancionado aumenta o número de desembargadores nos cinco TRFs já existentes. O TRF1 passará de 27 para 43 desembargadores.

Obra do TRF da 1ª Região em setembro de 2020. Construção se arrasta há 14 anos e já custou quase meio bilhão de reais. Foto: Lúcio Vaz

Canteiro de obras pegou fogo
Em novembro do ano passado foi inaugurado o Complexo Trabalhista do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, em Goiânia. A construção do complexo, com 79 mil m² de área construída, custou R$ 312 milhões. A concepção do complexo, onde funcionam todas as unidades judiciárias e administrativas da capital, aconteceu em 2007. Houve a demolição dos prédios antigos para a construção dos primeiros blocos. O prédio do Fórum Trabalhista de Goiânia foi inaugurado em 2012.

Iniciada a construção das últimas etapas do Complexo Trabalhista, um grande incêndio no canteiro de obras, ocorrido em outubro de 2015, adiou por mais alguns anos a finalização do complexo. A obra foi retomada quase um ano depois. A última etapa foi inaugurada na mesma data em que o TRT-18 completou 30 anos de existência.


As reformas e obras no interior
A reforma do edifício-sede e anexos do TRF da 2ª Região, no Rio de Janeiro, custou R$ 25 milhões. O Rio de Janeiro também foi contemplado com a reforma dos Anexos 1 e 2 da Seção Judiciário do Rio de Janeiro – mais R$ 26 milhões. A reforma do edifício-sede da Seção Judiciária em Maceió custou R$ 18 milhões. A adaptação do edifício-sede do Fórum Trabalhista de Belo Horizonte consumiu R$ 17 milhões.

Além das grandes obras nas capitais, há também construções milionárias em cidades do interior. O edifício-sede da Justiça Federal em Blumenau consumiu R$ 38 milhões. Em Foz do Iguaçu, a despesa chegou a R$ 54 milhões.


As 20 maiores obras

Tribunal Custo* em R$ milhões
Construção do edifício-sede do TRF1 em Brasília 415
Construção do Complexo Trabalhista do TRT18 – Goiânia 312
Aquisição de edifício-sede do TRT5 – Salvador 270
Construção do edifício-sede do TRT17 – Vitória 260
Construção do edifício-sede do TRE do Ceará 126
Construção do edifício-sede do TRT22 – Teresina 97
Construção do edifício-anexo do TRF4 – Porto Alegre 94
Construção do edifício-sede do TRE do Acre – Rio Branco 65
Construção do edifício-sede do Fórum Trabalhista de João Pessoa 64
Construção do edifício-sede da Justiça Federal em Foz do Iguaçu – PR 54
Construção do edifício-sede do Fórum Trabalhista de Belém 45
Construção do edifício-sede do Fórum Trabalhista de Manaus 44
Construção do edifício-sede da Justiça Federal em Blumenau 38
Construção do edifício-sede da Justiça da Infância e da Juventude em Brasília 28
Reforma dos anexos I e II da Seção Judiciária do Rio de Janeiro 26
Reforma do edifício-sede e anexos do TRF2 no Rio de Janeiro 25
Construção do Complexo de Armazenamento do TJDFT 24
Construção do Cartório Eleitoral de Teresina 21
Reforma do edifício-sede da Seção Judiciária em Maceió 18
Adaptação do edifício-sede do Fórum Trabalhista de Belo Horizonte 17
(*) Atualizado monetariamente até 10/2021
Fonte: Contas Abertas, a partir de dados do Siafi

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A PRÓPRIA JUSTIÇA ACABA COM A LAVA JATO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo – Gazeta do Povo

O ex-ministro Antonio Palocci, cuja condenação na Operação Lava Jato foi anulada pelo STJ.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O desmonte da Operação Lava Jato não é obra única e exclusivamente do Supremo Tribunal Federal; diversas outras instituições, de tribunais de primeira instância ao Conselho Nacional do Ministério Público e o Congresso Nacional, têm tomado decisões que livram denunciados, revertem condenações, perseguem juízes e procuradores e garantem que jamais haverá algo semelhante à maior operação de combate à corrupção da história do Brasil. Na quarta-feira, dia 1.º, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu sua contribuição a esse processo quando anulou as condenações de 13 réus da Lava Jato, incluindo o ex-ministro Antonio Palocci, o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque. Todos os processos deverão recomeçar do zero, agora na Justiça Eleitoral.

A decisão do ministro Jesuíno Rissato, no entanto, era previsível, pois ele teria de seguir uma outra decisão, esta, sim, vinda do Supremo Tribunal Federal, que em 2019 abriu não uma brecha, mas uma enorme cratera em benefício dos réus da Lava Jato ao decidir que os casos de corrupção que também envolvessem uso de dinheiro em campanhas eleitorais deveriam ser julgados não pela Justiça comum, mas pela Justiça Eleitoral. Palocci, Vaccari, Duque e outros réus tinham sido condenados por Sergio Moro em 2017 por participarem de um esquema para que a empreiteira Odebrecht conseguisse, por intermédio da empresa Sete Brasil, vencer uma licitação e assinar contrato com a Petrobras para a construção de seis sondas. O dinheiro desviado bancou campanhas eleitorais do PT.

Cada anulação de processos conduzidos em plena obediência à lei penal e aos códigos processuais, cada condenado pela Lava Jato que se torna “ex-condenado” desmoraliza o sistema judiciário brasileiro

Quando o Supremo decidiu que esses casos deveriam ser remetidos à Justiça Eleitoral, lembramos que tal interpretação, embora possível, era repleta de “falhas conceituais” como a subordinação do crime mais grave, o de corrupção, ao crime eleitoral de caixa dois. E previmos: “Podemos dar como certa, daqui em diante, uma onda de confissões de caixa dois como nunca se viu neste país. Não porque os acusados ou condenados tenham, repentinamente, adquirido alguma decência que os leve a admitir crimes, mas porque este será o caminho para tirar das mãos da Justiça Federal processos que ainda estejam em andamento, reiniciando tudo de novo em uma corte diferente” – o que não estava claro à época, mas ficou evidente com o passar do tempo, é que não apenas os processos em andamento seriam paralisados, mas também os julgamentos já concluídos seriam anulados.

Agora, os petistas e os demais réus serão julgados por uma corte que, como também afirmamos em 2019, é “pouco preparada para analisar crimes comuns, cuja composição muda com frequência e que inclui até mesmo integrantes que não são juízes, mas advogados eleitoralistas”. Como agravante, será improvável que a Justiça Eleitoral dê ao caso o destaque necessário em 2022, já que terá de lidar com toda a organização das eleições do próximo ano, que podem ser as mais judicializadas da história graças à disposição do Judiciário de ser “editor da sociedade” e definir o que é verdade e o que são fake news. O risco de lentidão e até de impunidade fica ainda maior.


Cada anulação de processos conduzidos em plena obediência à lei penal e aos códigos processuais, cada decisão de tribunais superiores que estabelece precedentes para se reescrever o passado, cada condenado pela Lava Jato que se torna “ex-condenado” desmoraliza o sistema judiciário brasileiro e destrói esperanças de um país onde a corrupção seja devidamente combatida e onde o crime não compense. Um conjunto probatório robustíssimo, obtido de forma totalmente legal por uma operação que conseguiu um sucesso inédito na história do país – pois nunca antes tantos peixes graúdos tinham sido finalmente pegos, julgados e condenados –, e as decisões judiciais baseadas nestas evidências são tornados inúteis pela vontade de ministros que invertem competências, inventam suspeições, revertem os próprios entendimentos. Queiram ou não os responsáveis por tais decisões, elas fazem do Brasil o paraíso da impunidade.


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O BRASIL INTENSIFICA NEGÓCIOS COM A RÚSSIA

 

STF e Senado

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

O senador Davi Alcolumbre.| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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Agora é possível avaliar bem o estrago feito pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) ao segurar por quase cinco meses a sabatina de André Mendonça na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A decisão do senador significou também segurar a indicação de sete conselheiros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que tem 15 conselheiros, ou seja, não tinha mais quórum para deliberar.

Segurou também a indicação de uma ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que também ficou em número de empate, assim como o Supremo Tribunal Federal (STF), e ainda um conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Dez indicações estavam paradas na CCJ do Senado pela vontade de um homem, o senador Alcolumbre, contrariando o que diz a Constituição, que o serviço público se caracteriza, entre outros, pela impessoalidade. Isso é muito grave. Eu não sei se há um conselho de ética do Senado que tome a iniciativa de apurar qual foi a causa disso tudo. O que houve atrás disso tudo?

A posse do mais novo ministro do Supremo, André Mendonça, está marcada para a semana que vem. Houve festa entre os evangélicos, mas o noticiário revelou a profunda atitude de preconceito contra os evangélicos por boa parte da mídia.

O carro voador da Embraer
A Embraer, o orgulho do Brasil, já está testando o seu carro elétrico voador. O veículo terá oito motores para manter o empuxe vertical e dois para fazer dar velocidade horizontal, velocidade de 180 km/h no máximo, teto de 400 metros a 500 metros de altura, quatro passageiros, um piloto, um software que praticamente pilota sozinho.

E o mais interessante é que já tem 741 unidades encomendadas por uma operadora de helicópteros da Austrália. O primeiro a decolar está em Gavião Peixoto, o campo de testes da Embraer, e deve decolar no ano que vem. As vendas vão começar em 2026, você já está preparado para deixar seu carro na garagem e sair na vertical?

Bolsonaro é convidado de Putin
O chefe de governo da Rússia, presidente Vladimir Putin, que tem muita afinidade com o presidente Jair Bolsonaro (PL), convidou o presidente do Brasil para uma visita amistosa à Rússia. Acho que está certo, porque na briga entre Estados Unidos e China, o Brasil tem que ir atrás dos seus interesses – e não entrar em briga de lado nenhum –, manter todos os compromissos, históricos de amizade, comerciais, econômicos, financeiros, compromissos de troca de tecnologia com todo mundo. A Rússia é um parceiro interessante, um parceiro dentro do Brics. Ainda não há uma data para esta viagem, mas ele deverá ocorrer no próximo ano.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/agora-e-possivel-avaliar-os-estragos-de-alcolumbre-ao-atrasar-a-sabatina-de-mendonca/
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SEGUNDO OS POLÍTICOS POPULISTAS O POBRE VENDE O SEU VOTO A TROCO DE COMIDA

 

Anticinismo

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo

Será que a manutenção e incremento do Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil, é uma confissão de toda a sociedade de que institucionalizamos a compra de votos?!| Foto: Reprodução

Ao leitor que quiser saber qual a minha opinião sobre programas assistenciais como o Auxílio Brasil (ex-Bolsa Família), vou ficar devendo. O assunto é complicado para mim. Nos dias em que acordo mais solidário e de ligeira boa-vontade com o Estado, tendo a ver com bons olhos os programas de transferência de renda. Meu lado racional, porém, às vezes se sobrepõe à “caridade com o chapéu alheio” e torço o nariz para esse tipo de iniciativa.

Curioso, isso. A mesma sociedade que defende a visão ultrarracional, científica, planejada, etc. é aquela que simplesmente não entende como alguém pode ser contra programas assistenciais como o Auxílio Brasil. Curioso, sim, mas não inexplicável. Neste caso, como em tantos outros, o espírito cristão da caridade é deturpado a fim de se incutir nas pessoas a ideia de que o Estado é capaz de criar uma sociedade de renda igualitária. Aquele blá blá blá todo.

Mas não quero entrar nessa seara. Porque não é o objetivo deste texto. A ideia, aqui, é pensarmos juntos no caráter eleitoreiro (ou não) desse tipo de ajuda aos mais pobres. À direita e à esquerda, analistas, especialistas e palpiteiros como eu sempre ressaltam a importância e a necessidade desse tipo de programa, com o adendo fatídico: ele, o programa assistencial, trará inegáveis dividendos políticos ao gestor que o propuser.

Vejo essa associação entre ajuda e voto feita assim, à toa, como se fosse fato dado. Como se fosse uma verdade incontestável que o pobre e o miserável, uma vez de barriga cheia, dará seu voto a quem encheu sua barriga. Me pergunto e estendo a pergunta aos senhores: será que essa relação de gratidão eleitoral é assim tão certa e automática? Pressupor tal coisa não significa tirar dos pobres e miseráveis que precisam de ajuda o pouco de autonomia e dignidade que lhes resta?

Pressuposto da venalidade
Não estou querendo, de jeito nenhum, tapar o sol com a peneira. Desde que me entendo por gente sempre soube que havia quem trocasse (ou prometesse trocar) o voto por uma dentadura, uma cadeira de rodas ou até mesmo uma camiseta. Há pessoas venais – daí o ditado cínico segundo o qual “todo mundo tem seu preço”.

Mas será que todos são assim – e a ponto de pressupormos que o Auxílio Brasil, grosso modo, representa uns 15 milhões de votos automáticos na conta do presidente Jair Bolsonaro? Tenho problemas com isso que chamo nada criativamente de “pressuposto da venalidade”. E o interessante é que esse tipo de raciocínio elitista, que vê os pobres e miseráveis como pessoas que trocam toda e qualquer convicção por dez vinténs, é usado justamente pela esquerda – historicamente a maior defensora de programas assistenciais/assistencialistas.

Diante disso, faço duas perguntas: a primeira num tom mais sóbrio e a segunda com um escândalo semicontido. Será que a esquerda está querendo confessar que vê os pobres como massa facilmente manobrável? Pior: será que a manutenção e incremento do Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil, é uma confissão de toda a sociedade de que institucionalizamos a compra de votos?!

A mim o pressuposto da venalidade causa estranheza porque sugerir que todo mundo tem seu preço é o mesmo que a pessoa confessar que ela, também, tem um preço. E, bom, talvez eu viva numa bolha muito restrita e toda arrumadinha e perfumada, mas o fato é que estou cercado por pessoas que dizem não vender suas convicções por nada. Não tenho nenhum motivo para duvidar delas. Por que, então, haveria de supor que a imensa maioria dos pobres e miseráveis brasileiros, pessoas que, ao menos em teoria, precisam desse dinheiro para sobreviver, se venderiam a qualquer gestor que prometesse manter ou incrementar o programa social, tenha ele o nome que tiver?

Me incomoda profundamente esse olhar sobre os pobres como se eles fossem pessoas desprovidas de princípios. Um olhar, aliás, que vai na direção oposta aos preceitos daquela velha esquerda “romântica”, que via no operário pobre e com a cara suja de fuligem um representante basilar de uma moralidade inflexível.

Ou talvez – talvez! – décadas e décadas de programas sociais de toda sorte tenham realmente distorcido a moralidade pública. A tal ponto que, sem que tenhamos percebido, hoje os homens já nascem com um preço estampado na testa. Será? Será? Não! Me recuso a acreditar que um Diógenes contemporâneo, de lanterna acesa em plena luz do dia, atualmente ande pelos rincões mais miseráveis do Brasil à procura de homens íntegros.


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NÃO É CONVENIENTE TERMOS CARNAVAL DURANTE A PANDEMIA

 

Ironias da pandemia

Por
Luiz Felipe Pondé – Gazeta do Povo

Rio, Brazil – march 03, 2019: Grande Rio during the Carnival Samba School Carnival RJ 2019, at Sambodromo

Carnaval no Rio de Janeiro, em 2019| Foto: Bigstock

Devemos ou não fazer Carnaval em 2022? Na minha visão, não. Mas os argumentos a favor são sui generis quando se olha a pandemia sem medo de ser infeliz.

Os mortos da pandemia já foram esquecidos. A memória social tem a profundidade de uma asa de mosca. Todas as manifestações melosas pelos mortos se perderam no voo das moscas.

O primeiro fato óbvio é que encher a cidade com gente bêbada, mijando nas ruas, é a cara do luto, não?

Claro que não. Atenção para o conteúdo de ironia. Comemorar o carnaval agora é cuspir nos mortos. Acho bem feio, depois de tantas juras de afeto, a moçada mijar por aí ao sabor dos bloquinhos. Por que não mija logo nos túmulos?

Outro detalhe é que muito se xingou Bolsonaro durante a pandemia, com razão. Mas como fica a aglomeração no bloquinho? Agora pode?

Os mesmos que xingaram o presidente agora defendem o Carnaval porque é uma festa democrática. Será mesmo? O Carnaval sequestra a cidade, ele é zero democrático.

A pandemia, caso tivéssemos memória, poderia ser o túmulo de muitos especialistas. Muito se afirmou de coisas que não aconteceram. Verdade que pouco se sabia no início, mas há algo de novo nessa pandemia mesmo. O quê?

O desalento quando a delta não nos levou de volta aos 4.000 mortos por dia era sentido da mesma forma como sentimos o vento. Invisível, mas material. A nova variante sul-africana ômicron pode ser, enfim, uma nova esperança. Especialistas e mídia estão cheios de tesão por uma nova chance de ampliar engajamento e negócios.

Uma nova “chave especialista” de análise é: será esta pandemia um divisor de águas da humanidade?

Talvez, se ela voltar com muita força e matar 1 bilhão de pessoas e destruir a economia. A gripe espanhola – que segundo estimativas matou algo entre 30 a 50 milhões de pessoas– não foi um divisor de águas, voltamos a ser o que éramos antes de 1918.

Mas o que há de novo? O mercado em si. Uma grande diferença entre o mundo da gripe espanhola e o de hoje é que em 1918 o mercado era bem menos globalizado e profissional. Ele era uma criança em sua concupiscência por novos negócios e tinha pouca inteligência especializada.

Hoje sabemos que a pandemia é uma commodity de marketing. A gripe espanhola não foi um mercado em si, a Covid é. Interessa saber se esse mercado terá força para se impor e transformar a pandemia em um motor de startups.

De volta ao Carnaval. Agora especialistas afirmam que se pode fazer a festa com máscaras e exigência de atestado de vacina. Eis o fim da picada. O oportunismo credenciado foi longe demais. Nunca viram o que é o Carnaval? Bebe-se muito. Transa-se muito. Nenhuma noção de risco. Ninguém vai usar máscara e ninguém vai pedir atestado de vacina para ninguém.

E mais, com o idiota antivacina do Bolsonaro – todo antivacina é idiota, não só ele –, turistas europeus e americanos sem vacina poderão vir aqui em busca de sexo. Sexo é o que buscam aqui no Carnaval porque as europeias e americanas são umas azedas. Mas tudo bem, porque o Carnaval é uma festa democrática? Na verdade, o Carnaval sempre foi em grande medida turismo sexual para estrangeiros. Pago pela hora ou não.

Mas tudo bem, por que o carnaval é uma festa popular? Os europeus fecham as portas para nós – menos para os nossos ricos –, mas nós abriremos as portas para eles sem que eles tenham tomado vacina?

Há um elemento a mais. Muitos que pregavam o lockdown absoluto neozelandês num país de motoboys e operadoras de telemarketing o faziam porque tinham empregos públicos. Nunca podemos chegar ao padrão neozelandês, mas algum confinamento foi feito e ele era sem dúvida necessário. O comércio agonizou nas quarentenas. Os empregos públicos, não.

Por que justo agora o comércio que ganha com o Carnaval teria aliados entre especialistas? Quem responde essa pergunta de milhões de reais?

A pergunta final é: se estamos nos arrastando, tentando escapar da boca do leão da Covid, por que diabos deveríamos pôr nossas cabeças na boca do leão em nome de uma festa qualquer?

Os políticos, de olho nas eleições, podem sucumbir à pressão em nome da festa democrática. Em matéria de política, quem aposta no pior sempre acerta.


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A REFORMA TRIBUTÁRIA TÃO DESEJADA NÃO VAI SAIR

 

  1. Opinião 

Fatiamento da proposta em etapas não prosperou, mas inflação impulsiona arrecadação recorde e devedores poderão contar com mais um Refis

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

Demanda histórica do setor privado há pelo menos 30 anos, as prometidas mudanças no sistema tributário brasileiro ficarão, como de hábito, para as calendas. Nesta semana, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deixou claro aquilo que todos já sabiam. O fatiamento em quatro propostas diferentes, divididas entre Câmara e Senado, representou uma pá de cal nas chances de avanço de uma reforma tributária estrutural para o País.

O projeto que altera o Imposto de Renda, aprovado pela Câmara em setembro, não será analisado pelo Senado neste ano, admitiu Pacheco. Aposta do governo para financiar o Auxílio Brasil, já que impunha a tributação sobre lucros e dividendos, o texto, na melhor das hipóteses, será votado em 2022 – algo bastante improvável em meio a um ano eleitoral. O relator, senador Angelo Coronel (PSD-BA), concorda apenas com a atualização da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física. O fato de que isso pode ser feito por decreto presidencial só enfraquece ainda mais o parecer.

Na melhor das hipóteses, a Câmara aprovará mais um programa de parcelamento de dívidas tributárias que pode perdoar até R$ 60 bilhões. Como revelou o Estadão, o projeto é uma promessa de Pacheco e se tornou moeda de troca para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, defendida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL): enquanto os senadores não votassem a PEC, os deputados não apreciariam o Refis.

Para reforçar o “pedido”, Lira e o ministro da Economia, Paulo Guedes, cobraram dos empresários que pressionem o Senado a aprovar a PEC de uma vez, pois somente com a “folga” de R$ 106,2 bilhões – aberta por meio do calote nas dívidas já reconhecidas pela Justiça e pelo drible no teto de gastos – será possível prorrogar a desoneração da folha de pagamento para 17 dos setores que mais empregam no País. A chantagem se tornou a linguagem oficial nas relações com o Congresso.

Sobre o projeto que fundia PIS e Cofins e que criava a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) de 12%, ninguém ouve mais falar. Tampouco há notícias sobre a proposta que estabelecia um imposto seletivo em substituição ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Haveria ainda uma provável quinta etapa: a recriação de um imposto sobre transações, nos mesmos moldes da antiga CPMF, desejada por Guedes e rejeitada por toda a sociedade.

Impossível não culpar o governo por mais este fracasso, que começou quando o ministro da Economia resolveu retaliar o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (sem partido-RJ) e esvaziar a comissão mista que analisava uma reforma tributária ampla, que criava o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) em substituição ao PIS/Cofins, IPI, ICMS e ISS. Até lá, haveria fundos que compensariam eventuais perdas de Estados e municípios, além de um período de transição.

O objetivo da proposta era gerar efeitos duradouros para a melhoria do ambiente de negócios, estimular o crescimento e evitar um novo aumento da carga. O desrespeito com todos aqueles que participaram das discussões nos últimos dois anos foi tamanho que Lira extinguiu o colegiado no mesmo momento em que o parecer era lido pelo relator, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) – aliado de Maia, assim como o autor do texto, Baleia Rossi (MDB-SP). Agora, o governo colhe o resultado da política feita com o fígado: mesmo com maioria no Congresso, conquistada por meio de repasses bilionários envolvendo o orçamento secreto, foi incapaz de aprovar um modesto arremedo de reforma que nem sequer incluía Estados e municípios.

O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, não pode nem vai reclamar. Impulsionados pela inflação, os recordes de arrecadação conquistados a cada mês revelam a vantagem de manter tudo como está. Editar um Refis atrás do outro é um estímulo à existência do contribuinte que atua como devedor contumaz. Eles terão agora a companhia da União, que institucionalizará seu próprio calote com a aprovação da PEC dos Precatórios. Era essa a “reforma possível” mencionada por Lira em defesa do fatiamento?

A PETROBRAS CONSEGUIU VENDER UMA REFINARIA

  1. Opinião 

Unidade de refino da Bahia já é gerida por controlador privado, num marco na história do petróleo no Brasil

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

A passagem para um grupo privado, no início de dezembro, da gestão da Refinaria Landulpho Alves, na Bahia – agora chamada de Refinaria de Mataripe, seu nome original quando foi inaugurada, em 1950 –, é um marco na história do petróleo no Brasil. Essa é a primeira unidade de refino que a Petrobras transfere para um controlador privado dentro do programa de desinvestimentos que segue desde 2015 para melhorar sua estrutura financeira e reduzir sua presença no mercado para aumentar a concorrência.

Embora de grande significado histórico, econômico e político, a efetiva conclusão da venda da refinaria localizada em São Francisco do Conde, na Bahia, é também um símbolo das dificuldades que a Petrobras enfrenta para privatizar.

Desde seu anúncio, o programa de desinvestimentos da Petrobras, que implica a venda de ativos que não estejam no foco de seu projeto de crescimento, passou por revisões, em geral para reduzir suas metas. No Plano Estratégico (com metas para cinco anos) anunciado no ano passado, a meta financeira com as vendas de ativos estava entre US$ 25 bilhões e US$ 35 bilhões; no que a empresa apresentou no fim de novembro, para o período 2022-2026, a meta ficou entre US$ 15 bilhões e US$ 25 bilhões.

A entrada de empresas privadas – como a Acelen, criada pelo Mubadala Capital para gerir a refinaria baiana – no mercado de refino foi uma das exigências do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a Petrobras continuar operando na área. Para compatibilizar essa exigência com seu plano estratégico, a estatal decidiu concentrar as operações de refino na Região Sudeste, seu principal mercado.

A necessidade de recompor sua estrutura financeira, de outra parte, impunha certa velocidade na venda de ativos considerados fora do novo foco de operações da empresa. Várias circunstâncias, no entanto, têm retardado o processo.

A pandemia decerto prejudicou os negócios. Oscilações no mercado mundial de petróleo e de produtos refinados, bem como pressões crescentes em todo o mundo pela redução do uso de combustíveis fósseis, igualmente podem ter inibido os investidores.

Mesmo assim, o plano está mantido. A estatal informou que duas unidades (Reman, no Amazonas, e a Unidade de Xisto, no Paraná) já tiveram seus contratos de venda assinados. E reforçou o compromisso de vender outras cinco refinarias, como a polêmica Abreu Lima, em Pernambuco, resultado da aventura lulopetista com o governo chavista da Venezuela que consumiu bilhões de dólares e ainda não foi inteiramente concluída.

A política interna, porém, adicionou outros problemas. O presidente Jair Bolsonaro disse várias vezes que é preciso controlar os preços dos combustíveis, que a Petrobras “é um problema” e até prometeu “jogar duro” com ela. Já o populista e ex-presidiário Lula, que pretende ocupar o lugar de Bolsonaro, vive a dizer que mudaria a política de preços da Petrobras, pois, como costuma dizer, quem deve lucrar com ela é o povo brasileiro.

 

VÁRIOS RECADOS SOBRE O CONTROLE DAS BIG TECHS

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