General da reserva, Sérgio Etchegoyen afirma que a ofensiva de Bolsonaro sobre cúpula das Forças Armadas isola mais o presidente e pode repercutir mal para os ministros militares
Entrevista com
Sérgio Etchegoyen, general de Exército da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
Etchegoyen avalia que Bolsonaro não vai receber apoio político algum dos militares, mas reconhece que as demissões deixaram “um gosto ruim no ar”. No entanto, ele assegura que não haverá “surpresas” nos quartéis.
“Se o presidente esperava apoio ao governo, vai continuar esperando”, disse Etchegoyen ao Estadão. “A fonte de instabilidade do Brasil não são as Forças Armadas. O Brasil tem hoje duas fontes de instabilidade: o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal.”
Confira os principais pontos da entrevista:
Qual sua opinião sobre a troca dos comandantes das Forças Armadas e do ministro da Defesa?
Tecnicamente, o presidente exerceu uma prerrogativa dele. Goste-se ou não. Acho que foi um erro, lamentavelmente. Essa troca pode melhorar o relacionamento pessoal, se estava ruim. Mas o compromisso com a institucionalidade não muda nada. Troca seis por meia dúzia.
A mudança altera o pensamento das Forças Armadas de se manter afastada da política?
Pelo contrário, pode ensejar… ‘Estamos livres, não somos governo’. Não terá surpresas. As surpresas não têm vindo das Forças Armadas. O presidente fica mais isolado no seu labirinto e vai ter que lidar com isso. Acho que só piorou para ele. Foi um equívoco, embora eu não tenha ideia de como estava o relacionamento. Mas deixa esse gosto ruim no ar.
Por que o presidente se isola mais?
Porque certamente tem gente que não gostou, e acho que muita gente. Consequentemente, vai isolar o presidente e os militares mais próximos dele que vão ser acusados de ter participado dessa mudança. Acho que vai sobrar para bastante gente.
Havia uma cobrança do presidente por apoio político ao governo e a ele.
Se ele acha isso, ele não sabe onde está. Acredite, isso não virá. Não virá.
Se ele está trocando o comando, o que pode mudar?
Se ele estiver esperando uma mudança de atitude, ele não vai ter. Essa mudança de atitude não depende só do Alto Comando, só do comandante. A estrutura toda não vai aceitar, nem tem por que aceitar, nem concorda. Se ele espera isso vai dar com os burros n’água. O Alto Comando fez uma reunião agora e o que saiu foi: ‘Não nos afastaremos da institucionalidade’. Pode botar quem quiser que não vai mudar. Talvez ele espere melhor relacionamento, isso pode mudar. O relacionamento com Fernando (Azevedo, ministro demitido da Defesa) e os comandantes poderia estar desgastado, por razões que desconheço. Ou ele esperava outra coisa do ministro. Se esperava apoio ao governo, vai continuar esperando.
Que mensagem o presidente deixou para a base das Forças Armadas com a troca por razões políticas? Há risco de insubordinação?
Isso não existe. É um erro estrutural achar que vai ter insubordinação. Não vai ter nada. A fonte de instabilidade do Brasil não são as Forças Armadas. O Brasil tem hoje duas fontes de instabilidade: o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. As Forças Armadas estão fora disso. Não tem nenhum exemplo, nos últimos 40 anos, que tenham sido. O Brasil não pode a cada soluço achar que os militares podem… Aí não tem democracia. Fica brincando. Claro que os militares, papel histórico que cumprem no Brasil, pelas ações, o perfil da população, é um ator importante, mas não têm esse papel e não vão fazer. É um erro imaginar que na nossa estrutura democrática de Estado isso pode acontecer.
O presidente usou a expressão “meu Exército” e já disse que as Forças Armadas estão do lado dele.
Se fosse “meu Exército”, ele teria ficado no Exército. “Meu Exército”… O Exército foi meu, muito mais do que dele. O Exército hoje é dos cadetes que estão na Academia Militar e de mais ninguém.
O que provocaria a renúncia dos comandantes? Os comandantes se sentiram demitidos pelo presidente.
Eu não sei se o presidente demitiu, se o novo ministro da Defesa pediu para eles saírem ou se os três pediram para sair. A nota oficial não é muito clara, não deixa saber. Se os três saíram para mim seria uma surpresa, porque não achei que a decisão fosse essa. Se foi do presidente, é o que já falei. Se a decisão foi do Braga Netto (novo ministro da Defesa), vai ter mais um problema para resolver que é entenderem que ele chegou limpando a área.
O sr. acredita na versão de solidariedade dos comandantes da Marinha e da Aeronáutica ao do Exército?
Não. Essa solidariedade não existe entre os militares. Cada um toma sua atitude e responde pelos seus atos. Se o que alegaram contra o Leal Pujol (comandante do Exército) atingia os outros, aí eu entendo. Se não, para mim não faz sentido todo mundo ir embora. O gesto pode ter seu lado bonito, mas não existe isso.
De acordo com ex-chanceler, Ernesto Araújo executou fielmente o projeto de tornar o Brasil um pária internacional
Entrevista com
Celso Lafer, ex-chanceler
Marcelo Godoy, O Estado de S.Paulo
Um dos signatários da carta dos chanceleres de 2020, que pedia a reconstrução da política externa brasileira, Celso Lafer é uma das maiores referências da diplomacia do País, bem como das preocupações com uma sociedade em que a philia aristotélica ocupe um lugar especial para a preservação do espaço público, a fim de que garantir o bem-estar da comunidade e o diálogo político.
Lafer superou as diferenças que o afastavam de outros chanceleres da Nova República para denunciar a gestão de Ernesto Araújo na pasta. Araújo pediu demissão nesta segunda, 29. Queria resgatar um mundo assinalado pela diversidade e pela criatividade do novo, como escreveu em A Reconstrução dos Direitos Humanos. Chanceler dos governos Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, ele contou ao Estadão o significado de sua oposição à gestão de Araújo no Itamaraty. E também o que o País pode esperar da nova gestão. Eis a entrevista:
O artigo A Reconstrução da Política Externa Brasileira iniciou a formar o consenso em torno da necessidade de mudança no Itamaraty? Qual o impacto da gestão Araújo para nossa diplomacia, como ela se relacionava com os princípios históricos e legais de nossa diplomacia?
Havia um consenso muito grande, apesar das diferenças reais entre os que participaram dessa discussão, de que a condução da política externa, tal como vinha sendo feita pelo governo Jair Bolsonaro e pelo Araújo, não correspondia às necessidades do País. Daí a ideia de escrevermos um artigo, que reunia os chanceleres do período da redemocratização, com uma visão de que essa política não correspondia ao acervo de realizações da política externa brasileira, seja no plano bilateral, seja no plano multilateral. Nem correspondia à tradição diplomática e ao capital simbólico que ela representa, ao seu soft power. Também não obedecia aos princípios que regem as relações internacionais do Brasil, corporificados na Constituição de 1988, que respondiam a uma avaliação da sociedade brasileira de que o rumo da política externa devia obedecer à cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, à ideia da integração latino-americana, à defesa da paz e à solução pacífica de controvérsias. Enfim, ter a ideia de uma postura de abertura em relação ao mundo. E, independentemente das diferenças de tom e ênfase dos que redigiram o documento, concordamos que a política externa não representava no governo Bolsonaro uma abertura ao mundo. Para simplificar: criava muros e não mantinha em aberto as pontes que nós tradicionalmente procurávamos implementar na condução da diplomacia brasileira. Isso se traduziu em um afastamento dos nossos parceiros comerciais tradicionais, como é o caso da Europa e, em relação ao mundo latino-americano, em especial, ao Mercosul e à Argentina. Também há um distanciamento pouco diplomático em relação à China, que é um grande destino das exportações brasileiras, e em relação à Índia, que assinala essa mudança da dinâmica econômica do Atlântico para o Pacífico. Restringia-se ainda a nossa atuação no plano multilateral, seja no âmbito das Nações Unidas seja em outras instâncias, como a Organização Mundial do Comércio. E havia um alinhamento com o governo Trump, cujo America First e visão unilateralista o governo Bolsonaro e o chanceler Araújo endossaram, o que limitava ainda mais o escopo da atuação de nossa diplomacia.
De que forma isso acontecia?
Eu sempre procurei definir a política externa como uma política pública, o que passa por uma apropriada avaliação das nossas necessidades internas e também uma adequada avaliação das nossas possibilidades externas. Em síntese: tal como estava sendo conduzida pelo governo Bolsonaro, capitaneada pelo Ernesto Araújo, ela não respondia às nossas necessidades internas de comércio, de interação com nossos parceiros e, no campo dos valores, não servia a uma área da maior importância, como é o meio ambiente e a sustentabilidade, onde o Brasil é uma grande potência. Nenhum dos grandes problemas do ambiente se resolve sem uma ação construtiva do Brasil. Nós tínhamos um soft power acumulado desde a Rio 92, onde exercemos um papel construtivo na inserção desse assunto na pauta internacional. Vislumbrar o tema do meio ambiente como sendo algo que se contrapõe à soberania nacional não era a maneira apropriada de ver o assunto, pois cuidar da sustentabilidade é sempre um tema, em primeiro lugar, do nosso interesse. Descumprir as regras e facilitar o desmatamento ilegal e o garimpo não atendia à necessidade interna do Brasil. O agronegócio é importante, não em razão do desmatamento ou da busca de novas áreas, ele é eficiente pela inovação científica e tecnológica que hoje o caracteriza e tem a sua origem na Embrapa, que é a contribuição do conhecimento ao nosso desenvolvimento.
Mas de que forma isso prejudicava o Brasil?
A nossa avaliação era de que, quanto mais o governo levasse a política externa nessa linhas, mais ele conduziria uma inadequada inserção internacional do Brasil, que redundaria em custos para a vida brasileira, os quais afloraram com a maré montante de críticas à política externa brasileira. Estas foram além daqueles que naturalmente sempre estiveram dedicados à matéria e passaram a atingir a sociedade brasileira como um todo. O agronegócio teve as suas preocupações. No capítulo de Saúde não preciso mencionar o tema das vacinas e a atitude do Brasil na Organização Mundial da Saúde, na pouco utilização que fizemos da covax facility, assim como na OMC. Nós acabamos nos opondo à proposta da Índia e à da África do Sul em matéria de patentes, o que vai contra o que foi a atuação do Brasil na época da Rodada Doha, na declaração de Saúde Pública. Com isso, nós diminuímos o nosso espaço. Ernesto Araújo, como chanceler, declarou que estava à vontade em ser pária internacional. Na verdade, ele executou fielmente esse empenho de tornar o Brasil um pária internacional.
Qual o significado dessa mudança na chancelaria para a relação do Brasil com as demais nações? Como isso pode ser entendido pelos observadores estrangeiros e qual o papel de Ernesto Araújo nessa história?
Quem conduz a política externa, de direito e de fato, é o presidente, com a colaboração do seu chanceler. E, naturalmente, o Ernesto Araújo conduziu a política externa alinhado com os rumos que o presidente Bolsonaro procurou imprimir ou, pelo menos, aos de grupos expressivos que o apoiam, aos quais ele dá atenção, o assim chamado grupo ideológico, para o qual a política externa do Ernesto, chancelada pelo presidente, respondia. O que eu vejo no momento atual do Brasil? Vejo uma insatisfação com esses rumos, com os quais o presidente têm dirigido o País. Essa insatisfação aparece em vários campos. Do ponto de vista da Saúde, nós sabemos qual é o grau de insatisfação que levou à saída de Eduardo Pazuello do ministério e da movimentação grande que essa saída tem como lastro, que vem da posição do Congresso e dos governadores, dos prefeitos e de uma insatisfação da sociedade com a continuidade de uma pandemia que não parece encontrar no governo federal o encaminhamento apropriado. A manifestação recente da carta escrita e subscrita por um grupo muito expressivo de empresários e economistas explica esse tipo de situação. Nós mencionamos aí o documento que os chanceleres escreveram. Mas há também manifestações dos antigos ministros da Educação, da Saúde e do Meio Ambiente. De maneira que há um crescendo de manifestações de insatisfação com os rumos que o governo manifesta e que têm uma dimensão simbólica. E esta dimensão é importante, pois a percepção da realidade afeta a realidade.
Qual será, então, o efeito de um novo chanceler?
É difícil obter uma percepção externa mais construtiva. Não adianta substituir seis por meia dúzia. Não adianta substituir o Ernesto Araújo por alguém que seja mais comedido ou mais razoável, mas que não simbolize uma mudança significativa, Por isso essa escolha é tão decisiva. Nós já tivemos os percalços que acompanharam a substituição do Pazuello pelo novo ministro da Saúde. O novo ministro da Saúde tem pela frente o desafio de que ele é uma pessoa com credibilidade interna e internacional. Mas ele não a tem automaticamente. Há uma expectativa, e é preciso que ele a confirme. O novo ministro das Relações Exteriores, se não for uma pessoa que simbolicamente assinale essa mudança, não recuperará a credibilidade internacional do Brasil. Pode ajudar a diminuir o desgaste, mas não vai mudar a percepção generalizada que existe hoje.
Como explicar às pessoas a importância de se reconstruir a política externa, ao menos, por razões pragmáticas?
Creio que existe uma agenda da opinião pública e ela vai responder à percepção sobre os problemas do País. No momento, a coisa mais óbvia são as vacinas: por que não adquiriu antes, por que não se preocupou com o tema e por que isso leva ao isolamento do Brasil? Dou outro exemplo: o agronegócio tem manifestado, com razão, uma preocupação grande com a percepção de que ele não atende às exigências de sustentabilidade. Se há um setor que está tendo um desempenho econômico importante é o agronegócio e para ele continuar a desempenhar esse papel é preciso que tenha credibilidade internacional. E, para que ele a tenha, precisa ser ajudado pela postura do País. O mesmo digo eu em relação aos investimentos no Brasil. Hoje em dia, de uma maneira crescente, os fundos insistem que haja critérios de sustentabilidade para apoiarem os investimentos em um setor. Em um setor que eu conheço bem, que é o de celulose e papel, isso é muito claro. Envolve naturalmente a ideia do que é uma produção sustentável, que não gera desmatamento e se baseia em reflorestamento em áreas apropriadas etc. Também hoje em dia, mais do que nunca, o que facilita ou dificulta os fluxos comerciais é o regime regulatório. Nós precisamos estar atentos a isso, pois se não isso tudo reduzirá nossa capacidade de inserção internacional com problemas para a vida econômica e social do Brasil.
Uma das coisas que têm notabilizado o governo, é a diplomacia paralela levada a cabo por Eduardo Bolsonaro nas suas relações com regimes, como os da Polônia e da Hungria e forças políticas da extrema-direita ao redor do mundo. De que forma isso provoca confusão e ruídos para a execução de uma política externa do País?
Olha, provoca na medida em que o Trump não foi reeleito. A única base maior que tinha o governo Bolsonaro e essa democracia paralela era a benevolência do Trump em relação a essas movimentações. Ela desaparece com o fim do que ela representou e nos deixa em uma posição muito desconfortável, pois, afinal de contas, sem demérito para a Hungria, para Polônia e para alguns países fundamentalistas do arco árabe isso não ajuda a nossa respeitabilidade de maneira nenhuma. Nós estamos em um mundo muito complicado, onde existe uma grande tensão de hegemonia representada pela aspiração de ascensão da China e pela dificuldade dos Estados Unidos de lidarem com essa ascensão. Porque nós estamos situados na América do Sul, mais distantes dos focos de tensão internacional. Isso nos dá uma certa liberdade para atuar de acordo com os nossos interesses, o que significa, por exemplo, em relação aos EUA e a China, ter boas relações com ambos. E não ter de fazer opções excludentes. Da mesma maneira, estará aberto em relação à Índia e à Europa. Nesse sentido, o capítulo que eu mencionei a você do soft power, do capital simbólico do Brasil, é muito importante. Essa diplomacia paralela conduzida pelo filho do presidente com a complacência do Ernesto Araújo só aumentou ainda mais a erosão do nosso capital simbólico. Quer dizer: nós estamos jogando fora recursos de presença internacional acumulados em troco de nada, em troca de uma desconectada visão ideológica do mundo.
Cientista político vê uma ‘mobilização cívica’ para ocupar o ‘vácuo de poder’ deixado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro
Entrevista com
Luiz Felipe d’Avila, cientista político e fundador do Centro de Liderança Pública
Marcelo Godoy, O Estado de S.Paulo
A sociedade civil perdeu a paciência com o governo de Jair Bolsonaroe se mobiliza por mudanças ao mesmo tempo que a elite econômica decidiu assumir o risco de pressionar o governo em um país em que 40% do Produto Interno Bruto passa pelo Estado. O cientista político Luiz Felipe d’Avila, de 57 anos, acredita que esse momento pode servir para impulsionar uma alternativa de centro aos populismos que se revezam no poder nos últimos 20 anos.
Qual o significado da carta de economistas, banqueiros e empresários pedindo mudanças nas ações contra a pandemia?
O primeiro significado importante é o chamamento de urgência. O Brasil precisa levar a sério a crise, tomar medidas concretas e desviar do caminho da irresponsabilidade de como a pandemia foi tratada. O segundo é a união em torno da questão fundamental, que é criar condições para a retomada do investimento, do emprego e da renda. Bolsonaro gosta de culpar o lockdown pela paralisação da atividade econômica, mas esse não é o único problema. Se a agenda da reforma estivesse andando – as reformas administrativa e tributária –, o País estaria em outra situação.
Pode-se dizer que a sociedade civil perdeu a paciência?
Com certeza. É um alerta de que a sociedade mais do que perdeu a paciência, está perdendo a confiança no governo. O que a sociedade civil está tentando fazer hoje é ocupar o vácuo da ausência do governo. Quando se une com prefeitos e governadores, há um novo arranjo político para enfrentar o desgoverno do País. E a essa equação se juntou o Congresso, com a declaração do Arthur Lira, mostrando que, se tiver de escolher entre ficar com o presidente ou com a sociedade civil, o Congresso vai ficar com a sociedade. O recado foi claro.
O “sinal amarelo” de Lira significa que a palavra impeachment voltou ao ar?
Acho que está um pouco cedo para a palavra impeachment. Depende de como as coisas vão acontecer. O processo de impeachment no meio da pandemia seria muito ruim, pois aumentaria a tensão quando precisamos de união em torno do combate à crise. Agora, o impeachment será inevitável se começarmos a ter grandes movimentações populares. Pode-se caminhar para esse ponto se, nessa fase crítica, Bolsonaro continuar na estrada do desgoverno. Enfim, é cedo para se falar, mas não se pode mais descartar.
O que mais a sociedade civil pode fazer neste momento para que o País enfrente essa crise?
Ela começou a trabalhar bem com o setor público. Não só para levantar recursos, mas também na logística, como na entrega de cestas básicas. Há uma mobilização cívica para ocupar o espaço deixado pelo governo federal. E Bolsonaro encara tudo isso como um complô. Critica governadores e prefeitos e todos, achando que estão criando um governo paralelo.
Em busca de pacificação, Bolsonaro encontrou os presidentes dos demais poderes. Mas ele é capaz de compreender que a paz não consiste na ausência da guerra, mas na união e na concórdia?
Infelizmente, não vejo isso como um traço da personalidade do presidente. Ele aposta na fidelização do seus 30% e – o que é triste dizer – colocar fogo no resto. Ele acha que, com esse contingente de 30%, chegará ao segundo turno. Na cabeça dele, o adversário é o Lula, sem chance de terceira via. E aí, todo mundo de mau humor com o governo acabaria votando nele, para evitar Lula. A lógica dele é essa. Toda ação dele é minar qualquer atividade de conciliação, de tolerância e de união. Na PEC Emergencial, para agradar aos PMs, ele cedeu aos funcionários públicos, mantendo as promoções, o que tirou quase R$ 50 bilhões da proposta original, sacrificando o auxílio emergencial em detrimento da defesa do interesse corporativista, principalmente, das PMs. Ele vai fazer isso o tempo todo. Ele coloca o País em risco para fidelizar os 30% que o seguem.
Bolsonaro fez um pronunciamento e tentou se pôr como o campeão da vacinação. Qual o impacto do pronunciamento?
O impacto pode ser demonstrado pela intensidade do panelaço na hora em que ele falava. Ninguém mais o escuta. Alguém que criou animosidade, polaridade durante tanto tempo, que enxerga seus adversários políticos como inimigos a serem abatidos, não tem espaço para diálogo. Nem ele dá espaço para um voto de confiança, pois logo foi ao Twitter criticar os governadores. Ele quer manter os que o apoiam mesmo que isso custe ao Brasil o drama da recessão, do desemprego. Tudo é sacrificado em nome da lealdade dos 30%. Essa é uma estratégia muito perigosa e vai exigir a união do centro e da sociedade civil para evitarmos uma crise institucional antes das eleições de 2022.
Como separar nessa situação a responsabilidade do presidente e a da pandemia pela crise?
A melhor forma de separar o joio do trigo nessa questão pode ser ilustrada pelo que aconteceu nos Estados Unidos, com a mudança do governo Trump para Biden. De repente, vem um governo que, com o mínimo de organização e coordenação, consegue fazer com que mais de 2 milhões de pessoas sejam vacinadas por dia. A curva começa a cair rapidamente. Quando se tem uma crise dessa magnitude, é preciso governo. Não adianta pensar que só o mercado resolve. É preciso coordenação do governo para fazer as coisas funcionarem. E isso não vai existir, pois Bolsonaro enxerga os governadores como inimigos mortais a serem derrotados.
O senador Rodrigo Pacheco pediu a saída do chanceler Ernesto Araújo. Essa reação contra a atual política externa é reflexo do movimento da sociedade?
Com certeza está ligada. Desde Rio Branco, a política externa brasileira sempre foi vista como política de Estado, e não partidária. Começou a ter intromissão ideológica com Lula, desandou com Dilma e, no governo Bolsonaro, virou o palanque favorito do radicalismo bolsonarista. No mundo globalizado essas falas desastrosas têm consequências gravíssimas. Isso afeta o que precisamos nessa crise: vacinas. Uma política externa errática e ideológica tem consequências na geração de empregos, na atração de investimentos e na retomada do crescimento. O Brasil está quebrado. Temos uma relação dívida/PIB de 90%, o maior endividamento entre os emergentes. A reação do Senado é importantíssima.
O ex-governador Ciro Gomes disse ao Estadão que Bolsonaro deve derreter e não estará no 2º turno em 2022. O sr. acredita que essa é uma possibilidade real?
As pesquisas mostram que o índice de rejeição de Bolsonaro dificulta muito a reeleição. Ele e Lula só conseguirão estar no segundo turno se o centro estiver inteiramente fragmentado. Mas Lula entra com uma bola de chumbo no pé, tendo de explicar o maior escândalo de corrupção do mundo. E Bolsonaro vai entrar como o coveiro da esperança no Brasil. Sepultou o maior número de cadáveres, sepultou o crescimento econômico, destruiu o emprego e a renda e colocou 20 milhões de brasileiros de volta na miséria. Não será o Bolsonaro de 2018.
Qual o impacto da anulação das condenações de Lula para que esses atores se mexessem, de Bolsonaro aos economistas?
Lula aumentou o senso de urgência. Se o centro não se unir, teremos uma polarização Lula e Bolsonaro. E essa é uma escolha desastrosa para o País. A decisão do Supremo ajudou a catapultar a mobilização da sociedade civil. Bateu desespero total. O Brasil não quer ter como opção voltar o pêndulo para a outra forma de populismo. A ação dos economistas pode se juntar agora à ação dos movimentos, como MBL e o Vem Pra Rua, para que o centro tenha força de mobilização política. Só a união do centro permitirá ao País ter uma escolha diferente daquela polarização.
Nos dois anos de Bolsonaro, a elite econômica foi vista como leniente e paciente até demais com o governo. Essa elite está descolando agora de Bolsonaro?
Está descolando e isso é um fato histórico interessante. Ela está preocupada. A elite econômica brasileira é adesista a governos, parece o Centrão. Veja: 40% do PIB passa pelo Estado, portanto, capturá-lo – manter contratos, obter benefícios e receber privilégios – é fundamental para os negócios. É uma elite que não quer se indispor com o governo ou brigar com o presidente. Ela elogiou Lula, foi condescendente com Dilma e com Bolsonaro. Mas, agora, a situação dos negócios está de tal sorte afetada pelo desgoverno que até essa elite começa a insuflar contra o governo. A situação está tão grave que é melhor se unir por um futuro melhor.
Presidente havia dito, dia 19, que chegaria ‘o momento’ em que o governo teria de tomar ‘ações duras’
Daniel Galvão, O Estado de S.Paulo
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite desta terça-feira, 30, a apoiadores que o aguardavam na chegada ao Palácio da Alvorada, que ele não pode decretar estado de sítio, mas sim o Parlamento, e que joga dentro da Constituição.
A declaração de Bolsonaro é feita depois de ele ter afirmado no dia 19 que “vai chegar o momento” em que o governo terá de tomar “ações duras”, embora tenha negado que falava de medidas de exceção em conversa posterior com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux.
Na ocasião, o presidente da República comparou o fechamento de comércio e escolas e toques de recolher a um decreto de estado de sítio, medida que só pode ser tomada pelo chefe do Executivo com o aval do Congresso.
“Quando se fala em estado de sítio, eu não posso decretar. Quem decreta é o Parlamento”, afirmou nesta terça-feira a apoiadores. “E, mesmo em estado de sítio, tem limites, é para situação complicada, de distúrbio”, disse. Para o presidente, os decretos municipais que determinam o fechamento do comércio para conter a covid-19 “vão além do estado de sítio”.
Ao afirmar que joga dentro da Constituição, Bolsonaro disse que há algum tempo algumas autoridades não fazem a mesma coisa. “Vou falar nos limites da Constituição. Lá dentro, tem as cláusulas pétreas, o direito de ir e vir, bem como o direito ao trabalho, à dignidade”, declarou.
Walter Braga Netto é considerado um nome que sabe formar boas equipes e se cercar dos melhores quadros
Roberto Godoy, O Estado de S.Paulo
29 de março de 2021 | 21h46
“Missão dada é missão cumprida.” O novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, é considerado por colegas um cumpridor de missões determinadas pelos superiores. E no novo cargo terá um chefe que não aceita hesitação diante de suas ordens: o presidente Jair Bolsonaro.
Um colega resume a forma de atuação: se for preciso sair do ponto A para chegar ao ponto B, ele vai cumprir a ordem, não importa o que tiver de enfrentar pelo caminho. Nas Forças Armadas quem controla a tropa são os coronéis, e eles têm muito respeito pelo general Braga Netto. Um respeito que se assemelha ao que demonstram pelo ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas.
No governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Braga Netto foi adido junto à embaixada do Brasil na Polônia, de 2005 a 2007. Em 2009, foi nomeado chefe do Estado-maior do Comando Militar do Oeste. Dois anos depois, assumiu o cargo de adido militar do Exército junto à embaixada brasileira nos Estados Unidos.
O general foi nomeado pelo então presidente Michel Temer, em fevereiro de 2018, para o cargo de interventor federal na Secretaria de Segurança Pública. Não foram raras as vezes em que ele apareceu de surpresa para acompanhar as operações realizadas. Também encontrou espaço para momentos mais descontraídos de confraternização com a equipe.
Apesar do semblante sério em eventos públicos, no meio militar é considerado uma pessoa brincalhona, e que coloca a mão na massa quando precisa. Segundo colegas de Braga Netto, o respeito do ministro entre os seus pares se deve à formação intelectual – ele sempre foi considerado um aluno brilhante em todos os cursos que fez. No governo, sua relação com o ministro Eduardo Ramos, general como ele, é considerada de cumplicidade. Ramos, que têm vários desafetos nas Forças Armadas, assumiu a Casa Civil com o deslocamento de Braga Netto para a Defesa.
Já Bolsonaro coloca Braga Netto e o general Heleno, ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional, na mesma balança das relações. São os dois generais que ele mais ouve hoje no governo.
Em 2020, Braga Neto esteve ao lado da ala político-militar que contrariou o ministro da Economia, Paulo Guedes, e patrocinou o Pró-Brasil, programa de investimentos em obras que acabou não saindo do papel. O programa foi lançado em solenidade, em abril do ano passado, sem a presença de integrantes da equipe econômica.
A repercussão foi tão grande no mercado financeiro, que Paulo Guedes acabou conseguindo que o governo engavetasse o programa, que, na prática, seria uma porta aberta para a flexibilização do teto de gastos, a regra que limita o crescimento das despesas acima da inflação.
De 182 lojas da Cia. do Terno, Drummond já fechou 24 de deve encerrar outras 20
A confiança dos empresários do comércio no país despencou neste mês, segundo pesquisa divulgada ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O índice que traz a avaliação de cenário nacional pelos lojistas recuou nada menos que 18,5 pontos em relação a fevereiro, atingindo 72,5 numa escala que vai de zero a 200 (sendo que 100 é o divisor entre pessimismo e otimismo). Tratou-se da segunda pior pontuação desde maio de 2020 (67,4), ainda na primeira onda da pandemia.
Para economistas e para os próprios comerciantes, a tendência é de que a pontuação continue regredindo, diante do consenso de que Minas e o restante do Brasil atravessam o pior momento da crise da Covid-19 – exatamente um ano depois que o novo coronavírus aportou no Estado, em março de 2020.
“O recrudescimento recente da pandemia, associado à lentidão do programa de imunização e à adoção de medidas de restrição à circulação, ajuda a explicar o cenário negativo na visão do setor. Os próximos meses serão desafiadores e o retorno a uma rota de recuperação dependerá da melhora efetiva dos números da pandemia”, disse o pesquisador da FGV Rodolpho Tobler.
“Sem dúvida, vivemos situação muito mais crítica que a do ano passado. A pandemia está pior, estamos com as lojas fechadas mais uma vez em todo o Estado, por causa da onda roxa do Minas Consciente, e não temos apoio governamental. Isso porque não existe mais a opção de reduzir salários ou suspender contratos de trabalhadores, contando com complemento do seguro-desemprego”, destaca Alexandre França, dirigente da Associação de Lojistas de Shopping Centers de Minas Gerais (Aloshopping-MG).
“Além disso, não há crédito facilitado para capital de giro, como ofereceu o Pronampe, que ajudou muita gente em 2020 e cujas parcelas, aliás, devem começar a vencer nos próximos meses”, acrescenta ele.
No caso dos donos de lojas em shoppings, de acordo com França, o contexto é ainda mais desesperador. Um dos motivos é que, em boa parte dos cerca de 40 empreendimentos do tipo no Estado, pertencentes a diferentes redes, os administradores ainda definiram se darão ou não descontos em taxas obrigatórias aos lojistas, como ocorreu no ano passado.
“Os shoppings ainda não avisaram o que vão fazer com os lojistas. Em março de 2020, quando fechou tudo pela primeira vez, eles foram sensíveis e isentaram o pessoal do aluguel, enquanto não reabria, deram 50% de desconto nos condomínios e tiraram o fundo de promoção, que completa as taxas pagas pelos empresários”, relata.
“Hoje, não sabem o que farão. Mas há alguns dizendo que não há como dar as mesmas condições do ano passado. Quer dizer, há risco de um despejo em massa de lojistas sem condição alguma de pagar o que deveriam”, completa, lembrando que os aluguel dos pontos segue sendo reajustado pelo IGP-M, que aproximou-se de 30% em um ano, em fevereiro, ante um IPCA de 4%. “Não há quem resista”, diz França.
Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.
São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.
Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade, personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e serviços.
Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio pela internet, a solução para retomar as vendas em shoppings passa pelo digital.
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Desde o início de seu mandato, Bolsonaro teve incontáveis problemas com o STF Foto: Marcos Corrêa / PR
As muitas e importantes movimentações promovidas por Jair Bolsonaro não conseguiram pulverizar a atenção dos congressistas e governadores mais atentos e experientes para o fato do dia: o presidente deu passos importantes rumo à radicalização política e militar, aumentando o grau de instabilidade do País. Tudo isso menos de uma semana após Arthur Lira (PP-AL) ter sugerido a possibilidade de abrir o impeachment. Ao fim e ao cabo, a sensação foi de que a “reforma” privilegiou em parte Lira e o Centrão, mas, principalmente, Bolsonaro.
Bad news. A forma como o ministro Fernando Azevedo e Silva deixou o Ministério da Defesa, segundo a Coluna apurou dentro da pasta e com generais da reserva, foi a pior possível.
Será?Braga Netto é respeitado pelos pares. Dão a ele um voto de confiança, mas esperam um gesto de que o papel institucional das Forças será protegido.
Mestre… Diplomatas e interlocutores do novo chanceler, o embaixador Carlos França, resumem seu perfil como “construtor de pontes”, precisamente o que o Itamaraty precisa, quando Ernesto Araújo implodiu as conexões com outros países e o Parlamento.
…de… Porém, não se pode esperar, dizem, nenhuma mudança brusca de rumo. Afinal, ele continua sendo um ministro de Bolsonaro e a agenda “conservadora” ficará no radar. Mas, ao menos, esperam que ela deixe de ser prioridade.
…obras. A prova de fogo do novo ministro das Relações Exteriores será o evento de Joe Biden para discutir meio ambiente, no fim de abril. Esperam que ele tome as rédeas das mãos de Ricardo Salles.
Fogo… Aliados do incendiário Ernesto Araújo ficaram aliviados com a escolha do sucessor: não deverá haver caça às bruxas.
…em Brasília. O ex-ministro, que caiu atirando de lança-chamas, deve acabar ocupando algum posto que não exija aprovação do Senado, como a OCDE.
SINAIS PARTICULARES. Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores
Ilustração: Kleber Sales
Fake?Bia Kicis (PSL-DF) ficou praticamente sozinha no Congresso na defesa do policial que acabou morto em Salvador (BA). Ela o chamou de “soldado herói” por supostamente ter se recusado a “cumprir ordens ilegais” do governador Rui Costa (PT), o que parece não ter ocorrido.
Alerta. Para integrantes do Centrão, a mensagem mostra que a promessa de Bia de ser mais moderada na CCJ será quebrada.
CLICK.Renan Calheiros (65 anos) foi vacinado em Alagoas contra a covid-19: “A fila nos iguala e nos une no desejo de acelerar a vacinação”. Ele é pai do governador.
Reprodução/Instagram
Power… Com o País tomado pela crise da covid-19, 2020 registrou queda de 11% no consumo comercial de energia elétrica e retração de 1% do consumo industrial em relação a 2019.
…effect. Nas residências, o aumento chegou a 4% no uso de energia elétrica. Os dados foram levantados pela Confederação Nacional da Indústria. Os números mostram também recuo do consumo de petróleo e gás no ano passado, com queda de 13% e 2%, respectivamente, em relação a 2019.
Ainda mais. Para a CNI, os indicadores apontam para a urgência de medidas do governo que atenuem a grave crise.
PRONTO, FALEI!
Foto: Divulgação/Flickr Jean Paul Prates
Jean Paul Prates, líder da minoria no Senado (PT-RN): “O presidente decidiu fazer um PDV (programa de demissão voluntária) no governo. Mas até agora não é possível enxergar nenhum ganho aos brasileiros.”
COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG, MARIANA HAUBERT E MARIANNA HOLANDA.