sábado, 4 de abril de 2020

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Mundo tem 1,1 milhão de casos confirmados e 59 mil mortes. Câmara Federal aprova PEC que cria "orçamento de guerra". Brasil registra 9.056 casos e 359 mortes, segundo Ministério da Saúde


© picture-alliance/ZUMAPRESS/A. Amra Agentes de saúde palestinos aplicam desinfetante nas ruas em meio à pandemia

Resumo deste sábado (04/04):
Mundo tem 1,1 milhão de casos confirmados, quase 59 mil mortes e 226 mil pacientes recuperados Brasil registra 9.056 casos e 359 mortes, segundo Ministério da Saúde Mortes na Alemanha passam de 1.200 EUA têm mais de 7 mil mortos e 278 mil casos
Pressione Ctrl + F5 para ver as últimas atualizações deste sábado (04/04) - horário de Brasília:
05:31 - Flórida entra em confinamento obrigatório
O número de casos confirmados de covid-19 na Flórida, nos Estados Unidos, aumentou para 10.268, com 170 mortes até agora, de acordo com os últimos números do departamento de saúde estadual, onde o confinamento obrigatório entrou em vigor em todo o território a partir de setxa-feira.
Os números divulgados na sexta-feira mostram que todos os indicadores de avanço da doença continuam crescendo. A quinta-feira terminou com 9.008 casos confirmados, 1.260 a menos que no relatório divulgado hoje. Nessas 24 horas, o número de mortos subiu de 144 para 170, e as internações por Covid-19 de 1.167 para 1.334, de acordo com o Departamento de Saúde.
O condado de Miami-Dade, com 3.364 casos, e o condado de Broward, com 1.598, localizados no sudeste do estado, são os mais afetados pela pandemia.
O prefeito de Miami, Francis Suarez, que teve covid-19 e se recuperoz, pediu nas últimas horas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para suspender todos os voos internacionais e domésticos para a cidade provenientes de locais mais afetados pelo Sars-CoV-2, a fim de impedir a disseminação do vírus.
05:00 - Argentina chega a 1.353 casos de coronavírus, com 42 mortes
A Argentina confirmou 88 novos casos de coronavírus nesta sexta-feira, elevando o número total de infecções para 1.353, além de cinco novas mortes por covid-19, aumentando a quantidade de vítimas para 42.
O relatório diário emitido pelo Ministério da Saúde argentino informa que quatro homens morreram nas últimas 24 horas. Dois deles residiam na província de Buenos Aires, com 87 e 72 anos; um, de 60 anos, em Chaco; e outro, de nacionalidade espanhola e 76 anos, em Mendoza. A outra vítima é uma mulher de 53 anos, também da província de Buenos Aires.
Dos 1.353 casos positivos de coronavírus detectados desde 3 de março, 656 são "importados", 444 são contatos estreitos de casos confirmados anteriormente, 113 são de circulação comunitária e 140 estão sob investigação epidemiológica.
Desde o último dia 20, a Argentina tem uma política de isolamento obrigatório para quase toda a população, que foi decretada pelo governo e será mantida pelo menos até o final da Páscoa, no próximo dia 12.
Nesta sexta-feira, as ruas do país estavam cheias, principalmente de idosos, devido à abertura dos bancos, que estavam fechados desde o início do isolamento, para pagar aposentadorias e benefícios sociais.
Tendo em conta o grande afluxo, que provocou filas quilométricas em que o distanciamento social recomendado para evitar o contágio não foi respeitado, o governo decidiu que as sucursais permaneceriam abertas durante o fim de semana.
02:00 - Câmara aprova PEC que cria "orçamento de guerra"
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite de sexta-feira, em segundo turno por 423 votos favoráveis e um contrário, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 10/20, a chamada “PEC do Orçamento de Guerra”. A medida cria um regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações para o enfrentamento pandemia do novo coronavírus no país. O texto segue para o Senado, onde também terá que ser votado e aprovado em dois turnos.
Na prática, a PEC cria um instrumento para impedir que os gastos emergenciais gerados em virtude do estado de calamidade pública sejam misturados ao Orçamento da União. A medida flexibiliza travas fiscais e orçamentárias para dar mais agilidade à execução de despesas com pessoal, obras, serviços e compras do Poder Executivo e vai vigorar até o dia 31 de dezembro deste ano – mesmo prazo para o estado de calamidade pública causado pela pandemia.
A sessão na Câmara, em segundo turno, foi conduzida presencialmente pelo presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e teve a maioria dos deputados participando via internet. O primeiro turno, que também foi aprovado nesta sexta-feira, ocorreu também em uma sessão virtual, com a participação de poucos parlamentares em plenário. O placar do primeiro turno foi 505 votos a favor e 2 contra o texto
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ENTREVISTA RECENTE DO MINISTRO DA ECONONOMIA PAULO GUEDES


‘Tivemos que mudar a agenda’, diz Paulo Guedes
Thiago Bronzatto 





© Adriano Machado/Reuters A SEGUNDA ONDA DA CRISE -- O ministro da Economia, Paulo Guedes, diz que a retomada do crescimento dependerá da aprovação de reformas estruturais

Instalado na Granja do Torto, residência oficial em Brasília onde morou presidentes da República, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem feito longas caminhadas pelas manhãs enquanto planeja quais serão os próximos passos para retomar o crescimento do país. Com o avanço do coronavírus (Covid-19), Guedes teve de deixar de lado a sua agenda liberal e passou a abrir os cofres públicos para socorrer empresários, trabalhadores, estados e municípios. Nesta semana, ele anunciou medidas que somam 750 bilhões de reais, quase o mesmo valor poupado com a reforma da Previdência. Mesmo mudando a sua rota, o ministro defende que o Congresso, em isolamento social, aprove reformas estruturais para se antecipar a uma segunda onda da crise – que, segundo ele, será “mais desagradável”. “A nossa capacidade de retomar o crescimento vai depender da velocidade que vamos retomar as reformas estruturantes”, afirma Guedes.
A pandemia do coronavírus mudou a agenda econômica do Brasil. Agora, qual será o plano para proteger o país desta crise?
O Brasil estava em uma agenda de reformas estruturantes, que iriam recuperar o nosso crescimento sustentável. Estávamos reduzindo os investimentos estatais, abrindo a economia, reformando a Previdência, diminuindo os juros e o endividamento. O grande salto ocorreria com o pacto federativo, que iria transformar o país. Seria mais Brasil e menos Brasília. O objetivo era jogar os recursos para os estados e municípios. Era uma direção tão correta que, se isso tivesse sido feito antes, o coronavírus iria encontrar os estados e municípios mais fortes, com mais recursos financeiros nas mãos. Estávamos fazendo reformas estruturantes, jogando dinheiro de Brasília para a ponta, justamente para a saúde, o saneamento e a segurança pública, até que veio o coronavírus. Tivemos que mudar a agenda. Ao invés de reformas estruturantes, passamos a adotar medidas emergenciais. As reformas estruturantes são permanentes, sendo as que vão garantir o futuro do Brasil, com recursos para a saúde, o saneamento, a educação e a segurança pública na base, onde o povo vive. As medidas emergenciais são transitórias. É só uma golfada. Elas criam uma camada de proteção social aos mais frágeis. Agora, o nosso lema é: nenhum brasileiro será deixado para trás.
O senhor foi criticado por ter demorado para liberar o auxílio de 600 reais para os trabalhadores informais. O que houve, afinal?
Liberamos 98 bilhões de reais de ajuda emergencial aos trabalhadores informais. Esse valor corresponde a todas as despesas discricionárias para os ministérios neste ano. Fizemos isso em poucos dias, com uma só medida. Liberamos mais 51 bilhões de reais para os empregados que tiverem os seus salários reduzidos nos próximos meses. Queria ver quem faria isso em três semanas e meia. Quem sairia de uma agenda grande de reformas estruturantes para uma de medidas emergenciais com a mesma velocidade. Em um primeiro momento, eu só podia fazer medidas infraconstitucionais. Depois, consegui o direito de gastar mais, graças à decisão do ministro Alexandre de Moraes (do Supremo Tribunal Federal). Mas, depois, eu tinha outra trava: a regra de ouro (mecanismo que proíbe o governo de fazer dívidas para pagar despesas correntes). Se eu gastasse mais, iria quebrar essa regra. Havia uma divisão de opiniões dentro do ministério. Mas acabamos decidindo não esperar mais para resolver essa questão. Batemos o martelo e seguimos em frente. Os recursos devem ser liberados nos próximos dias. O Ministério da Cidadania, com o nosso apoio, está cuidando disso.
O senhor tem dito que a pandemia do coronavírus tem duas ondas. A primeira irá atingir a saúde dos brasileiros. Já a segunda terá impacto na economia. Como será possível passar por esses dois momentos?
Daqui a três, quatro ou cinco meses, essa primeira onda vai ter passado. A partir daí, estaremos presos numa segunda onda, que é a do desaquecimento econômico. A primeira onda, da saúde, já nos atingiu e começou a afetar a economia. Temos que pensar também em como sair da segunda onda que virá. Como? Retomando as reformas estruturantes. Quanto mais cedo, melhor. Se aprovarmos o saneamento, destravaremos a retomada dos investimentos. O projeto do saneamento está no Congresso há um tempo. Se aprovarmos o setor elétrico, as privatizações e as concessões, vamos ajudar a atrair mais investimentos. A nossa capacidade de retomar o crescimento vai depender da velocidade que vamos retomar as reformas estruturantes.
Mas o senhor acredita que, neste momento de pandemia, há espaço para aprovar essas reformas?
Se ficar todo mundo trancado em casa, com medo, a segunda onda vai ser mais desagradável. Mas se pensarmos como vai sair logo depois da primeira onda, podemos destravar investimentos importantes. Há projetos que estão parados há um ano no Congresso. Algumas pessoas cobram pressa de uma medida que ficou parada durante dez dias, enquanto saneamento está parado há um tempo. Como a pessoa vai lavar a mão se não tem água nem esgoto? Ou seja, o nosso desempenho nesta crise do coronavírus seria outro se tivéssemos destravado investimentos em saneamento. A mesma lógica vale para o Plano Mansueto, que reforçaria financeiramente os estados e municípios que hoje estão passando por apuros. A nossa parte estamos fazendo. Todas as principais medidas contra o coronavírus têm passado pela Economia. Por exemplo: eu não só reduzi a zero a alíquota de importação de mais cem produtos hospitalares como proibi a exportação de máscaras e ventiladores. O Mandetta (ministro da Saúde) disse que isso salvou o país. O nosso lema agora é: nenhum brasileiro será deixado para trás.