segunda-feira, 26 de abril de 2021

O MUNDO APÓS A PANDEMIA

 

A pandemia, além de deixar muitas perdas humanas e materiais, obrigou a humanidade a reconsiderar seus costumes, suas atividades

Vitorio Mediolli

Hoje gostaria de escrever sobre o fim da pandemia, comemorar o término do maior flagelo que se abateu sobre o Brasil nos últimos cem anos. Terei que aguardar ainda um tempo, que espero ser o mais curto e menos penoso possível. Não há mal que dure para sempre! Voltaremos, certamente, a uma “nova normalidade”, não mais ao que era antes. 

A pandemia, além de deixar muitas perdas humanas e materiais, obrigou a humanidade a reconsiderar seus costumes, suas atividades.  

Já se pode enxergar, sem bola de cristal, que as restrições, o isolamento, os cuidados sanitários aceleraram mudanças, levaram a explorar as tecnologias que aguardavam uma atenção e uma razão de se impor. Até quem imaginava “impossível” se reunir com proveito com algumas pessoas, ou até centenas, situadas em locais e continentes diferentes, se curvou. É possível, e dá os mesmos resultados. A diferença é a economia de gastos, de viagens, de estadias, de salas de espera, de “presencialismo”. 

As compras de produtos tanto necessários quanto supérfluos agora é realizada sem perda de tempo e energia, sentados ao computador, tendo disponíveis opções infindáveis de produtos. Sem correr o risco de não encontrar onde estacionar o carro ou de voltar para casa com um produto que não era o desejado. Livros, cosméticos, aparelhos domésticos, alimentos não perecíveis, até esquisitices de todos os gêneros chegam e podem ser presenteados até do outro lado do planeta, gastando-se menos.    

Morar num lugar central e estratégico passava por sérias considerações, agora valorizam-se locais mais aconchegantes e próximos da natureza por uma legião de trabalhadores. Depreciam-se os centros urbanos marcados por trânsito caótico e poluição sonora e ambiental. 

Os condomínios fechados tendem a se popularizar e a servir de refúgio da família. O ensino a distância será utilizado intensamente nos cursos superiores. As famílias poderão se transferir para outros países com os filhos matriculados na cidade de origem. A educação a distância não concederá as mesmas vantagens da presencial, mas ampliará outras e dará acesso a uma massa de alunos totalmente excluídos. Poderá permitir acesso às aulas de personalidades geniais, raras e de denso conteúdo, lecionando ao mesmo tempo para milhares de jovens. 

O smartphone se impôs na pandemia, quase dobrando o tempo médio de uso. Até as gerações que nasceram sem tevê em casa aprenderam a se ligar à web, a rede de bilhões de outros seres humanos, e usufruir de um oceano de informações. 

As casas serão remodeladas, e o conforto se firmará como a principal preocupação de pessoas que trabalham em home office, sempre que possível próximas do ambiente natural. 

A preocupação com as águas, o ar e os elementos marcará profundamente a “nova normalidade”. O retorno à natureza provocará um êxodo de pessoas que continuarão em qualquer hipótese conectadas e inseridas no ambiente de trabalho. 

As roupas serão mais confortáveis e aconchegantes, o conceito de elegância sofrerá o impacto da simplificação e do minimalismo. Comidas orgânicas, funcionais, caseiras e veganas terão um número expressivo de adeptos. 

A prática de esportes, de exercícios, de atenção para uma vida saudável se multiplicará. Haverá um número maior de pessoas dedicadas a práticas de espiritualidade. A biodiversidade terá protetores engajados ao par da causa animal, que cresce a cada dia.  

A substituição das energias e dos métodos “sujos” pelos limpos exigirá uma transformação radical, impulsionada pelas mudanças climáticas, na produção de bens de consumo. 

As previsões que marcavam os primórdios da New Age na década de 1960 parecem se transformar em realidade. A época em que gurus indianos, como Yogananda, Maharishi, Aurobindo, Krishnamurti, baixavam na Europa e nos Estados Unidos, levados pela revolução cultural – e que levavam a cantar “Era de Aquário” –, e o Hare Krishna não parecem mais tão fora da realidade, e pode se imaginar que com certa inexorabilidade as próximas décadas serão mesmo de uma nova era. 

A pandemia fez amadurecer sementes que de outra forma aguardariam sua vez por mais tempo. Uma expressiva parcela da humanidade aspira a ter qualidade de vida, a defender o planeta, acredita no espiritualismo, ambiciona a sustentabilidade, um saber amplo, as artes, a beleza, a manter a alma e a consciência em paz.

GOVERNO BIDEN COMPLETA CEM DIAS

 

Ordens executivas, aprovação e economia

Por ADRIANO CERQUEIRA| DOUTOR EM HISTÓRIA E PROFESSOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DO IBMEC BH

No dia 30 de abril, Joe Biden completará cem dias de governo e, desde que assumiu, ele investiu em várias frentes para tornar os cem dias um marco político. O principal instrumento que ele usou foi a “ordem executiva”, uma prerrogativa que um presidente nos EUA possui, que basicamente é o de legislar diretamente. Esse ato pode sofrer impedimento por decisão judicial ou legislativa, mas, caso não ocorra, ele passa a ter validade. Em 20 dias de início de mandato Biden já havia assinado 25 ordens executivas, um recorde desde o governo de Roosevelt, nos anos 30 do século XX.

As ordens executivas foram dirigidas principalmente para reverter políticas implementadas por seu antecessor Donald Trump e, nesse sentido, mudaram a questão migratória e da construção do muro com México (essa mudança gerou uma crise migratória na fronteira com o México), o retorno dos EUA ao Acordo do Clima de Paris, o retorno à Organização Mundial da Saúde e ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, entre outras. Com essas ordens, Biden quer atender a pesada agenda de promessas que teve que assumir para vencer a eleição de 2020.PUBLICIDADE

No plano legislativo, Biden pôde contar com uma ligeira maioria democrata na Casa dos Representantes e no Senado para aprovar medidas econômicas de grande impacto, entre as quais se destaca o Plano de Resgate Econômico com um montante de US$ 1,9 trilhão a ser investido. A manifesta intenção desse plano é prover recursos econômicos para as famílias empobrecidas e para os desempregados, ampliar os subsídios na saúde, prover auxílio para governos locais e estaduais, entre outras ações de impacto mais imediato em uma economia bastante afetada pelas medidas de enfrentamento do Covid.

E na questão da pandemia, Biden investiu muito na ampliação da vacinação, conseguindo atingir a marca de 100 milhões de vacinações antes dos cem dias de governo, demonstrando grande esforço de mostrar resultados nessa questão.

E como a população dos EUA está reagindo a tudo isso?

Para a avaliação de governo nos EUA existe o tracking do Instituto Rasmussen que se destacou em 2020 como um dos poucos cujas pesquisas ficaram próximas dos resultados das eleições presidenciais de 2020 (fato comprovado pelo mesmo Nate Silver do site 538). De acordo com o tracking do Rasmussen, Biden variou de 47% a 53% de aprovação desde que assumiu a Presidência. E sua desaprovação variou de 43% a 51%. No dia 16 de abril, Biden teve 49% tanto de aprovação como de desaprovação. Logo, o quadro nos quase cem primeiros dias é que a população continua a manifestar uma forte polarização, resultado da campanha eleitoral de 2020. Ou seja, apesar de tantas iniciativas, elas ainda não sensibilizaram a população, e a razão está na difícil situação econômica dos EUA.

De acordo com o indicador de confiança do consumidor, medido pela Universidade de Michigan (reconhecido como um dos principais parâmetros para se medir a confiança do norte-americano na sua economia), nos meses de janeiro, fevereiro e março, os índices foram, respectivamente, 79, 76,8 e 84,9 (média de 80,2). Como comparação, nos três primeiros meses de Trump, os índices foram 92, 91,7 e 91 (média de 91,6). Pelo histórico da Universidade de Michigan, quando o índice fica abaixo de 90,0 é indicativo de baixa confiança e revela, assim, um pessimismo do americano com sua economia.

Concluindo, na economia estará a chave fundamental para Biden fazer um governo capaz de superar a forte polarização política nos EUA, afastando o fantasma de Trump, que estará sempre a postos aguardando o melhor momento para agir. O problema é que o pacote de resgate econômico gera dúvidas quanto à sua aplicabilidade, pois aumenta o preocupante endividamento estatal nos EUA e assim vai gerar forte pressão inflacionária, que penaliza o setor mais empobrecido da população, justamente o setor que o pacote pretende auxiliar. Esse paradoxo reforça o atual pessimismo.

TRANFORMAÇÃO DIGITAL NAS EMPRESAS

 

Stefannini Grupo e Georjes J. Bruel

Com o avanço da tecnologia, a realização de diversas tarefas cotidianas passou por profundas mudanças. Nesse cenário, as empresas viram a necessidade de adotar estratégias de transformação digital para se adaptarem às novas exigências do mercado.

Explicaremos a seguir o caminho para adoção dessas estratégias e a maneira como a Stefanini pode ajudar você a implementá-las em seu negócio. Quer saber mais? Então, continue a leitura e confira!

Como implementar as estratégias de transformação digital?

As estratégias de transformação digital surgiram para auxiliar os gestores a incorporarem a tecnologia em seus negócios, gerando maior inovação nos processos, produtos e serviços. Para conduzir essa mudança, uma série de iniciativas deve ser adotada. Acompanhe algumas delas!

Tenha o mindset correto

Bons gestores precisam estar abertos a mudanças sempre que for necessário adaptar-se à novos cenários e comportamentos. Considerando esse aspecto, é importante entender o quanto um mindset voltado a melhoria contínua pode ser benéfico para o crescimento da empresa. Dado o nível de transformação que a tecnologia proporciona aos negócios, o pensamento correto pode levar a companhia a um novo patamar.

Além disso, é importante destacar que a mudança de mindset não se restringe apenas aos gestores. A ideia é preparar toda a empresa para o que a transformação digital oferece — logo, é uma mudança que envolve colaboradores, parceiros e até mesmo fornecedores. Esse é um passo importante, visto que somente após todos estarem alinhados poderão caminhar juntos rumo à inovação.

Fique atento às novas tecnologias

Acompanhar as tecnologias emergentes é fundamental para garantir a competitividade do negócio. Mesmo que tudo pareça estar funcionando corretamente, o surgimento de uma nova plataforma, por exemplo, pode mudar a direção do comportamento do público.

Dessa forma, torna-se relevante contar com profissionais curiosos e antenados, que estejam sempre a par das novidades lançadas, colhendo novas informações e fornecendo insights para os diversos setores da empresa. Quanto mais conectada sua empresa estiver, mais fácil ela conseguirá lidar com as constantes atualizações do mercado.

Revise os processos do negócio

Além de uma mudança de mindset e da atenção às novas tecnologias, também é importante avaliar a organização dos setores, as tarefas realizadas pelos colaboradores e as etapas seguidas para entrega do produto ou serviço oferecido pela empresa.

Essa revisão é necessária considerando que a inovação trazida pela implantação de tecnologias sanará diversas burocracias e tornará muitos processos obsoletos, fazendo com que deixem de fazer sentido. 

Para que essa análise seja completa, mostra-se relevante realizar pesquisas de mercado que apontem quais serão os melhores caminhos para o ramo de negócio em questão — o que impacta sua atuação e, consequentemente, sua estrutura.

Mantenha o foco no cliente

Apesar de parecer óbvio, é importante mencionar esse tópico. Afinal, uma mudança processual que não priorize as necessidades do cliente se torna falha e, com isso, deixa de ser útil. Então, desenvolver uma nova realidade onde o público se sinta acolhido é uma prática essencial para gerar resultados positivos para a empresa.

No mais, manter o foco no cliente é um meio de acelerar as diversas mudanças previstas pela transformação digital, já que possibilita detectar antecipadamente as demandas do consumidor e adotar medidas que atendam — ou superem— suas expectativas.


A estratégia de transformação digital descreve as formas em que as empresas estão se adaptando para atender aos requisitos da era digital de hoje, pois estamos enfrentando mudanças profundas e de longo alcance na forma como a tecnologia digital é criada, gerenciada, analisada e consumida.

A transformação digital começou quando as empresas perceberam que seus modelos de negócios tradicionais não eram suficientes para gerar valor para os stakeholders, para oferecer inovação ágil aos seus clientes, aumentar sua participação no mercado e lucro, permanecer relevante para o ecossistema e manter a força de trabalho comprometida.

A capacidade de reimaginar digitalmente o negócio é determinada em grande parte por uma estratégia digital clara apoiada por líderes que promovem uma cultura capaz de mudar e inventar o novo.

Embora essas informações sejam consistentes com as evoluções tecnológicas anteriores, o que é exclusivo da transformação digital é que a tomada de riscos está se tornando uma norma cultural à medida que mais empresas digitalmente avançadas buscam novos níveis de competitividade.

Igualmente importante, os funcionários em todas as faixas etárias querem trabalhar para empresas que estão profundamente comprometidas com o progresso digital. Os líderes da empresa precisam ter isso em mente para atrair e reter os melhores talentos.

As startups digitais têm a vantagem de serem capazes de reinventar empresas e indústrias, abordando as necessidades dos consumidores de maneiras completamente novas. Basta ver o que o Uber está fazendo no negócio de transporte e o que a Airbnb está fazendo no ramo de viagem.

Qualquer que seja o estado final da transformação digital, o alcance não é simplesmente sobre tecnologia. Para posicionar suas organizações para avançar em um futuro transformado digitalmente, os líderes empresariais devem se perguntar “Nossa organização possui uma estratégia digital que vá além de implementar tecnologias?”.

A startup Valeon um Marketplace que tem a sua Plataforma Digital é uma empresa que se caracteriza por ser um negócio com ideias muito inovadoras e com grande disposição para inovar e satisfazer às necessidades do mercado.

A Plataforma Comercial Valeon veio para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos produtos/serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada nos seus serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

Diferenciais

  • Eficiência: A Valeon inova, resolvendo as necessidades dos seus clientes de forma simples e direta, tendo como base a alta tecnologia dos seus serviços e graças à sua equipe técnica altamente capacitada.
  • Acessibilidade: A Valeon foi concebida para ser utilizada de forma simples e fácil para todos os usuários que acessam a sua Plataforma Comercial , demonstrando o nosso modelo de comunicação que tem como princípio o fácil acesso à comunicação direta com uma estrutura ágil de serviços.
  • Abrangência: A Valeon atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona.
  • Comprometimento: A Valeon é altamente comprometida com os seus clientes no atendimento das suas demandas e prazos. O nosso objetivo será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar para eles os produtos/serviços das empresas das diversas cidades que compõem a micro-região do Valeo do Aço e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wp)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

VAREJISTAS ADQUIREM EMPRESAS NA CRISE

 

Diante do avanço do Magazine Luiza, outras grandes empresas brasileiras correm para crescer e criar seus próprios marketplaces

Fernanda Guimarães e Fernando Scheller, O Estado de S. Paulo

Mesmo em um cenário em que o Magazine Luiza se diversificou, apostou no online e vinha trabalhando fortemente para virar um “super app”, parecia haver certa resistência entre as demais varejistas brasileiras em mudar. Pelo que se viu na semana passada, o período de inação ficou para trás. Segundo apurou o Estadão, executivos do ramo viveram dias estressantes e de rápidas definições: de repente, caiu a ficha de que é necessário fazer alguma coisa. Em meio a um cenário de crise, agravado pela pandemia, as empresas parecem ter acordado para a dura realidade: é a hora de crescer ou morrer.

Na semana passada, começou a ficar claro que não existe mais como uma empresa querer dominar apenas no seu “quadrado”. O movimento da Arezzo, que fez oferta agressiva pela Hering, mostra o interesse da calçadista em migrar para as confecções – e não em um negócio especializado, como a Reserva (que já adquiriu), mas com uma grande marca. Ofereceu R$ 3 bilhões à Hering, que considerou a oferta baixa. Mas as negociações seguem, apurou o Estadão

Ao mesmo tempo, a Renner contratou bancos para uma oferta de ações para arrecadar até R$ 6,5 bilhões. O alvo seria o e-commerce Dafiti – que é forte na internet, meio no qual a todo-poderosa Renner ainda engatinha.

“É um movimento simples. Agora, ou a empresa vai ser a consolidadora ou vai ser consolidada”, define Marcos Gouvêa de Souza, fundador da consultoria em varejo Gouvêa. Para o presidente do banco americano Morgan Stanley no País, Alessandro Zema, a tendência é que as empresas busquem no mercado negócios para reforçar setores em que ainda não são fortes, e não a busca de escala em áreas que já dominam. O raciocínio se encaixa tanto no caso de Arezzo e Hering quanto na aproximação de Renner e Dafiti.

Mas não só. Na semana passada, a Lojas Americanas colocou para dentro de casa a Uni.co, dona de marcas como Puket (moda) e Imaginarium (decoração). Ainda em 2019, o Magazine Luiza comprou a Netshoes em uma disputa acirrada com a Centauro – e fincou bandeira nas áreas de moda e esportes. 

Magazine Luiza
Magazine Luiza se tornou o exemplo a ser seguido pelas varejistas Foto: Leandro Fonseca/Magazine Luiza

Tendo o Magalu como exemplo a ser seguido, um grupo de empresas se movimenta para dominar um mundo multicanal e multissetorial – para não acabarem engolidas por quem teve coragem de partir para o ataque primeiro. “A diferença do Magalu para as outras é que há muito tempo ela não é uma empresa de eletrodomésticos”, diz um executivo de banco.

O desafio também envolve acrescentar tecnologia a negócios de varejo. “A guinada para a tecnologia está ocorrendo em todos os setores, com adequação ao e-commerce e ao delivery”, diz Diogo Aragão, responsável pela área de fusões e aquisições do Bank of America. “As empresas podem decidir entre comprar ou construir, mas, por vezes, é mais vantajoso para a empresa comprar.” 

E adquirir um negócio já pronto economiza algo que as empresas hoje não têm: tempo. “Há percepção de que a agenda digital precisa ganhar velocidade no pós-pandemia”, diz Alberto Serrentino, fundador da consultoria Varese. “Um negócio isolado é mais vulnerável a ser comprado por um ecossistema, como o do Magalu.”

‘Emergentes’

Se em tese toda empresa quer crescer e se tornar o próximo Magalu ou Amazon, o que determina quais são nomes “emergentes” nesse movimento? Em duas palavras: resultado e credibilidade. Três nomes aparecem com força. A Arezzo está com o caixa cheio para ir às compras; a Renner, que há anos entrega resultados, tem cacife para captar bilhões para aquisições. Já Americanas é uma gigante que está integrando digital e lojas físicas, antiga demanda de investidores (veja perfis abaixo).

Lojas Americanas, tradição desde 1929

A Lojas Americanas tem esse nome porque foi fundada no Rio por três americanos, justamente no ano do “crash” da Bolsa: 1929. A empresa também é uma das pioneiras no mercado de capitais brasileiro, tendo aberto seu capital em 1940, em plena Segunda Guerra Mundial. 

Mais tarde, nos anos 1980, foi comprada pelo extinto Banco Garantia, do bilionário Jorge Paulo Lemann (que, aliás, está no negócio até hoje). Ao longo do tempo, fez parcerias com o Walmart e a rede de locadoras Blockbuster. A companhia foi uma das primeiras a investir pesado no e-commerce, com Americanas.com e Submarino.

É nesse histórico de inovações que se ancora para, mais uma vez, se reinventar. Apesar do pioneirismo na internet, a companhia viu o Magazine Luiza se tornar a referência em atuação multicanal e multissetorial. A empresa, que sempre vendeu de tudo, agora corre para ter suas próprias marcas. Na semana passada, comprou a Uni.co, dona de marcas como Imaginarium, Puket e Mind para ampliar sua oferta nas áreas de moda e decoração.

Durante muitos anos, as operações da B2W, seu braço digital, foram separadas das redes físicas. Essa linha imaginária, que foi apagada pelo Magalu, também está prestes a virar coisa do passado para as Americanas – o que tem animado investidores.

Lojas Americanas
Depois do pioneirismo do e-commerce, Lojas Americanas prepara-se para a reinvenção Foto: São Luís Shopping

Lojas Renner, de sócia da JC Penny a ‘corporation’

A gigante Renner, líder no setor de varejo de moda no País, é hoje um mamute corporativo com valor de mercado de R$ 36 bilhões e fôlego suficiente para formar rapidamente um consórcio de bancos em torno de uma oferta de ações bilionária. Com os R$ 6,5 bilhões que pretende arrecadar, ela pretende expandir mercados e se aventurar em novos segmentos e, principalmente, no e-commerce. O alvo seria a Dafiti – a empresa não comenta.

Seria uma mudança de paradigma: por todo o sucesso que colecionou ao longo das últimas décadas, a companhia veio apostando no ganho de escala do negócio de moda que sempre a caracterizou. Mas isso não quer dizer que seja estranha a movimentos ousados do ponto de vista corporativo.

A Renner nasceu em 1965, mas, até o início dos anos 1990, a empresa gaúcha era uma rede restrita à Região Sul. As coisas começaram a mudar quando a gigante americana JC Penney se tornou sócia da companhia. Ao fim daquela década, o grupo estrangeiro embolsou os lucros de seu investimento, deixando o negócio. A Renner, ao abrir o capital, se tornou uma das primeiras “corporations” (empresa sem controle definido) do mercado brasileiro.

Desde então, a companhia prevaleceu em um mercado com fortes concorrentes nacionais, como Riachuelo, e internacionais, como a C&A. A empresa fechou o ano de 2020 com 594 lojas no País, incluindo as marcas Camicado e YouCom.

Lojas Renner
A Renner se tornou uma das primeiras ‘corporation’ (sem controle definido) do mercado brasileiro Foto: Alex Silva/Estadão

Arezzo, do salto de juta à briga pela Hering

Fundada em 1972, em Belo Horizonte, pelo empresário Anderson Birman, o primeiro “pulo do gato” da Arezzo veio no fim daquela década, quando a lançou a sandália “Anabela” com salto de juta – foi aí que a empresa começou a dominar o setor de calçados femininos.

Desde então, a empresa cresceu e, há pelo menos uma década, é uma “queridinha” da Bolsa. Hoje, seu valor de mercado é de R$ 7,9 bilhões. Essa confiança do mercado é reflexo de uma operação que se reinventou ao longo do tempo. Embora tenha surgido como indústria, a Arezzo logo se voltou para a criação e desenvolvimento, terceirizando a produção. Criou uma robusta rede, marcas secundárias (como Schutz e Anacapri) e concluiu a sucessão, com Alexandre Birman assumindo o comando.

Agora, é a hora de dar um novo salto. Depois de começar pelas bordas, incorporando a Vans e a Reserva, fez uma proposta – hostil, na visão de parte do mercado – pela Hering. A empresa não comenta as negociações. 

Arezzo
A Arezzo cresceu e é uma das “queridinhas” da Bolsa brasileira Foto: Arezzo

Startup Valeon é também um marketplace do Vale do Aço (https://valedoacoonline.com.br/)

OSCAR 2021 PREMIA PRODUÇÃO CHINESA

 

Também foi marcante a vitória, nas categorias de atuação, de artistas experientes como Frances McDormand (‘Nomadland’) e Anthony Hopkins (‘Meu Pai’); veja lista de premiados

Ubiratan Brasil, O Estado de S.Paulo

Chloé Zhao
Chloé Zhao ganhou o Oscar de direção por ‘Nomadland’, eleito o Melhor Filme Foto: ABC via AP

Foi um ano como nenhum outro e a cerimônia da 93ª edição do Oscar, realizada em Los Angeles, na noite do domingo, 25, refletiu tal ineditismo: além de evitar discursos de agradecimento por Zoom, apostando na vitalidade humana de um evento presencial, a festa tornou-se histórica ainda por celebrar a cineasta chinesa Chloé Zhao, a primeira mulher a receber quatro indicações em um mesmo ano e a vencer como diretora e, principalmente, o prêmio de melhor filme, por Nomadland

Em seu discurso, Chloé Zhao agradeceu a todos da equipe pela aventura e lembrou que, quando era criança, costumava fazer um jogo de memorizar poemas chineses. Um deles falava que as pessoas ao nascer são boas. “Às vezes, pode parecer que não é verdade, mas eu sempre encontrei bondade nas pessoas. Dedico o prêmio para todos que têm a fé e a coragem de se manterem bons e enxergar a bondade nos outros.”

Frances McDormand
Frances McDormand recebeu o Oscar de Melhor Atriz por ‘Nomadland’ Foto: ABC via AP

Também foi marcante a vitória, nas categorias de atuação, de artistas experientes como Frances McDormand (Nomadland) e Anthony Hopkins (Meu Pai) – não tão favoritos – e de Daniel Kaluuya (melhor ator coadjuvante por Judas e o Messias Negro), além da veterana coreana Yuh-Jung Youn, de 73 anos, que ficou com o Oscar de melhor atriz coadjuvante, por Minari, repetindo seu bom humor no discurso de agradecimento: “Como eu posso ter vencido Glenn Close?”, questionou-se ela, arrancando gargalhadas da plateia que, distribuída em mesas, fez lembrar a forma de premiação do Globo de Ouro. 

Os organizadores, aliás, se esforçaram para fazer desta a mais inclusiva das edições do Oscar, como a presença da atriz Marlee Matlin para anunciar o vencedor de curta-metragem – ela, que ganhou o Oscar de melhor atriz por Filhos do Silêncio (1986), tem deficiência auditiva e há muito estava distante da grande festa do cinema.

Daniel Kaluuya
Daniel Kaluuya ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjvante por ‘Judas e o Messias Negro’ Foto: Todd Wawrychuk/A.M.P.A.S./Handout via Reuters

Não foi mais curta como se esperava, mas a cerimônia começou como prometido por um dos organizadores, o cineasta Steven Soderbergh: enquanto a diretora Regina King caminhava pelos longos corredores da Union Station (o principal local da festa), letreiros surgiam na tela, com nomes dos astros que participariam da entrega. “Nossa pretensão era de que o espectador acompanhasse a cerimônia como se assistisse a um filme”, disse ele.

Para isso, ele contava ainda com o histórico dos indicados e sua relação com o cinema – assim, de cada um era revelada a lembrança de seus primeiros filmes e como se desenvolveu a paixão pela sétima arte. 

E o fato de a Academia manter uma base em Londres e outra em Paris, onde se reuniram principalmente os concorrentes europeus, em pouco tempo se revelou acertada – logo no anúncio do segundo Oscar da noite, de roteiro adaptado, o ganhador foi o francês Florian Zeller (ao lado do britânico Christopher Hampton), por Meu Pai. Ele recebeu o troféu e agradeceu direto da capital francesa. Já Sacha Baron Cohen acompanhou desde a Austrália o Oscar de melhor ator coadjuvante ser anunciado para Daniel Kaluuya, por Judas e o Messias Negro.

Yuh-jung Youn
Yuh-jung Youn  ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por ‘Minari’ Foto: Chris Pizzello/ EFE/ Pool

A ausência da orquestra na Union Station, no entanto, permitiu que alguns discursos se alongassem, como o do dinamarquês Thomas Vinterberg, vencedor por Druk – Mais uma Rodada, eleito o melhor Filme Internacional. O que justificou foi a emoção de suas palavras ao se lembrar da filha adolescente, que morreu poucos dias antes do início da filmagem.

Emocionante ainda foi o discurso de Jon Batiste, um dos vencedores de melhor trilha sonora (ao lado de Trent Reznor e Atticus Ross), por Soul, a obra-prima da Pixar. “Este momento é o ponto de culminante de uma série de milagres”, disse, agradecido. “Deus nos deu apenas 12 notas. Com elas, Duke Ellington, Bach, Nina Simone criaram obras diversas, maravilhosas. Cada contribuição sempre é especial.”

O clima mais intimista permitiu que a cerimônia fosse relaxada, com os artistas verdadeiramente se divertindo. Como a revelação de Harrison Ford sobre as pesadas críticas prévias (“Não fará sucesso”) recebidas por Blade Runner. E Frances McDormand uivando como loba (pelo Oscar de filme) ou ainda Glenn Close arrancando gargalhadas ao dançar e rebolar sob o som do funk Da Butt, que Spike Lee usou em Revolução Estudantil (1988). Definitivamente, o 93º Oscar entrou para a história.

GOVERNADORES CONTRIBUEM PARA MINIZAR A PANDEMIA

 

Os levantamentos científicos são unânimes em apontar que o morticínio no Brasil só não foi pior por causa da atuação responsável da maior parte dos governadores

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

Uma questão crucial a ser elucidada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para apurar as responsabilidades do governo na crise pandêmica é: por que o País que tem um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo, com histórico de sucesso no combate a outras doenças e um aparato de vigilância sanitária avançado, apresentou resultados tão catastróficos? Se a resposta, com todas as suas consequências, não vier à luz, não será por falta de subsídios da comunidade científica.

Como mostra um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Michigan e da FGV, no início da pandemia o Global Health Security Index classificava o País como o mais preparado da América Latina para lidar com emergências de saúde pública. Daí a resposta bem-sucedida a epidemias como as de HIV/aids, hepatite C e H1N1.

O estudo sobre o Brasil integrou o livro The Comparative Politics and Policy of Covid-19, que reuniu mais de 60 pesquisadores para analisar governos de todo o mundo. Os resultados mostram que os países com melhor desempenho seguiram as orientações da Organização Mundial da Saúde e aliaram medidas de saúde a políticas sociais. Ou seja, ponto por ponto o contrário do que fez Jair Bolsonaro. “O presidente e seus apoiadores (governadores de quatro Estados, parte das Forças Armadas, alguns membros do governo, como o ministro das Relações Exteriores, e certos grupos de extrema direita) advogaram políticas públicas que refletiram uma pseudociência na melhor das hipóteses, e o negacionismo na pior.”

A pesquisa detalha como Bolsonaro empregou seus poderes constitucionais para minimizar a pandemia e boicotar os Estados. Um caso de prejuízo diretamente causado pela negligência do Planalto foi a demora no fechamento das fronteiras no início do surto. Outro, causado por sua ação direta, foram as medidas provisórias empregadas para obstruir os esforços de restrição da circulação por parte dos Estados, como a que indexou dezenas de serviços como “essenciais”. “Bolsonaro interferiu no Ministério da Saúde como nunca antes visto no período democrático”, lembrou uma das pesquisadoras. “Ele interveio em protocolos de tratamento e até no modo de divulgação dos dados da pandemia.”

Outro estudo, da revista médica The Lancet, identificou diversos problemas na gestão federal, entre eles as deficiências dos quadros levados ao Ministério da Saúde pelo ex-ministro Eduardo Pazuello, para substituir vários técnicos por militares sem competência, tal como ele, em saúde. Também questiona a subutilização dos fundos de emergência de R$ 44,2 bilhões aprovados em fevereiro. Até outubro de 2020 – período crítico para a contenção do surto – o Ministério havia empregado apenas 23% de seus recursos.

Além desses problemas, um levantamento da revista Science destaca a baixa capacidade de testagem. Até o final de 2020, o País havia testado apenas 13,6% da população, o que o coloca entre os que menos testaram no mundo, conforme o Our World Data, da Universidade de Oxford. O estudo também aponta a forte correlação no início da pandemia entre o número de mortes e as vulnerabilidades socioeconômicas. É outro ônus para o governo federal. Em emergências de saúde em um país tão grande e diverso como o Brasil, o Ministério da Saúde tem um papel fundamental na compensação das desigualdades regionais. Quando falta a articulação federal, as consequências podem ser catastróficas, como se viu na crise de abastecimento de oxigênio em Manaus.

Certa vez, Pazuello confessou que antes de assumir a pasta não sabia o que era o SUS. Talvez aprenda nos inquéritos a que será submetido no Congresso que a calamidade em sua gestão só não foi maior pela resiliência do sistema. Bolsonaro, por sua vez, tentou mobilizar congressistas para avançar a proposta de incluir os Estados na CPI. Não conseguiu, porque isso seria inconstitucional. Se fossem incluídos, seria outro tiro no pé do governo. Os levantamentos científicos são unânimes em apontar que o morticínio no Brasil só não foi pior por causa da atuação responsável da maior parte dos governadores.

A INTERNET FACILITA A CONECTIVIDADE

 

Mais conectividade no campo e nas escolas é fundamental para o desenvolvimento

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

Se há muitas dúvidas sobre quais serão as mudanças legadas pela pandemia, ao menos uma é indubitável: a aceleração da digitalização das relações econômicas, sociais, políticas e culturais. Os últimos dados do IBGE sobre a conectividade revelam avanços em duas áreas capitais para o presente e o futuro do Brasil: o agronegócio e o ensino. O primeiro é a mais eficiente máquina nacional de produção de capital econômico, e, logo, a principal alavanca para a retomada do desenvolvimento. O segundo é a principal máquina de formação de capital humano, e, logo, a garantia de que esse desenvolvimento será sustentável.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, com dados de 2019, o número de domicílios que utilizavam a internet em 2018 (82,7%) aumentou 3,6 pontos porcentuais em 2019. Entre um ano e outro, o porcentual de estudantes com acesso à internet cresceu de 86,6% para 88,1%. A conectividade na área rural avançou mais do que na urbana.

Contudo, outro legado inevitável da pandemia é o aumento das desigualdades. E os dados do IBGE mostram que nesse aspecto a expansão da rede digital enfrenta grandes desafios. Apesar do progresso no campo, quase metade dos domicílios (44,4%) ainda não utiliza a internet, ante 13,3% nas cidades. As Regiões Norte e Nordeste também registraram os maiores avanços, mas ainda permanecem abaixo do porcentual das demais regiões.

Entre os 4,3 milhões de estudantes que não utilizavam o serviço em 2019, a maioria absoluta estava nas escolas públicas: 4,1 milhões de alunos não tinham acesso, ante 174 mil da rede privada. Além disso, enquanto no ensino privado 92,6% dos alunos tinham um celular disponível para acessar a internet, na rede pública eram 64,8%. No Norte e Nordeste as diferenças são mais expressivas.

Um dado relevante para a elaboração de políticas públicas é que o custo nem sempre é o maior impeditivo. Na verdade, apenas 18% dos quase 40 milhões de pessoas que não acessam a internet alegam ser o custo o fator decisivo para não ter acesso às redes. Outros 31,6% dizem não ter interesse e 43,8% alegam não saber navegar na rede. Isso sugere que, além das questões técnicas e financeiras, um dos maiores desafios para a expansão da rede digital no Brasil é a formação e a informação.

O ponto de partida para superar esse desafio é a escola. De pronto, a expansão do acesso à internet para os alunos é essencial para conter a evasão escolar, um problema já crônico antes da pandemia que se tornou agudo com ela. O investimento na conectividade escolar também é crucial para mitigar as disparidades acentuadas na pandemia entre alunos ricos e pobres. Mas esse investimento não é apenas emergencial: ele serve para introduzir alunos e professores às transformações irreversíveis da revolução industrial 4.0. Infelizmente, o presidente da República vetou integralmente o Projeto de Lei de Conectividade, que visava a assegurar conexão gratuita a alunos e professores da educação básica. O Congresso ainda pode derrubar esse veto.

Já para a agropecuária, a digitalização oferece imensas oportunidades para melhorar a competitividade, trazendo mais eficiência, produtividade e redução de custos. Mas à deficiência histórica de infraestrutura logística no campo veio se somar a falta de conectividade. Hoje só os grandes produtores conseguem investir em conexão, o que aumenta ainda mais as disparidades em relação aos pequenos. O desafio envolve políticas de estímulo às empresas de telefonia móvel no campo, a criação de linhas de crédito privadas e públicas, e parcerias público-privadas. 

Mas também nesse caso muitas soluções não são implementadas por mera falta de informação. Especialistas de órgãos como a Embrapa ou o Sebrae apontam que várias novas ferramentas a bom custo estão disponíveis, mas são subutilizadas pelos produtores rurais por falta de conhecimento. O iminente processo de implementação da tecnologia 5G deveria ser aproveitado pelo poder público não só para modernizar a infraestrutura de conexão, mas para fomentar amplos programas de informação e formação digital.

UFMG É A MAIS BEM AVALIADA PELO INEP

 

Da Redação portal Hoje em Dia

A UFMG foi considerada a universidade federal mais bem avaliada do Brasil, pela primeira vez, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O título vem após análise do Índice Geral de Cursos (IGC) 2019, divulgado na sexta-feira (23).PublicidadePlayvolume00:04/28:12Truvid

“A UFMG sempre esteve entre as primeiras colocadas, mas é a primeira vez que alcança a liderança entre as Instituições Federais de Ensino (Ifes). Na edição ora divulgada, o IGC abrangeu 2.070 instituições de ensino superior, montante que representa cerca de 80% das instituições ativas atualmente no país”, informou a UFMG, em nota.https://4d94cd1007f8c7f01d16e141a2591945.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

De acordo com a instituição, a UFMG mantém IGC 5 (as faixas variam de 1 a 5) desde 2007, quando o índice foi criado. Além disso, nos últimos anos, a universidade vem crescendo no âmbito do índice contínuo. Na edição de 2019, a UFMG alcançou o valor 4,3025 no levantamento, o mais elevado entre todas as federais do país.

Entre as universidades, a UFMG só perde para a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), segundo a avaliação do Inep. Consideradas todas as instituições públicas, incluindo estaduais, municipais e institutos, a UFMG é a quarta mais bem classificada.

O Instituto Militar de Engenharia (IME), com 4,4591 no índice contínuo, aparece em primeiro lugar, seguido da Unicamp, com 4,4250, e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), com 4,3566.https://4d94cd1007f8c7f01d16e141a2591945.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

“Vale ressaltar que institutos são organizações bem diferentes das universidades e contam, inclusive, com menos cursos em sua estrutura acadêmica”, ponderou a professora Viviane Santos Birchal, diretora de Avaliação Institucional da UFMG.

IGC

Construído com base em uma média ponderada das notas dos cursos de graduação e pós-graduação de cada instituição, o IGC é o principal indicador utilizado pelo Ministério da Educação (MEC) para atestar a qualidade das instituições, envolvendo seus cursos de graduação, mestrado e doutorado, sejam públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, municipais, estaduais ou federais.

O índice serve, entre outras coisas, de referência para a definição de políticas públicas e para os processos de autoavaliação institucional, além de ser utilizado pelo MEC como requisito, critério seletivo ou de distinção em seus processos.

“O cálculo do IGC engloba a média do Conceito Preliminar de Curso (CPC) do último triênio avaliado (2017-2018-2019), a média dos conceitos de avaliação dos programas de pós-graduação stricto sensu da instituição, com base em dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e a distribuição dos estudantes entre os diferentes níveis de ensino (graduação ou pós-graduação stricto sensu)”, afirmou Viviane Santos Birchal. 

Conforme a professora, o resultado do IGC reforça o que foi alcançado quando a UFMG passou pelo processo de Recredenciamento Institucional em 2017, obtendo Conceito Institucional (CI) também máximo igual a 5.

A diretora de Avaliação Institucional ressalta, ainda, que a UFMG destacou-se particularmente no conceito médio do doutorado, que forma, junto com o conceito médio de mestrado e com o CPC, o Índice Geral de Cursos (IGC) – o valor alcançado foi 4,9394, o maior entre as universidades federais avaliadas.

Preocupação com o desempenho futuro

Para a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, o desempenho da UFMG no IGC é mais uma evidência de sua qualidade e demonstra um crescimento permanente e sustentado, materializado no índice contínuo.

“É uma façanha, da qual devemos nos orgulhar. Afinal, a UFMG e as demais federais vêm enfrentando, desde 2015, cortes sucessivos em seus orçamentos. No entanto, o desempenho em diversos indicadores é crescente, o que é uma prova da nossa resiliência. Isso mostra que o investimento feito nas décadas passadas continua gerando resultados”, declarou a reitora.

Sandra Goulart Almeida demonstra, no entanto, preocupação com o desempenho futuro. “Para mantermos esse excelente resultado, precisamos contar com um orçamento compatível com a nossa capacidade e com investimento sustentado em educação, ciência e tecnologia como política de estado”, defendeu.

Ela lamenta que, no mesmo dia em que a UFMG foi anunciada como a universidade federal mais bem avaliada pelo Inep, confirmou-se também que as Ifes sofrerão novos cortes orçamentários. “Não é apenas o futuro das nossas instituições que está em jogo, mas também o futuro do país. É preciso garantir um orçamento adequado, já neste ano, pois tivemos um papel imprescindível para a sociedade no enfrentamento da maior crise sanitária, econômica e social dos últimos tempos”, disse.

DELEGADOS DA POLÍCIA FEDERAL CONTRA OS CORTES NO ORÇAMENTO DA PF

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