segunda-feira, 16 de setembro de 2019

COMO A ESPIONAGEM ERA FEITA ANTIGAMENTE


CIA revela que usava pombos como espiões contra a União Soviética
 

© Getty Images A CIA pensou que pombos poderiam ser usados ​​para espionar a União Soviética
A CIA, agência de inteligência dos Estados Unidos, revelou detalhes de suas missões até então secretas com pombos-espiões durante a Guerra Fria.
Os arquivos mostram como pássaros da espécie foram treinados para missões clandestinas com o objetivo de fotografar locais estratégicos dentro da União Soviética, bloco socialista que disputava o poder geopolítico com os Estados Unidos depois da Segunda Guerra Mundial.
As revelações também detalham como corvos foram usados ​​para soltar objetos nos peitoris de janelas e os golfinhos foram treinados para missões subaquáticas.
A CIA acreditava que os animais poderiam cumprir tarefas "únicas" em operações clandestinas da agência.
Dentro da sede da agência na cidade de Langley, no Estado americano da Virgínia, há um museu, infelizmente fechado ao público em geral. Durante uma visita para entrevistar um ex-diretor, vi algo incomum em meio a todos os dispositivos de escuta e de espionagem.
Era o modelo de um pombo com uma câmera acoplada a ele.
Meu interesse cresceu pelo fato de eu estar escrevendo na época um livro sobre pombos espiões britânicos durante a Segunda Guerra Mundial. Mas logo me disseram repetidamente que os detalhes das missões de espionagem da CIA com uso de animais ainda eram classificados como sigilosos. Isso até agora.
Saber voltar para casa
A operação dos anos 1970 teve o codinome de "Tacana", e explorou o uso de pombos com pequenas câmeras para tirar fotos automaticamente, mostram os arquivos tornados públicos recentemente.
A CIA se aproveitou do fato de que pombos possuem uma habilidade incrível - quase um superpoder. Eles podem ser soltos em lugares onde nunca estiveram antes e, ainda assim, encontrar o caminho de volta mesmo estando a centenas de quilômetros de "casa".
O uso de pombos para a comunicação remonta a milhares de anos, mas foi na Primeira Guerra Mundial que eles começaram a ser utilizados ​​para coletar informações de maneira secreta.
Na Segunda Guerra Mundial, um ramo pouco conhecido do serviço de inteligência britânica - o MI14 (d) - administrou um Serviço Secreto de Pombos, que lançou pássaros em um contêiner com paraquedas sobre a Europa Ocupada. Um questionário foi anexado. Mais de 1.000 pombos retornaram com mensagens de resposta, que incluíam detalhes sobre estações de radar e locais de lançamento de foguetes V1 - usados pela Alemanha nazista.
Uma mensagem de um grupo de resistência chamado Leopold Vindictive produziu um relatório de inteligência de 12 páginas enviado diretamente a Winston Churchill, então primeiro-ministro do Reino Unido. Após a guerra, um "Pigeon Sub-Committee" (ou 'Subcomitê Pombo', em português), seção especial do Comitê Conjunto de Inteligência da Grã-Bretanha, analisou opções de projetos futuros para a Guerra Fria. Mas enquanto as operações britânicas foram em grande parte encerradas, a CIA assumiu a exploração do poder dos pombos.
A operação Tacana foi um resultado do trabalho realizado na década de 1960, que examinou os usos de diferentes animais. Os arquivos revelam que a CIA treinou um corvo para entregar ou recuperar pequenos objetos de até 40 gramas do parapeito de janelas de edifícios inacessíveis.
Um raio laser vermelho piscante foi usado para marcar o alvo e uma lâmpada especial atrairia o pássaro de volta. Em uma ocasião na Europa, a CIA secretamente usou um pássaro para deixar um dispositivo de escuta na uma janela de um prédio (embora nenhum áudio do alvo pretendido tenha sido captado).
A agência americana também analisou se aves migratórias poderiam ser usadas para colocar sensores que perceberiam se a União Soviética havia testado armas químicas.
Golfinhos com sensores
Parece também que houve testes de algum tipo de estimulante elétrico do cérebro para orientar cães de forma remota, embora muitos dos detalhes dessas tentativas ainda sejam classificados como sigilosos.
Uma operação relatada anteriormente, chamada "Acoustic Kitty", envolveu a implantação de dispositivos de escuta dentro de um gato.
Na década de 1960, os arquivos mostram que a CIA examinou o uso de golfinhos para "penetração em portos", tripulados ou não. Um problema estava em transferir o controle de um treinador que havia trabalhado com o animal para um agente de campo.
Em Key West, na Flórida, uma equipe também tentou usar golfinhos para ataques subaquáticos contra navios inimigos. Também foram realizados testes para determinar se os golfinhos poderiam transportar sensores para coletar os sons dos submarinos nucleares soviéticos ou procurar vestígios de armas radioativas ou biológicas em instalações próximas.


© Getty Images Recentemente, a Marinha dos EUA usou golfinhos em operações de remoção de minas
A agência também analisou se os golfinhos poderiam recuperar ou colocar pacotes em navios em movimento.
Em 1967, a CIA estava gastando mais de US$ 600 mil em três programas - Oxygas para golfinhos, Axiolite envolvendo pássaros, e Kechel com cães e gatos.
Mais qualidade que satélite
Os detalhes são até cômicos. Um arquivo detalha o treinamento de falcões canadenses em um barco - antes, o documento menciona que tentou-se usar uma cacatua. "Estamos completamente no escuro sobre quais são as possibilidades em relação a esse bicho", escreve o autor.
Os pombos se mostraram os mais eficazes e, em meados da década de 1970, a CIA começou a realizar uma série de missões de teste. Um dele foi lançado sobre uma prisão, outro sobre Navy Yards, distrito de Washington.
A câmera custou US$ 2.000 na época e pesava apenas 35 gramas - o chicote pesava 5 g. Os testes mostraram que cerca de metade das 140 fotos em um rolo de filme era de boa qualidade. As imagens mostram detalhes notavelmente claros de pessoas andando e carros estacionados na região de Navy Yard.
Especialistas descobriram que a qualidade das fotografias era superior às produzidas por satélites de espionagem que operavam na época.
Um receio levantado durante os testes foi o de que um cidadão comum tropeçasse em "pombo com câmera" e pensasse que o governo estava o espionando.
A missão pretendia que os pombos fossem usados ​​contra alvos de inteligência "prioritários" dentro da União Soviética. Os arquivos indicam que os pássaros seriam enviados secretamente para Moscou. A CIA examinou várias maneiras de liberá-los: debaixo de um sobretudo grosso ou de um buraco embaixo de um carro quando estacionado.
Eles até analisaram se os pombos poderiam ser lançados de uma janela lateral enquanto o carro viajava a cerca de 10 km por hora. Um pombo seria lançado a alguns quilômetros de uma instalação de destino e voaria sobre o alvo antes de retornar ao local que havia sido treinado para reconhecer como lar.
Um documento de setembro de 1976 afirma que um alvo havia sido selecionado - estaleiros na cidade de Leningrado (atual São Petersburgo) que construíram os submarinos soviéticos mais avançados. A ideia era usar os pombos para fotografar o local.
Nesse ponto, foi decidido que a operação parecia viável. Mas, infelizmente, é aí que termina a história dos pombos nos arquivos tornados públicos.
A missão deu certo? E, depois, quantas missões os pombos espiões fizeram e o que eles descobriram? Aparentemente, isso ainda é secreto.

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

CONSTRUÇÃO DE MEMORIAL NA UFMG SUSPEITA DE FRAUDE


PF vê 'fortes indícios' de irregularidades no Memorial da Anistia construído pela UFMG e indicia 11

Renata Evangelista










Obra do Memorial da Anistia Política começou em 2009 mas ainda está inconclusa

A Polícia Federal (PF) informou que concluiu o primeiro inquérito que apura desvios de recursos públicos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para implantação do "Memorial da Anistia Política do Brasil". As investigações, conforme a corporação, constataram "fortes indícios da prática de crimes de associação criminosa, uso de documentos ideologicamente falsos, desvio de verba pública, concussão, estelionato e prevaricação".
Onze pessoas, que não tiveram os nomes divulgados, foram indiciadas por todos esses delitos e, se condenadas, as penas máximas de cada um podem pegar até 32 anos de prisão. Em 2017, quando deflagrou a Operação Equilibrista para apurar as irregularidades,  a então vice-reitora da UFMG e atual reitora, Sandra Goulart, foi conduzida coercitivamente para esclarecer os fatos.
O fato gerou uma série de protestos e, na ocasião, a UFMG rechaçou qualquer tipo de irregularidade, mas abriu sindicância para apurar os fatos, que seria destinado a guardar o acervo museológico das vítimas da ditadura no Brasil.
Procurada pela reportagem, a UFMG informou que seguiu de forma "estrita regras, cronograma de execução financeira e critérios de avaliação estabelecidos pelo Ministério da Justiça". Em nota, a instituição declarou que "é um patrimônio do nosso país" e que está "à disposição das autoridades, confiante que todas as circunstâncias serão esclarecidas com a análise objetiva e imparcial das evidências".
Em agosto deste ano, durante visita a Belo Horizonte, a ministra Damares Alves, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, cancelou a construção do Memorial e citou irregularidades.

As obras começaram em 2009 e estão paradas desde 2016. O prédio onde funcionaria o Memorial da Anistia fica no bairro Santo Antônio, Centro-Sul de BH, onde antes estava a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da UFMG.
O projeto
O projeto do Memorial da Anistia previa a reforma do edifício histórico, chamado de Coleginho, e a construção de prédios anexos e de uma praça de convivência. Além disso, também estava programado a produção de uma Exposição de Longa Duração no Coleginho após a conclusão da reforma.
O projeto foi orçado, inicialmente, em pouco mais de R$ 5 milhões, mas depois de seis aditivos atingiu a quantia de R$ 28 milhões. Deste montante, conforme a PF, R$ 19 milhões foram repassados para a UFMG, sendo que R$ 6,7 milhões destinados à produção da Exposição de Longa Duração.
Irregularidade
A PF explicou que o inquérito que apura irregularidades na construção do memorial prossegue. O inquérito concluído agora é o que apura desvios na produção da Exposição de Longa Duração.
"Foi descoberto que a maioria dos estudantes e dos pesquisadores que recebiam bolsas para desenvolver pesquisas de conteúdo para a Exposição de Longa Duração foi instada a repassar parte de suas bolsas para alguns investigados. Em outra situação, ao induzir bolsistas a engano, alguns investigados obtiveram parte da remuneração dos pesquisadores", detalhou a polícia, por meio de nota.
"Ademais, recursos do projeto foram gastos com despesas estranhas ao seu escopo, beneficiando fornecedores e colaboradores. As provas reunidas no inquérito policial demonstram tentativas de esconder o descontrole e o desvio dos gastos por meio de prestação de contas com dados falsos", declarou a corporação.
Em visita a Belo Horizonte na manhã desta terça-feira (13), ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, anunciou o cancelamento da construção do Memorial da Anistia. O imóvel, no qual as obras começaram em 2009 e estão paradas desde 2016, seria destinado a guardar o acervo museológico das vítimas da ditadura no Brasil.
A ministra declarou que a pasta não tem dinheiro para investir na destinação do prédio à função de memorial. "Não é culpa nossa, pegamos uma obra sem terminar e que não está prevista no orçamento do nosso ministério", justificou. Damares ainda afirmou que tem muito respeito pelos anistiados e que pretende conversar com eles para decidir as melhores formas de preservar a memória. "Vamos preservar o patrimônio histórico, a museologia que está intacta, mas não temos condição de entregar esse prédio como memorial".
O prédio onde funcionaria o Memorial da Anistia fica no bairro Santo Antônio, Centro-Sul de BH, onde antes estava a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da UFMG. Apesar de cancelar a construção do memorial, Damaris afirmou que se preocupa com o chamado "Coleginho". "Eu não me preocupo somente com essa obra, mas também com o 'Coleginho', que é um patrimônio da cidade, do jeito que está não vai ficar", declarou.
Damares também comentou sobre as ações de seu ministério que publicaram a rejeição de cerca de 1200 pedidos de indenização a anistiados. Segundo ela, a negativa veio da comissão anterior e o papel da atual foi só de revisão dos processos. "Nosso papel foi só de análise e o que verificamos foi que as rejeições foram baseadas nos critérios estabelecidos por lei", afirmou.
Superfaturamento
Ao desembarcar na capital mineira, a ministra declarou em seu Twitter que a obra, orçada inicialmente em R$ 5 milhões, já havia demandado R$ 28 milhões em aditivos. A UFMG, que é responsável pela coordenação da obra, contestou o dado de Damares. "Nós não temos informações de qual foi a fonte utilizada para chegar a esses valores, mas entregamos a prestação de contas ao ministério e o valor que chegamos foi de R$ 12 milhões, e nossas fontes estão registradas", afirmou o pró-reitor Maurício Freire Garcia.
Ainda segundo ele, o orçamento de R$ 5 milhões daria conta somente do projeto e das primeiras obras e estavam previstos para 2009 e 2010, estando o restante da construção dependente de aditivos. O plano inicial era de que as obras fossem concluídas em 2016, mas, naquele ano, segundo o pró-reitor, a universidade deixou de receber recursos para esse fim.
Em BH, a ministra afirmou que o dinheiro que financiava a obra vinha do Ministério da Justiça e poderia ser destinada para outros fins, como a reforma de presídios e a modernização da Polícia Federal, por exemplo.
Em 2017, uma operação da Polícia Federal foi deflagrada para investigar desvios de verba na obra e chegou a levar os reitores da UFMG, inclusive a então vice e atual reitora, Sandra Goulart, em condução coercitiva para esclarecer os fatos. Perguntada se a investigação poderia atrapalhar os planos do memorial, a reitora afirmou que "a UFMG está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos".
Outros assuntos

Além de comentar as obras de construção do Memorial da Anistia, Damares Alves falou sobre outros assuntos que dizem respeito à pauta de seu ministério e comemorou o encontro com o governador Romeu Zema (Novo), que aconteceu antes da visita às obras. "Fazia muito tempo que queria abraçar esse governador e hoje eu tive a oportunidade", declarou. Zema e a ministra visitaram o projeto Mães em Cárcere e estiveram em contato com detentas e seus bebês, e nas palavras de Damares, "os bebês mais lindos estão lá". Ela elogiou o programa e declarou que o encontro com Zema foi para discutir os caminhos para a continuidade dele.

A ministra também prometeu que o governo de Jair Bolsonaro (PSL) será o que mais vai deixar políticas públicas em favor da população idosa. Segundo ela, já existe uma secretaria no governo, fundada há dois anos, mas com orçamento de R$ 1 milhão por ano para atender todos os idosos do Brasil, o que ela garante que será mudado. "É esta a marca que este governo quer deixar".
Outro ponto abordado pela imprensa tratou dos índices de violência contra a mulher. Sobre o assunto, Damares prometeu fortalecer a rede de proteção das mulheres vítimas de violência e afirmou ter assinado um pacto para concretizar a promessa. "Agressores de mulheres, se preparem, é um novo governo, acabou para vocês", disse.

O BRASIL TEM UM DÉFICIT ENORME NAS SUAS CONTAS PÚBLICAS


Bancos aumentam projeção de déficit das contas públicas


Agência Brasil





 

Instituições financeiras consultadas pelo Ministério da Fazenda aumentaram a previsão para o resultado negativo das contas públicas, neste ano. A estimativa do déficit primário do Governo Central, formado por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, passou de R$ 103,217, em agosto, para R$ 104,068 bilhões. Mesmo assim, a estimativa está abaixo da meta de déficit perseguida pelo governo de R$ 139 bilhões. O resultado primário é formado por receitas menos despesas, sem considerar os gastos com juros.
Os dados constam da pesquisa Prisma Fiscal, elaborada pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia, com base em informações do mercado financeiro.
Para 2020, a estimativa das instituições financeiras é de um déficit de R$ 70,875 bilhões, contra R$ 70 bilhões previstos em agosto. A meta de déficit primário para 2020 é R$ 124,1 bilhões.
A previsão para as despesas passou de R$ 1,412 trilhão para R$ 1,408 trilhão em 2019, e foi mantida em R$ 1.473 trilhão em 2020. A previsão para as receitas líquidas foi alterada de R$ 1,307 trilhão para R$ 1,3 trilhão, neste ano, e de R$ 1,398 trilhão para R$ 1,391 trilhão, em 2020.
A pesquisa apresenta também a projeção para a dívida bruta do Governo Central, que, na avaliação das instituições financeiras, deve ficar em 78,5% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas pelo país), neste ano, a mesma previsão anterior. Para 2020, a estimativa ficou em 79,7% do PIB, ante 80% previstos no mês passado.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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