Novo PGR 'não pode
atrapalhar agenda do desenvolvimento', avalia Bolsonaro
Correio Braziliense
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Ana Rayssa/CB/D.A Press O próximo comandante da Procuradoria deve ser indicado
por Bolsonaro até sexta-feira (16/8)
O presidente Jair Bolsonaro disse que o próximo procurador-geral
da República, a ser indicado por ele até sexta-feira (16/8), “não pode
atrapalhar a agenda de desenvolvimento do país” e deve saber “tratar as
minorias como minorias”. Ao ser questionado sobre o nome de Deltan Dallagnol,
coordenador da Lava-Jato no Paraná, para o cargo, respondeu que ainda não foi
procurado. “Mande-o me procurar, por que não me procurou até hoje? É muito
simples. Todos querem ser procurados. Eu não procurei ninguém. A caneta BIC é
minha”, frisou.
Em cerimônia que marcou a duplicação de 47
quilômetros da BR-116, em Pelotas (RS), o presidente afirmou que “as leis têm
de ser feitas para maiorias” e destacou que precisa de um PGR que trabalhe pela
“família”. Ele também citou o papel do Ministério Público na concessão de
licenças ambientais. “Quero um PGR que não apenas combata a corrupção, que
entenda a situação do homem do campo, não fique com essa ojeriza ambiental, que
não atrapalhe as obras que estão dificultando licenças ambientais, que preserve
a família brasileira, que entenda que as leis têm de ser feitas para a maioria
e não para as minorias. É isso o que queremos”, frisou. “Que não seja um xiita
ambiental”, continuou o presidente, e que “entenda as pessoas de minoria com a
importância que têm e não supervalorizadas”.
O subprocurador Augusto Aras — preferido para
ocupar o cargo, embora não tenha sido votado pela categoria — se alinhou ao
discurso de Bolsonaro. Em entrevista à Folha de S. Paulo, ele declarou que pode
ser descrito como alguém com “viés de direita”. “Eu começaria (se for
indicado), no plano administrativo, convidando o colega Eitel Santiago de Brito
Pereira, que, uma vez aposentado, se candidatou a deputado federal pela Paraíba
e, como tal, apoiou o candidato Bolsonaro”, destacou. “É um homem maduro,
católico, que, quando havia ainda alguma distinção entre direita e esquerda,
poderia ser enquadrado num viés de direita.”
Também na entrevista, Aras criticou a ideologia de
gênero, outro alvo de reclamações do presidente. “Eu não posso, como cidadão
que conhece a vida, como sexagenário, estudioso, professor, aceitar ideologia
de gênero (...). Não cabe para nós admitir artificialidades. Contra a ideologia
de gênero é um dos nossos mais importantes valores, da família e da dignidade
da pessoa humana.”
As novas afirmações ocorrem após viralizar na
internet uma declaração dada por Aras, à TV Câmara, em 2016. Na ocasião, ele
disse: “Essa política do medo tem consequências desastrosas, que é o
crescimento de toda (...) uma doutrina de direita, uma direita radical”.
Eleitores de Bolsonaro usaram a frase como base para pedir que ele não seja
indicado a PGR. A atual ocupante do cargo, Raquel Dodge, deixa o posto em 18 de
setembro. (RS)
Cocô volta ao assunto
Durante a cerimônia de inauguração da
duplicação da BR-116, no Rio Grande do Sul, Jair Bolsonaro voltou a falar de
cocô. Ao comentar as dificuldades para obter o licenciamento de obras
importantes, ele disparou: “Há anos, um terminal de contêiner no Paraná, se não
me engano, não sai do papel porque precisa agora também de um laudo ambiental
da Funai. O cara vai lá, se encontrar — já que está na moda — um cocozinho
petrificado de um índio, já era. Não pode fazer mais nada ali. Tem de acabar
com isso no Brasil”.
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