Manifestação contra Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro| Foto: Reprodução Gleisi Hoffmann (PT)
A diretoria do Banco do Nordeste foi agora responsabilizada por um contrato de R$ 600 milhões com uma ONG. Eu fico me perguntando o que quer o Banco do Nordeste com uma ONG. O presidente Jair Bolsonaro ficou sabendo e cobrou. Resultado: todo mundo na rua.
Eu acho que o pessoal não se deu conta de que de mil dias para cá mudou radicalmente. Tem gente que costumava receber dinheiro dos cofres públicos, como eu já mencionei aqui, através da Lei Rouanet, em órgãos da mídia, até jornalistas individualmente. Como o 360 mostrou: uma lista de polpudos contracheques ou contratos que tinha a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o BNDES, e empreiteira superfaturando. Hoje não tem mais nada disso. E, se houver, e se descobrir, vai acontecer como aconteceu com o Banco do Nordeste.
Pena que a CPI não investigou o dinheiro federal que foi para governadores e prefeitos. Como aquela compra de 300 respiradores pelo Consórcio Nordeste e que não foi entregue até hoje. Foram pagos R$ 48 milhões para uma empresa chamada Hemp, que é maconha. Não tem como a gente não lembrar de respirador sendo vendido por uma loja de vinho, como lá em Manaus, por exemplo.
A alegoria do circo traduz a CPI E a CPI foi conduzida na semana passada pelo brilhante Luciano Hang. O alter ego, ou o inconsciente, do relator Renan Calheiros o fez fazer um pronunciamento com alegoria de circo. Nada mais descritivo do que a gente vê na CPI: os malabaristas, os mágicos tirando coelho da cartola, os palhaços de circo mambembe, os trapezistas, a bandinha. Tem tudo isso lá.
Mas eles não investigam a origem de tudo isso. O que foi que causou a morte das pessoas? Sim, foi o vírus. Mas de onde é que ele veio? Como entrou aqui? Quando? Ah, foi no carnaval… Nem se fala nisso. Está cheio de gente foi salva, mas não chamaram. Não perguntaram para milhares de pessoas, talvez centenas de milhares, que saíram rapidamente da crise. Isso vai ser uma nova CPI mais tarde, quando os ânimos baixarem, quando deixar de haver verdades absolutas, dogmas. Aí vai estudar racionalmente, seriamente, e vai se apurar as responsabilidades.
Alasca vive crise de oxigênio pior que a de Manaus Por falar nisso, você lembra da crise de Manaus? Um dos objetivos da CPI era apurar as responsabilidades na crise de Manaus. Mas você sabe o que está acontecendo no Alasca, que é um estado norte-americano? É um estado do país mais poderoso do mundo e está pior que Manaus, racionando oxigênio, porque não tem, cancelando cirurgias de emergência, decidindo quem morre e quem sobrevive. E o auxílio mais próximo vem lá de outro território dos Estados Unidos: vem do estado de Washington, lá de Seattle. Para transferir para outros estados são 1,5 mil milhas, que dá uns 3 mil quilômetros.
É um estado dos Estados Unidos e está acontecendo isso. E a a gente achou que essas coisas só poderiam acontecer no Brasil.
Manifestações estão desacreditando as pesquisas de opinião Para concluir, eu fico imaginando as pesquisas de opinião pedindo pelo amor de Deus para não inventarem mais manifestações. Porque elas estão desmoralizando as pesquisas. Inventaram as manifestações do dia 12 para responder ao 7 de setembro e foi o que todos vimos. Inventaram a manifestação do último sábado, dia 2 de outubro, e foi pior ainda.
Aí o pessoal vai e olha o dia 7 de setembro, olha o dia 12 de setembro, olha o dia 2 de outubro e olha as pesquisas de opinião. Aí a pesquisa fica desacreditada. Tem que pedir para parar com as manifestações senão quem vai contratar as pesquisas de opinião?
0 estátuas na mira de SP Por Tiago Cordeiro, especial para a Gazeta do Povo
Após o ataque recente à estátua de Borba Gato, a secretaria municipal da Cultura da capital paulista elaborou, por meio da Departamento de Patrimônio Histórico, uma lista de 40 monumentos da cidade que podem ser revistos.| Foto: Reprodução
No estado de São Paulo, os bandeirantes estão em todo lugar. Nomes como os de Fernão Dias, Paes Leme, Antônio Raposo Tavares e Anhanguera batizam rodovias, praças e avenidas. O governador do estado habita o Palácio dos Bandeirantes. Mas agora monumentos históricos viraram alvo de vandalismo e de uma tentativa forçada de revisionismo e apagamento de parte da história.
Após o ataque recente à estátua de Borba Gato, a secretaria municipal da Cultura da capital paulista elaborou, por meio da Departamento de Patrimônio Histórico, uma lista de 40 monumentos da cidade que podem ser revistos. Oficialmente, o discurso é de que o objetivo seria promover uma ampla discussão com a sociedade sobre eles. Mas esse debate, até o momento, não tem sido tão transparente quanto seria necessário, dando voz prioritariamente para movimentos que defendem atos de vandalismo contra o patrimônio histórico e cultural da cidade. Procurada para explicar os critérios utilizados para formar a lista, inicialmente divulgada pelo jornal de Folha de S. Paulo, e os objetivos da prefeitura em relação a esses monumentos, a secretaria não se manifestou.
Mas a retirada das estátuas controversas seria essa a solução? Isaias Lobão Pereira Júnior, professor de história no Instituto Federal do Tocantins, avalia que esse não é o caminho. “Derrubar as estátuas não vai mudar, apagar ou redimir o passado. Esses monumentos podem ser usados como fonte de discussão e ensino”, explica. “Isso é um anacronismo, isto é, analisar os fatos e ideias do passado a partir da perspectiva presente”, avalia.
Ele salienta que é possível questionar monumentos por vias legais e sem vandalizar patrimônio público. “Há meios legais para que o assunto seja discutido e a retirada de estátuas sejam solicitadas por meios legais”, afirma o teólogo e historiador José Roberto de Souza, coordenador acadêmico, que leciona no Seminário Presbiteriano do Norte (SPN-Recife) e também é professor na Faculdade de Teologia Integrada (FATIN-PE).
Falta razoabilidade, sobra ignorância histórica De todas essas possíveis descrições que possam ser aplicadas aos bandeirantes, a que parece predominar, neste momento, é a dos homens violentos, que representam a exploração de indígenas. Os ataques acontecem num momento em que figuras históricas têm sido questionadas por todo o Ocidente, da Califórnia à Inglaterra, passando pela Colômbia e chegando ao Brasil. Mas essas contestações nem sempre são razoáveis.
A imagem dos bandeirantes oscilou ao longo do tempo. Ainda no período colonial, os relatos dos jesuítas traçavam uma figura desabonadora dos exploradores que percorriam milhares de quilômetros território adentro. Posteriormente, em especial no século 20, passaram a ser vistos com personagens cruciais para garantir a formação do Brasil para além dos limites traçados entre Espanha e Portugal.
Mais recentemente, a historiografia vem identificando um outro aspecto da trajetória dos bandeirantes: muitos deles podem ser considerados vítimas da opressão contra judeus nas colônias portuguesas. Afinal, são comuns, entre eles, os casos de perseguição pela Inquisição. Eram forçados a esconder suas origens, sob pena de perder acesso à sociedade.
Raposo Tavares chegou a ser excomungado em 1633. Quando era adolescente, seu pai, João Lopes de Elvas, e sua madrasta, Maria da Costa, foram presos acusados de praticar judaísmo. Os anos de cadeia e a humilhação pública destruíram o patrimônio, a saúde e as conexões sociais do casal.
Borba Gato, um dos exemplos de bandeirante que precisou esconder as origens judaicas, nunca matou indígenas – diferentemente de Fernão Dias, que, de fato, ficou conhecido pela truculência durante as viagens de exploração. Ao contrário, viveu 18 anos escondido entre os mapaxós e chegou a ser respeitado como um cacique. O cenário, portanto, é mais sofisticado do que a divisão ingênua entre mocinhos e bandidos.
Na lista de monumentos – que a prefeitura de São Paulo agora considera questionáveis – estão outros nomes de figuras históricas complexas, que estão longe de representar o papel de colonizadores genocidas. É o caso do padre José de Anchieta.
O missionário de origem espanhola viveu entre indígenas. Não há registros de que tenha cometido atos violentos contra eles. Ao contrário, tentou, em pelo menos uma ocasião, salvar uma criança recém-nascida, que havia sido enterrada viva pela mãe em São Vicente (SP), em 1565.
Anchieta pertenceu a uma geração de jesuítas que acreditava sinceramente que o esforço de catequese poderia salvar as almas dos locais. A fim de interagir melhor com eles, fez de tudo para conhecer o idioma e escreveu uma gramática da língua tupi que se tornou obra de referência para religiosos, mas também para viajantes.
Cabral e Caxias Pedro Álvares Cabral também está na lista da prefeitura de São Paulo. Mais uma vez, não há indício algum de que ele tenha atacado qualquer morador da terra que depois se chamaria Brasil. Considerado o descobridor do país, apesar das evidências de que outros viajantes europeus já frequentavam o litoral da região Nordeste, Cabral passou poucos dias na nova terra, de 22 de abril a 3 de maio de 1500. Da costa da Bahia, partiu para a Ásia. Voltou para Portugal em 1501. Seu péssimo desempenho na Índia o levou a morrer esquecido e recluso, em 1520.
Caso semelhante é o de Cristóvão Colombo, o descobridor das Américas que em nenhum momento propôs genocídio indígena – apenas cumpriu a missão que lhe foi encomendada, acreditando até a morte que havia chegado à Ásia, e não a um novo continente.
Entre figuras do passado do Brasil, a secretaria propõe reavaliar o Duque de Caxias. Não é a primeira vez que o militar, patrono do Exército e tradicionalmente reconhecido por seu papel crucial na vitória na Guerra do Paraguai, é contestado.
Em 2019, um desfile da escola de samba da Mangueira o representou pisoteando corpos. Seria uma crítica à atuação do militar em movimentos de contestação ao império brasileiro, da Balaiada à Guerra dos Farrapos.
Mas Caxias era um militar cumprindo ordens: reprimir movimentos rebeldes fazia parte de suas atividades. Quanto à fase final da Guerra do Paraguai, que se resumiu ao massacre de crianças e adolescentes que haviam sobrado no exército inimigo, ele já não comandava o esforço de guerra.
“Os radicais estão analisando a história de uma forma muito superficial. Não faz nenhum sentido atribuir esses conceitos a estes personagens. Não se pode negar que houve violência e escravização com a chegada dos europeus no continente americano. Entretanto, isso não quer dizer que os povos originários viviam no paraíso”, prossegue Lobão.
“O mundo dá voltas”, lembra Souza. “A ordem dos jesuítas, por exemplo, chegou a ser temporariamente extinta no século 18. Entre tantos motivos, se alegava que impedia o avanço e o desenvolvimento da modernidade. E hoje a maior autoridade da Igreja Católica Apostólica Romana, ou seja, o Papa Francisco, pertence a ordem da Companhia de Jesus”.
Matarazzo e Tiradentes Também está sendo repensada uma homenagem a Alexandre de Gusmão, considerado o pai da diplomacia brasileira, nascido em Santos em 1695 e maior responsável pelo acordo entre Portugal e Espanha que definiu as fronteiras do Brasil – ele conseguiu fazer valer o princípio segundo o qual cada país deveria permanecer com as áreas que já tivesse efetivamente ocupado.
Serão revisados também os monumentos ao poeta Luís de Camões, o empreendedor Francisco Matarazzo, o patriarca da independência, José Bonifácio de Andrada e Silva, e Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
Enquanto questiona as estátuas e os monumentos da cidade, a secretaria de cultura de São Paulo pretende instalar homenagens para cinco personalidades negras que têm algum tipo de relação com a capital. São eles: a escritora Carolina Maria de Jesus, o cantor Itamar Assumpção, o músico Geraldo Filme, a sambista Madrinha Eunice e o atleta olímpico Adhemar Ferreira da Silva.
Eleições 2022 Por Wesley Oliveira – Gazeta do Povo Brasília
Governador de São Paulo, João Doria, e o ex-governador Geraldo Alckmin se distanciaram ainda mais após racha sobre candidatura ao Palácio dos Bandeirantes em 2022| Foto: Alexandre Carvalho/Governo de São Paulo
Assim como no cenário nacional, políticos com mandato e líderes partidários traçam alianças para as disputas pelos governos estaduais nas principais regiões do país. Além dos interesses locais, partidos colocam na balança a composição de palanques para a disputa presidencial do ano que vem. A Gazeta do Povo mapeou esses cenários nos dez estados mais populosos do país. Confira:
Racha do PSDB divide ninho tucano em São Paulo Em São Paulo, o vice-governador Rodrigo Garcia deixou o DEM e se filiou ao PSDB, onde foi oficializado como pré-candidato à sucessão do também tucano João Doria ao Palácio dos Bandeirantes no ano que vem. A escolha por Garcia, no entanto, causou dissidências na legenda, e agora o ex-governador Geraldo Alckmin deve migrar para o PSD onde pretende concorrer ao governo paulista com apoio de nomes da oposição de João Doria.
Alckmin tem liderado pesquisas de intenção de voto e já trabalha em uma chapa que deverá contar como o ex-governador Marcio França (PSB) como vice. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf (MDB), é apontado como candidato ao Senado pelo grupo.
A candidatura de Alckmin pode atrair ainda o novo partido que irá surgir da fusão entre DEM e PSL. Apesar das negociações avançadas com o PSD, o tucano já sinalizou que pretende conversar com os dirigentes do novo partido, entre eles o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, desafeto de João Doria.
No campo da esquerda, o ex-prefeito Fernando Haddad estuda se lançar como candidato ao governo paulista pelo PT. Por outro lado, Guilherme Boulos foi confirmado recentemente como pré-candidato pelo PSOL. Nacionalmente os dois partidos pretendem caminhar juntos no projeto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, uma divisão de candidatura poderia enfraquecer o projeto de ambos, segundo líderes dos dois partidos.
Até o registro das candidaturas, membros do PT e do PSol avaliam que irão manter interlocuções, no intuito de a consolidação de uma única candidatura de esquerda. Para isso, pretendem atrair o PCdoB e o PDT. Esse último, no entanto, esbarra na candidatura de Ciro Gomes ao Palácio do Planalto e que já vem mantendo diálogos com outros partidos nesse campo, como Rede, PV e Cidadania no estado.
No Rio, Freixo tenta compor com centro e presidente da OAB é cotado Depois de deixar o PSOL e se filiar ao PSB, o deputado Marcelo Freixo intensificou suas agendas pelo Rio de Janeiro, no intuito de construir uma chapa com força para disputa pelo governo do estado em 2022. O objetivo do parlamentar é atrair além de partidos da esquerda, legendas do centro como PSD e PP.
O ex-psolista vem dedicando os finais de semana a percorrer o interior do estado, enquanto durante a semana se ocupa com a tarefa de ser o líder da Minoria na Câmara dos Deputados. Entre os interlocutores de Freixo está o deputado federal Dr. Luizinho, principal liderança do PP no estado, e Eduardo Paes (PSD), prefeito do Rio de Janeiro.
Publicamente, o prefeito carioca defende a candidatura do presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. Mas o advogado também pode se lançar ao Senado pelo partido em uma composição na chapa de Freixo.
Quem é Felipe Santa Cruz e por que ele está sendo acusado de propagar ideologia na OAB Depois de assumir o cargo de governador com o impeachment de Wilson Witzel, Claudio Castro já trabalha para tentar se reeleger em 2022. Além de trocar o PSC pelo PL, Castro também tem buscado atrair o prefeito Eduardo Paes e seu grupo político para o Palácio Guanabara. Em outra frente, Castro também se mantém próximo da família Bolsonaro e poderá garantir palanque para deputados pró-Bolsonaro no reduto da família do presidente.
Em Minas Gerais, Zema pode trocar o Novo para disputar a reeleição Único chefe de Executivo estadual eleito pelo Novo em 2018, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, poderá trocar de legenda para disputar a reeleição no ano que vem. “Todos querem mudanças. Está ficando uma situação de ou vai ou racha. Deveremos ter algumas notícias referentes ao partido porque o partido se tornou refém de um pequeno grupo, que, na minha opinião, julga ter o monopólio sobre a razão e a verdade. Com certeza devemos ter mudanças nos próximos dias”, disse Zema em evento da Money Report recentemente.
O mineiro busca compor com outros partidos para tentar eleger uma base na Assembleia Legislativa. Durante seu mandato, o governador se queixou de não poder aprovar algumas de suas principais bandeiras, como a privatização de estatais. Apesar disso, a composição enfrenta resistências dentro do Novo.
“Ou o partido muda ou ele acaba. Os mandatários já estão no limite. Os mandatários têm sofrido ataques de membros do partido. O partido tem se mantido distante dos mandatários, não tem nenhum tipo de diálogo. Isso nos deixa em uma posição de extremo desconforto”, completou.
Diante do impasse, dirigentes do DEM e do PSL já cortejam Zema, no intuito de atrai-lo para o novo partido que surgirá da fusão entre as duas siglas. A filiação do governador, no entanto, pode concretizar a desfiliação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM).
O senador mineiro é cortejado pelo PSD, legenda que pretende lançar como candidato ao governo de Minas o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil. O prefeito começa nas próximas semanas uma série de viagens pelo interior do estado como forma de pré-campanha.
No campo da esquerda, o ex-presidente Lula trabalha para estar no palanque de Kalil como candidato à presidência da República, para isso cogita abrir mão de uma candidatura do PT no estado. Um encontro entre os dois deveria ocorrer em setembro no estado, mas a caravana petista acabou sendo adiada para o mês de outubro.
O que Lula vai fazer em Minas Gerais e quais alianças quer fechar com políticos do estado Enquanto isso, o deputado federal Reginaldo Lopes tem rodado o estado como pré-candidato ao Palácio Tiradentes. Internamente, no entanto, a avaliação é que ele tem mais força se participar da corrida ao Senado Federal.
Ratinho Jr. consolida base para reeleição, enquanto Requião busca partido Candidato à reeleição em 2022, o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), já recebeu sinalizações que terá o apoio de legendas como PSC, PRB, PR, PPS, PV, PHS, AVANTE e Podemos.
Esse grupo foi o mesmo que apoiou sua candidatura em 2018 e que se mantém na base do Executivo até o momento. A ex-governadora Cida Borguetti, do PP e que concorreu contra Ratinho em 2018, também já sinalizou que irá apoiar a reeleição do governador.
Apontado como principal adversário de Ratinho no estado, o ex-senador e ex-governador Roberto Requião ainda não definiu qual legenda irá abrigar sua candidatura ao Palácio Iguaçu no ano que vem. Requião deixou o MDB no começo de agosto, após perder as eleições para presidência do diretório regional do partido. Depois disso, já recebeu convites do PSB, PDT e do PT.
Recentemente acusou Ratinho Jr. de tentar inviabilizar sua candidatura ao PSB, depois de um encontro do governador paranaense com o presidente da sigla, Carlos Siqueira. “Fui convidado a ingressar no PSB. Ratazanas Bolsonaristas, em comissão, visitaram o presidente Siqueira. Encaminharam contra a minha entrada! Qual a opinião do Siqueira, do [Marcelo] Freixo, e do Flávio Dino?”, escreveu Requião nas redes sociais.
Nesta semana Requião deu início a uma caravana pelo estado, onde a primeira parada foi na cidade de Francisco Beltrão, no sudoeste paranaense. No discurso, o ex-emedebista declarou que as tarifas elevadas de água e luz e que o desemprego inviabilizam o desenvolvimento econômico do Paraná.
Onyx Lorenzoni trabalha para ser o candidato de Bolsonaro no RS Ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni trabalha para ser candidato ao governo do Rio Grande do Sul em um palanque junto do presidente Jair Bolsonaro no ano que vem. “Em dezembro a gente anuncia [a candidatura] ao lado do presidente”, admitiu Lorenzoni durante agenda com Bolsonaro na região.
Os planos de Lorenzoni, no entanto, têm esbarrado em duas divergências: a fusão entre o DEM e o PSL, já que Lorenzoni é filiado ao DEM, e as movimentações do senador Carlos Heinze (PP) em se lançar na disputa. Heinze é um dos principais defensores de Bolsonaro na CPI da Covid e foi o candidato a senador mais bem votado do Rio Grande do Sul nas eleições de 2018, com quase 22% dos votos.
Heinze tem admitido que com cadeira cativa no Senado Federal até 2026, ele não precisa deixar definitivamente o cargo para concorrer o Palácio Piratini. Em 2014, Heinze já havia sido o deputado federal mais votado do estado e é uma das principais lideranças do PP na região.
Caso não receba o aval do novo partido que surgirá da fusão DEM/PSL, Lorenzoni cogita migrar para o PP no ano que vem. Nesse caso, o impasse sobre a candidatura de Heinze terá que passar pelo crivo do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente licenciado do partido.
Do outro lado, o governador Eduardo Leite sinaliza que não irá disputar a reeleição, mesmo que seja derrotado nas prévias internas do PSDB para a disputa pelo Palácio do Planalto. O gaúcho filiou o vice-governador Ranolfo Vieira Junior ao seu partido e deverá concorrer como cabeça de chapa em 2022.
Em SC, senador tenta “dobradinha” com Luciano Hang Integrante da base do governo Bolsonaro na CPI da Covid, o senador Jorginho Mello (PL) almeja disputar o governo de Santa Catarina em uma aliança que pode contar com o empresário Luciano Hang como candidato ao Senado.
“Estou pensando no assunto. Tenho até os primeiros meses do ano de 2022 (para decidir). O presidente me pediu. Agora, tenho que escutar minha família e principalmente o povo catarinense”, comentou Hang ao site Glamurama.
De outro lado da disputa, o governador Carlos Moisés, que rompeu com bolsonaristas e deixou o PSL, tenta retomar a relação com Bolsonaro acenando com um palanque com ampla aliança partidária. Já o PSL, em tratativas de fusão com o DEM, cogita lançar ao governo o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, que também busca manter boa relação com Bolsonaro.
Com ACM Neto, novo partido vai fazer frente ao candidato do PT na Bahia Trabalhando pela fusão do DEM com o PSL, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto pretende contar com a estrutura da nova legenda para tentar acabar com a hegemonia do PT na Bahia, que em 2022 completa 20 anos no comando do estado. Neto deixou a prefeitura da capital baiana no final de 2020 com quase 80% de aprovação e na disputa municipal elegeu seu sucessor ainda no primeiro turno.
Na composição da chapa, ACM Neto irá buscar nomes do MDB e do PDT para fazer frente ao PT no estado. Além disso, o ex-prefeito tenta neutralizar a pré-candidatura do ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), que pretende garantir palanque ao presidente Jair Bolsonaro no estado.
Já o PT, que tem no estado uma das principais bases do ex-presidente Lula, pretende se manter no governo com a candidatura do senador Jacques Wagner. A aliança envolve ainda a candidatura do senador Otto Alencar (PSD), que irá disputar à reeleição no próximo ano e uma vaga de vice para o PP.
O governador baiano, Rui Costa, que está terminando o 2º mandato, não deve disputar nenhum cargo. Costa ambicionava ser presidente nacional do PT, mas durante a passagem de Lula ao estado, o ex-presidente sinalizou que pretende dar-lhe um cargo no governo.
Em Pernambuco, PT tenta se reaproximar do PSB para garantir palanque para Lula Depois do racha entre petistas e pessebistas na disputa pela prefeitura da capital do Recife no ano passado, integrantes do PT e do PSB ensaiam uma reaproximação na eleição de 2022. A recomposição vem sendo conduzida pelo ex-presidente Lula, que pretende garantir palanque para sua candidatura ao Palácio do Planalto na região.
Sem poder tentar reeleição, o governador Paulo Câmara deseja tentar o Senado e, para seu substituto no governo, quer lançar o ex-prefeito do Recife Geraldo Júlio, também filiado ao PSB. Na composição, o PT deve indicar um nome para vice, e até o momento o senador Humberto Costa é o principal cotado para o posto.
Na oposição, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, atualmente filiado ao DEM pretende disputar o governo com apoio do MDB. Filho do líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra, o pré-candidato, no entanto, tem admitido que não garante palanque para Bolsonaro na região.
“Vamos ter conteúdo, não vamos falar só dos problemas. Não estou preocupado com isso. O nome posto na disputa não é o de Fernando Bezerra Coelho, é Miguel Coelho”, desconversou o pré-candidato ao ser questionado sobre a aliança do seu pai com o governo Bolsonaro.
Reduto de Ciro Gomes, PDT busca opção para substituir PT no Ceará Atualmente governado pelo PT, o estado do Ceará é o principal reduto eleitoral do pré-candidato à presidência pelo PDT, Ciro Gomes. O atual governador cearense, Camilo Santana, conta com do clã Gomes na região, mas não poderá se candidatar em 2022, pois já foi reeleito.
Com isso, a executiva do PDT já começou uma série de negociações, no intuito de lançar um nome próprio para o Palácio da Abolição no ano que vem. Até o momento, o nome do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Claudio é o mais cotado. Apesar disso, a aliança com Camilo Santana deve ser mantida e o petista pretende concorrer ao Senado nessa composição.
Na oposição, o deputado Capitão Wagner (Pros) pretende disputar o governo com apoio do presidente Bolsonaro. Com a fusão entre DEM e PSL, aliados de Wagner acreditam que ele poderá mudar de legenda para ter mais estrutura de campanha.
No Pará, Helder Barbalho pavimenta caminho à reeleição O governador Helder Barbalho (MDB) é apontado por integrantes emedebistas como candidato “natural” à reeleição ao governo do Pará em 2022. Barbalho tem reforçado suas alianças na região, e recentemente esteve com o governador de São Paulo, João Doria, para tentar neutralizar a possibilidade de uma candidatura do PSDB na região.
“O diálogo é aberto e é isso que estamos fazendo nos encontros. Sempre de maneira muito respeitosa. Quem decide o destino do PSDB do Pará é o PSDB do Pará e não o governador de São Paulo ou mesmo o presidente do partido nacional, Bruno Araújo”, desconversou Doria durante visita ao estado.
Apesar disso, o ex-senador Flexa Ribeiro vem sendo apontado como possível nome ao Executivo local pelo partido de João Doria na Região. Na estratégia, o ex-governador Simão Jatene seria o candidato ao Senado. A dupla lidera a oposição contra Barbalho no governo paraense.
Projetos de lei em todo o país pretendem criar passaportes de vacina, ou impedir que eles sejam impostos à população.| Foto: Christian Rizzi/PMFI
A primeira batalha judicial sobre o passaporte sanitário, ou passaporte de vacina, no Brasil foi vencida pelos que defendem a adoção do documento, que só permite o acesso a estabelecimentos comerciais, eventos e instalações públicas e privadas aos que comprovarem terem sido vacinados contra a Covid-19. O passaporte instituído pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, havia sido derrubado liminarmente pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, mas foi restaurado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux. Outras cidades e estados estão estabelecendo imposições semelhantes, e há projetos no Congresso Nacional para se criar documentos de validade nacional. Mas até onde a necessidade de combater e derrotar o coronavírus pode justificar restrições a direitos como o de locomoção?
Ainda antes que a britânica Margaret Keenan recebesse sua vacina contra a Covid, em dezembro do ano passado, já se discutiam questões como a obrigatoriedade da vacinação. Na ocasião, a Gazeta do Povo lembrou que a vacinação é um pacto coletivo: as pessoas se imunizam não apenas para protegerem a si mesmas, mas também para impedir que o agente causador da doença chegue a quem não se vacinou, já que há muitos grupos que não podem se imunizar para certas doenças (como gestantes, crianças, idosos ou alérgicos a determinados componentes da vacina). É preciso que determinada parcela da população esteja vacinada para se criar essa barreira natural que impede o vírus ou bactéria de continuar se espalhando, e os recentes surtos de doenças como o sarampo mostram o que ocorre quando a cobertura vacinal fica reduzida. A proteção do bem comum, portanto, poderia justificar, em tese, uma vacinação obrigatória contra a Covid. Mas seria este o caso brasileiro?
No Brasil a adesão à vacinação contra a Covid tem sido bastante alta, sem nenhum tipo de obrigatoriedade, mostrando que no Brasil não foi preciso impor a imunização para que os números da Covid estejam em queda em todo o país
Ao contrário de países como os Estados Unidos, em que o movimento antivacina infelizmente é muito forte, no Brasil a adesão à vacinação contra a Covid tem sido bastante alta. Em 21 de setembro o país superou a marca de 90% da população adulta com ao menos uma dose; no dia anterior, havia sido atingido o patamar de 50% dos adultos com ciclo vacinal completo (duas doses, ou uma dose do imunizante da Janssen). Se esses números não são ainda maiores, não é por relutância da população, mas porque a oferta de vacinas segue menor que a demanda, ou porque muitos ainda estão aguardando o intervalo necessário entre doses. E tudo isso foi conseguido sem nenhum tipo de obrigatoriedade, mostrando que no Brasil não foi preciso impor a imunização para que os números da Covid – novas infecções, mortes e ocupação de leitos hospitalares – estejam em queda em todo o país, permitindo também a retomada de atividades até há pouco proibidas.
E, nas circunstâncias atuais, o que é o passaporte de vacina a não ser uma ferramenta de obrigatoriedade de vacinação? O gestor público não impõe a vacinação obrigatória de forma literal e explícita, mas, ao impedir que os não vacinados realizem uma série de atividades por não terem o documento, cria uma obrigação implícita, inclusive com caráter de punição aos que não obedecerem. Mesmo nos casos em que se aceita a exibição de testes negativos em vez do comprovante de vacinação, há um fator limitante de ordem econômica, pois, enquanto a vacina é gratuita, os testes são caros e sua repetição constante seria financeiramente inviável para a grande maioria dos brasileiros.
VEJA TAMBÉM: “Passaportes vacinais” e direitos individuais (editorial de 29 de abril de 2021) O “passaporte de vacina” brasileiro (editorial de 17 de junho de 2021) Passaporte de vacinação: o aguilhão do novo Leviatã (artigo de Marcos Paulo Fernandes de Araujo, publicado em 30 de setembro de 2021) O que há de errado com os passaportes de vacina? (artigo de Luiz de Moraes, publicado em 28 de setembro de 2021) Se, como vimos, a adesão voluntária e maciça dos brasileiros à vacinação torna desnecessária a sua obrigatoriedade, o mesmo se pode dizer do passaporte sanitário. Em um momento anterior, quando ainda havia muitos estabelecimentos fechados, a ideia até poderia servir para apressar a reativação de setores duramente atingidos pela pandemia, como afirmamos em junho, quando o Senado aprovou a criação do Certificado de Imunização e Segurança Sanitária (CSS). No entanto, com a redução cada vez maior das restrições, nem mesmo essa justificativa se aplica mais; no contexto atual, o passaporte serviria apenas como imposição a uma população que não precisa dela, ou seja, trata-se de medida que não passa pelo segundo dos crivos do princípio da proporcionalidade, o da necessidade.
Ainda assim, há quem não queira se vacinar, ainda que seu número não seja expressivo – ou, ao menos no papel, não o suficiente para que a sociedade como um todo siga vulnerável ao Sars-CoV-2. É preciso entender as razões destas pessoas, e muitas delas merecem consideração. É compreensível, por exemplo, a apreensão em relação a possíveis efeitos colaterais, pois ainda se trata de imunizantes em fase experimental. As aprovações definitivas de autoridades sanitárias mundo afora são um trâmite burocrático necessário, mas não evitam o fato de que é preciso esperar um período de tempo mais longo até haver conclusões mais sólidas sobre efeitos colaterais e que grupos estariam mais suscetíveis a eles. Casos de possíveis reações graves podem e devem ser investigados – e conclusões apressadas, tanto culpando quanto isentando a vacina, em nada ajudam a estabelecer a verdade. Estes e outros casos – como os de objetores de consciência que não gostariam de receber vacinas produzidas ou testadas em linhagens celulares provenientes de um aborto, como a HEK-293 – podem ser considerados motivos razoáveis para que alguém relute em receber a vacina contra a Covid.
Tem sido possível conter o coronavírus mantendo-se o respeito à liberdade e à autonomia das pessoas em relação à vacinação; não há por que desviar deste rumo para enveredar pelo das imposições desproporcionais
E, sendo estes motivos razoáveis, tais pessoas não podem ser simplesmente relegadas à condição de “cidadãos de segunda classe” – um risco que também já havíamos apontado antes mesmo da aprovação do CSS no Senado. Parte-se do pressuposto de que um não vacinado é uma ameaça, quando pode muito bem não estar infectado. Além disso, como justificativa para a manutenção de outras medidas profiláticas como o uso de máscaras, autoridades sanitárias têm ressaltado o fato de que mesmo os vacinados podem não apenas contrair a Covid, mas também transmiti-la. Evidentemente, o passaporte continuaria sendo uma medida desproporcional mesmo que a vacina impedisse totalmente a infecção e a transmissão, mas, se todos, vacinados ou não, continuam sendo possíveis transmissores da doença, a segregação se torna ainda mais ilógica.
Disso não se pode concluir que a vacina não funcione – ela funciona, tanto que é a explicação para a regressão da pandemia no Brasil. Ainda que um vacinado possa se infectar, sua chance de desenvolver formas graves da Covid fica bastante reduzida. A vacina é a porta de saída para a pandemia, e os brasileiros compreenderam isso; não precisam, portanto, ser obrigados ou coagidos a se imunizar. O passaporte de vacina, nas condições atuais, é desnecessário e, ainda por cima, viola direitos dos cidadãos que têm objeções bastante compreensíveis a respeito da imunização específica contra a Covid. Tem sido possível conter o coronavírus mantendo-se o respeito à liberdade e à autonomia das pessoas em relação à vacinação; não há por que desviar deste rumo para enveredar pelo das imposições desproporcionais.
Por Carla Gavazzoni, executiva de Customer Success da Zendesk
Você já deve ter ouvido a expressão “o cliente tem sempre a razão”, não é? Neste setembro, que tivemos o Dia do Cliente, gostaria de te convidar para uma reflexão sobre como o perfil do cliente mudou nas últimas décadas e porque essa expressão está desatualizada.
Embora o cliente mereça o respeito absoluto – afinal, um negócio só existe por conta dele -, a verdade é que nem sempre ele tem a razão. Seguir ao pé da letra essa expressão e tratar o cliente de forma que ele nunca esteja errado pode, na verdade, prejudicar a cultura interna de uma empresa e impactar a qualidade do atendimento em geral.
Hoje em dia, os consumidores estão empoderados. Têm mais informação, sabem como arranhar a reputação das empresas e mudam de marca em um piscar de olhos. Além disso, existem órgãos protetores dos direitos do consumidor, como o Procon e o Reclame Aqui, que atuam para equilibrar a relação entre clientes e fornecedores. É um cenário bem diferente de 100 anos atrás, quando surgiu o ditado que incentivava um tratamento mais respeitoso aos clientes.
De lá para cá, a sociedade avançou para uma cultura de serviço, onde tratar bem o cliente é parte fundamental dela e, há alguns anos, começou uma transformação ainda mais profunda sobre a importância do cliente nos negócios. O customer centricity (ou centralidade no cliente) passou a ser buscado por empresas de todos os portes e um verdadeiro desafio implementá-lo.
Mas isso não significa que o cliente tenha sempre a razão. Uma companhia que até hoje segue esse mantra pode prejudicar sua experiência de atendimento. Explico melhor: quando ela orienta seus colaboradores para atuarem dessa forma, significa que eles irão gastar muito tempo e energia em poucos atendimentos, deixando de engajar com uma série de outros clientes, inclusive, com necessidades prioritárias. Além disso, os agentes de atendimento perdem o empoderamento e a autonomia para solucionar casos simples baseados no propósito da empresa. É preciso tomar cuidado para que a relação de atendimento entre consumidor e atendente não se torne desrespeitosa e impacte a moral e o engajamento da equipe que está na linha de frente.
Ninguém está certo o tempo todo
A realidade é que ninguém está certo o tempo todo e isso inclui os clientes. Às vezes, eles simplesmente estão mal informados sobre como um serviço ou produto funciona. E esta pode ser uma oportunidade para sua empresa atuar de forma proativa, com a inclusão de respostas à seção de Perguntas Frequentes, capacitação do time para lidar com as solicitações mais comuns ou ainda com a revisão de procedimentos que podem estar confusos.
Também é preciso preparar a equipe para lidar com aqueles clientes que são pouco razoáveis. Quero dizer, com os clientes que acabam tendo atitudes abusivas simplesmente por estarem no papel de clientes. Uma empresa que busca a excelência na experiência de atendimento precisa começar com uma experiência interna positiva para seus colaboradores. Confiar neles e em suas tomadas de decisão, com procedimentos flexíveis em casos de insatisfação do cliente, pode beneficiar a empresa como um todo. Isso porque reduz a complexidade e o engessamento dos processos de qualidade para que o time de atendimento se torne parte ativa do processo de melhoria contínua por meio de feedbacks constantes sobre o que estão percebendo no dia-a-dia da operação. Empoderar os times internos e também colocá-los no centro da experiência do cliente pode trazer benefícios de longo prazo para a empresa e para seus clientes.
Os tempos mudaram e, com eles, a filosofia de atendimento ao cliente. Como qualquer ditado popular, é preciso compreender seu real significado e o contexto em que foi criado. Mais do que isso, se ainda é aplicável à nossa realidade. O objetivo deste ditado criado há mais de um século continua sendo o mesmo de hoje, que é proporcionar a melhor experiência possível aos clientes. Apenas a forma de fazer isso que mudou.
Muitas empresas, especialmente as do ramo do varejo, estão se preparando para as grandes datas comemorativas de final de ano, como a Black Friday e o Natal. Seria o momento para refletir a estratégia de experiência do cliente que tem adotado? Uma abordagem de CX cuidadosa, que equilibra as necessidades dos clientes com as necessidades do negócio e do ecossistema da empresa, certamente será a melhor solução.
QUEM SOMOS
A Plataforma Comercial da Startup ValeOn é uma empresa nacional, desenvolvedora de soluções de Tecnologia da informação com foco em divulgação empresarial. Atua no mercado corporativo desde 2019 atendendo as necessidades das empresas que demandam serviços de alta qualidade, ganhos comerciais e que precisam da Tecnologia da informação como vantagem competitiva.
Nosso principal produto é a Plataforma Comercial ValeOn um marketplace concebido para revolucionar o sistema de divulgação das empresas da região e alavancar as suas vendas.
A Plataforma Comercial ValeOn veio para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos produtos/serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada nos seus serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.
Diferenciais
Eficiência:A ValeOn inova, resolvendo as necessidades dos seus clientes de forma simples e direta, tendo como base a alta tecnologia dos seus serviços e graças à sua equipe técnica altamente capacitada.
Acessibilidade:A ValeOn foi concebida para ser utilizada de forma simples e fácil para todos os usuários que acessam a sua Plataforma Comercial , demonstrando o nosso modelo de comunicação que tem como princípio o fácil acesso à comunicação direta com uma estrutura ágil de serviços.
Abrangência:A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona.
Comprometimento:A ValeOn é altamente comprometida com os seus clientes no atendimento das suas demandas e prazos. O nosso objetivo será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar para eles os produtos/serviços das empresas das diversas cidades que compõem a micro-região do Valeo do Aço e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.
Missão:
Oferecer serviços de Tecnologia da Informação com agilidade, comprometimento e baixo custo, agregando valor e inovação ao negócio de nossos clientes, respeitando a sociedade e o meio ambiente.
Visão:
Ser uma empresa de referência no ramo de prestação de serviços de Tecnologia da Informação na região do vale do aço e conquistando relacionamentos duradouros.
Valores:
Integridade – Ética e Transparência
Responsabilidade – Profissional, ambiental e social
JOSÉ MARQUES, GUSTAVO FIORATTI, CAROLINA LINHARES, WASHINGTON LUIZ, LEONARDO AUGUSTO E LEONARDO VIECELI – FOLHA
SÃO PAULO, SP, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASÍLIA, DF, E BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – As manifestações pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro em São Paulo e diversas cidades pelo país, neste sábado (2), foram lideradas por movimentos e partidos de esquerda e contaram com adesões tímidas à direita, apesar dos esforços de organizadores para que os atos tivessem amplitude ideológica.
Estiveram ausentes tanto presidenciáveis da chamada terceira via como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nome que lidera a disputa para 2022 e que foi exaltado pelos manifestantes nas ruas, mas até o momento não compareceu a um protesto da Campanha Nacional Fora Bolsonaro.
O ato na avenida Paulista reuniu 8.000 pessoas, segundo estimativa da Secretaria de Segurança Pública do Governo de São Paulo, pouco acima dos 6.000 participantes medidos no ato de 12 de setembro, promovido pela direita, mas bem abaixo dos 125 mil estimados no protesto bolsonarista do 7 de Setembro todos ocorridos na avenida Paulista.
Os organizadores estimaram 100 mil pessoas em São Paulo e um total de 700 mil no país e no exterior. Foram contabilizados 314 atos em 304 cidades em 18 países.
Nas diversas capitais do país, a crise econômica foi lembrada e dividiu espaço com o impeachment de Bolsonaro nos cartazes. Em São Paulo, um botijão inflável de gás de cozinha exibiu o preço de R$ 125 em frente ao Masp.
No Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife e Salvador, manifestantes empunharam faixas com menções à inflação, à fome e ao desemprego.
Em São Paulo, onde os organizadores concentram esforços para exibir uma versão nacional da manifestação, apenas Ciro Gomes (PDT) compareceu entre os pré-candidatos ao Planalto. Mais cedo, ele esteve no ato realizado no centro do Rio de Janeiro.
A dificuldade em furar a bolha de esquerda petista e promover um ato amplo ficou evidente pelas vaias a Ciro durante sua fala na avenida Paulista. O pedetista deixou o local com seu carro sob ataques de pedaços de pau.
No palco, ao ser vaiado, Ciro afirmou que “meia dúzia de bandidos travestidos de esquerda acham-se donos da verdade”. “O povo brasileiro é maior do que o fascismo de vermelho ou de verde e amarelo.”
Ciro, que tem sido crítico ao PT, defendeu o impeachment de Bolsonaro e disse que a medida é necessária para evitar um golpe. Seus apoiadores aplaudiam, enquanto os opositores vaiavam e xingavam chegou a haver uma briga entre os manifestantes.
Em seu discurso no Rio, Ciro pediu união contra Bolsonaro e recebeu tanto aplausos como gritos contrários.
Lula mais uma vez optou por não comparecer. Segundo interlocutores, o ex-presidente pretendia evitar dar um tom eleitoral aos atos, além de demonstrar preocupação com aglomeração em meio à pandemia do coronavírus o petista tem 75 anos.
Líderes da esquerda alinhados a Lula, como Guilherme Boulos (PSOL) e Fernando Haddad (PT), que pretendem se candidatar ao Governo de São Paulo, foram aplaudidos pelo público.
“A gente não pode recuar. Depois do dia de hoje, é momento de avançar, e não de recuar”, afirmou Boulos.
“Não vamos nos iludir por cartinha escrita por Bolsonaro com Michel Temer [MDB]”, disse, em referência ao texto divulgado pelo presidente após os atos de raiz golpista de 7 de Setembro.
Haddad, ex-prefeito de São Paulo, afirmou que essa desgraça de governo tem que acabar antes da eleição, porque o povo não aguenta mais”.
“Estamos aqui porque o povo quer comer e o Bolsonaro não deixa. Estamos aqui porque o povo quer estudar e o Bolsonaro não deixa. Estamos aqui porque o povo quer trabalhar e o Bolsonaro não deixa”, afirmou.
O discurso de Haddad foi feito pouco depois de Ciro ter sido vaiado. O petista abriu sua fala dizendo que os manifestantes “não podem perder de vista” o que estão fazendo nas ruas, que é se manifestar contra o presidente.
Ao deixar o local, Haddad disse que a tentativa de agressão a Ciro foi “lamentável”.
Mais cedo, ao discursar no palco, Antonio Carlos, dirigente nacional do PCO, defendeu Lula e chamou Ciro de “canalha”. A fala irritou os militantes pró-Ciro, que xingaram o PCO em coro.
Logo após a fala, organizadores do protesto tomaram o microfone e voltaram a defender a união entre pessoas de diversas ideologias contra Bolsonaro.
Na noite deste sábado, Ciro divulgou um vídeo afirmando que foi às ruas sabendo, de antemão, que poderia enfrentar a fúria e a deselegância de alguns radicais.
Os radicais, seja da esquerda, seja da direita, nunca me intimidaram. E nunca me intimidarão. […] As ruas não têm dono. E a democracia não tem senhores, afirmou o pedetista, ressaltando que a política ensina ser preciso união contra um inimigo coletivo.
Esta luta está apenas no começo e ela será mais rapidamente vitoriosa quando todos aprenderem quem é o verdadeiro inimigo e quem é o verdadeiro alvo. Para defender a democracia, voltarei às ruas tantas vezes seja necessário e ao lado dos que queiram sinceramente se livrar de vez de Bolsonaro e de todo atraso que ele representa.
A rodada de protestos contra Bolsonaro neste sábado foi a sexta organizada majoritariamente pela esquerda desde maio. Como nas edições anteriores, predominou a cor vermelha, mas, desta vez, houve algumas adesões de políticos da direita antes basicamente limitadas a alas do PSDB, PSL, Cidadania e Solidariedade.
Depois dos atos de Bolsonaro no 7 de Setembro, tanto a oposição à direita como à esquerda buscaram expandir o escopo ideológico das suas ações e conseguiram alguma diversidade porém longe de promover uma reedição das Diretas Já ou de fazer frente à multidão verde e amarela na avenida Paulista no feriado da Independência.
Entidades que organizaram os atos deste sábado ressaltaram sua importância pela união de políticos de 21 partidos, mas alguns representantes, devido a outros compromissos pessoais, enviaram apenas vídeos exibidos no palco em frente ao Masp o que os poupou de vaias.
O deputado Paulinho da Força (SP), presidente do Solidariedade, por exemplo, foi chamado de golpista por alguns. Ele apoiou o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016.
Militantes atribuíram os gritos a integrantes do PCO, que abertamente foram contra a presença de críticos de Lula na manifestação.
Em sua fala, Paulinho criticou o crescimento do desemprego e disse que é preciso “se livrar” de Bolsonaro.
O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), a senadora Simone Tebet (MDB-MS), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o ex-senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) enviaram vídeos em que saúdam a união de forças diferentes para combater Bolsonaro.
Já o protesto pelo impeachment organizado por MBL (Movimento Brasil Livre) e VPR (Vem Pra Rua), no último dia 12, não teve a adesão do PT ou de movimentos sociais próximos ao petismo. Houve participação de políticos do PDT, PSB e PSOL e, sobretudo, de nomes da terceira via que foram ausências neste sábado.
Na ocasião, também lida como uma resposta ao dia 7 bolsonarista, estiveram presentes, em São Paulo, Ciro, Tebet, João Doria (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) entre os presidenciáveis, além de João Amoêdo (Novo). O governador do Rio Grande do Sul, também presidenciável, Eduardo Leite (PSDB), participou do ato em Porto Alegre.
O próprio MBL chegou a participar de reuniões de organização dos atos deste sábado, mas decidiu não convocar sua militância.
Um dos principais organizadores das manifestações, Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares, afirmou que a mobilização foi positiva e destacou a dificuldade de realizar seis atos em pouco mais de quatro meses em meio à pandemia.
Ele admitiu que nomes da direita que eram esperados não compareceram e afirmou ser preciso continuar a superar divergências e intensificar a pressão popular pelo impeachment.
Ainda que timidamente, os atos foram um pouco mais amplos do que as outras cinco mobilizações. Hoje, mais uma vez, a luta passou uma mensagem para a sociedade de que é possível. Foi uma demonstração de que a população não está disposta a esperar 2022 para derrotar Bolsonaro nas urnas, afirmou.
Ele afirma que um sentimento de revolta surge não só dos ataques à democracia, mas da crise econômica. Bonfim observou ainda que, no lugar da vacinação, já avançada no país, a questão social apareceu com mais força.
Sem uma união plena de forças de esquerda e de direita tanto no dia 12 de setembro como neste sábado, além de um público menor do que o do 7 de Setembro bolsonarista nas duas ocasiões, aumentam as expectativas sobre o dia 15 de novembro.
No feriado da Proclamação da República, a oposição promete voltar às ruas. A tentativa será a de promover uma unificação mais simbólica, como foram as Diretas Já.
Os atos deste sábado foram organizados ou tiveram a participação da Campanha Nacional Fora Bolsonaro (fórum de entidades majoritariamente de esquerda), além de Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, Direitos Já, Movimento Acredito, centrais sindicais, UNE, Coalizão Negra por Direitos, Somos 70%, MTST, MST, Comissão Arns, Uneafro e Central de Movimentos Populares.
Tabata Amaral (PSB-SP), Marcelo Freixo (PSB-RJ), Orlando Silva (PC do B-SP), Carlos Siqueira (PSB), Gleisi Hoffmann (PT), Carlos Lupi (PDT), Manuela D’Ávila (PC do B) e Fernando Alfredo (PSDB) foram alguns dos políticos e dirigentes partidários presentes na avenida Paulista, que reuniu representantes ainda de siglas menores de esquerda, como PCB, PCO, UP e PSTU.
O presidente da Comissão Arns, José Carlos Dias, e a presidente de honra, Margarida Genevois, participaram do ato na avenida Paulista, onde empunharam uma faixa pelos direitos humanos.
Em Brasília, no fim da tarde, os manifestantes chegaram a ocupar as seis faixas da Esplanada enquanto caminhavam do Museu Nacional em direção ao Congresso.
O ato teve a adesão de movimentos da esquerda, como sindicatos, organizações e estudantis e partidos como PT, PSB, PSOL, PC do B e PDT.
Além de carregarem faixas com críticas ao governo, os manifestantes inflaram um botijão de gás e um saco de arroz com a imagem do ministro Paulo Guedes (Economia) para reclamar do preço dos combustíveis e dos alimentos. Também houve frases contra a reforma administrativa e a privatização dos Correios.
Na capital federal, a adesão foi menor se comparada aos atos de 7 de Setembro a favor de Bolsonaro, mas foi maior que a organizada pelo MBL. A Polícia não divulga estimativa de público.
No Rio, a agenda de reformas e privatizações também foi alvo de crítica. Ao lado do palco na Cinelândia, havia um boneco inflável gigante de Lula e outro de um carteiro, contrário à venda dos Correios.
Bandeiras de partidos políticos ligados à esquerda e movimentos sociais dominaram o ato. Também foi possível observar o verde e amarelo de bandeiras do Brasil, usado em manifestações bolsonaristas.
Em Belo Horizonte, houve passeata pela região centro-sul, com integrantes do MST à frente.
Apesar da expectativa de que a manifestação atraísse representantes de centro e centro-direita, a manifestação foi pela presença de partidos da esquerda como o PCdoB, PSOL e PT.