Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento, usando como meio de transporte um excelente livro sobre o universo digital.
Ele me levou para San Francisco, Califórnia, Estados Unidos, onde fui recebido pela escritora Sarah Frier, a quem fui logo pedindo:
Ensina-me algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor.
– Faça da ousadia o seu traço de personalidade mais marcante.
– Procure hoje colocar a cabeça dentro do futuro e tente moldar o presente para que ele se transforme na sua visão.
Sarah escreveu o premiadíssimo livro “No Filter” (Sem Filtro, em português) , no qual ela conta a história da criação do Instagram, desde a sua concepção, há dez anos, até o seu crescimento meteórico e sua venda para o Facebook por US$ 1 bilhão.
Frier capta, com um incrível poder de investigação científica e de síntese, a essência da história de uma das mais extraordinárias empresas da era digital.
O Instagram chegou ao incrível recorde de acumular mais de 1 bilhão de usuários por mês.
Foi criado por dois jovens engenheiros visionários, um deles, brasileiro, o paulistano Michel Krieger, conhecido na América como Mike.
Durante uma folga em uma praia mexicana, seu amigo Kevin teve o grande momento de eureka na vida.
Em uma caminhada com a namorada, ela perguntou, em tom de instigação, como é que um amigo do casal conseguia publicar em suas redes sociais fotos tão bem produzidas.
Kevin logo respondeu que ele deveria usar um dos aplicativos básicos que sobrepunham filtros às imagens das fotos, com o intuito de reduzir suas imperfeições.
Espantada e bem-humorada, a namorada sugeriu que Kevin e Mike talvez pudessem pensar em ter filtros no novo aplicativo que estavam desenvolvendo.
Quando voltou a San Francisco, Kevin comentou para com o amigo brasileiro sobre a sugestão do uso dos filtros tão elogiados por sua namorada.
Mike se debruçou em cima da ideia e criou logo os primeiros esboços, e assim surgiram os famosos filtros do Instagram.
No Filter é um dos melhores livros entre os 364 que já li neste ano, dentro da minha meta pessoal de ler um livro por dia.
Se o brasileiro Ivo Pitanguy criou a cirurgia plástica e o conceito de beleza e estética facial, Mike Krieger transportou esse conceito para as fotos digitais.
No fundo, o brasileiro gosta é mesmo de beleza, você não acha?
Palestrante, consultor e fundador do Blog do Maluco
Mais algumas gerações, e a época atual será lembrada pela imaturidade egoísta que ainda domina a sociedade. Nossos descendentes pensarão no legado recebido: “Como estavam atrasados nossos antecessores! Poderia ter vivido muito melhor!”.
Não há como se esperar em curto prazo uma saída desse penoso clima sociopolítico, afundados num nível ainda muito baixo de espiritualidade, que atrasa a colheita de um bem-estar ao alcance de uma nação, como a brasileira, aquinhoada de imensos recursos naturais, clima, solo e espaços de rara fecundidade.
Em nossos tempos predomina, abominavelmente, a lógica antissocial do proveito sem escrúpulo. Elites que deveriam dar o exemplo e se erguer como faróis na escuridão despejam sobre as massas atitudes abomináveis, contrárias ao que deveria ser praticado e demostrado. Pior é quando figuras que, aliviadas pelos altos ganhos, salários e privilégios, portanto ao reparo de aparentes necessidades irrefreáveis e tentações, transgridem e infringem a ética e a probidade. Apenas um exaustivo trabalho de conscientização dos indivíduos, de bons exemplos e ações poderá persuadir e, assim, conquistar pessoa por pessoa para a benevolência. Por meio dos indivíduos melhorados, e apenas assim, numa democracia se transformará o conjunto da nação.
Os usurpadores deixam a população no sofrimento, obviamente escondendo dos holofotes seus planos. Quanto maior o sofrimento das pessoas (parece que alguns partidos acreditam e agem dessa forma, abjeta e não confessada), mais fácil será provocar uma satisfação por meio de mínimos alívios.
Dominar e se manter à frente de um rebanho miserável. Com pouco, pensam eles, se alcança uma mudança impactante. É mais feliz um pobre africano castigado pela seca ao receber alguns quilos de arroz ou de farinha que um alto funcionário ao receber uma gratificação de R$ 5.000, que compra mais de cem quilos de alimentos.
As instituições públicas podem mudar a vida dos seres humanos governados, mas elas podem ser alteradas apenas por seres humanos evoluídos. Tudo isso requer esforços individuais, que têm contra si o tempo, as limitações humanas, o egoísmo. Até lá é trabalhar, sem desanimar, para desfazer a visão cruelmente materialista e implantar uma visão mais espiritualista da realidade e da continuidade humana.
Imagino que a maioria dos políticos atuais, dos grandes operadores de finanças, neste momento interromperão a leitura deste texto. A espiritualidade não é uma ciência exata; permanece num horizonte indefinido para quase a totalidade das pessoas. Contudo, um ser convenientemente espiritualizado pode provocar milhões de espiritualizações, numa cadeia infindável de reações que vão além de sua vida, e contribuir com a evolução humana.
Temos ainda um número exagerado de figuras digladiando-se por vantagem pessoal efêmera, por vez velada de um interesse setorial, mas sub-repticiamente desprovidas de escrúpulos com as consequências deletérias e os prejuízos que as vantagens de uns poucos geram para muitos outros. Não há medida ou decisão que possa realmente ser considerada acertada quando não se considera o conjunto ou a integralidade social.
Dando apenas pão, pode-se ajudar somente o indivíduo; só é possível ajudar uma integralidade de pessoas redimindo-as da fome e da brutalidade, ajudando-as a obter uma concepção (holística) do mundo, que pelas vias da espiritualidade se abre e penetra nas consciências individuais e as transforma permanentemente. De nada adianta fornecer apenas o pão a cada uma das pessoas, o resultado será que depois de algum tempo muitos estarão de novo sem pão.
A ação dos governos, e até aquela empresarial, chegará num prazo relativamente próximo, a compreender e providenciar, além da distribuição de recursos materiais, alimento intelectual e espiritual.
Educação já! Por que a abertura das escolas é tão importante?
Prejuízo causado às crianças pelo fechamento é incalculável
Por LAURA SERRANO – JORNAL O TEMPO
A chamada é um dos momentos típicos da escola, e muitos de nós nos lembramos com carinho de quando respondíamos à professora: “Presente!”. Infelizmente, nesse ano que passou, nossas crianças não tiveram a mesma oportunidade. A Covid-19 impediu a realização das aulas presenciais. Nos momentos mais agudos da pandemia e quando ainda não tínhamos nenhuma informação sobre o novo coronavírus, o ensino remoto foi a alternativa possível para que nossas crianças continuassem a aprender e não perdessem o vínculo precioso com a escola.
Todos nós nos lembramos do comércio quase que completamente fechado, da inexistência das feiras, dos cultos religiosos suspensos, dos bares sem funcionar, da vida vivida em isolamento completo. O cenário hoje mudou. O distanciamento social ainda é importante, assim como o cumprimento dos protocolos sanitários. É graças ao cumprimento dos protocolos, à observância dos resultados de estudos científicos mais recentes e ao aprender com experiências bem-sucedidas de outros países que foi possível retomar atividades de forma segura e responsável. Tudo aberto, exceto escolas! É isso mesmo que desejamos para nossas crianças e sociedade? Não há desenvolvimento sem educação.
Pois bem, vamos aos dados e evidências. As escolas fechadas por um longo período têm impacto devastador: as crianças ficam sujeitas à violência física e emocional, suscetíveis a abusos sexuais e trabalho infantil, bem como depressão e obesidade, segundo estudos da Unicef. Muitas famílias têm deixado crianças e adolescentes em lugares clandestinos ou mesmo com cuidadores não treinados, propiciando situações como o duro relato que ouvi de uma cidadã moradora de comunidade e a favor da volta às aulas presenciais: as escolas pararam, mas o tráfico e a prostituição, não.
Além disso, há um aumento da exclusão durante a pandemia da Covid-19, e avalia-se que aproximadamente 40% dos países de renda baixa e média-baixa não auxiliaram os alunos vulneráveis durante o fechamento temporário das escolas (Relatório de Monitoramento Global da Educação – Unesco). O governo Zema disponibilizou em tempo recorde o ensino remoto para os alunos da rede pública estadual, sendo referência no assunto nacional e internacionalmente. Mas, infelizmente, temos exemplos como Belo Horizonte, em que as escolas públicas municipais fecharam completamente e sem ensino remoto, agravando as desigualdades entre crianças de escolas públicas e particulares.
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A Covid-19 em crianças corresponde a menos de 2% dos casos totais na população (Portal Pebmed). Um estudo de uma equipe de médicos pediatras realizado pelo movimento Pais pela Educação sobre o desenvolvimento da Covid-19 em crianças evidencia que “revisões sistemáticas da literatura mundial, incluindo mais de 70 países do mundo e o Brasil, demonstram um padrão mais benigno evolutivo na faixa etária pediátrica (de 0 a 19 anos) em relação aos adultos. Crianças e adolescentes infectados apresentam, na grande maioria dos casos (de 85% a 95%), formas assintomáticas ou leves e moderadas da doença na fase aguda. Menos de 5% evoluem d</CW><CW10>e forma grave ou crítica”.
Segundo o “Journal of the American Medical Association”, pessoas menores de 20 anos têm 44% menos possibilidades de se infectar após exposição, em comparação com adultos maiores de 20 anos.
O prejuízo causado pelo fechamento das escolas para as crianças é incalculável. Especialmente quando se prolonga por muito tempo, o remédio pode ser pior do que a doença. Evasão escolar, atraso no desenvolvimento cognitivo e pedagógico, risco de violência, distúrbios da saúde mental e insuficiência nutricional são algumas das consequências de escolas fechadas por mais tempo do que o necessário. Os protocolos específicos e com base científica já existem e devem ser implementados. Já passou da hora de nossas crianças poderem responder “Presente!” dentro da escola, ainda que com um grande sorriso coberto pela máscara.
Inquérito pode levar Pazuello a perder posto e patente
Rumo de investigação no STF tem potencial de levar ministro da Saúde à Justiça Militar
Rafael Moraes Moura, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA – O inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar se houve omissão do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no colapso da rede pública de hospitais de Manaus pode levar a uma condenação do general da ativa e até mesmo, em última análise, à sua perda de posto e patente pelo Superior Tribunal Militar (STM). Em outras palavras, na visão de especialistas ouvidos pelo Estadão, o oficial do Exército coloca em risco sua carreira militar por atos como agente político.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, presta esclarecimentos no Senado sobre atuação na pandemia Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÂO
Pazuello prestou depoimento à Polícia Federal no início do mês para explicar a sua atuação na crise instalada na capital do Amazonas, onde dezenas de pacientes morreram asfixiados por falta de oxigênio. A suspeita é de que houve omissão da pasta no episódio. O processo tramita no Supremo porque o militar possui prerrogativa de foro perante a Corte, já que ocupa um cargo de ministro de governo. Ao determinar a abertura da investigação, no último dia 25, o ministro Ricardo Lewandowski deu um prazo de dois meses para a conclusão dos trabalhos.
Uma eventual condenação de Pazuello pela Justiça Militar, em um segundo momento, com a perda de posto e patente (uma espécie de encerramento da carreira no Exército), está diretamente ligada aos desdobramentos do inquérito contra o ministro que atualmente tramita no Supremo.
Caberá ao procurador-geral da República, Augusto Aras, verificar os indícios levantados contra Pazuello e decidir se apresenta ou não uma denúncia. A análise de uma eventual acusação ficaria sob a responsabilidade dos 11 integrantes do plenário do STF, que poderiam colocar o general no banco dos réus.
“É preciso deixar bem claro que o Supremo absolve inocentes e condena culpados. Não se tem ainda elemento para se formar uma convicção. O que houve, no meu modo de ver, foi o fator-surpresa, porque alguns países também foram surpreendidos com falta de oxigênio”, disse ao Estadão o presidente do STF, Luiz Fux, em entrevista publicada no último dia 7.
Se a denúncia for aceita pela Corte, o passo seguinte seria abrir uma ação penal e aprofundar as investigações sobre a atuação de Pazuello no cargo, que poderiam resultar na condenação ou na absolvição do ministro.
O inquérito poderia sair das mãos do Supremo se eventualmente Pazuello deixar o cargo de ministro de Saúde. Nesse cenário, a tendência é que o inquérito seja encaminhado à Justiça Federal do Distrito Federal.
“Penso que não há que se falar em crime propriamente ou impropriamente militar, já que o general Pazuello agiu dentro dos ditames do ordenamento jurídico comum”, avalia o advogado Pedro Carvalho, secretário-geral adjunto da comissão de direito militar da OAB-DF. “Ademais, não haveria razão para tal imputação em crime militar, já que ele, apesar de ser oficial general em atividade, exerce o cargo de ministro de Estado, ou seja, ele agiu como agente público e não como militar”, acrescentou.
Além do inquérito no STF, a atuação de Pazuello é alvo de questionamentos no Tribunal de Contas da União (TCU) e de um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado. Na quinta-feira passada, o ministro esteve no Congresso e apelou para que a pandemia não seja usada como “frente política”. “(É) contra esse inimigo (covid-19) que temos de nos unir”, disse o ministro.
Desdobramentos
Ao longo dos últimos dias, o Estadão conversou com integrantes do STM, da PGR, do Ministério Público Militar (MPM) e do Ministério da Defesa para traçar o destino jurídico de Pazuello, a depender dos desdobramentos do inquérito do STF. As fontes pediram para não serem identificadas porque podem eventualmente atuar no caso.
Uma condenação criminal poderia impedir uma promoção, mas, segundo militares ouvidos pela reportagem, Pazuello já chegou ao topo da carreira – e não pode ser mais promovido, por ser Oficial de Intendência. Nesse caso, o topo da carreira é o posto de general de três estrelas, já ocupado pelo ministro da Saúde. Um ministro ouvido reservadamente pela reportagem disse que Pazuello não poderia ser general quatro estrelas, nem se fosse o melhor titular da Saúde do mundo.
Na avaliação de um integrante do MPM, uma punição a Pazuello no âmbito da Justiça Militar é possível no caso de o ministro ser condenado previamente pelo Supremo (ou pela Justiça Federal). Uma decisão sobre a perda de posto e patente caberia ao plenário do STM, em um segundo momento.
Nesse julgamento, o STM decidiria se Pazuello é indigno ou não de pertencer às fileiras do Exército. É um julgamento que vai tratar dos aspectos éticos e morais do oficial sob o prisma do Estatuto dos Militares. “Se o militar, independentemente de ser ministro – vale para todos –, se for condenado por mais de dois anos e um dia, inicia-se um outro processo para a perda do posto e patente, que será julgado pelo STM. É prerrogativa do STM julgar os oficiais generais”, explicou o ex-ministro do STM Rosa Filho.
“É muito difícil haver expulsão, mas ele perder o posto e a patente é como se fosse um ‘morreu para a família dele’. Não deixa de ser uma expulsão das Forças Armadas”, afirmou.
Nesse caso, quem apresenta a ação, chamada de “representação por indignidade”, não é Aras, e sim o procurador-geral da Justiça Militar, Antônio Pereira Duarte. A ação só é apresentada após o esgotamento de todos os recursos da condenação criminal.
Se a condenação for de até dois anos, o procedimento é outro. O caso é submetido antes ao Conselho de Justificação, formado por três oficiais da ativa. Os oficiais elaboram um relatório a ser enviado ao comandante do Exército. O conselho tem um prazo de 30 dias para concluir seus trabalhos. Nesse cenário, caberia ao comandante do Exército analisar se arquiva o caso ou o envia para o STM.
Procurado, o STM não quis comentar a situação de Pazuello. O Ministério da Saúde também não se manifestou.
Ministro-general sob pressão; Senado quer CPI
STF – O ministro do STF Ricardo Lewandowski determinou, em janeiro, abertura de inquérito para apurar atuação de Pazuello no colapso da rede pública em Manaus.
TCU – O TCU cobrou explicações do Ministério da Saúde e do Comando do Exército sobre a produção e distribuição de cloroquina, aposta de Bolsonaro na pandemia.
Senado – Pressionado por ameaça de CPI da covid, Pazuello participou de audiência no Senado na quinta-feira passada. Rodrigo Pacheco analisa pedido.
‘O povo tá vibrando’, diz Bolsonaro sobre novo decreto de armas
Presidente, porém, evitou se estender sobre o tema ao encontrar apoiadores em São Francisco do Sul (SC), onde passa o carnaval
Fábio Bispo, especial para o Estadão, O Estado de S.Paulo
SÃO FRANCISCO DO SUL (SC) – Ao ser questionado pelos jornalistas sobre os decretos que facilitam o acesso a armas e munições no País, o presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo, 14, que “o povo tá vibrando”. A declaração foi dada logo após o presidente encontrar apoiadores na saída do Forte Marechal Luz, em São Francisco do Sul (SC), onde passa o carnaval com a família. Os jornalistas insistiram no assunto, mas Bolsonaro se negou a responder. “Só falo se estiver ao vivo”, disse, já deixando o local.
Mais cedo foi a vez do filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) cobrar apoio aos decretos durante um encontro com apoiadores. “Cadê o rapaz que queria arma?”, perguntou Eduardo ao grupo de pessoas que aguardava o presidente na praia, no fim da manhã.
Em tom de jogral, Eduardo utilizou velhos bordões contra a esquerda para interagir com o público: “Vocês estão com saudades do BNDES mandando dinheiro para Cuba?”, questionou, ouvindo na sequência um coro de “não”. Em seguida, perguntou: “Criança na escola é para aprender sexo?”
Bolsonaro desembarca em Navegantes (SC); presidente passa o carnaval no Forte Marechal Luz, em São Francisco do Sul Foto: Ivan de Leone
Ele também provocou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Se o Lula vier aqui vai ter esse carinho todo?”, questionou o filho 03 de Bolsonaro ao grupo de apoiadores do pai.
Mas houve a mesma receptividade entre os presentes quando Eduardo falou sobre o recém publicado decreto das armas, que flexibiliza a compra de armas e munição. Os vídeos foram postados na rede social do deputado federal.
No fim da noite de sexta-feira,12, o governo federal alterou quatro decretos de 2019 que regulam a aquisição de armamento e munição por agentes de segurança e grupos de colecionadores, atiradores e caçadores (CACs). As alterações flexibilizam os limites para compra e estoque de armas e cartuchos.
Entre as mudanças estão o aumento, de quatro para seis, do número máximo de armas de uso permitido para pessoas com Certificado de Registro de Arma de Fogo, a possibilidade de substituir o laudo de capacidade técnica – exigido pela legislação para colecionadores, atiradores e caçadores – por um “atestado de habitualidade”, emitido por clubes ou entidades de tiro.
Outra mudança é a permissão para que atiradores e caçadores registrados comprem até 60 e 30 armas, respectivamente, sem necessidade de autorização expressa do Exército.
A consulta popular levou à derrubada de um artigo do Estatuto do Desarmamento que proibia o comércio de armas no País.
Facilitar o acesso às armas e munições é uma bandeira de Bolsonaro desde a época em que ele era deputado. Em 2019, o presidente tentou flexibilizar o porte e a posse de armamento por decreto, mas foi derrotado no Senado, que anulou o ato por meio de um projeto de decreto legislativo. Quando o texto foi enviado à Câmara, o governo recuou e decidiu revogar seu próprio decreto para evitar a derrota.
Em janeiro, Bolsonaro afirmou a apoiadores, na porta do Palácio do Alvorada, que preparava novos decretos para facilitar o acesso a armas de fogo a CACs. Na ocasião, citou o crescimento recorde na venda de armamentos, mas disse esperar aumento ainda maior. Segundo a Polícia Federal, 179.771 novas armas foram registradas no País no ano passado, aumento de 91% em relação a 2019.
Parlamentares do PSOL e do PCdoB informaram que vão ao Supremo Tribunal Federal contestar as mudanças. O deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) apontou “risco à democracia”, anunciou que o partido vai ajuizar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adi).
O decreto publicado no Diário Oficial da União é assinado por Bolsonaro, pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, e pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.
Além da flexibilização da posse de armas, o presidente havia prometido recentemente se empenhar para aprovar no Congresso uma ampliação dos critérios previstos para o chamado excludente de ilicitude para agentes de segurança e militares. Ele disse no início do mês, em Cascavel (PR), que já tem “acordado” com os novos presidentes da Câmara e do Senado a votação de um projeto. A intenção é que o projeto de lei tenha efeito para militares e agentes de segurança que atuam em operações de Garantias da Lei e da Ordem (GLO).
Governo federal não trabalhou com diligência para trazer vacinas aos brasileiros a tempo de salvar vidas. Passa da hora de fazer Bolsonaro agir como presidente
Notas & Informações, O Estado de S.Paulo
A prioridade nacional é a vacinação de todos os brasileiros maiores de 18 anos contra a covid-19, respeitando-se, é claro, a ordem de precedência estabelecida pelas autoridades de saúde. Não é a única prioridade em um país marcado por tantas chagas abertas, mas não é possível dar a atenção necessária a temas como recuperação econômica, reformas estruturais, políticas educacionais e preservação do meio ambiente, enquanto cerca de 1,5 mil brasileiros morrem em decorrência da doença todos os dias. Uma situação como essa paralisa a Nação.
Não se pode vislumbrar um futuro mais promissor para o País se o morticínio causado pelo novo coronavírus não for interrompido o mais rápido possível. A perda de tantas vidas, dia após dia, drena as forças da sociedade, que não pode simplesmente olhar resignada para o ignominioso comportamento do presidente Jair Bolsonaro na condução do País em meio a esta tragédia sem precedentes. São quase 240 mil vidas perdidas por uma única causa em tão pouco tempo, e há de chegar o dia em que o presidente da República terá de responder à Justiça por sua parcela de responsabilidade na produção deste terrível resultado.
É consenso que apenas uma massiva e rápida campanha de vacinação – como só o SUS tem experiência em fazer – pode frear a circulação do vírus e impedir o crescimento desenfreado das internações e mortes por covid-19. Mas, se depender da iniciativa do governo, muita gente morrerá até que o País possa contar com as doses de que tanto precisa.
Em audiência no Senado, na quinta-feira passada, o ministro da Saúde foi incapaz de responder a uma singela pergunta formulada pelas senadoras Rose de Freitas (MDB-ES) e Simone Tebet (MDB-MS): quando haverá vacinas suficientes para imunizar todos os brasileiros elegíveis?
Diante da desidiosa atuação do governo federal, que trata a emergência sanitária na base do improviso e da negação, um grupo de empresários, entidades de classe e veículos de imprensa, entre os quais o Estado, se uniu para ajudar a agilizar a compra de vacinas, o transporte, a distribuição e a aprovação dos imunizantes no País. A sociedade se mexe.
O movimento “Unidos pela Vacina”, é importante frisar, não visa a comprar diretamente os imunizantes. O objetivo é usar a força da sociedade para pressionar todas as esferas de governo, nos limites de suas responsabilidades, a fim de garantir que entre 60% e 70% da população esteja vacinada até setembro.
“Não vamos sair comprando vacinas”, disse a empresária Luiza Trajano, do Magazine Luiza. “O governo federal não precisa de dinheiro para vacinas. Se a necessidade fosse dinheiro, seria mais fácil. Mas podemos agilizar a compra com a influência das nossas empresas.”
De fato, a atribuição de comprar vacinas é do Ministério da Saúde, que as distribui aos Estados e estes, aos municípios. O movimento “Unidos pela Vacina” ajuda muito como mais um instrumento de pressão da sociedade sobre um governo que custa a pegar no tranco.
Os membros do movimento foram divididos em grupos de trabalho. O principal, como não haveria de deixar de ser, é o que trata da disponibilidade de vacinas em quantidade para atender toda a população.
A ciência fez seu trabalho. E com louvor. A partir do primeiro caso registrado de covid-19, no fim de 2019, em poucas semanas o sequenciamento genético do novo coronavírus já havia sido realizado. Daí para o desenvolvimento de não uma, mas de ao menos seis vacinas seguras e eficazes contra o patógeno levou pouco mais de um ano. Um feito científico sem precedentes.
Portanto, há vacinas. O governo federal é que não trabalhou com diligência para trazê-las aos brasileiros a tempo de salvar vidas. E não o fez porque Jair Bolsonaro não quis. É tão simples quanto isso. Passa da hora de fazê-lo agir como presidente da República.
PSDB ataca Doria, DEM tira o tapete de Huck, Lava Jato engole Moro. E Luiza Trajano?
Quem pode preencher esse vácuo é uma mulher, empresária, colecionadora de êxitos, com o pé no chão e defensora de boas causas
Eliane Cantanhêde, O Estado de S.Paulo
Se parece pato, anda como pato e grasna como pato, pato é. Se o novo ministro da Cidadania, João Roma, fez toda a sua carreira no DEM, colado em ACM Neto e era seu chefe de gabinete, ACM Neto ele é. Jura que foi parar no colo do presidente Jair Bolsonaro pelo Republicanos e por Marcos Pereira, ninguém acredita. Depois de Sérgio Moro, em 2019, o maior troféu de Bolsonaro é ACM Neto, que perde o status de uma das grandes promessas nacionais e arrasta junto o DEM.
Além de, novamente, garantir mais armas e mais balas para civis, Bolsonaro está soltando fogos. O Centrão transformou o Congresso em puxadinho do Planalto e o DEM cala Rodrigo Maia, voz decisiva da resistência ao autoritarismo e ao atraso, imobiliza Luciano Huck, obrigado a procurar outra sigla, e desarticula uma saída da catástrofe pelo centro – que está descambando para a extrema direita.
Num movimento combinado, o PSDB segue o desastre do DEM, como um piloto que, em meio a forte tempestade, entra em estado de desorientação espacial. Trancado na cabine (no caso, na bolha), não enxerga nada à frente, não sabe mais se está subindo ou descendo e acelera até se esborrachar no solo logo ali. É mesmo estonteante o DEM e o PSDB elegerem João Doria e Maia como inimigos prioritários.
É hora de atacar Doria? Goste-se ou não dele, e muita gente não gosta, ele é governador do principal Estado do País, ocupa a mais importante vitrine nacional dos tucanos e merece aplausos pela visão, diligência e decisão ao providenciar as vacinas. Com legitimidade, fazia uma dupla fundamental com Rodrigo Maia para dizer “não” a investidas golpistas e medidas retrógradas.
O que seria do Brasil sem as “vacinas chinesas do Doria”? Em fevereiro, teríamos dois milhões de doses para 210 milhões de habitantes, com 9,8 milhões de contaminados, 238 mil mortos e novas variantes mais ameaçadoras, enquanto o presidente insiste no “e daí?”. E, sem Maia na Câmara e Doria no PSDB de São Paulo, quem dará voz e cara à oposição? Bolsonaro torce para Lula e Fernando Haddad.
O tucanoEduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, tem lá suas qualidades, mas não pode ser séria a articulação do seu nome para a Presidência. Muito jovem, está no primeiro mandato relevante, num Estado que se especializou em torrar seus quadros políticos e nunca reelegeu um único governador. Logo, a caravana tucana pode tê-lo convencido, mas a ninguém mais.
Chutar Doria para pôr Leite no lugar tem cara de blefe, para dissimular uma outra jogada: a aproximação com Bolsonaro. Consolida, assim, a análise de que o melhor que pode acontecer ao PSDB é pôr ponto final na sua bela história, antes de um triste fim – que pode estar perto. Depois do ministro de ACM Neto, Bolsonaro busca nomes vistosos do PSDB e do MDB para o governo.
Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza. Foto: Nilton Fukuda/Estadão
Com PSDB e DEM se autodestroçando, Bolsonaro corre sozinho, cada vez mais lépido, fagueiro, sem noção e sem escrúpulos, sustentado por Forças Armadas, polícias, milícias, os reinos de Deus, Centrão, Congresso e “oposição”. Não pensem o PT e a esquerda que isso é bom para Lula, Haddad ou quem quer que seja. Na implosão do centro, a debandada é para Bolsonaro.
Doria, Huck, Moro e Luiz Henrique Mandetta são torpedeados antes de alçar voo, mas, como não há vácuo em política, quem pode preencher esse vácuo é uma mulher, empresária, colecionadora de êxitos, com o pé no chão e defensora de boas causas, como cotas, vacinas, menos ideologia e mais resultados. Sim, Luiza Trajano, sem partido e sem traquejo político, mas instada a botar o bloco na rua e, num carnaval tão atípico, animar e atrair um grande aliado de Bolsonaro: o eleitor desiludido, ou desesperado, que só vê o buraco aumentando.
É COMENTARISTA DA RÁDIO ELDORADO, DA RÁDIO JORNAL (PE) E DO TELEJORNAL GLOBONEWS EM PAUTA
Banco Central surpreende com prévia do PIB melhor que a estimada pelo mercado
Notas & Informações, O Estado de S.Paulo
A economia brasileira encolheu 4,05% no ano passado, segundo estimativa do Banco Central (BC). Se a conta estiver certa, o resultado terá sido um pouco melhor que o esperado por economistas do setor financeiro, de instituições internacionais e também do governo. Um número na faixa de -4,2% a -4,5% estaria mais de acordo com as expectativas dominantes. O dado oficial só será conhecido no começo de março, quando o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 for divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número publicado pelo BC, oficialmente chamado Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), é uma das prévias do PIB.
Esse indicador é seguido no mercado como sinalizador de tendência. É útil principalmente por ser mensal, enquanto as contas nacionais calculadas pelo IBGE são divulgadas a cada três meses. Apesar de alguma imprecisão, o IBC-Br contribui para se formar uma ideia ampla do estado da economia.
Os números publicados pelo BC nesta sexta-feira surpreenderam os técnicos do mercado e das principais consultorias. Segundo o indicador, a atividade em dezembro foi 0,64% superior à de novembro e 1,34% mais alta que a de igual mês do ano anterior. A comparação do quarto trimestre de 2020 com o terceiro apontou um crescimento de 3,14%. Esse número superou o teto das estimativas de especialistas consultados pelo Broadcast/Agência Estado. Essas estimativas haviam ficado entre 2,42% e 3,10%, com mediana de 2,90%.
Uma nova prévia, o Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas, deve ser divulgada na próxima sexta-feira. Mais detalhada e geralmente bem próxima das contas nacionais do IBGE, essa estimativa também contribuirá para uma avaliação geral da economia no fim do ano. Se ficar próxima do número final apresentado pelo BC, haverá uma razão a mais para esperar uma surpresa positiva quando saírem, no dia 3 de março, as contas oficiais de 2020.
Por enquanto, é difícil avaliar com algum otimismo as condições econômicas do País no fim do ano passado e na passagem para 2021. Os dados setoriais já publicados pelo IBGE apontam estagnação. Os números calculados pelos analistas combinam com a experiência comum no fim de 2020.
Os números de dezembro confirmam a perda de vigor da recuperação iniciada em maio. A produção industrial foi 0,9% maior que a de novembro. Desde o começo da retomada, o produto da indústria cresceu 41,8% e eliminou a perda de 27,1% ocorrida em março e abril, mas o resultado anual ainda ficou 4,5% abaixo do contabilizado em 2019. Além disso, a recuperação ocorreu em ritmo decrescente ao longo dos oito meses.
As vendas do comércio varejista mostraram ainda mais claramente a perda de vigor da economia nos meses finais. O volume vendido em dezembro foi 6,1% menor que o de novembro, quando já havia ocorrido recuo mensal de 0,1%. Esses dados já refletem, muito provavelmente, a redução do auxílio emergencial a partir de setembro, quando o pagamento mensal passou de R$ 600 para R$ 300. Ainda assim, as vendas acumuladas no ano foram 1,2% maiores que as de 2019.
O pior desempenho foi, de longe, o do setor de serviços. Além de ter entrado em recuperação só em junho, com atraso de um mês em relação à indústria e ao varejo, os serviços terminaram o ano ainda 3,8% abaixo do nível de fevereiro, mês anterior ao grande choque inicial da pandemia. A atividade em dezembro foi 0,2% inferior à de novembro, num recuo aparentemente pequeno, mas o resultado geral de 2020 foi 7,8% menor que o de um ano antes. Na área de alojamento e alimentação, a perda anual do faturamento chegou a 36,9%. Todas as comparações trimestrais apontaram recuos do setor de serviços em relação ao ano anterior.
Os serviços são importante fonte de emprego. Seu péssimo desempenho em 2020 – e provavelmente no início de 2021 – tem sido um entrave importante à abertura de postos de trabalho e, portanto, à recuperação geral da economia. Mas só um setor, o agronegócio, passou bem por 2020 e entrou em 2021 com claras perspectivas de crescimento.
É urgente regulamentar a LGPD e que as empresas invistam em segurança digital
Notas & Informações, O Estado de S.Paulo
Dentre os efeitos colaterais positivos da pandemia, o maior foi acelerar a digitalização das relações sociais, comerciais e profissionais. Mas isso multiplicou exponencialmente as oportunidades para os crimes cibernéticos. Em pouco mais de dois meses, os brasileiros se viram vitimados por três megavazamentos de dados. É urgente que o poder público consume a regulamentação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), mas também que as empresas invistam robustamente em segurança digital.
Em dezembro, descobriu-se que uma falha no sistema federal de registro de casos de covid-19 permitiu acesso a informações de mais de 240 milhões de brasileiros (vivos e mortos). Recentemente, descobriu-se que no fim do ano passado 223 milhões de CPFs e 40 milhões de CNPJs foram vazados. Pouco depois, veio à tona o vazamento de mais de 100 milhões de contas de celulares, pessoais e corporativas. São os maiores roubos de informação da história do País e especialistas sugerem que estão entre os Top 10 mundiais. Entre as vítimas estão autoridades como o presidente da República, os ministros do STF e os ex-presidentes da Câmara e do Senado, um sintoma do nível de vulnerabilidade a que estão expostos os brasileiros.
Os dois vazamentos recentes foram descobertos pela empresa de segurança PSafe ao monitorar a comercialização de dados na deep web. A empresa alerta que os CPFs e dados cadastrais correlatos (como renda mensal ou score de crédito) podem ser utilizados, entre outras coisas, para fraudes bancárias e para os chamados golpes de “phishing”, em que criminosos se passam por pessoas e instituições para roubar senhas e dados. Já os dados celulares (com informações sensíveis como registros de ligações e mensagens) podem ser usados para chantagear os proprietários. Os efeitos poderão ser sentidos durante anos.
A Polícia Federal e a recém-criada Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) estão investigando os vazamentos. Mas o próprio fato de que foram descobertos por uma empresa privada é um indicador de que os serviços de inteligência dos órgãos de segurança pública precisam se modernizar. De resto, os dispositivos legais de responsabilização e punição também precisam ser atualizados.
A proteção de dados é um tema sensível em países desenvolvidos há décadas. Desde os anos 80 a União Europeia vem aprimorando sua legislação. No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados, baseada no modelo europeu, entrou em vigência em setembro de 2020. No entanto, sob a justificativa de que as empresas teriam um ônus financeiro excessivo para adaptar seus sistemas em meio à crise pandêmica, o Congresso adiou a vigência das sanções para agosto. Com isso, não só a privacidade dos brasileiros está menos protegida, como o mercado nacional se mostra defasado em relação a outros, como os de países desenvolvidos ou países latino-americanos, como Argentina, Chile ou Uruguai, cujas legislações estão em vigor há anos.
A ANPD pode investigar os sistemas corporativos e orientar as empresas, mas ainda não tem como lhes cobrar procedimentos de segurança nem como punir negligências. Isso não escusa as empresas de incrementarem suas operações de segurança com treinamentos, controles, rastreamentos e fiscalização da conduta de colaboradores. O investimento é essencial para lhes conferir confiabilidade e, logo, competitividade. Acima de tudo, é uma condição para cumprir seu compromisso legal de proteção da privacidade de seus clientes. Com efeito, mesmo com a insegurança regulatória em relação à LGPD, as empresas podem ser responsabilizadas por suas falhas com base em instrumentos como o Código de Defesa do Consumidor.
As características singulares do ambiente digital fazem com que crimes cibernéticos, mais do que quaisquer outros, só possam ser efetivamente reprimidos com a proatividade do setor privado. Agora que o Brasil corre para compensar o atraso no sistema nacional de proteção de dados, mais do que nunca o poder público e a iniciativa privada precisam criar espaços de intensa e contínua cooperação.