sábado, 14 de março de 2020

TRUMP TERÁ UM FUNDO DE 50 BILHÕES DE DÓLARES PARA USAR NA CRISE CONTRA O CONRONAVÍRUS


O que significa Trump declarar emergência nacional por avanço do coronavírus nos EUA

 
© SAUL LOEB/AFP Com quase dois mil casos confirmados, mesmo diante de uma falta generalizada de testes, EUA poderão ter até drive-thru de exames

Com mais de 1,8 mil casos confirmados de coronavírus, metade deles nas últimas 72 horas, o governo dos Estados Unidos declarou nesta sexta-feira (13/03) estado de emergência nacional para tentar conter a epidemia.

Graças à medida, o governo poderá usar um fundo para alívio de desastres de até US$50 bilhões (cerca de R$250 milhões), e não precisará de aprovação do Congresso para empregar a verba.
A medida, tomada pelo presidente americano, Donald Trump, acontece após uma série de críticas à maneira como o republicano administrou a crise de saúde até o momento.
"Esforços precisam ser feitos agora para promover distanciamento social, aumentar a capacidade de testes e dar uma mensagem clara para o público. Doenças não param em fronteiras, por isso é fundamental ter consistência e transparência" defendeu à BBC News Brasil Rachael Piltch-Loeb, pesquisadora de saude pública global da New York University.
Até o começo dessa semana, Trump fazia o oposto disso. "Fiquem calmos, isso vai desaparecer", disse recentemente, depois de acusar reiteradamente seus rivais democratas de exagerar a importância da epidemia e de repetir que os casos de coronavírus estavam reduzindo no país, enquanto, na verdade, eles estavam aumentando.
"A decretação do estado de emergência é uma rara admissão de erro por Trump. É também uma medida mais correta pra lidar com a situação do que o banimento de viagens de europeus aos EUA, que tende a ser inócuo", afirma Carlos Gustavo Poggio, professor especialista em política americana da FAAP.


© PETER FOLEY/EPA Aeroporto vazio em Nova York: pandemia tem tido impacto sobre comércio e serviços no país

Trump não fará exame por ter estado com Bolsonaro
Em uma coletiva de imprensa nesta sexta, Trump afirmou que não fará exames depois que os resultados do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, retornaram negativos para a doença, nesta manhã. Trump e Bolsonaro jantaram juntos no sábado, dia 7.
"Eu não tenho nenhum sintoma até agora. Não queremos pessoas sem sintomas fazendo exames", disse.
O prefeito de Miami, Francis Suarez, que também se encontrou com Bolsonaro, foi diagnosticado nesta sexta com o vírus. Já o senador republicano Rick Scott optou por decretar sua autoquarentena após encontro com o brasileiro.
Questionado sobre se cogitaria adotar medida semelhante após se aproximar do secretário de comunicação de Bolsonaro, Fabio Wajngarten — que teve diagnóstico positivo para o vírus —, Trump minimizou os riscos.
"Havia alguém (no jantar) que eles dizem (que está contaminado), não tenho ideia de quem ele é. Mas eu tiro fotos e isso dura literalmente segundos. Não conheço os senhores de quem estamos falando. Eu não tenho ideia de quem ele é. Eu não vi a foto, eles dizem que há uma foto de alguém, mas às vezes eu tiro centenas de fotos por dia, e naquela noite eu estava tirando centenas de fotos, então não sei. Agora eu sentei com o presidente por provavelmente duas horas, mas ele deu negativo, então isso é bom", afirmou



© JUSTIN LANE/EPA Temores em relação ao impacto do coronavírus na economia derrubou bolsas americanas nesta semana

1,4 milhão de testes a mais na próxima semana
Com casos em 46 dos 50 estados americanos, especialistas têm alertado que faz pouco sentido supor que a essa altura o "inimigo" seja externo, como afirmou Trump em um pronunciamento na Casa Branca há dois dias, ao falar em "vírus estrangeiro" e interromper o fluxo entre seu país e a União Europeia.
O desafio principal para o republicano é coordenar com os Estados afetados uma resposta que acelere, por exemplo, a velocidade da testagem para novos casos — hoje, a resposta para um exame de coronavírus leva cerca de sete dias, enquanto no Brasil o prazo é de dois dias.
Ao declarar estado de emergência, Trump anunciou que chegarão aos hospitais 1,4 milhão de novos kits de testagem no começo da semana que vem. Até o fim do mês, 5 milhões estarão disponíveis no serviço de saúde.
"Mais do que isso não será necessário", assegurou o presidente, que também garantiu facilitação de aprovação burocrática dos testes de laboratórios privados, um gargalo que impediu que os exames estivessem disponíveis ao redor do país durante as primeiras semanas da crise.
O presidente americano também liberou médicos, cuja licença restringe ao exercício em apenas alguns Estados, para atuar nacionalmente, onde for necessário.


© Ben Birchall/PA EUA enfrenta falta degeneraliza de testes para detectar a doença

De acordo com Trump, os novos testes e adaptações nos hospitais permitirão inclusive uma espécie de "drive-thru" de exames: pacientes poderão ser testados sem sequer descer do carro, em estacionamentos, por exemplo, para evitar risco de contaminação em ambientes hospitalares. "Os hospitais podem fazer o que tiverem que fazer", disse.
A medida do "drive-thru" foi adotada, por exemplo, na Coreia do Sul.
"Não queremos todo mundo correndo para fazer testes. É só se tiver um conjunto de sintomas e condições. É totalmente desnecessário", disse Trump, tentando tranquilizar a população.
Sem licença médica remunerada
Conhecida como Stafford Act, a lei de emergência americana tomou a forma atual na década de 1980, durante a gestão Ronald Reagan.
A decretação de estado de emergência não é tão rara: desde sua criação ele foi adotado em algum momento por todos os governos. No entanto, a medida costuma ter efeitos meramente locais: o instrumento foi usado nos anos 1990, na gestão Bill Clinton, para responder ao surto causado pelo vírus do Nilo Ocidental em Nova York e Nova Jersey, e por George W. Bush, quando o furacão Katrina devastou a cidade de Nova Orleans.
A única vez em que foi adotada nacionalmente foi durante a crise da gripe suína, no governo Barack Obama.
A medida amplia os poderes do presidente para tomar decisões rápidas em diferentes níveis. No mais abrangente deles, Trump poderia aumentar os gastos públicos com seguro desemprego, subsídios a trabalhadores (como licenças médicas remuneradas) ou mesmo distribuição de vouchers para alimentação e realocação de pessoas.
Nada nesse sentido, no entanto, foi anunciado ainda. Um pacote de medidas está em discussão no Congresso, entre republicanos e democratas, para garantir licença remunerada e a gratuidade dos testes de coronavírus no país.
De acordo com o Escritório de Estatísticas Laborais americano, um quarto dos trabalhadores do país não têm direito a se ausentar do trabalho por motivos médicos sem que seu salário seja descontado.
"O darwinismo social do ambiente de emprego americano deixa milhões de trabalhadores incapazes ou dispostos a ficar em casa longe do trabalho, mesmo quando estão doentes. Isso prejudica os pedidos de 'distanciamento social' e promove a disseminação do novo coronavírus que causa a doença COVID-19", escreveu Michael Hiltzik, especialista em negócios do jornal Los Angeles Times, denunciando um dos pontos mais falhos na estratégia americana de combate à epidemia.
Atualmente, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão americano responsável pela saúde pública, recomenda que qualquer pessoa que tenha tido contato com alguém que testou positivo para o vírus entre automaticamente em quarentena em casa.
Sem garantias de que receberão seus salários e não poderão ser demitidos por uma ausência de ao menos duas semanas no posto de trabalho, os trabalhadores americanos preferem correr o risco de se contaminar e disseminar a doença.
Em termos econômicos, Trump afirmou que cortaria juros sobre empréstimos estudantis e que sua administração pretende comprar a maior quantidade possível de petróleo para aproveitar que o preço do barril caiu em 30% de seu valor.

sexta-feira, 13 de março de 2020

GUEDES VAI AO STF CONTRA AUMENTO DE DESPESAS APROVADAS PELO CONGRESSO NACIONAL


Guedes diz que vai questionar no Supremo ampliação do BPC

Agência Brasil







O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (12), que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra decisão do Congresso Nacional de derrubar o veto à ampliação do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Ontem (11), o Congresso derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto que aumenta o limite da renda familiar para recebimento do BPC. O benefício assistencial equivalente a um salário mínimo, pago a pessoas com deficiência e idosos partir de 65 anos com até um quarto de salário mínimo de renda familiar per capita. A lei aprovada no Congresso e vetada por Bolsonaro alterava o teto da renda, ampliando o número de pessoas aptas a receberem o benefício. Com a derrubada do veto, portanto, o pagamento será feito a famílias com até meio salário mínimo de renda per capita.
A ampliação do BPC pode aumentar as despesas do governo federal em R$ 20 bilhões, por ano. “Vamos ao Supremo, vamos ao TCU [Tribunal de Contas da União] que tem já casos prévios, argumentando pela lei de responsabilidade fiscal. Você não pode criar R$ 20 bilhões de despesas, sem dizer de onde vem os recursos. É proibido pela lei de responsabilidade fiscal. Não temos a capacidade de executar algo que pode ser ilegal”, disse o ministro, ao chegar ao Ministério da Economia hoje.
Guedes afirmou que a decisão do Congresso é contrária às medidas de ajuste na economia. “[Em meio a] todo o exercício de estabilização que estamos fazendo para a economia começar a retomar o crescimento econômico, daqui a pouco nós vamos conseguir fazer algo que estava completamente fora do script, vamos derrubar o avião que está começando a decolar, está subindo. A economia mundial está em outro avião que está em queda. O nosso está decolando. Nós já ficamos anos em baixo. A nossa avaliação é que se há algum espaço agora é justamente para remanejar o orçamento para prioridades”, disse, argumentando que gastos extras devem ser direcionados para casos emergenciais, como os gerados pela crise com o coronavírus.
Para o ministro, a decisão do Congresso influenciou o mercado financeiro. “Ontem aprovamos uma medida à tarde no Congresso, onde nós vamos gastar mais R$ 20 bilhões e isso derruba tudo. Vocês estão vendo, a bolsa caindo, juros subindo. Isso derruba toda a nossa expectativa de manter a correção de rumo que estamos fazendo na economia brasileira. De forma que o próprio presidente da Câmara [Rodrigo Maia] e o presidente do Senado [Davi Alcolumbre] lamentaram a decisão de ontem. E à noite, conversando com o presidente Bolsonaro, ele disse vamos ao Congresso. É hora de união. A saúde do Brasil está acima dessas disputas políticas”, disse, referindo-se à reunião na noite de ontem, no Congresso, com parlamentares, o ministro da Saúde, Luiz Mandetta, e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, para discutir estratégias de combate ao coronavírus.


PROBLEMAS DO VATICANO NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL


Pio 12 e os nazistas
Manoel Hygino









Vive o mundo e passa a humanidade um dos períodos mais difíceis da história. Mas Francisco, o primeiro e único até agora com o nome no trono de Pedro, não reduz o seu volume de trabalho, em meio à crise gerada pelo coronavírus, que se transformou na preocupação maior entre as nações.
Francisco decidiu enfrentar um problema diante do qual se inclinaram seus antecessores – Os arquivos do Vaticano, que conservam, entre outras preciosas peças, as da documentação de Pio 12, que começaram a ser abertas em primeiro de março.
Procura-se confirmar com as pesquisas as razões que determinaram o silêncio do chefe da Igreja Romana. Pio 12 não ergueu a voz contra o nazismo? É um instante muito especial, tanto que oitenta e cinco pesquisadores se inscreveram para estudar os milhões de documentos pertencentes ao “arquivo secreto”, mas também de outras diferentes instituições do Estado do Vaticano, organizados nos últimos quatorze anos.
Eugênio Pacelli, Pio 12, um diplomata acima de tudo, sabia das imensas dificuldades para evitar o comprometimento da Igreja com as forças políticas em choque na Europa. Ele confessava com convicção a necessidade de manter a Santa Sé “acima da contenda dos partidos”.
Recursos do Vaticano foram usados para salvar os semitas. Em 1943, quinze dos cinquenta quilos de ouro exigidos como resgate dos judeus de Roma, foram transferidos ao chefe de polícia alemão. Com o crescimento das pressões sobre a comunidade judaica italiana, Pio 12 determinou que as casas religiosas romanas acolhessem os refugiados – e 5 mil hebreus nelas se abrigaram, assim como no próprio Vaticano. Após o conflito, o rabino chefe de Roma se converteu ao catolicismo e, ao ser batizado, escolheu o nome de Eugênio.
No entanto, Pio 12 estava convencido de que nada salvaria os judeus, servindo as providências humanitárias para motivar a intensificação das torturas e outros males nazistas contra os semitas e católicos. Eamon Duffy, consagrado estudioso do tema, argumentaria que os judeus da Alemanha, da Polônia e do resto da Europa ocupada que pagariam o preço de qualquer gesto papal. E havia mais: dado o seu horror pelo comunismo, Pio 12 não se dispunha a denunciar as atrocidades nazistas e silenciar sobre os stalinistas.
Meditava: como o oráculo de Deus permaneceria calado em face de pecados tão horríveis e contrários ao Evangelho? No fim de 1942, Pio 12 finalmente cedeu e incluiu na sua mensagem de Natal o que lhe parecia uma clara e inequívoca condenação do genocídio. Exortou todos os homens de boa vontade a trazer de volta a sociedade ao governo de Deus. Afirmava tratar-se de um dever que tínhamos com os que morreram na guerra, com suas mães, viúvas e órfãos, com os exilados e com as centenas de milhares de inocentes mortos ou condenados à lenta extinção, por vezes unicamente por sua raça ou descendência.
Tanto Mussolini quanto o embaixador alemão Ribbentrop se irritaram alegando que o papa abandonara sua pretensa neutralidade. Não poucos até hoje consideram que a mensagem foi fraca, oblíqua e cifrada, quando a horripilante realidade exigia algo mais impetuoso e direto. Evidentemente muito de valioso se achará com a pesquisa agora nos arquivos do Vaticano.

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