quarta-feira, 14 de agosto de 2019

COISAS DO MEIO AMBIENTE


O problema ambiental

Manoel Hygino



 


O problema da preservação ambiental aquece a discussão em todos os lugares do Brasil. Sábado, a novidade foi o presidente da República declarar que não precisa de dinheiro da Alemanha para esse objetivo. À noite de domingo, a Globo News discutiu o problema com três conceituados entendedores do assunto, a começar pelo respectivo ministro, o quente na defesa de Bolsonaro e suas posições.
O presidente fizera uma sugestão controversa, à imprensa. Ao ser perguntado sobre medidas para equilibrar a preservação ambiental e o crescimento, apelou para o controle fisiológico humano. Explicou:
“É só deixar de comermos um pouquinho. Você fala para mim em poluição ambiental. É só você fazer cocô dia sim, dia não, que melhora bastante a nossa vida também, declarou ao sair do Alvorada acompanhado do ministro Sérgio Moro”. Completou com um paralelo entre o número de filhos das famílias e sua cultura. “O mundo, quando eu falei que cresce mais de 70 milhões por ano, precisa de uma política de planejamento familiar. Não é controle não. Eu entendo que tem que ter controle de natalidade”.
No entendimento presidencial, o número de filhos será critério para esta observação. Contudo, ele afirmou ser uma exceção à própria regra. “Você olha para as pessoas que têm mais cultura – têm menos filhos. Eu sou uma exceção à regra – tenho cinco. Mas como regra é isso”.
A ideia do chefe da nação desperta para a poesia de Salomão Sousa, que habita a região descoberta por Juscelino para capital do Brasil. Com muita poesia publicada e muito mais a sê-lo, Salomão soma elogios daqui e dali, no Brasil e no exterior.
No seu livro mais recente, que é de 2020, depara-se finalmente com uma revelação, para mim desconhecida, mas que pode servir – quem sabe? – para as circunstâncias do Brasil presente e do atual ocupante do Palácio dos Despachos:
“Para concluir uma observação inútil sobre a manifestação do processo de composição poética de Salomão Sousa que, na infância, manipulava bostas secas para adubação de flores e hortaliças. Em sua poesia, os versos não advêm de uma escrita automática, mas não espontâneas e felizes como as moscas que se agrupam e se alimentam da bosta verde, indiferentes ao asco. Com a experiência de decomposição, e com o avanço do desmanche desaparecem os desenhos do arquiteto e da cartografia, desaparecem o sumário e a paisagem de onde surgem as imagens. Com a experiência da manipulação do excremento, Salomão Sousa tem confiança de que o sol ressecará com urgência a bosta verde para que desapareçam as moscas que causam o desastre social e prevaleçam a poesia e a harmonia que a Democracia estimula”.
Diante da desagradável situação por que passam os setores envolvidos, inclusive entidades internacionais e técnicos prestigiosos de várias nacionalidades (nem fale nos brasileiros), as observações de um poeta nascido no interior – como o é a cidade goiana de Silvânia (o nome já diz muito), sobre a infância de Salomão e a transformação de dejectos humanos – fazem sentido e merecem estudos adequados.


COLUNA ESPLANADA DO DIA 14/08/2019


Começou a disputa

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini 





Pela primeira vez desde a redemocratização o Partido dos Trabalhadores pode abrir mão de lançar candidato à Prefeitura de São Paulo, o filé-mignon de vitrine nacional com PIB maior que muitos países. Pesa a derrocada da imagem do partido e a prisão do ex-presidente Lula da Silva na Operação Lava Jato. Fontes do PT confirmam que o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo declinou de convite para disputar, e a cúpula da legenda avalia coligação com o PSB. Conforme a Coluna antecipou semana passada, o ex-governador Márcio França (PSB) deve ser o candidato de uma ampla frente de centro-esquerda, com um petista de vice. O mais cotado é Jilmar Tatto.
Projeto 2022
Tatto e a família são fortes políticos no Grande ABC. O PT sabe que é alto risco uma candidatura sua na capital. Seu projeto e o do partido é candidatura ao Senado em 2022.

Tô logo ali
Conhecido professor constitucionalista na capital, José Eduardo Cardozo quer ajudar o PT, mas fora da política. Seu projeto é tocar a banca advocatícia com sócios.

Nas mãos de Deus
A ministra Damares Alves, dos Direitos Humanos, vai pular de pára-quedas pela campanha Setembro Amarelo, a convite da Confederação Brasileira de Paraquedismo.

Turma do... 
Uma insatisfação generalizada sobre uma tradição decana chegou ao Ministério da Justiça. Agentes penitenciários federais protocolam nota de repúdio no MJ contra a ordem no sábado, nas unidades prisionais, para entregarem cesta com chocolate, bolo, refrigerante aos presos das penitenciárias no Dia dos Pais.

...cadeado 
As cestas foram entregues - muitas delas bancadas por parentes dos detentos, advogados ou pela própria direção dos presídios. Mas esse laço ‘amigável’ é constrangedor para a turma da chave do cadeado. A assessoria informou que o ministro Sérgio Moro ainda não foi notificado do assunto.

5 Estrelas 
No Natal, a bandidagem ganha panetone caro, champanhe sem álcool e outros mimos que nem os próprios agentes federais levam para casa.
Compasso de espera
Apesar da articulação do Planalto para evitar mudanças no texto da reforma da Previdência aprovado pela Câmara Federal, senadores preparam emendas para alterar “equívocos” da proposta. Se a PEC for modificada no Senado, deverá voltar para análise dos deputados. Esse é o medo dos federais, do governo e do país inteiro.

Detalhes
O senador Esperidião Amin (PP-SC), por exemplo, defende alteração no Art. 21, para deixar clara a idade mínima para o exercício da atividade de minerador em subsolo e a inclusão de servidores de estados e municípios nas mesmas regras previstas para servidores civis da União. O senador Reguffe (Sem partido-DF) prepara emenda que prevê mudanças na aposentadoria dos parlamentares. E são apenas dois de vários pontos.

TCU & UTC
A ordem das letras não altera a encrenca vindoura: O ministro do STF Edson Fachin acaba de votar, na Segunda Turma, pelo afastamento do ministro Aroldo Cedraz do Tribunal de Contas da União. Ele é suspeito de receber R$ 2,2 milhões de propina da enrolada UTC, abatida na Lava Jato, através do escritório do filho advogado, Tiago Cedraz. Faltam os votos dos outros quatro ministros da Segunda Turma.

Frevo eleitoral
O governador Paulo Câmara (PE) não resistiu às pressões da família Campos para demitir o presidente da Companhia de Saneamento, Roberto Tavares, que, segundo críticos, causava problemas ao principal cabo eleitoral do deputado federal João Campos na eleição de prefeito do Recife. O prefeito Geraldo Júlio pedia sua cabeça.
Esplanadeira
# Técnicos da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro foram à Bahia treinar colegas na Capacitação sobre Inspeção em Serviços de Quimioterapia. O evento
se estenderá até o dia 16 de agosto.
Com Walmor Parente e Equipe DF, SP e Nordeste

terça-feira, 13 de agosto de 2019

BOLSONARO FALA SOBRE A NOMEAÇÃO DO PGR E SOBRE QUESTÕES AMBIENTAIS


Novo PGR 'não pode atrapalhar agenda do desenvolvimento', avalia Bolsonaro

Correio Braziliense 




© Ana Rayssa/CB/D.A Press O próximo comandante da Procuradoria deve ser indicado por Bolsonaro até sexta-feira (16/8)      
O presidente Jair Bolsonaro disse que o próximo procurador-geral da República, a ser indicado por ele até sexta-feira (16/8), “não pode atrapalhar a agenda de desenvolvimento do país” e deve saber “tratar as minorias como minorias”. Ao ser questionado sobre o nome de Deltan Dallagnol, coordenador da Lava-Jato no Paraná, para o cargo, respondeu que ainda não foi procurado. “Mande-o me procurar, por que não me procurou até hoje? É muito simples. Todos querem ser procurados. Eu não procurei ninguém. A caneta BIC é minha”, frisou.
Em cerimônia que marcou a duplicação de 47 quilômetros da BR-116, em Pelotas (RS), o presidente afirmou que “as leis têm de ser feitas para maiorias” e destacou que precisa de um PGR que trabalhe pela “família”. Ele também citou o papel do Ministério Público na concessão de licenças ambientais. “Quero um PGR que não apenas combata a corrupção, que entenda a situação do homem do campo, não fique com essa ojeriza ambiental, que não atrapalhe as obras que estão dificultando licenças ambientais, que preserve a família brasileira, que entenda que as leis têm de ser feitas para a maioria e não para as minorias. É isso o que queremos”, frisou. “Que não seja um xiita ambiental”, continuou o presidente, e que “entenda as pessoas de minoria com a importância que têm e não supervalorizadas”.
O subprocurador Augusto Aras — preferido para ocupar o cargo, embora não tenha sido votado pela categoria — se alinhou ao discurso de Bolsonaro. Em entrevista à Folha de S. Paulo, ele declarou que pode ser descrito como alguém com “viés de direita”. “Eu começaria (se for indicado), no plano administrativo, convidando o colega Eitel Santiago de Brito Pereira, que, uma vez aposentado, se candidatou a deputado federal pela Paraíba e, como tal, apoiou o candidato Bolsonaro”, destacou. “É um homem maduro, católico, que, quando havia ainda alguma distinção entre direita e esquerda, poderia ser enquadrado num viés de direita.”
Também na entrevista, Aras criticou a ideologia de gênero, outro alvo de reclamações do presidente. “Eu não posso, como cidadão que conhece a vida, como sexagenário, estudioso, professor, aceitar ideologia de gênero (...). Não cabe para nós admitir artificialidades. Contra a ideologia de gênero é um dos nossos mais importantes valores, da família e da dignidade da pessoa humana.”
As novas afirmações ocorrem após viralizar na internet uma declaração dada por Aras, à TV Câmara, em 2016. Na ocasião, ele disse: “Essa política do medo tem consequências desastrosas, que é o crescimento de toda (...) uma doutrina de direita, uma direita radical”. Eleitores de Bolsonaro usaram a frase como base para pedir que ele não seja indicado a PGR. A atual ocupante do cargo, Raquel Dodge, deixa o posto em 18 de setembro. (RS)
Cocô volta ao assunto
Durante a cerimônia de inauguração da duplicação da BR-116, no Rio Grande do Sul, Jair Bolsonaro voltou a falar de cocô. Ao comentar as dificuldades para obter o licenciamento de obras importantes, ele disparou: “Há anos, um terminal de contêiner no Paraná, se não me engano, não sai do papel porque precisa agora também de um laudo ambiental da Funai. O cara vai lá, se encontrar — já que está na moda — um cocozinho petrificado de um índio, já era. Não pode fazer mais nada ali. Tem de acabar com isso no Brasil”.