segunda-feira, 22 de março de 2021

FABRICAÇÃO DE CHIPS ELETRÔNICOS

 

Techmundo

Imagem de: Por dentro de uma fábrica de chips
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Luciano De Sampaio5 Compartilharam0 Comentários

Independente de ser utilizado como processador ou para armazenagem de dados, os chips de silício são cada vez mais onipresentes no dia a dia das pessoas. Desde seu celular até seu computador – passando por iPod, pendrive e câmera digital – todos esses aparelhos utilizam pelo menos um chip de silício.

Apesar de diferenças estruturais significativas, a produção de chips para processamento de dados ou armazenagem de informação é muito semelhante. Ambos os produtos surgem de wafers (bolachas, em tradução direta) de silício tratadas com pigmentos, esculpidas quimicamente e recortadas ao final do processo.

A fantástica fábrica de wafers

No começo de fevereiro de 2010 a IM Flash Technologies – joint venture da Intel e da Micron Technologies – abriu as portas da sua fábrica em Lehi, Utah, para diversos membros da imprensa.

A IMFT Lehi é uma fábrica exclusivamente dedicada à produção de memória NAND Flash, mas como o processo produtivo de wafers não difere muito, o local servirá de exemplo neste artigo.

IMFT Lehi

O prédio da IMFT Lehi é enorme, e como você pode conferir, fica num cenário de montanha de dar inveja. Aliás, vale lembrar: as fotos utilizadas neste artigo são de autoria do pessoal do PC Perspective, um dos blogs convidados a visitar a fábrica durante sua instalação e início da produção.

Tecnologia além do chip

O prédio da fábrica é um show à parte. Toda a estrutura é mantida nos pilares dos andares mais baixos, e nenhuma parede interna do andar ocupado – Cleanroom “Ballroom Fab” na imagem abaixo – suporta carga, servindo apenas como divisórias de ambientes.

Corte esquemático da fábrica IMFT Lehi

Com isso, o andar principal torna-se um enorme salão de vão livre. Nele os operários transitam, operam equipamentos e carregam informação para o maquinário espalhado nos andares inferiores – Clean Subfab e Utility level.

Um ponto importante – e bastante interessante – do processo de fabricação é que, em nenhum momento, os operários entram em contato direto com os wafers de silício. Mesmo assim as normas de operação exigem que os funcionários utilizem máscaras completas – deixando apenas os olhos descobertos – e roupas especiais para evitar a contaminação por partículas na fábrica.

Visão interna mostrando as perfurações no assoalho da plantaNa foto ao lado você percebe que o assoalho do andar é todo perfurado. Isso é mais uma providência tomada para impedir a contaminação por poeiras e outras partículas no ambiente da fábrica.

Como a temperatura e a umidade do ar são controladas, a engenharia dos andares utiliza o próprio ar-condicionado para gerar um fluxo descendente, carregando pó e qualquer outro elemento estranho para o andar mais baixo do prédio, onde apenas serviços de manutenção são desempenhados.

Todo o material produzido é manuseado por máquinas. Robôs programados carregam os FOUP (Front Opening Unified Pod – cartucho unificado aberto pela frente) com as bolachas pelas diversas estações de fabricação, fazendo com que o trabalho humano seja principalmente de manutenção, acompanhamento e resolução de problemas.

Ensopado e churrasco

O processo de obtenção dos wafers é relativamente simples. Antes de tudo é necessário se obter silício – um dos principais componentes da areia. Obviamente determinados tipos de areia contêm um percentual maior de silício em sua composição, o que os torna ideais para a obtenção do material.

Com a areia correta carregada, além de alguns outros elementos necessários para a obtenção das propriedades elétricas necessárias a um chip de computador, cria-se um melt ao derreter a mistura de areia e outras cargas.

Processo de obtenção das barras de silício que serão fatiadas em wafers

Pronto o melt, aplica-se um cristal de silício extremamente puro (em torno de 99,99% de silício) e sem falhas estruturais. O silício presente no melt se agrupa em torno deste cristal quase puro, formando uma barra de silício com praticamente a mesma pureza – com uma parcela mínima dos aditivos usados na mistura inicial.

Quando a barra de silício já tem tamanho suficiente, ela é retirada e levada para o corte. Os wafers são fatias transversais da barra cristalina, mais ou menos como um churrasqueiro faz com uma linguiça.

Da bolacha à lasca

Com o wafer recortado, o disco de cristal de silício passa por uma série de ajustes visando remover imperfeições e preparar a superfície para a impressão dos circuitos.

Wafer de 300mm com pingmentosDepois de ter sua face polida, cada bolacha recebe várias camadas de pigmentos e outras substâncias químicas. Essas camadas extras receberão a impressão do circuito responsável pelo funcionamento do chip.

Essa impressão é feita de maneira semelhante a uma gravura, em um processo chamado fotolitografia. O desenho dos circuitos é criado em uma máscara – em um tamanho bem maior do que o do chip – e projetado através de lentes sobre as camadas que foram adicionadas depois do polimento.

Os locais onde a luz incide sobre o wafer são impressionados pela luz – não muito diferente do que acontece em uma fotografia – e tratados com agentes químicos para remover as partes indesejadas no circuito. Essa é a impressão dos caminhos dos elétrons.

Perceba que um wafer hoje considerado como estado da arte tem 300 mm de diâmetro – o próximo passo é aumentar essa medida para 450 mm – e chips de computador são muito menores do que isso. Cada disco recebe a impressão de vários chips, que serão posteriormente destacados e destinados às embalagens escuras que você encontra dentro da sua máquina.

Imagem macro de dies de 25nmCada wafer é dividido, através da impressão dos circuitos, em dies – a área correspondente ao espaço ocupado por um elemento do circuito. No caso das bolachas de 300 mm utilizadas hoje, um único disco pode entregar até bilhões de dies.

Nem todos os dies são funcionais, entretanto. Contando o espaço de manipulação pelas máquinas, as áreas com informação de produção e falhas de impressão ou deposição de camadas, uma parcela de cada wafer é desperdiçada.

Como cada die não forma um circuito completo, esses bilhões de espaços tornam-se milhares – e em alguns casos apenas centenas – de chips. Depois de completado o processo de impressão, os chips são recortados do wafer e embalados em plástico para receber seu destino final.

Os chips criados por esse processo – como já foi dito antes – são utilizados tanto em processadores como em memória flash. O que diferencia um do outro são o tamanho final – chips de memória têm um formato padrão, o que não acontece com processadores – e o circuito impresso na etapa da fotolitografia .

O pessoal do PC Perspective colocou uma comparação interessante entre os tamanhos dos dois tipos de chip, que você confere nas fotos a seguir. Perceba que os chips de memória são bem menores que os de processadores (a moeda de quarter – à esquerda – tem aproximadamente o tamanho da moeda de 50 centavos brasileira, enquanto a de cent – à direita – tem o tamanho da nossa moeda de 1 centavo).

Processador em comparação com um quarter americano
Cip de memória flash comparado a um cent americano

Saindo da fábrica

Drive SSD com 10 chips NADN flash de 16 GB. Cada chip usa 3 dies de 4 GB.No total, o processo de fabricação de um chip – da extração do silício até as ligações elétricas e acondicionamento em plástico – dura duas semanas. A IMFT Lehi, ao atingir sua capacidade máxima de produção, fabricará dois mil chips por dia, prontos para a venda a empresas como a Intel e a Micron.

Dentro de cada computador, celular, MP3 player ou praticamente qualquer equipamento que você utiliza está – pelo menos – um desses componentes. Agora você já sabe toda a jornada que faz com que areia se torne um eletrônico refinado e de altíssima tecnologia.

LIBERALISMO ECONÔMICO É OPOSIÇÃO AO MERCANTILISMO

 

Postado por Amanda Maria Azevedo em 13/08/2019

Doutrina político-econômica que defende a não intervenção do Estado 

O liberalismo econômico é uma doutrina político-econômica, ligada ao liberalismo, que defende que o Estado não deve interferir na economia de uma nação e que os indivíduos devem gozar de plena liberdade de escolha. Os liberais acreditam que o intervencionismo do Estado no mercado é completamente prejudicial para a economia. 

Dentre as principais teses defendidas pelos liberais, estão: a ideia da “mão invisível do mercado”, o livre mercado, a livre concorrência, a lei da oferta e da procura, a defesa da propriedade privada, o livre câmbio e a valorização da mão de obra do trabalhador. O liberalismo econômico surgiu no século XVIII como oposição ao mercantilismo.
O liberalismo econômico surgiu como uma nova teoria que explicaria a relação entre o capitalismo, a propriedade individual das pessoas e a liberdade. O contexto histórico era a Revolução Burguesa que aconteceu entre os anos de 1640 e 1660, na Inglaterra, quando as pessoas passaram a possuir coisas individualmente.
François Quesnay (694-17774) e Vincent Gournay (1712-1759) são dois dos principais teóricos que defendiam a liberdade no campo econômico e político. Eles ajudaram a estruturas a teoria do liberalismo econômico. Com tudo, Adam Smith (1723-1790) é considerado o pai do liberalismo econômico e maior divulgador desta teoria. 
Adam Smith ficou conhecido por seus estudos e reflexões acerca do liberalismo. “Teoria dos Sentimentos Morais” (1759), “Ensaio sobre temas filosóficos” (1795) e “Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações” (1776) são algumas das suas obras mais conhecidas. 

Adam Smith é considerado uma das figuras mais importantes na história da economia mundial. (Foto: Wikimedia Commons)

Principais Características

A não intervenção do estado no mercado é a principal defesa feita pelos liberais. O liberalismo econômico defende que o governo só atrapalha no processo econômico e que o seu papel deveria ser reduzido a garantia do direito à liberdade individual, direito à vida e o direito à felicidade, dando ênfase ao direito da liberdade de escolha. 
O liberalismo econômico é típico em sociedades capitalistas e é focado na liberdade da ação de cada indivíduo. Os liberais defendem que as pessoas devem conseguir seus ganhos de acordo com os seus próprios méritos e esforços. Na teoria, os consumidores teriam um papel fundamental na economia. 
Como já vimos, o liberalismo econômico surgiu como oposição ao mercantilismo. Essa prática política defendia o total controle estatal da economia, a execução da balança comercial favorável e o protecionismo. A “política do laissez faire”, a ideia da “mão invisível do mercado” e a ideia da “livre concorrência” são alguns dos pilares do liberalismo econômico. Confira lista abaixo a definição de cada um deles:
• A “política do laissez faire”:
A “política do laissez faire” vem da expressão francesa “laissez faire, laissez aller, laissez passer, le monde va de lui-même” que em português significa “deixai fazer, deixai ir, deixai passar o mundo vai por si mesmo”. Ou seja, para os liberais não deve haver interferência nas atividades econômicas dos indivíduos livres e nem no mercado econômico e financeiro no geral.
Caso ocorra algum problema, a própria economia irá, de forma natural, se ajustar, de forma satisfatória para todas as partes. Isso sem precisar que o Estado crie regras, leis ou taxas, 
• A “mão invisível do mercado”:
Criada por Adam Smith, a ideia da “mão invisível do mercado” é baseada na “política do laissez faire” e diz que o mercado tem a capacidade de se organizar e se regular, sem nenhuma interferência. Para Smith, os indivíduos e sua ganância individual impulsionaria de forma natural e satisfatória o crescimento e desenvolvimento econômico de um determinado país. 
• A “livre concorrência”: 
A ideia da “livre concorrência” é umas das mais importantes para o liberalismo econômico. Essa tese diz que as empresas deveriam ter liberdade para produzir o produto que deseja, precificar, qualificar e taxar esse mesmo produto, sem nenhuma regulação. Por consequência, as relações de mercado entre o consumidor e o produto ajustaria a demanda e o valor desse produto. 
A lei da oferta e da procura se aplicaria nessas situações, uma vez que a ação de compra do consumidor também ajustaria a demanda e o valor do produto. O consumidor também ditaria quais seriam as melhores empresas e os melhores produtos por meio da procura. O que consequentemente tiraria do mercado as empresas que não oferece um bom produto ou serviço.

SÃO PESSOAS QUE FAZEM A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

 

Os avanços científicos potencializam conhecimento e progresso às empresas, mas é a capacidade intelectual dos seus indivíduos que as transforma

Por Maurício Bevenutti – O Estado de S. Paulo

Em um processo de transformação digital, você busca diferentes regras para a empresa. Mas todas elas são mutuamente dependentes e rodam em paralelo. Não dá para dizer: ‘olha, a turma mais especializada vai ficar no time de inovação e a menos instruída vai para a base do navio jogar lenha na fogueira.’ O alinhamento que precisa existir é que as pessoas de execução pagam os salários atuais da equipe. As de inovação pagarão a aposentadoria. E a liderança inteligente fará esses dois mundos rodarem em paralelo.”

Em outubro, no Silicon Valley Web Conference, evento promovido pela StartSe, recebemos Steve Blank. Ele é considerado o pai do empreendedorismo moderno e um dos criadores do movimento Startup Enxuta. Foi com esse parágrafo anterior que ele contextualizou como deveriam ser os processos de inovação nas empresas, entendendo a transformação digital muito mais como uma transformação humana do que tecnológica. E isso a faz tão difícil de ser implantada.

Steve Blank é considerado o pai do empreendedorismo moderno e um dos criadores do movimento Startup Enxuta

Steve Blank é considerado o pai do empreendedorismo moderno e um dos criadores do movimento Startup Enxuta

Morando no Vale do Silício há cinco anos, a fala de Blank fica clara para mim. Desde 2015, recebemos 5 mil pessoas nos cursos que promovemos na região. Quando as atividades começam, costumo conversar com as turmas e entender suas expectativas. Obviamente, grande parte espera ver carros sem motoristas, robôs e coisas do tipo. De fato, tudo isso existe e faz parte da vida local. Porém, ao fim da programação, retomo a conversa e pergunto aos participantes qual foi a principal lição aprendida durante a semana que passaram conosco. Aí vem a surpresa. A esmagadora maioria responde: “Maurício, não é a tecnologia que faz o Vale. De longe, não é. O que torna esse lugar um motor único de inovação são as pessoas. É o perfil inquieto dos moradores que faz essa região ser assim.”

Tá aí porque não se copia Vales do Silício pelo mundo. Nem se realiza transformações digitais da noite para o dia. Dar “Ctrl+C /Ctrl+V” na tecnologia é possível. Você assina um cheque e transfere inovações de um lugar para outro. Mas ninguém “copia e cola” pessoas. Mesmo com todo poder computacional disponível no planeta, a principal vantagem competitiva está na mentalidade do ser humano.

Esse assunto ganhou tanta relevância que um artigo recente da Harvard Business Review mostrou porque mais diretores de RH estão se tornando aptos a virarem presidentes de empresas. Uma das razões – segundo a pesquisa – é porque eles superam outros executivos nas competências relacionadas à liderança. Quando você vê profissionais que estudaram uma vida inteira “pessoas” assumindo o controle de grandes organizações, inevitavelmente isso gera reflexões sobre o que realmente é importante no ambiente corporativo de hoje. Os avanços científicos potencializam conhecimento e progresso às empresas. Mas é a capacidade intelectual dos seus indivíduos que as transforma.

NINGUÉM COPIA E COLA PESSOAS

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BOLSONARO PODERÁ NOMEAR VÁRIOS MINISTROS DOS TRIBUNAIS

 

 Nathan Victor – Poder 360

Com o anúncio de aposentadoria antecipada de 3 magistrados nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro passa a ter 9 indicações pendentes ao STF (Supremo Tribunal Federal) e aos tribunais superiores até dezembro de 2022, quando termina seu mandato.O presidente da República tem a prerrogativa de escolher nomes para os tribunais superiores e para o STF. No Supremo, Bolsonaro não precisa obedecer a uma lista tríplice como deve ser feito em tribunais superiores. Na foto, Jair Bolsonaro durante evento no STF© Fellipe Sampaio/STF O presidente da República tem a prerrogativa de escolher nomes para os tribunais superiores e para o STF. No Supremo, Bolsonaro não precisa obedecer a uma lista tríplice como deve ser feito em tribunais superiores. Na foto, Jair Bolsonaro durante evento no STF© Fornecido por Poder360

Por lei, a idade para aposentadoria compulsória de integrantes do Poder Judiciário é 75 anos. Eles podem optar por sair antes. Mas só recebem a aposentadoria integral se cumpridos os requisitos do Regime Próprio do Serviço Público.

O presidente da República tem a prerrogativa de selecionar um sucessor para esses ministros. O indicado precisa ter mais de 35 e menos de 65 anos, reputação ilibada e notável conhecimento jurídico. No STF, respeitados os critério básicos, a escolha do presidente é mais livre. Não é necessário que o selecionado seja um juiz, um advogado ou até mesmo ter formação acadêmica na área do direito.

No STJ (Superior Tribunal de Justiça), no TST (Tribunal Superior do Trabalho) e no STM (Superior Tribunal Militar), Bolsonaro tem de escolher 1 nome a partir de uma lista tríplice formada pelas respectivas Cortes. Mas tanto no Supremo como nesses tribunais, o indicado precisa ser aprovado pelo Senado Federal.

Já o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não tem composição fixa. A cada 2 ou 4 anos, ocorrem mudanças no plenário para manter o caráter apolítico das Cortes eleitorais. O presidente da República também escolhe 2 nomes, entre advogados indicados pelo STF, mas não há aposentadorias para o Tribunal.

Aposentadorias em 2021

Nefi Cordeiro, 57 anos, comunicou sua saída do STJ em 2 de março. Ao Poder360, o magistrado disse que a decisão se deu depois de “sucessivas intercorrências médicas e novos eventos”“Repensei os caminhos. Está tudo bem”, afirmou.

Em 4 de março, Brito Pereira, de 68 anos, anunciou seu pedido de aposentaria do TST. O comunicado foi feito durante sessão, por videoconferência, na Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais.

O ministro Márcio Eurico Amaro, de 68 anos, despediu-se do TST em 5 de março. Amaro, que era integrante do Tribunal desde 2007, foi homenageado no Órgão Especial da Corte Trabalhista.

Seis das 9 indicações pendentes de Bolsonaro já estavam previstas quando ele assumiu o governo. São para o lugar de: Napoleão Nunes Maia Filho (STJ); Marco Aurélio (STF); Felix Fischer (STJ); Renato Paiva (TST); Emmanoel Pereira (TST); e de Luis Carlos Gomes (STM). Celso de Mello, do STF, também estava na lista. Deixou o Supremo no ano passado.

O chefe do Executivo também pode escolher integrantes para os tribunais regionais federais.

EMPRESÁRIOS FAZEM PROPOSTA DE RENDA BÁSICA

 

Movimento Convergência Brasil, lançado no ano passado, propõe direcionar às famílias uma parcela dos recursos obtidos com as privatizações e com a reforma administrativa, que começou a ser discutida no Congresso

Idiana Tomazelli, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – A retomada do auxílio emergencial e a discussão sobre como reforçar as políticas sociais no segundo semestre do ano levaram um grupo de executivos a lançar uma nova ofensiva junto a parlamentares e integrantes do governo para tentar destravar reformas e, ao mesmo tempo, tornar viável um programa de renda básica. A proposta é direcionar às famílias uma parte dos recursos obtidos com as privatizações e com a reforma administrativa, que tende a reduzir os gastos com o RH do Estado.

Lançado no ano passado, o Movimento Convergência Brasil retomou as articulações após a definição para o comando do Congresso Nacional ter desanuviado o ambiente para o andamento das reformas. Com a aprovação da PEC emergencial, que recriou o auxílio a vulneráveis e instituiu mecanismos constitucionais de contenção de despesas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), colocou a reforma administrativa como uma das prioridades e designou o relator do texto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) – onde ocorre o primeiro estágio da tramitação.

O grupo é liderado por Elvaristo do Amaral e tem como apoiadores Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do conselho de administração do Grupo Gerdau, Hélio Magalhães, ex-presidente do Citi e presidente do conselho de administração do Banco do Brasil, Helena Nader, vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências, Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo, e Fabio Barbosa, membro do Conselho das Nações Unidas, entre outros empresários e personalidades.

Luiza Trajano
Luiza Trajano: ‘Nosso propósito é fazer um Brasil melhor de acordo com várias premissas. Uma delas é a união em momentos de dificuldade’ Foto: Felipe Rau/Estadão

“Precisamos criar um programa complementar de renda de longo prazo aos mais necessitados”, afirma Amaral. “Não se está fazendo favor, simplesmente. Não está se dando esmola para ninguém. Estamos fazendo um programa social de resgate do cidadão que hoje está no desespero.”

Representantes do grupo conversaram recentemente com o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), sobre a proposta. Eles elaboraram uma emenda a ser apresentada à comissão que discutirá o conteúdo da reforma administrativa. O objetivo é vincular 30% da economia obtida com a proposta a um programa de transferência de renda a vulneráveis.

Estimativas. Cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgados em setembro apontam que iniciativas para reduzir a reposição de servidores daqui para frente, cortar salários iniciais para novos entrantes e alongar os degraus das carreiras podem resultar em impactos de R$ 202,5 bilhões a R$ 318,5 bilhões em dez anos, a depender do alcance das medidas. O valor considera a economia obtida por União, Estados e municípios.

Amaral chega a citar números mais generosos, perto de R$ 800 bilhões, pois é defensor da inclusão dos atuais servidores e dos membros dos demais Poderes, como juízes, procuradores, desembargadores e parlamentares. Todos esses grupos ficaram de fora do texto encaminhado pelo governo Bolsonaro no ano passado. Para o coordenador do grupo, é preciso acabar com “penduricalhos” em salários do serviço público, sobretudo num momento em que a administração tem poucos recursos e há famílias que precisam do apoio estatal.

A mesma vinculação seria feita com recursos a serem obtidos com as privatizações. Na avaliação de Amaral, o governo deveria colocar à venda todas as suas empresas – inclusive Petrobrás e Banco do Brasil, cuja privatização já foi descartada por Bolsonaro. Como potencial de arrecadação, ele cita valores de R$ 500 bilhões até o R$ 1 trilhão já pregado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Nessa proposta, 30% das receitas obtidas seriam colocadas em um fundo financeiro administrado pelo BNDES. A cada ano, 5% ou 10% seriam sacados para bancar o programa de renda básica. O porcentual seria calculado de forma a garantir longa duração à política.

“O esforço do Convergência é atrair as forças políticas divergentes para convergir para uma proposta concreta. Colocamos de um lado da equação a reforma administrativa e as privatizações, que teoricamente seriam um problema meramente econômico, e seria uma posição de pessoas de centro ou de direita. Do outro lado, se coloca o atendimento de uma demanda social imediata e urgente da sociedade brasileira que precisa ser atendida, é inescapável, e que, em teoria, deveria atrair pessoas de centro-esquerda”, afirma Amaral.

O coordenador do movimento reconhece que alguns detalhes operacionais ainda precisam ser discutidos, como a harmonização da proposta com o mecanismo do teto de gastos, que limita o avanço das despesas à inflação, sobretudo no caso do uso das receitas obtidas com privatizações para elevar o gasto social. Mas ele diz acreditar que, com um sinal de compromisso do Congresso com as reformas, seria plausível encontrar um desenho que torne o programa viável. “Não é possível que não se encontre uma saída que não seja danosa às políticas fiscal e monetária”, afirma.

Amaral reconhece que, além de um fator social, os empresários também se beneficiarão de uma política de renda básica mais robusta. “A criação de uma renda básica para os mais vulneráveis será altamente benéfica para toda a sociedade, inclusive para os empresários. Uma renda complementar de caráter permanente gradualmente vai sendo incorporada ao mercado consumidor, e os empresários muito corretamente estão dispostos a produzir. Isso gera mais crescimento, mais emprego”, afirma.

MINISTRO DA ECONOMIA GUEDES É A FAVOR DA VACINAÇÃO EM MASSA

 

Ministro da Economia defendeu a vacina contra covid-19 e reforçou coro em relação às reformas

Aline Bronzati e Célia Froufe, O Estado de S. Paulo

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a vacinação em massa é urgente e o primeiro passo para que o Brasil consiga retomar a confiança. Ele defendeu ainda, em conversa com empresários, nesta noite, a importância de seguir com as reformas no País.

“Vacinação em massa é a melhor política fiscal, mais barata e de maior impacto sobre a oferta”, disse ele, em live. “A primeira medida fiscal, de saúde pública, de tudo, é a vacinação em massa.”

Guedes reforçou o coro em relação às reformas. “Foco tem de ser seguir com reformas. O Brasil pode ser a maior fronteira de investimentos do mundo”, afirmou. Para ele, o governo Bolsonaro merecia críticas nas reformas que atrasaram, mas têm avançado na agenda.

Ele disse que a reforma administrativa pode ter encaminhamento relativamente rápido. Afirmou ainda que a economia esperada, de R$ 300 bilhões, pode ser elevada para R$ 450 bilhões, “sem grandes dificuldades”.

Paulo Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Temos de ter coragem em assumir orçamentos públicos. Descarimbar o dinheiro não significa dar menos. Para mim, desindexa, desvincula e desobriga. Mas vamos chegar lá. É uma questão de tempo, uma estrada longa a ser percorrida”, disse Guedes.

Ele mencionou uma tríade para o Brasil atravessar a pandemia: auxílio emergencial, vacinação e prorrogação dos programas que deram certo, como, por exemplo, o de redução de salários e suspensão de contrato trabalhista.

Guedes participa hoje de live do Parlatório, organização sem fins lucrativos. Participam do encontro virtual o ex-Secretário Nacional de Segurança Pública e ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, General Santos Cruz, o médico Raul Cutait, a jurista Ellen Gracie, os empresários Abilio Diniz, Luiza Trajano, Jorge Gerdau, Flavio Rocha, o ex-ministro da Fazenda e atual diretor do Banco Safra, Joaquim Levy, além do também ex-ministro Luiz Furlan.

‘Não sou voz isolada (em Brasília)’

O ministro também disse que não é uma voz isolada em Brasília. Ele fez a análise após ser “provocado” pelo empresário e filantropo sírio radicado no Brasil, Elie Horn, que já foi presidente do grupo Cyrela. Segundo o empresário, que se apresentou como amigo de Guedes, o ministro é “uma voz falante dentro de um antro de surdos”. “Brasília não ouve muito”, disse Horn.

Guedes disse na live que fez uma aposta muito grande na democracia. “Havia a narrativa de que a democracia estava sob risco, de que haveria guerra sem fim. Nunca pensei que a democracia brasileira estivesse em risco”, afirmou. Ele disse que o seu trabalho é um aprendizado e parte de um esforço dos que estiveram no Ministério antes dele e buscaram melhorar o País. “Não acho que sou uma voz isolada”, afirmou. “Tentei criar narrativa construtiva e real.”

Guedes afirmou que a mídia deu apoio às reformas políticas, mas que com a questão da saúde por causa da pandemia se abriu um fosso no Brasil. O País, de acordo com ele, perdeu a sensatez. Ele também criticou o fato de as eleições de 2022 já estarem sendo antecipadas e disse que “falar em impeachment todo o dia” descredencia o Brasil.

Na opinião de Guedes, depois de décadas sob o regime militar, era natural que houvesse um governo mais à esquerda, mas a administração petista, de acordo com ele, se esqueceu da classe média em sua gestão. “Quem decide as eleições no Brasil é o centro, e o centro se deslocou para a direita”, disse.

Sobre seu trabalho à frente da Economia, o ministro afirmou que todos erram, mas que a busca é pelos acertos. “Devemos estar errando bastante também, mas estamos acertando alguma coisa. Devemos estar fazendo algumas coisas boas e errando em outras áreas.”

ESTADOS BRASILEIROS POSSUEM TERRAS PARA REGULARIZAR NA AMAZÔNIA

 

Maioria das áreas na Amazônia Legal não tem nem sequer 1ª fase de processo, indica estudo feito pelo Imazon

Giovana Girardi, O Estado de S.Paulo

Apontada pelo governo Bolsonaro como principal estratégia para conter a grilagem e, portanto, o desmatamento na Amazônia, a regularização fundiária esbarra em um fato que vai além do poder da União: cabe aos governos estaduais resolver a falta de titulação na maior parte das terras não destinadas na região.

É o que revela um levantamento inédito feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia(Imazon) sobre os gargalos da regularização fundiária na região frente aos projetos de lei que tentam resolvê-la. 

O relatório “Dez fatos essenciais sobre regularização fundiária na Amazônia Legal”, que será lançado nesta quarta-feira, 24, estima que os Estados são responsáveis por decidir sobre o destino de 86,1 milhões de hectares – ou 17% da Amazônia Legal

Segundo cálculos feitos pelos pesquisadores do Imazon, liderados pela especialista em gestão fundiária Brenda Brito, esse montante corresponde a 60% das áreas não destinadas ou sem informação sobre destinação na região. São áreas sem título para algum proprietário de terra oficialmente conhecido e que tampouco se encaixam em cadastros do Incra, das unidades de conservação ou de terras indígenas e de florestas públicas.

Amazônia
Imazon levantou os gargalos para a regularização de terras na Amazônia Legal Foto: Tiago Queiroz/Estadão

No entanto, a maioria das áreas estaduais nem sequer foi arrecadada, ou seja, não foram registradas em cartório, que é o primeiro passo para a destinação da área, seja para titulação privada ou outras formas de destinação. Essas áreas não arrecadadas representam 10% de toda a Amazônia Legal, de acordo com o levantamento.

O relatório aponta que, apesar do enorme desafio, falta planejamento para a arrecadação, o controle e a destinação desse território. E a situação é piorada, na avaliação dos pesquisadores, por leis estaduais que acabam incentivando a invasão de terras públicas e a grilagem.

Considerando as áreas não destinadas como um todo – da União e dos Estados –, elas respondem por cerca de 28% da Amazônia Legal, mas concentram uma boa parcela do desmatamento. Entre 2013 e 2020, segundo dados do Prodes (sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais que fornece a taxa oficial de desmatamento), 40% da devastação ocorreu nessas áreas.

Por outro lado, chama atenção que cerca de um terço de todas as áreas não destinadas têm registro no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Uma parte pode ter direito de fato àquela terra, mas outra pode ter sido grilada – informação que teria de ser verificada pelos governos nos processos de regularização fundiária.

Segundo especialistas, o problema é que esse processo de desmatamento é desencadeado, em boa medida, justamente com o objetivo de resultar numa regularização de terra no futuro. “Os governos usam como argumento que a regularização fundiária vai resolver isso. De fato, é um instrumento para tirar as terras do mercado da grilagem, mas isso não vai conter o desmatamento se a legislação ficar sempre alterando o marco temporal sobre até quando uma ocupação pode ser regularizada”, explica Brenda.

Atualmente tramita no Congresso o projeto de lei 510/2021, que altera o marco temporal, flexibiliza os requisitos para a regularização, estende o procedimento simplificado para imóveis até 2.500 hectares e enfraquece as salvaguardas ambientais, entre outros projetos.

Discussão sobre o marco temporal

Atualmente tramita no Congresso o projeto de lei nº 510/2021, que altera o marco temporal limite para que a terra tenha sido ocupada a fim de ser regularizada, flexibiliza os requisitos para a regularização, estende o procedimento simplificado para imóveis até 2.500 hectares e enfraquece as salvaguardas ambientais, entre outros projetos.

Uma alteração na lei federal em 2017, no fim da gestão Temer, já tinha ampliado o marco temporal de 2004 para 2008, mas permitindo, em alguns casos, regularização até 2011, segundo Brenda. Já na gestão Bolsonaro passou a se buscar uma nova ampliação do marco.

Algumas leis estaduais, diz a pesquisadora, nem chegam a colocar uma data limite. Sete, dos nove estados da Amazônia Legal (exceto Amapá e Rondônia), não especificam um marco temporal para uma ou todas as formas de venda e doação de terras, informa o relatório.

“Não vai se conter o desmatamento com regularização fundiária se o marco mudar o tempo todo. Se isso fica em aberto, fortalece o ciclo: ocupa, desmata, pede o título da terra. E, se não pode, vai lá e muda a lei”, diz Brenda.

Amazonas que, de acordo com o levantamento, é onde mais tem terras estaduais a serem destinadas, foi procurado pela reportagem, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.

Pará, indicado no estudo como um Estado que pode ser um dos primeiros na Amazônia a arrecadar terras de forma mais planejada, disse que 21,67% do território é de governança exclusiva do Estado, e que a  maior parte já foi identificado, arrecadada e matriculada em nome do Estado do Pará.

“Todas as ações do estado que estão em execução tem como objetivo combater a grilagem e o desmatamento, além de proteger, beneficiar, prestigiar e contribuir com o desenvolvimento de quem de fato produz e nunca teve a oportunidade de se regularizar”, disse o governo do Pará, em nota.

“É por meio da regularização fundiária que criamos uma cadeia de prosperidade. A medida também resultará na redução da necessidade de mais espaço para produzir, consequentemente, a redução do desmatamento”, completou o governo.