segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

A PRÓPRIA JUSTIÇA ACABA COM A LAVA JATO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo – Gazeta do Povo

O ex-ministro Antonio Palocci, cuja condenação na Operação Lava Jato foi anulada pelo STJ.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O desmonte da Operação Lava Jato não é obra única e exclusivamente do Supremo Tribunal Federal; diversas outras instituições, de tribunais de primeira instância ao Conselho Nacional do Ministério Público e o Congresso Nacional, têm tomado decisões que livram denunciados, revertem condenações, perseguem juízes e procuradores e garantem que jamais haverá algo semelhante à maior operação de combate à corrupção da história do Brasil. Na quarta-feira, dia 1.º, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu sua contribuição a esse processo quando anulou as condenações de 13 réus da Lava Jato, incluindo o ex-ministro Antonio Palocci, o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque. Todos os processos deverão recomeçar do zero, agora na Justiça Eleitoral.

A decisão do ministro Jesuíno Rissato, no entanto, era previsível, pois ele teria de seguir uma outra decisão, esta, sim, vinda do Supremo Tribunal Federal, que em 2019 abriu não uma brecha, mas uma enorme cratera em benefício dos réus da Lava Jato ao decidir que os casos de corrupção que também envolvessem uso de dinheiro em campanhas eleitorais deveriam ser julgados não pela Justiça comum, mas pela Justiça Eleitoral. Palocci, Vaccari, Duque e outros réus tinham sido condenados por Sergio Moro em 2017 por participarem de um esquema para que a empreiteira Odebrecht conseguisse, por intermédio da empresa Sete Brasil, vencer uma licitação e assinar contrato com a Petrobras para a construção de seis sondas. O dinheiro desviado bancou campanhas eleitorais do PT.

Cada anulação de processos conduzidos em plena obediência à lei penal e aos códigos processuais, cada condenado pela Lava Jato que se torna “ex-condenado” desmoraliza o sistema judiciário brasileiro

Quando o Supremo decidiu que esses casos deveriam ser remetidos à Justiça Eleitoral, lembramos que tal interpretação, embora possível, era repleta de “falhas conceituais” como a subordinação do crime mais grave, o de corrupção, ao crime eleitoral de caixa dois. E previmos: “Podemos dar como certa, daqui em diante, uma onda de confissões de caixa dois como nunca se viu neste país. Não porque os acusados ou condenados tenham, repentinamente, adquirido alguma decência que os leve a admitir crimes, mas porque este será o caminho para tirar das mãos da Justiça Federal processos que ainda estejam em andamento, reiniciando tudo de novo em uma corte diferente” – o que não estava claro à época, mas ficou evidente com o passar do tempo, é que não apenas os processos em andamento seriam paralisados, mas também os julgamentos já concluídos seriam anulados.

Agora, os petistas e os demais réus serão julgados por uma corte que, como também afirmamos em 2019, é “pouco preparada para analisar crimes comuns, cuja composição muda com frequência e que inclui até mesmo integrantes que não são juízes, mas advogados eleitoralistas”. Como agravante, será improvável que a Justiça Eleitoral dê ao caso o destaque necessário em 2022, já que terá de lidar com toda a organização das eleições do próximo ano, que podem ser as mais judicializadas da história graças à disposição do Judiciário de ser “editor da sociedade” e definir o que é verdade e o que são fake news. O risco de lentidão e até de impunidade fica ainda maior.


Cada anulação de processos conduzidos em plena obediência à lei penal e aos códigos processuais, cada decisão de tribunais superiores que estabelece precedentes para se reescrever o passado, cada condenado pela Lava Jato que se torna “ex-condenado” desmoraliza o sistema judiciário brasileiro e destrói esperanças de um país onde a corrupção seja devidamente combatida e onde o crime não compense. Um conjunto probatório robustíssimo, obtido de forma totalmente legal por uma operação que conseguiu um sucesso inédito na história do país – pois nunca antes tantos peixes graúdos tinham sido finalmente pegos, julgados e condenados –, e as decisões judiciais baseadas nestas evidências são tornados inúteis pela vontade de ministros que invertem competências, inventam suspeições, revertem os próprios entendimentos. Queiram ou não os responsáveis por tais decisões, elas fazem do Brasil o paraíso da impunidade.


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O BRASIL INTENSIFICA NEGÓCIOS COM A RÚSSIA

 

STF e Senado

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

O senador Davi Alcolumbre.| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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Agora é possível avaliar bem o estrago feito pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) ao segurar por quase cinco meses a sabatina de André Mendonça na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A decisão do senador significou também segurar a indicação de sete conselheiros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que tem 15 conselheiros, ou seja, não tinha mais quórum para deliberar.

Segurou também a indicação de uma ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que também ficou em número de empate, assim como o Supremo Tribunal Federal (STF), e ainda um conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Dez indicações estavam paradas na CCJ do Senado pela vontade de um homem, o senador Alcolumbre, contrariando o que diz a Constituição, que o serviço público se caracteriza, entre outros, pela impessoalidade. Isso é muito grave. Eu não sei se há um conselho de ética do Senado que tome a iniciativa de apurar qual foi a causa disso tudo. O que houve atrás disso tudo?

A posse do mais novo ministro do Supremo, André Mendonça, está marcada para a semana que vem. Houve festa entre os evangélicos, mas o noticiário revelou a profunda atitude de preconceito contra os evangélicos por boa parte da mídia.

O carro voador da Embraer
A Embraer, o orgulho do Brasil, já está testando o seu carro elétrico voador. O veículo terá oito motores para manter o empuxe vertical e dois para fazer dar velocidade horizontal, velocidade de 180 km/h no máximo, teto de 400 metros a 500 metros de altura, quatro passageiros, um piloto, um software que praticamente pilota sozinho.

E o mais interessante é que já tem 741 unidades encomendadas por uma operadora de helicópteros da Austrália. O primeiro a decolar está em Gavião Peixoto, o campo de testes da Embraer, e deve decolar no ano que vem. As vendas vão começar em 2026, você já está preparado para deixar seu carro na garagem e sair na vertical?

Bolsonaro é convidado de Putin
O chefe de governo da Rússia, presidente Vladimir Putin, que tem muita afinidade com o presidente Jair Bolsonaro (PL), convidou o presidente do Brasil para uma visita amistosa à Rússia. Acho que está certo, porque na briga entre Estados Unidos e China, o Brasil tem que ir atrás dos seus interesses – e não entrar em briga de lado nenhum –, manter todos os compromissos, históricos de amizade, comerciais, econômicos, financeiros, compromissos de troca de tecnologia com todo mundo. A Rússia é um parceiro interessante, um parceiro dentro do Brics. Ainda não há uma data para esta viagem, mas ele deverá ocorrer no próximo ano.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/agora-e-possivel-avaliar-os-estragos-de-alcolumbre-ao-atrasar-a-sabatina-de-mendonca/
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SEGUNDO OS POLÍTICOS POPULISTAS O POBRE VENDE O SEU VOTO A TROCO DE COMIDA

 

Anticinismo

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo

Será que a manutenção e incremento do Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil, é uma confissão de toda a sociedade de que institucionalizamos a compra de votos?!| Foto: Reprodução

Ao leitor que quiser saber qual a minha opinião sobre programas assistenciais como o Auxílio Brasil (ex-Bolsa Família), vou ficar devendo. O assunto é complicado para mim. Nos dias em que acordo mais solidário e de ligeira boa-vontade com o Estado, tendo a ver com bons olhos os programas de transferência de renda. Meu lado racional, porém, às vezes se sobrepõe à “caridade com o chapéu alheio” e torço o nariz para esse tipo de iniciativa.

Curioso, isso. A mesma sociedade que defende a visão ultrarracional, científica, planejada, etc. é aquela que simplesmente não entende como alguém pode ser contra programas assistenciais como o Auxílio Brasil. Curioso, sim, mas não inexplicável. Neste caso, como em tantos outros, o espírito cristão da caridade é deturpado a fim de se incutir nas pessoas a ideia de que o Estado é capaz de criar uma sociedade de renda igualitária. Aquele blá blá blá todo.

Mas não quero entrar nessa seara. Porque não é o objetivo deste texto. A ideia, aqui, é pensarmos juntos no caráter eleitoreiro (ou não) desse tipo de ajuda aos mais pobres. À direita e à esquerda, analistas, especialistas e palpiteiros como eu sempre ressaltam a importância e a necessidade desse tipo de programa, com o adendo fatídico: ele, o programa assistencial, trará inegáveis dividendos políticos ao gestor que o propuser.

Vejo essa associação entre ajuda e voto feita assim, à toa, como se fosse fato dado. Como se fosse uma verdade incontestável que o pobre e o miserável, uma vez de barriga cheia, dará seu voto a quem encheu sua barriga. Me pergunto e estendo a pergunta aos senhores: será que essa relação de gratidão eleitoral é assim tão certa e automática? Pressupor tal coisa não significa tirar dos pobres e miseráveis que precisam de ajuda o pouco de autonomia e dignidade que lhes resta?

Pressuposto da venalidade
Não estou querendo, de jeito nenhum, tapar o sol com a peneira. Desde que me entendo por gente sempre soube que havia quem trocasse (ou prometesse trocar) o voto por uma dentadura, uma cadeira de rodas ou até mesmo uma camiseta. Há pessoas venais – daí o ditado cínico segundo o qual “todo mundo tem seu preço”.

Mas será que todos são assim – e a ponto de pressupormos que o Auxílio Brasil, grosso modo, representa uns 15 milhões de votos automáticos na conta do presidente Jair Bolsonaro? Tenho problemas com isso que chamo nada criativamente de “pressuposto da venalidade”. E o interessante é que esse tipo de raciocínio elitista, que vê os pobres e miseráveis como pessoas que trocam toda e qualquer convicção por dez vinténs, é usado justamente pela esquerda – historicamente a maior defensora de programas assistenciais/assistencialistas.

Diante disso, faço duas perguntas: a primeira num tom mais sóbrio e a segunda com um escândalo semicontido. Será que a esquerda está querendo confessar que vê os pobres como massa facilmente manobrável? Pior: será que a manutenção e incremento do Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil, é uma confissão de toda a sociedade de que institucionalizamos a compra de votos?!

A mim o pressuposto da venalidade causa estranheza porque sugerir que todo mundo tem seu preço é o mesmo que a pessoa confessar que ela, também, tem um preço. E, bom, talvez eu viva numa bolha muito restrita e toda arrumadinha e perfumada, mas o fato é que estou cercado por pessoas que dizem não vender suas convicções por nada. Não tenho nenhum motivo para duvidar delas. Por que, então, haveria de supor que a imensa maioria dos pobres e miseráveis brasileiros, pessoas que, ao menos em teoria, precisam desse dinheiro para sobreviver, se venderiam a qualquer gestor que prometesse manter ou incrementar o programa social, tenha ele o nome que tiver?

Me incomoda profundamente esse olhar sobre os pobres como se eles fossem pessoas desprovidas de princípios. Um olhar, aliás, que vai na direção oposta aos preceitos daquela velha esquerda “romântica”, que via no operário pobre e com a cara suja de fuligem um representante basilar de uma moralidade inflexível.

Ou talvez – talvez! – décadas e décadas de programas sociais de toda sorte tenham realmente distorcido a moralidade pública. A tal ponto que, sem que tenhamos percebido, hoje os homens já nascem com um preço estampado na testa. Será? Será? Não! Me recuso a acreditar que um Diógenes contemporâneo, de lanterna acesa em plena luz do dia, atualmente ande pelos rincões mais miseráveis do Brasil à procura de homens íntegros.


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NÃO É CONVENIENTE TERMOS CARNAVAL DURANTE A PANDEMIA

 

Ironias da pandemia

Por
Luiz Felipe Pondé – Gazeta do Povo

Rio, Brazil – march 03, 2019: Grande Rio during the Carnival Samba School Carnival RJ 2019, at Sambodromo

Carnaval no Rio de Janeiro, em 2019| Foto: Bigstock

Devemos ou não fazer Carnaval em 2022? Na minha visão, não. Mas os argumentos a favor são sui generis quando se olha a pandemia sem medo de ser infeliz.

Os mortos da pandemia já foram esquecidos. A memória social tem a profundidade de uma asa de mosca. Todas as manifestações melosas pelos mortos se perderam no voo das moscas.

O primeiro fato óbvio é que encher a cidade com gente bêbada, mijando nas ruas, é a cara do luto, não?

Claro que não. Atenção para o conteúdo de ironia. Comemorar o carnaval agora é cuspir nos mortos. Acho bem feio, depois de tantas juras de afeto, a moçada mijar por aí ao sabor dos bloquinhos. Por que não mija logo nos túmulos?

Outro detalhe é que muito se xingou Bolsonaro durante a pandemia, com razão. Mas como fica a aglomeração no bloquinho? Agora pode?

Os mesmos que xingaram o presidente agora defendem o Carnaval porque é uma festa democrática. Será mesmo? O Carnaval sequestra a cidade, ele é zero democrático.

A pandemia, caso tivéssemos memória, poderia ser o túmulo de muitos especialistas. Muito se afirmou de coisas que não aconteceram. Verdade que pouco se sabia no início, mas há algo de novo nessa pandemia mesmo. O quê?

O desalento quando a delta não nos levou de volta aos 4.000 mortos por dia era sentido da mesma forma como sentimos o vento. Invisível, mas material. A nova variante sul-africana ômicron pode ser, enfim, uma nova esperança. Especialistas e mídia estão cheios de tesão por uma nova chance de ampliar engajamento e negócios.

Uma nova “chave especialista” de análise é: será esta pandemia um divisor de águas da humanidade?

Talvez, se ela voltar com muita força e matar 1 bilhão de pessoas e destruir a economia. A gripe espanhola – que segundo estimativas matou algo entre 30 a 50 milhões de pessoas– não foi um divisor de águas, voltamos a ser o que éramos antes de 1918.

Mas o que há de novo? O mercado em si. Uma grande diferença entre o mundo da gripe espanhola e o de hoje é que em 1918 o mercado era bem menos globalizado e profissional. Ele era uma criança em sua concupiscência por novos negócios e tinha pouca inteligência especializada.

Hoje sabemos que a pandemia é uma commodity de marketing. A gripe espanhola não foi um mercado em si, a Covid é. Interessa saber se esse mercado terá força para se impor e transformar a pandemia em um motor de startups.

De volta ao Carnaval. Agora especialistas afirmam que se pode fazer a festa com máscaras e exigência de atestado de vacina. Eis o fim da picada. O oportunismo credenciado foi longe demais. Nunca viram o que é o Carnaval? Bebe-se muito. Transa-se muito. Nenhuma noção de risco. Ninguém vai usar máscara e ninguém vai pedir atestado de vacina para ninguém.

E mais, com o idiota antivacina do Bolsonaro – todo antivacina é idiota, não só ele –, turistas europeus e americanos sem vacina poderão vir aqui em busca de sexo. Sexo é o que buscam aqui no Carnaval porque as europeias e americanas são umas azedas. Mas tudo bem, porque o Carnaval é uma festa democrática? Na verdade, o Carnaval sempre foi em grande medida turismo sexual para estrangeiros. Pago pela hora ou não.

Mas tudo bem, por que o carnaval é uma festa popular? Os europeus fecham as portas para nós – menos para os nossos ricos –, mas nós abriremos as portas para eles sem que eles tenham tomado vacina?

Há um elemento a mais. Muitos que pregavam o lockdown absoluto neozelandês num país de motoboys e operadoras de telemarketing o faziam porque tinham empregos públicos. Nunca podemos chegar ao padrão neozelandês, mas algum confinamento foi feito e ele era sem dúvida necessário. O comércio agonizou nas quarentenas. Os empregos públicos, não.

Por que justo agora o comércio que ganha com o Carnaval teria aliados entre especialistas? Quem responde essa pergunta de milhões de reais?

A pergunta final é: se estamos nos arrastando, tentando escapar da boca do leão da Covid, por que diabos deveríamos pôr nossas cabeças na boca do leão em nome de uma festa qualquer?

Os políticos, de olho nas eleições, podem sucumbir à pressão em nome da festa democrática. Em matéria de política, quem aposta no pior sempre acerta.


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A REFORMA TRIBUTÁRIA TÃO DESEJADA NÃO VAI SAIR

 

  1. Opinião 

Fatiamento da proposta em etapas não prosperou, mas inflação impulsiona arrecadação recorde e devedores poderão contar com mais um Refis

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

Demanda histórica do setor privado há pelo menos 30 anos, as prometidas mudanças no sistema tributário brasileiro ficarão, como de hábito, para as calendas. Nesta semana, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deixou claro aquilo que todos já sabiam. O fatiamento em quatro propostas diferentes, divididas entre Câmara e Senado, representou uma pá de cal nas chances de avanço de uma reforma tributária estrutural para o País.

O projeto que altera o Imposto de Renda, aprovado pela Câmara em setembro, não será analisado pelo Senado neste ano, admitiu Pacheco. Aposta do governo para financiar o Auxílio Brasil, já que impunha a tributação sobre lucros e dividendos, o texto, na melhor das hipóteses, será votado em 2022 – algo bastante improvável em meio a um ano eleitoral. O relator, senador Angelo Coronel (PSD-BA), concorda apenas com a atualização da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física. O fato de que isso pode ser feito por decreto presidencial só enfraquece ainda mais o parecer.

Na melhor das hipóteses, a Câmara aprovará mais um programa de parcelamento de dívidas tributárias que pode perdoar até R$ 60 bilhões. Como revelou o Estadão, o projeto é uma promessa de Pacheco e se tornou moeda de troca para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, defendida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL): enquanto os senadores não votassem a PEC, os deputados não apreciariam o Refis.

Para reforçar o “pedido”, Lira e o ministro da Economia, Paulo Guedes, cobraram dos empresários que pressionem o Senado a aprovar a PEC de uma vez, pois somente com a “folga” de R$ 106,2 bilhões – aberta por meio do calote nas dívidas já reconhecidas pela Justiça e pelo drible no teto de gastos – será possível prorrogar a desoneração da folha de pagamento para 17 dos setores que mais empregam no País. A chantagem se tornou a linguagem oficial nas relações com o Congresso.

Sobre o projeto que fundia PIS e Cofins e que criava a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) de 12%, ninguém ouve mais falar. Tampouco há notícias sobre a proposta que estabelecia um imposto seletivo em substituição ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Haveria ainda uma provável quinta etapa: a recriação de um imposto sobre transações, nos mesmos moldes da antiga CPMF, desejada por Guedes e rejeitada por toda a sociedade.

Impossível não culpar o governo por mais este fracasso, que começou quando o ministro da Economia resolveu retaliar o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (sem partido-RJ) e esvaziar a comissão mista que analisava uma reforma tributária ampla, que criava o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) em substituição ao PIS/Cofins, IPI, ICMS e ISS. Até lá, haveria fundos que compensariam eventuais perdas de Estados e municípios, além de um período de transição.

O objetivo da proposta era gerar efeitos duradouros para a melhoria do ambiente de negócios, estimular o crescimento e evitar um novo aumento da carga. O desrespeito com todos aqueles que participaram das discussões nos últimos dois anos foi tamanho que Lira extinguiu o colegiado no mesmo momento em que o parecer era lido pelo relator, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) – aliado de Maia, assim como o autor do texto, Baleia Rossi (MDB-SP). Agora, o governo colhe o resultado da política feita com o fígado: mesmo com maioria no Congresso, conquistada por meio de repasses bilionários envolvendo o orçamento secreto, foi incapaz de aprovar um modesto arremedo de reforma que nem sequer incluía Estados e municípios.

O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, não pode nem vai reclamar. Impulsionados pela inflação, os recordes de arrecadação conquistados a cada mês revelam a vantagem de manter tudo como está. Editar um Refis atrás do outro é um estímulo à existência do contribuinte que atua como devedor contumaz. Eles terão agora a companhia da União, que institucionalizará seu próprio calote com a aprovação da PEC dos Precatórios. Era essa a “reforma possível” mencionada por Lira em defesa do fatiamento?

A PETROBRAS CONSEGUIU VENDER UMA REFINARIA

  1. Opinião 

Unidade de refino da Bahia já é gerida por controlador privado, num marco na história do petróleo no Brasil

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

A passagem para um grupo privado, no início de dezembro, da gestão da Refinaria Landulpho Alves, na Bahia – agora chamada de Refinaria de Mataripe, seu nome original quando foi inaugurada, em 1950 –, é um marco na história do petróleo no Brasil. Essa é a primeira unidade de refino que a Petrobras transfere para um controlador privado dentro do programa de desinvestimentos que segue desde 2015 para melhorar sua estrutura financeira e reduzir sua presença no mercado para aumentar a concorrência.

Embora de grande significado histórico, econômico e político, a efetiva conclusão da venda da refinaria localizada em São Francisco do Conde, na Bahia, é também um símbolo das dificuldades que a Petrobras enfrenta para privatizar.

Desde seu anúncio, o programa de desinvestimentos da Petrobras, que implica a venda de ativos que não estejam no foco de seu projeto de crescimento, passou por revisões, em geral para reduzir suas metas. No Plano Estratégico (com metas para cinco anos) anunciado no ano passado, a meta financeira com as vendas de ativos estava entre US$ 25 bilhões e US$ 35 bilhões; no que a empresa apresentou no fim de novembro, para o período 2022-2026, a meta ficou entre US$ 15 bilhões e US$ 25 bilhões.

A entrada de empresas privadas – como a Acelen, criada pelo Mubadala Capital para gerir a refinaria baiana – no mercado de refino foi uma das exigências do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a Petrobras continuar operando na área. Para compatibilizar essa exigência com seu plano estratégico, a estatal decidiu concentrar as operações de refino na Região Sudeste, seu principal mercado.

A necessidade de recompor sua estrutura financeira, de outra parte, impunha certa velocidade na venda de ativos considerados fora do novo foco de operações da empresa. Várias circunstâncias, no entanto, têm retardado o processo.

A pandemia decerto prejudicou os negócios. Oscilações no mercado mundial de petróleo e de produtos refinados, bem como pressões crescentes em todo o mundo pela redução do uso de combustíveis fósseis, igualmente podem ter inibido os investidores.

Mesmo assim, o plano está mantido. A estatal informou que duas unidades (Reman, no Amazonas, e a Unidade de Xisto, no Paraná) já tiveram seus contratos de venda assinados. E reforçou o compromisso de vender outras cinco refinarias, como a polêmica Abreu Lima, em Pernambuco, resultado da aventura lulopetista com o governo chavista da Venezuela que consumiu bilhões de dólares e ainda não foi inteiramente concluída.

A política interna, porém, adicionou outros problemas. O presidente Jair Bolsonaro disse várias vezes que é preciso controlar os preços dos combustíveis, que a Petrobras “é um problema” e até prometeu “jogar duro” com ela. Já o populista e ex-presidiário Lula, que pretende ocupar o lugar de Bolsonaro, vive a dizer que mudaria a política de preços da Petrobras, pois, como costuma dizer, quem deve lucrar com ela é o povo brasileiro.

 

TRANSFORME SEU 2022 PELA SUA INTELIGÊNCIA

 

StartSe <relacionamento@mail1.startse.com>

Na sua visão, o que seria um produto de sucesso?

Talvez um que venda muito?

Ou talvez um que desperte o desejo nas pessoas?

Ou ainda um que seja útil na resolução de algum problema da nossa sociedade?

Sem dúvidas, a definição de sucesso é realmente relativa.

Mas existe um produto que é inegavelmente a representação de sucesso devido aos resultados gerados.

Estamos falando de um produto que é utilizado por mais de 25 bilhões de pessoas por mês em dezenas de idiomas pelo mundo para solucionar problemas específicos do cotidiano.

Você sabe qual é?

Esse produto de sucesso extraordinário foi criado por Tom Gruber em 2007 quando ele fundou a Siri Inc. – empresa que foi pioneira na criação da assistente pessoal inteligente.

Diferente do que muitos acham, a Siri não foi uma invenção da Apple de Steve Jobs, mas sim uma aquisição que ocorreu em 2010.

Apesar disso, é inegável o grau de sinergia que essa aquisição foi capaz de gerar nos produtos da Apple.

Basta ver a usabilidade desta inteligência artificial pelos clientes da Apple.

Muitos acreditam até que essa talvez essa tenha sido a última grande aposta de Steve Jobs antes de seu falecimento em 2011 para transformar não só a Apple, mas também a sociedade como um todo.

Isso é dito, porque as outras assistentes de voz, como Alexa, Google Assistente e BixBy, por exemplo, são o que são hoje devido a disrupção de mercado que a Siri foi capaz de causar.

Tudo isso por conta de uma ideia criada e executada por Tom Gruber.

Apesar de ele não estar mais presente no projeto da Siri, Tom utiliza toda sua bagagem de conhecimento para dar continuidade a outros projetos também na área de Inteligência Artificial.

Sua busca hoje é encontrar formas de conectar pessoas e máquinas para promover a colaboração, aprendizagem, compartilhamento de conhecimento e realização de tarefas.

Ou seja, causar novas disrupções na sociedade para aumentar a inteligência humana.

 Apesar de Tom estar se dedicando a esses projetos, a StartSe University em parceria com a Nova School of Business Economics conseguiu fazer algo que não existe em nenhum outro lugar no mundo que é trazê-lo como seu novo professor dentro de uma formação.

Estamos falando da Xponential Business Administration (XBA).

Nesse programa 100% online com certificação internacional e bastante networking com executivos de diversas áreas, você terá acesso a toda bagagem de conhecimento que Tom Gruber utilizou para criar a Siri e causar disrupção em um mercado que sequer existia.

Você saberá a exata e detalhada forma de pensar que esse Gestor Exponencial utilizou em todos os seus projetos e que você também poderá utilizar nos seus com o objetivo de colher resultados tão grandiosos como o dele.

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domingo, 5 de dezembro de 2021

LULA NÃO TEM MORAL PARA FALAR DA LAVA JATO E DA PETROBRAS

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.| Foto: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas

A partir do momento em que o preço dos combustíveis começou a aumentar mais rapidamente, puxando consigo uma série de outros produtos e serviços e jogando a inflação para cima, vários atores públicos ofereceram explicações simplistas e equivocadas para o fenômeno, mas a competição pela justificativa mais esdrúxula parece ter acabado de encontrar um vencedor. O ex-presidente, ex-presidiário e ex-condenado Lula culpou a Operação Lava Jato pela alta dos combustíveis: “O objetivo da Lava Jato a gente já sabe qual era. Era destruir a indústria naval nesse país. Destruir a indústria de óleo e gás. Olha o preço da gasolina agora… Não tem explicação essa política de preços nivelada pelo mercado internacional”, escreveu o petista em seus perfis nas mídias sociais.

Culpar a Lava Jato pelo aumento do preço da gasolina é apenas a versão mais recente de um mote usado pelo petismo desde a época em que ainda estava no poder. Em 2015, Dilma Rousseff afirmou que a operação de combate à corrupção havia reduzido em 1% o PIB nacional e, no mês seguinte, o ministro Aloizio Mercadante elevou a conta para 3,5% do PIB. O argumento continua tendo seus fãs, como o ministro do STF Dias Toffoli, que repetiu a ladainha no fim de 2019. O argumento é o de que a operação quebrou empreiteiras que participaram do esquema de corrupção e freou investimentos da Petrobras.

Lula se acha no direito de reescrever o passado culpando a Lava Jato por todas as mazelas que for capaz de elencar. O ex-presidente, no entanto, jamais será capaz de apagar a verdade: quem destruiu a Petrobras foi o petismo

A discussão sobre até que ponto as empresas devem ser responsabilizadas pela corrupção de seus funcionários, sua diretoria e até de seus proprietários é legítima, mas fato é que tudo o que ocorreu às empreiteiras flagradas no esquema de propina petista estava previsto na Lei de Licitações e na Lei Anticorrupção (esta última sancionada pela própria Dilma). Empreiteira nenhuma teria tido problemas caso seus diretores e donos tivessem feito a coisa certa, em vez de sujar as mãos no petrolão. Não há lógica nenhuma em atribuir à Lava Jato os prejuízos decorrentes da opção de executivos de grandes empresas pela corrupção. Quem argumenta desta forma, no fundo, preferiria que nada tivesse sido descoberto e que partidos políticos e empreiteiras pudessem seguir pilhando as estatais sem serem incomodados.

E, ao contrário do que afirma Lula, há explicações muito simples para a política de preços adotada pela Petrobras, e entre as principais está a necessidade de recuperar a estatal do altíssimo grau de depredação realizado pelo lulopetismo. A Petrobras não chegou a se tornar a petroleira mais endividada do mundo por um lance do acaso, mas porque foi vítima de decisões tomadas com plena consciência pelo petismo enquanto esteve no poder. Não apenas a decisão de usar a Petrobras para o maior e mais antidemocrático esquema de corrupção da história recente do país, mas também as decisões de negócio equivocadas envolvendo refinarias como a de Pasadena e a de Abreu e Lima, e a decisão de represar artificialmente o preço dos combustíveis em 2014 para não prejudicar a reeleição de Dilma, jogando todo o prejuízo nas costas da estatal.


A Lava Jato, portanto, não “destruiu” nada. Quem destruiu foi o petismo, quando montou o petrolão e, na prática, “privatizou” a Petrobras, fazendo-a trabalhar pela manutenção do projeto de poder ilimitado do PT, não importando os prejuízos que viesse a ter. Foi apenas com a saída de Dilma Rousseff que a Petrobras passou a ter gestores comprometidos com a saúde e a recuperação da empresa; e, já que o petismo não se preocupou em modernizar o parque de refinarias brasileiro para transformar a autossuficiência nominal em autossuficiência real, o Brasil segue dependente do produto importado, tornando inviável uma política de preços que desconsidere totalmente a cotação do dólar e o preço do petróleo definido pelo cartel internacional de produtores.

Animado com a teratológica anulação de seus processos na Justiça, a absurda suspeição de Sergio Moro e a perseguição aos membros da força-tarefa da Lava Jato em instâncias como o Conselho Nacional do Ministério Público, Lula se acha no direito de reescrever o passado culpando a Lava Jato por todas as mazelas que for capaz de elencar. O ex-presidente, no entanto, jamais será capaz de apagar a verdade. A Justiça pode ter decidido que os depoimentos e as evidências colhidas pela Lava Jato não servem mais em uma corte, mas não tem o condão de transformar o verdadeiro em falso: a maior operação de combate à corrupção da história do país mostrou muito bem quem são e o que fizeram os vilões que quase destruíram a Petrobras; disso não há mais dúvida alguma.


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