terça-feira, 16 de novembro de 2021

BLACK FRIDAY ATRAI CONSUMIDORES PELOS PREÇOS BAIXOS

 

Gabriel Lima

Especialistas trazem dicas para redes varejistas conseguirem ter êxito no evento deste ano

A Black Friday é um grande evento do varejo norte-americano. Ela ocorre no Brasil desde 2010 e já se tornou uma tradição popular por aqui. No ano passado, somente no e-commerce, a data obteve um faturamento de R$ 5,1 bilhões, registrando um salto de 31% em relação a 2019, segundo dados da Neotrust. Para a edição deste ano, que acontece em 26 de novembro, o varejo já está na reta final de preparação.

Hoje, as empresas varejistas entendem que, além de um site seguro e preços acessíveis, um bom atendimento em todos os processos do cliente faz uma grande diferença no momento de fidelização durante a Black Friday. Para isso, devem investir pesado em tornar a experiência do consumidor positiva por meio de um atendimento completo, fornecendo fácil acesso a todos os canais, seja para dúvidas, reclamações ou trocas.

A fim de manter os colaboradores preparados para lidar com todas as demandas da data, uma série de treinamentos de capacitação são necessários, tanto do time oficial quanto dos adicionais que devem ser contratados especialmente para o evento. Após o treinamento, a equipe de atendimento e apoio ao cliente deve estar atenta e à disposição em todos os canais disponibilizados pela empresa, sendo capaz de responder a qualquer problema ou dúvida. Além disso, a importância em conhecer o comportamento dos clientes sempre foi fundamental, porém, agora, as marcas precisam se atentar a dois tipos: os novos e os que a pandemia trouxe para o ambiente online. Entender quem são esses consumidores e quais os seus hábitos digitais é primordial para conquistá-los.

Para Anna Moreira Bianchi, CEO da NeoAssist, empresa pioneira em tecnologia omnichannel de atendimento ao cliente, o varejo deve levar em consideração toda a experiência do cliente e depois da compra. “A expectativa é que a Black Friday deste ano siga a mesma tendência de 2020, tendo o e-commerce como principal método para compras. Por isso, as empresas estão ajustando os pontos que ficaram a desejar na edição passada com o objetivo de fidelizar seus clientes, capacitando com cuidado toda a equipe, se preparando para os picos de vendas e oferecendo um atendimento eficiente durante todo o período, de olho também no pós, que acumulam chamados para solicitação de trocas, reclamações e acompanhamento dos pedidos” afirma.

Para Aldan Neto, CEO do Canal BW, aceleradora de resultados focada no varejo, a Black Friday tem ganhado relevância a cada ano. “O varejo entendeu o conceito e passou a oferecer descontos reais. A era da ‘Black Fraude’ já acabou”, diz o especialista em vendas, se referindo à prática de aumentar o preço dos produtos semanas antes, para na data, voltar ao valor anterior. “Existem dois pontos bem relevantes para serem praticados: o primeiro é o gatilho de curiosidade, ou seja, gerar spoilers na comunicação sem abrir exatamente a oferta, mas deixando claro que o cliente terá benefícios. O segundo é proporcionar o desconto em novidades, ou seja, não utilizar a data para ‘desovar’ produtos encalhados, mostrando para o cliente que trata-se de uma real oportunidade de compra”, explica, ressaltando que o objetivo do varejista com a data deve ser claro e a equipe de vendas deve estar treinada de acordo com a campanha.

Estratégias de comunicação com o client

Para Gabriel Lima, CEO da Enext a Wunderman Thompson Company, empresa focada em soluções para negócios digitais, as lojas que apostam em estratégias e ações para o varejo online terão uma Black Friday bem-sucedida. “O primeiro passo é traçar e adotar um plano de comunicação de vendas com o público-alvo e dividi-lo em três canais: Mídia Online (para atrair novos consumidores), Mídias em Marketplaces (para se aproveitar do crescimento expressivo dessa vertical) e CRM (para fomentar as vendas entre seus melhores consumidores)”, explica o especialista.

Em relação à mídia online, o especialista alerta que o setor está cada vez mais competitivo e as estratégias de ativação e aquisição de consumidores estão cada vez mais sofisticadas. “É necessário ter cautela com o investimento e não atacar apenas um canal. Em vista ao cenário atual é essencial ter um orçamento mais flexível para acompanhar essas frentes de evolução do negócio”, comenta.

O segundo ponto de atenção para o mercado online está na estratégia de vendas por meio dos marketplaces. Nos últimos anos, o mercado de comércio eletrônico tem sido impulsionado por lojas virtuais que fazem a intermediação da compra entre o consumidor e o vendedor. Este modelo de vendas online ajuda o mercado de e-commerce a manter os altos índices de crescimento. Nesta Black Friday, o varejo digital necessita considerar os benefícios existentes dentro deste espaço e investir em seus produtos.

Por fim, é importante implementar o sistema de CRM para fazer abordagens mais eficientes, uma vez que o processo armazena todo o histórico do cliente potencial e proporciona uma comunicação personalizada para o consumidor. “O segredo está no CRM que segmenta a base de vendas e que resulta em uma estratégia de valor para a marca e para quem consome. Uma dica valiosa é usar o histórico da Black Friday, entender quais os produtos mais buscados e comprados pelos clientes, oferecer condições especiais e avisar as ações promocionais antes e de maneira personalizada para assim conquistar bons resultados”, finaliza Lima.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA BRASILEIRA FOI FRUTO DE FAKE NEWS NA ÉPOCA

história

Futuro sogro do escritor Euclides da Cunha, o major Frederico Solón de Sampaio Ribeiro saiu à rua do Ouvidor para espalhar boatos que ajudaram a acelerar a deposição de Dom Pedro II
Por
Tiago Cordeiro – Gazeta do Povo

Retrato do Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, militar, (Marechal Deodoro, Alagoas, 1827 – Rio de Janeiro, 1892). Político brasileiro, primeiro Presidente da República, assumiu o cargo provisoriamente em 15 de novembro de 1889.| Foto: Arquivo JS Arquivo JS

As fake news não surgiram com a internet. As notícias manipuladas agora podem viajar mais rápido e alcançar mais pessoas, de lugares mais distantes, mas quem frequentava a Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro, no dia 14 de novembro de 1889, já sabia: a monarquia estava com os dias contados. As informações desencontradas que ajudaram a apear Dom Pedro II do poder no dia seguinte circulavam livremente, e era dificílimo diferenciar fatos de boatos. 

O resultado final é conhecido e motivo de feriado: no dia 15, o Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República. Dias depois, a família real embarcou no navio Alagoas em direção a Lisboa. Dom Pedro II nunca mais veria o Brasil. Nem sua esposa, Teresa, que morreria dias depois de chegar à Europa, ou sua filha, a princesa Isabel. É possível que nada disso tivesse acontecido, pelo menos não tão rápido, se não fossem as fake news que circularam na Rua do Ouvidor. Ao lado das ruas Direita e da Quitanda, ela formava o centro da cidade, onde estavam os cafés, as alfaiatarias, as floriculturas, as livrarias e os teatros. 

No livro “1889 – Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil”, o jornalista Laurentino Gomes explica essa história. Um de seus principais personagens foi o major gaúcho Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro, futuro sogro do escritor Euclides da Cunha. Ele teria um papel decisivo na Proclamação da República, apesar de no passado ter recebido, das mãos do imperador Dom Pedro II, uma espada de ouro em homenagem a seu desempenho como combatente na Guerra do Paraguai. 

“Os rumores eram plantados de forma proposital na rua do Ouvidor – definida pelo historiador Anfriso Fialho como ‘coração e ouvidos do Rio de Janeiro’ – por uma das lideranças do golpe em andamento, o major Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro”, Laurentino descreve em seu livro. “Seu objetivo era, obviamente, acirrar os ânimos contra o governo. Naquela tarde, antes de sair de casa rumo ao centro da cidade, Sólon Ribeiro vestira calça e paletó marrons, chapéu de feltro preto, óculos de aros azuis. Acreditava que, com essa indumentária civil, a ação seria mais bem-sucedida do que se aparecesse usando a costumeira farda militar. E, de fato, foi o que aconteceu. Da rua do Ouvidor o boato rapidamente chegou aos quartéis e colocou em andamento a máquina da revolução”. 

Boatos maldosos 
Mas qual era, afinal, a ação a que o major Frederico se prestara a realizar? Ele andou pela rua mais influente do Brasil na época, na tarde de 14 de novembro, decidido a espalhar uma notícia: por ordem do primeiro-ministro Visconde de Ouro Preto, o marechal Deodoro da Fonseca, que estava doente em casa, vítima de crises de falta de ar, havia sido preso, assim como Benjamin Constant, um pacifista que havia lutado na Guerra do Paraguai e era uma das principais lideranças republicanas do país. Além disso, o imperador teria enviado tropas para o interior, para afastar o Exército do Rio de Janeiro e assim evitar a sublevação na capital. 

A intenção do boato era indispor os militares contra o imperador e lançá-los a favor do cada vez mais influente movimento republicano. Era tudo mentira: nem Deodoro, nem Benjamin haviam sido detidos, e muito menos tropas haviam sido deslocadas. Mas a informação circulou rápido, pelas pessoas que importavam: fazia décadas que a Rua do Ouvidor, que o major Frederico havia utilizado para espalhar os boatos, era passagem obrigatória para qualquer pessoa que quisesse saber o que estava acontecendo entre a elite política do país. A notícia não chegou em segundos aos confins do país, com acontece hoje com as fake news de WhatsApp, mas precisou de poucas horas para alcançar as pessoas que realmente importavam. 

Logo na madrugada do dia 15, Deodoro, um marechal monarquista que contava com grande respeito das forças armadas, foi informado dos supostos planos de prendê-lo. Na manhã do dia 15, ele atravessou o Campo de Santana, o mesmo local onde Dom Pedro I havia sido proclamado imperador. Ali ficavam o Senado e a Casa da Moeda, mas também o Comando do Exército, onde um grupo de aproximadamente 400 militares republicanos se mantinha de prontidão. Ali Deodoro montou em um cavalo baio que lhe deram, tirou o chapéu e voltou para casa. Há controvérsias sobre a informação de que ele teria gritado “Viva a República!”, ou apenas prometido conseguir do imperador a destituição do gabinete de ministros. As tropas prosseguiram em direção ao Paço Imperial. 

O presidente do gabinete de ministros da monarquia, o Visconde de Ouro Preto, foi preso. Uma única pessoa ficou ferida, mas sobreviveu: o Barão de Ladário, que tomou um tiro por resistir à ordem de prisão. Na tarde do mesmo dia, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro recebeu um grupo de oficiais e lideranças civis republicanas que, mais uma vez, proclamou a República. 

Horas depois, era elaborado o texto oficial da proclamação, para ser impresso pelos jornais republicanos e distribuído para a população. O decreto iniciava com: “Fica proclamada provisoriamente e decretada como forma de governo da Nação Brasileira — A República Federativa”. O “provisoriamente” estava ali porque o texto previa a realização de um plebiscito, para consultar a população sobre a mudança de regime. Esse plebiscito, previsto em 1889, só seria realizado em 1993. 

Enquanto isso, Dom Pedro II se deslocava de sua residência em Petrópolis. Ele chegaria ao Rio de Janeiro no começo da tarde. Era uma sexta-feira, mas, por via das dúvidas, o comércio havia baixado as portas. Na mesma noite, Deodoro foi proclamado presidente da República. Ficaria no cargo até 1891 e morreria no ano seguinte. 

Filha famosa 

Quem procurou o imperador para avisar do fim da monarquia foi, novamente, o major Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro. Desta vez, a notícia era verdadeira: Dom Pedro II, que imaginava que o movimento militar simplesmente queria a troca do gabinete de ministros, não era mais imperador e precisava deixar o país onde nascera, em 1825. Apenas em 1920 a família imperial seria autorizada a botar os pés no Brasil novamente. 

Quanto ao major Frederico, ele seria agraciado pelos serviços prestados, ainda que tenha sido enviado para postos distantes da capital. Primeiro foi nomeado governador de Mato Grosso, apenas entre fevereiro e abril de 1891, depois se tornaria deputado federal e inspetor do Tribunal de Guerra no Pará. Morreria em 1900. 

Sua filha, Ana Emília Ribeiro, casada desde 1890 com Euclides da Cunha, o autor de Os Sertões, se envolveu em um relacionamento com o militar Dilermando de Assis, 17 anos mais novo. Ana se casaria com Dilermando em 1909, depois de ele superar Euclides num duelo que provocou a morte do jornalista. Ana e Dilermando permaneceram casados por 14 anos. Já separados, morreram no mesmo ano: 1951, ela com 78 anos, ele aos 63. Dilermando chegaria ao posto de general. 

O povo concordou com a proclamação da República? O jornalista Aristides Lobo, testemunha dos acontecimentos daqueles dias, responderia em um artigo: “O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada”.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/proclamacao-da-republica-foi-fruto-de-uma-das-maiores-fake-news-da-historia-do-brasil-db03cdkyl9fdxuhkx90jz4ax4/
Copyright © 2021, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

 

BOLSONARO SEM PARTIDO E EM DUBAI

 

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Presidente Jair Bolsonaro anunciou que vai desonerar a folha de pagamento por mais dois anos.| Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente Bolsonaro está em Dubai e para vocês entenderem o que ele está fazendo por lá, os Emirados Árabes são uma nova Fenícia – o centro de comércio do mundo. A união entre Oriente e Ocidente. O comércio mundial está passando todo por Dubai. Ele ontem, por exemplo, estava mostrando os aviões da Embraer na Dubai Air Show. Tem gente do mundo inteiro lá. Trezentos empresários brasileiros estão presentes. O pessoal das exportações está dizendo que é preciso negociar e internacionalizar. Ministro da Economia, ministra da Agricultura, todo mundo querendo ampliar mercado para ficar menos dependente da China. Ampliar mercado é a fórmula e Dubai é o lugar apropriado para isso.

O presidente geralmente economiza hotel, ficando em hospedagem de quartel, mas lá em Dubai ninguém ofereceu quartel para ele. Mas ele é convidado para um dos hotéis luxuosos lá de Dubai.

Bolsonaro não está fechado com o PL

E lá de Dubai ele disse que esse negócio com o PL não é bem assim não. Eu nunca acreditei nessa história de PL assim de cara. O partido de Valdemar Costa Neto tem, por exemplo, um candidato ao governo de São Paulo que é o vice de Doria, para o governo de São Paulo, que é o Rodrigo Garcia. E o presidente da República tem outro candidato, que é o ministro Tarcísio de Freitas. Então, por, aí, já começa a confusão. Lá no Nordeste, o candidato do PL é o candidato do governador do PT do Piauí, Wellington Dias, não é o candidato do presidente da República.

Eu acho que o presidente se sentiria melhor no Partido Progressista, em que ele esteve por 11 anos. O PP é o segundo partido em número de prefeituras, só perde para o MDB. E é muito importante o apoio de prefeituras em uma eleição. O PL não chega a ter 2% de prefeituras, enquanto o PP tem sete vezes isso.

Para alguns, a Lava Jato contiuna
E a Lava Jato continua. Pode não continuar para o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, que está viajando para a Europa agora, com sete funcionários de seguranças e assessoria pagos por você contribuinte, mas está funcionando para o ex-diretor de serviços da Petrobrás Renato Duque. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região duplicou uma pena dele. Ele está com pena, agora de 12 anos e nove meses de prisão. A gente acha estranho que a Justiça vale para um e não vale para outros. Tudo aquilo que aconteceu na Lava Jato vale para o Renato Duque, mas não vale para o ex-presidente.

Desoneração da folha prorrogada
E o assunto mais importante da semana passada foi a prorrogação da desoneração da folha de pagamento, anunciada pelo presidente da República na semana passada, por mais dois anos. Isso significa que continua o estímulo ao emprego. Porque folha de pagamento significava que quanto mais a minha empresa empregava, mais imposto eu pagava. Isso desestimula o emprego. Agora, eu tenho a opção de pagar esse imposto pelo meu faturamento, não pela folha de pagamento. Então eu posso empregar muito mais gente. Isso vai beneficiar a geração de 6 milhões de empregos. Pena que o ministro Barroso, no Supremo, vai em sentido contrário: derrubou uma portaria que proibia a demissão de trabalhadores só por ela não ter o passaporte da vacina. Fez isso a pedido de partidos que não têm votos no Congresso. Poderiam derrubar a portaria, mas pelo voto, mas usam o Supremo como braço. O Supremo tem sido instrumento de partidos minoritários.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/bolsonaro-se-sentiria-melhor-no-partido-progressista/
Copyright © 2021, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

MST DISTRIBUI COMIDA COM CAMARÃO PARA UNS E MORTADELA PARA A MAIORIA

 

Política

Por
Diogo Schelp – Gazeta do Povo

Wagner Moura come acarajé no prato no MTST| Foto: Reprodução/Twitter/@GuilhermeBoulos

Esse é um verdadeiro não assunto. Mas cá estamos falando dele. Causou furor a postagem de Guilherme Boulos, pré-candidato a governador de São Paulo pelo PSOL, de uma foto do ator Wagner Moura comendo acarajé no prato após a exibição do filme “Marighella”, dirigido por ele, em ocupação do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) na quinta-feira (11). O tuíte, no dia seguinte, deu início à guerra do camarão nas redes sociais.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), concluiu que existe o “MTST raiz e o MTST nutela”, o primeiro formado pelos sem teto que passam fome e, o segundo, por uma elite de dirigentes que comem camarão.

Outros políticos ou influenciadores bolsonaristas ironizaram a foto acusando Boulos e Moura de hipocrisia, por comerem “quentinha” com camarão, supondo que para o restante dos presentes o cardápio era mais modesto (sanduíche de mortadela, por exemplo) ou inexistente.

Esses foram os comentários mais leves. Houve outros, mais pesados. A maioria das críticas foi tremendamente exagerada. E demagógicas.

Demagógicas porque, de fato, não há nada de errado em o MTST servir vatapá de camarão em um de seus eventos.

Teve gente na esquerda fazendo contas para provar que camarão seco é mais barato do que carne vermelha de segunda. Boulos, igualmente demagógico, acusou os “direitistas” de desconhecerem a “cultura brasileira”. Revelou, também, que a comida servida no jantar de exibição do filme havia sido doada por um restaurante que faz delivery de acarajé.

Ainda que não fosse mais barato que carne. Ainda que não fosse doação. Os integrantes e líderes do MTST e seus convidados, como qualquer brasileiro, têm o direito de comer o que quer que sejam capazes de comprar ou de ganhar.

Sua visão de mundo, sua ideologia e suas reivindicações políticas nada têm a ver com isso.

Mas a demagogia da guerra do camarão, é bom que se diga, começou com Boulos. Ao postar a foto de Wagner Moura com o boné do MTST e prato de plástico na mão, ele escolheu as palavras a dedo para exaltar a suposta humildade do ator/diretor ao unir-se ao “povo”, ali representado pelos sem teto, a ponto de compartilhar com eles uma simples “quentinha”.

É evidente que Boulos escolheu a foto de Moura comendo de pé e falou em “quentinha”, e não em “acarajé no prato” (expressão usada por ele na segunda postagem, depois que a guerra do camarão já havia sido deflagrada), porque queria reforçar o caráter “humilde” da cena.

Vejamos o efeito da postagem substituindo as expressões no texto do tuíte de Boulos: “Wagner Moura comendo acarajé no prato na ocupação do MTST onde fizemos ontem a exibição popular de Marighella. Foi potente! Viva a luta do povo!”

Não seria a mesma coisa. Comer “quentinha na ocupação do MTST”, como aparece originalmente na postagem de Boulos, enquanto se contribui para “luta do povo” tem outro significado. É muito mais “potente” como sinalização de virtude.

O primeiro demagogo na guerra do camarão, portanto, foi o líder do MTST e eterno candidato a tudo Guilherme Boulos. A escolha da foto e o texto que a acompanha serviram para simular humildade e uma conexão com o estilo de vida do “povo” com a finalidade escamoteada de obter ganhos políticos, despertando simpatia pela causa.

As críticas dos bolsonaristas foram pelo mesmo caminho, só que com sinal trocado. Elas resvalam para a demagogia ao apresentar uma falsa incompatibilidade entre o cardápio do evento e o caráter popular e/ou esquerdista do movimento dos sem teto.

Na guerra do camarão, que refletiu a polarização política existente no Brasil, os dois lados se degladiaram com a mesma arma: a demagogia.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/diogo-schelp/na-guerra-do-camarao-todos-sao-demagogos/
Copyright © 2021, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

O GOVERNO NÃO DEVE ATRAPALHAR AQUELES QUE PRODUZEM, INVESTEM, POUPAM, EMPREGAM E CONSOMEM

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Venezuelanos comem perto de comércio que exibe lista de preços em dólar.| Foto: Rayner Peña R./EFE

A existência do Estado e de seu braço executivo, o governo, se justifica pelo fato de pessoas diferentes, cada uma com seus interesses, virtudes e imperfeições, resolverem viver na mesma comunidade em regime de cooperação e competição. De início, há três justificativas para a existência dessa espécie de “síndico social”, o Estado e seu braço executivo. A primeira é que em comunidade torna-se possível dividir as milhões de tarefas, de forma que cada pessoa possa se especializar em uma única tarefa (ou atividade) para juntar uma multidão de bens e serviços diferentes para atender as necessidades de todos. Além de aumentar a produtividade do sistema, a divisão do trabalho permite que a pessoa dedicada a apenas uma tarefa possa exercer sua única atividade, receber remuneração por seu trabalho e adquirir a enorme lista de bens e serviços para sua sobrevivência.

A segunda justificativa é a existência de problemas que escapam à esfera individual para sua solução e, portanto, dependem da ação coletiva. Um exemplo é o caso de uma pandemia. Uma doença que se espalha pela comunidade e é transmitida de um ser humano a outro somente pode ser extirpada se todos os membros do grupo adotarem as medidas que impeçam contaminação e transmissão. Outro exemplo é a capacidade de defesa diante de um ataque de força armada estrangeira, que somente se viabiliza por ação coletiva dos membros da comunidade. A lista de exemplos é longa e vai além dos eventos que se tornaram comuns: tempestades, terremotos, tsunamis, inundações etc. A terceira justificativa está na necessidade de serem construídos bens coletivos, como uma praça pública, uma estrada, uma avenida ou um poço artesiano para fornecer água a moradores do local. No mundo moderno, vários bens passaram a ser produzidos de forma coletiva, conquanto possam ser ofertados pela iniciativa privada, como educação, saúde, lazer etc.

O debate sobre Estado máximo ou Estado mínimo contém uma falácia: a discussão essencial não é o tamanho, mas sua constituição, seu corpo de leis, sua estrutura e seu funcionamento

Sendo assim, o síndico social (o Estado) é constituído para resolver problemas e gerenciar o atendimento das necessidades da vida coletiva, além de adicionalmente estabelecer as regras de convivência, definir punições e administrar o sistema judicial executor dessas regras. Assim, nasce um “condomínio social”, formado por Constituição, leis e normas de funcionamento, cujas atividades requerem dirigentes eleitos e funcionários contratados. A estrutura do sistema estatal, suas burocracias e atividades operacionais exigem um sistema de imposição e arrecadação de tributos com os quais serão pagos os investimentos, serviços e custeio necessários para que o Estado cumpra, então, suas funções.

Nesse condomínio social, nasce um poder que legisla, outro que executa e um terceiro que processa, julga e pune as pessoas naturais (físicas) e jurídicas transgressoras das leis e normas aprovadas. Embora essa introdução pareça óbvia, com o passar do tempo muitas questões vão perdendo sua compreensão e finalidade, abrindo espaço para desvios e distorções que fazem a tentativa de solucionar um problema tornar-se ela própria um problema novo, como bem alertou Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos de 1981 a 1989, ao desabafar dizendo: “O governo é o problema, não a solução”. É nesse contexto que o país constrói um arcabouço de leis civis, leis comerciais, leis ambientais, leis trabalhistas, leis tributárias e milhares de normas de conduta sobre as “obrigações de fazer” e as chamadas “obrigações de não fazer” (as proibições). O problema se torna dramático quando uma nação chega a um ponto em que seu corpo de leis e normas atinge um grau de distorção e confusão que acaba por transformar o sistema estatal, suas leis e seu funcionamento num aparato gigantesco, ineficiente, corrupto e disfuncional que, apesar de atender muitas necessidades, termina por ser o principal entrave ao crescimento e saída da pobreza e do atraso.


Não é exagero afirmar que um dos desafios principais das sociedades modernas é conseguir evitar que o Estado, seus três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e seu corpo de leis se transformem em um monstro devorador de recursos materiais, recursos financeiros e recursos tecnológicos de forma tão distorcida que a solução coletiva dos problemas sociais acabe por sufocar os indivíduos e a própria comunidade, impedindo assim seu desenvolvimento. Ou seja, um Estado inchado, lento, ineficiente, burocrático, desperdiçador e corrupto passa de instrumento de solução a ser ele próprio um problema, como um remédio que, para curar uma doença, gera efeitos colaterais tão perversos que são capazes de levar o paciente à morte. Um caso típico atualmente citado por analistas internacionais é o da Venezuela. Apesar de o país deter a maior reserva de petróleo do mundo, a pobreza na Venezuela atingiu em 2021 a taxa de 94% de sua população, e o país vive um colapso econômico e social.

O tão insultado “neoliberalismo” foi um grito de revolta, sobretudo a partir dos anos 1970, contra o monstro em que o Estado, seus poderes e suas estruturas muitas vezes se transformavam. Por isso, o debate sobre Estado máximo ou Estado mínimo contém uma falácia: a discussão essencial não é o tamanho, mas sua constituição, seu corpo de leis, sua estrutura e seu funcionamento. Daqui a algumas semanas, o Brasil entrará em 2022, ano de eleições federais e estaduais, e um tema crucial é a estrutura do sistema estatal brasileiro, que definitivamente não vem dando mostras de se tornar menos inchado, menos ineficiente e menos corrupto. Cabe à sociedade fiscalizar, pressionar e se mobilizar para que o aparato estatal não se torne ele próprio um problema coletivo cuja solução se torne impossível.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/quando-o-governo-mais-atrapalha-que-ajuda/
Copyright © 2021, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

5G VAI BENEFICIAR A ECONOMIA BRASILEIRA

 

Tecnologia

Por
Cristina Seciuk – Gazeta do Povo

Previsões colocam o agronegócio como um dos principais beneficiários da chegada do 5G ao país.| Foto: Pixabay

O PIB brasileiro pode registrar incremento de US$ 1,2 trilhão até 2035 com a implantação do 5G no país. A estimativa é da consultoria especializada Omdia, em estudo sobre América Latina contratado pela Nokia, uma das principais fornecedoras mundiais de equipamentos para redes móveis. O valor equivale a cerca de R$ 6,5 trilhões, ou quase 90% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020.

Conforme o levantamento, a quinta geração de telefonia móvel representa oportunidade de aumento de produtividade, queda nos custos e surgimento de novos modelos de negócios, com consequente crescimento econômico de, em média, 5% nos próximos 15 anos.

Mais do que uma simples evolução do 4G, o 5G pode ser considerado uma tecnologia nova e que promete impactos significativos nos usos da internet graças a características-chave como alta velocidade de conexão e baixa latência (tempo de resposta). Com a circulação ultrarrápida de dados, a novidade beneficiará o usuário comum, com mais estabilidade e rapidez, mas a revolução do 5G é esperada para os setores produtivos.

A expectativa se explica porque os usos comuns de entretenimento, consumo de dados como vídeos, mensagens e outros já são considerados suficientemente bem atendidos pelo 4G, que tinha como foco a conexão entre pessoas. Na quinta geração, o avanço de conexão é entre dispositivos.

De acordo com o estudo da Omdia para a Nokia, os principais setores a serem beneficiados pelo 5G no Brasil são tecnologia da informação, governo, manufatura, serviços, varejo, agricultura e mineração.

5G é oportunidade de aumento na produtividade e redução nos custos
Aplicações como a efetiva chegada dos carros autônomos às ruas ou cirurgias a distância, com a utilização de braços robóticos, ficam para o futuro. Em dias mais próximos, espera-se a automação otimizada nas linhas de produção da indústria, com emprego de inteligência artificial e “machine learning” para agilizar a tomada de decisões, dar mais confiabilidades a controles de estoque, aprimorar a logística e até garantir economia de energia.

O agronegócio pode se beneficiar com maior precisão no controle de solo, monitoramento de rebanhos, controle de pragas e estimativas mais finas de safra e produção. Medidores espalhados pelas plantações poderão enviar informações detalhadas, em tempo real, permitindo ajustar com precisão as necessidades de irrigação; drones acompanharão do alto a situação das propriedades, com mais condições de perceber riscos sanitários e captar dados para orientar a colheita, com potencial para ganhos de eficiência e redução de custos.

O uso da tecnologia pode, ainda, servir como ferramenta para ampliar o acesso a saúde e educação no país, com avanços importantes para a telemedicina e o ensino à distância. Como o 5G traz mais confiabilidade devido à rapidez na transmissão dos dados, monitoramentos de saúde em tempo real se tornam possíveis, e entraves para o EaD devem ser reduzidos, com mais estabilidade de transmissão.

Ainda que não tragam resultado econômico imediato, são avanços com capacidade de impacto significativo, uma vez que envolvem formação de mão de obra e bem-estar da população economicamente ativa.

Em parte, já existem utilizações do tipo atendidas pelo 4G, Wi-Fi ou mesmo por redes cabeadas, mas “não aquelas que são verdadeiramente transformadoras e trarão os saltos de produtividade de que a região necessita”, de acordo com o estudo da Omdia. Outro levantamento, da Deloitte, aponta o 5G como base para a inovação e transformação, com rápido avanço de importância estratégica, especialmente para os negócios.

No campo, por exemplo, ainda há áreas sem qualquer conexão e que devem se beneficiar, de saída, do acesso ao 4G, listado como compromisso das vencedoras do leilão. A tendência a partir daí é de que a aposta na expansão tecnológica atraia a atenção dos produtores, com interesse por expandir o uso da tecnologia após a percepção de ganhos de produtividade.

Com isso, a demanda pelo 5G no agro promete subir, mas ainda enfrentará outro desafio da nova tecnologia no país-continente: com a tecnologia operada em bandas de alta frequência, que cobrem curtas distâncias, as antenas precisarão ser mais próximas, e consequentemente mais numerosas.

Para a Bell Labs, empresa de pesquisa industrial ligada à finlandesa Nokia, o 5G pode contribuir com um salto significativo de produtividade, especialmente a partir de 2029, quando as tecnologias constituintes deverão atingir 51% de penetração.

O leilão realizado pela Anatel foi o primeiro passo, mas o 5G ainda demora a chegar a todos os brasileiros. Para que o sinal fique disponível será necessário erguer infraestrutura compatível em todo o país, investimento que está estimado em R$ 40 bilhões e será realizado pelas empresas que arremataram lotes para a operação.

Conforme os compromissos estabelecidos no edital de concessão das frequências de operação, as capitais e o Distrito Federal devem contar com a cobertura até meados de 2022 e a expansão para os demais municípios acontecerá de forma gradual até o prazo máximo da adoção da tecnologia, que é julho de 2029.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/o-que-a-economia-brasileira-pode-ganhar-com-o-5g/
Copyright © 2021, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

LEWIS HAMILTON BRILHOU NO GRANDE PRÊMIO DO BRASIL

 

  1. Esportes 
  2. Velocidade 

Em Interlagos, o piloto inglês dá show ao estilo de Senna; em Valência, uma despedida na motovelocidade

Robson Morelli, O Estado de S.Paulo

Dois lendários pilotos roubaram a cena nas pistas ontem. Em São Paulo, o inglês Lewis Hamilton teve um fim de semana como há muito não se via na Fórmula 1, com punições e superações, em treinos e nas duas provas em Interlagos, contando a disputa da Sprint Race no sábado, e uma vitória ao estilo de Ayrton Senna. Em Valência, na MotoGP, uma lenda do motociclismo mundial deu sua última acelerada. Valentino Rossi foi uma espécie de Senna da moto, reverenciado pelos amantes do esporte e pelos que viam nele um corredor que desafiava seus próprios limites. Em comum, tanto Hamilton quanto Rossi são sete vezes campeões do mundo – Lewis pode mudar isso.

Em São Paulo, não faltou nada a Lewis. Ele mostrou o quanto é um piloto preparado e maduro. Foi quem mais fez ultrapassagem em Interlagos. Mostrou precisão e sangue frio para esperar os momentos certos de acelerar e pegar o vácuo. Parecia saber os pontos exatos do traçado paulista para fazer isso. Usou e abusou da sua Mercedes até realizar sua última manobra para superar Max Verstappen e assumir a dianteira do GP até a bandeirada da ginasta Rebeca Andrade.

Lewis Hamilton
Hamilton agradece fãs brasileiros após vitória em Interlagos Foto: Lars Baron/ AP

Lewis levantou o autódromo de Interlagos com uma pilotagem inédita em sua carreira, mas não menos apaixonante. Fez história. Não faltou nada. Nem mesmo o gesto esperado por muitos de tomar para si a bandeira brasileira e agitá-la enquanto comemorava a vitória. Fez isso na pista e no pódio, abraçado a ela, feito outro lendário piloto, Ayrton Senna, de quem Lewis sempre foi fã incondicional. Por algumas horas em Interlagos, o piloto inglês nos fez lembrar de Senna.

Longe dali, em Valência, Valentino Rossi também era ovacionado pelos amantes da MotoGP, mesmo chegando em décimo lugar em sua última apresentação. Teve um tempo nas corridas de moto em que Rossi era único. Ninguém duvidava de que chegaria na frente após mostrar destreza a cada curva e reta, num verdadeiro balé cujo primeiro colocado, ele, apontava os passos e o caminhos para quem vinha atrás. Não havia competidores para Valentino Rossi. Ele foi ótimo no que se propôs ser em cima de uma moto. Decidiu correr pela última vez aos 42 anos.

Sua despedida foi digna de tudo o que ele ofereceu aos torcedores, parceiros e rivais. Abraçado e erguido pelos outros competidores, Rossi ganhou mensagens de gigantes em suas respectivas modalidades, como Roger Federer, no tênis, e Ronaldo, no futebol. Em comum, Hamilton e Rossi esbanjam amor ao que fazem.

TEM CERTAS COISAS NA VIDA QUE NÃO TEM RETORNO

 


  1. Cultura
     

Depois do ocorrido, nada retornará ao lugar de partida; traduzindo: ‘Agora, ou vai ou racha’

Leandro Karnal, O Estado de S.Paulo

É uma expressão forte. Existe em quase todas as línguas. Na narrativa de um romance, é o fato que marca a personagem para sempre. Ela nunca mais será a mesma depois daquele momento. Pode ser o incêndio de Troia para Eneias, o primeiro amante para Emma Bovary ou o assassinato realizado por Raskólnikov. É o ponto sem retorno… Você, querida leitora e estimado leitor, consegue nomear, de cabeça, lendo aqui, seus dois ou três pontos-chave, ou plot-points, da sua biografia? 

O conceito virou álbum de Frank Sinatra. Em outro código, o Fantasma da Ópera anuncia que, dali por diante, ele e Christine tinham cruzado a linha do “point of no return”. A porta do Inferno, na Divina Comédia, diz que não há esperança de volta para quem a cruza.

Peter Joback e Samantha Hill em cena do musical
Peter Joback e Samantha Hill em cena do musical ‘O Fantasma da Ópera’ durante o Tony Awards em 9 de junho de 2013 Foto: Lucas Jackson/Reuters

Pessoas antigas (e cultas) utilizavam a infração grave da lei por Júlio César para o mesmo significado. Atravessar o Rio Rubicão com tropas era interditado a um comandante latino. César o fez e ainda declarou que a sorte estava lançada. Quem se lembra do brocado em latim, certamente, tem pouco colágeno e muitos pontos de virada. Traduzindo tudo em linguagem coloquial a ideia: “Agora, ou vai ou racha”. 

O que é o “ponto sem retorno”? Trata-se de um gesto que contém tanta energia que cria um efeito impossível de ser detido. É irreversível. Pode ser uma infração, uma violência grave, ceder a um abuso, submeter-se a um risco grande ou experimentar uma felicidade nova e densa. Depois do ocorrido, nada poderá retornar ao lugar de partida. Funciona como certas rolhas de vinho que saem com grande facilidade e, meia hora depois, jamais cabem de novo no mesmo gargalo do qual foram extraídas sem esforço. Como estavam lá? No espaço de uma taça, o universo se dilatou e você teve de improvisar para lacrar a garrafa.

Tudo na sua vida tem um “ponto sem retorno”. Citei César e Dante, descerei ao trivial. Eu imaginava, por exemplo, que era um número simbólico na balança: minha massa (ou peso com liberdade poética e não física) ultrapassar, em quilogramas, a barreira dos dois dígitos. Eu temia. Por quê? Achava que, se eu ganhasse dois quilos, perderia em duas semanas. Se eu ganhasse dez quilos, precisaria de uma intervenção maior. Porém, se passasse de cem, daí, a rolha nunca mais retornaria. Bem, uma vez, vi este número em uma balança de banheiro após um mês nas Ilhas Britânicas. Frio, comida, pouca atividade física… Era um fato: três dígitos! O grito foi ouvido até no Canal da Mancha. Era o nefando valor, a temida cifra e, pior, já na marca de 101 quilogramas. Não bastasse atingir o décimo de tonelada, ambicioso, o ultrapassou! Meu cérebro buscou respostas rápidas: tenho forte estrutura óssea, pratico esportes e massa magra tem densidade maior, etc., etc. Subterfúgios… Consegui reduzir de novo para os aceitáveis e atuais 92 quilos.

Era um habeas corpus. O ponto sem retorno, afinal, tinha tido retorno, mas demonstrou uma capacidade de expansão que passou a me rondar. Sim, querida tonelada, você está, fracionária, no meu horizonte… Meu peso assume o vulto fantasmagórico de um vírus de herpes: um dia, quando você menos espera e a resistência baixa…

Saindo do campo do meu diâmetro, acho que qualquer estudo precisa chegar a um ponto sem retrocesso. São patamares atingidos, pequena estabilidade e uma encruzilhada pela frente. Para sair dali, necessitamos de mais esforço. Explico-me: você começa a estudar piano e aprende, em um ou, no máximo, dois meses, uma valsinha simples. Foi uma vitória! Diferentemente dos estudantes de violino, os de piano tocarão coisas simples, mas afinadas, desde o começo. A nota está lá, pronta. Você chegou a um patamar inicial. Para ultrapassar, para aprender mais, necessita de muito mais esforço. De repente, não mais que de repente, você está tocando um minueto de Bach, do livro de Anna Magdalena. Outro salto! Novo patamar. O progresso implica mais horas, maior dedicação, mais paciência e alguma dor nas costas. Todo aprendizado (inglês, piano, ginástica olímpica) vai chegando a sucessivos e crescentes graus de dificuldade. O drama de aprender, processo permanente, é que todos os pontos têm retorno. No campo das habilidades, tudo pode retroceder. 

Há um Rubicão em cada casamento. Uma amiga minha dizia, soberana e empoderada, ao marido (quando ambos eram jovens): “Só fique comigo se realmente me amar, sou livre e independente”. Depois, repetiu a ideia na casa dos 35 anos, o ponto que Dante dizia ser o meio do caminho biográfico perdido em selva escura. Por fim, divisando a data em que poderia estacionar em vagas especiais em shoppings, anunciou, taxativa: “Se você me deixar agora, eu lhe mato”. É possível ser uma mudança de estratégia em função de demandas do mercado. Pode ser o adágio algo vulgar: “Comeu o filé, agora chupe o osso”! Na prática, todo homem e toda mulher podem ser abandonados ou amados em qualquer idade, algo que só aumenta nosso medo por alguma avaliação de oferta-procura.

Não há segurança, apenas muitos rios a atravessar e, quiçá, o momento em que, vencidas as dificuldades ou cansados de questionar, passamos a aceitar que quem foi com Colombo de partida ao Novo Mundo retorna na mesma companhia. Prudente. O amor triunfa por razões muito complexas. Importante ter esperança no amor. 

* Leandro Karnal é historiador, escritor, membro da Academia Paulista de Letras e autor de A Coragem da Esperança, entre outros

PLANOS DE TRUMP PARA DEPORTAÇÃO EM MASSA DE IMIGRANTES

  Brasil e Mundo ...