segunda-feira, 8 de julho de 2019

TRUMP PARABENIZA AS JOGADORES DOS EUA PELO TÍTULO DO FUTEBOL MUNDIAL FEMNININO


Após polêmica, Trump parabeniza seleção dos EUA pelo título mundial

Gazeta Esportiva

Neste domingo, a seleção feminina dos Estados Unidos fez história ao derrotar a Holanda por 2 a 0 na grande final da Copa do Mundo e conquistar pela quarta vez a competição. Mais tarde, o presidente norte-americano Donald Trump manisfestou-se por meio de suas redes sociais e parabenizou o plantel pela conquista do título.




“Parabéns à seleção americana de futebol feminino por sua vitória na Copa do Mundo. Uma grande e emocionante partida. Os Estados Unidos estão orgulhosos de todas vocês!”, disse.
Recentemente, o presidente se envolveu em uma polêmica com a jogadora Megan Rapinoe. A capitã da equipe disse que recusaria um eventual convite de Trump à equipe para visitar a Casa Branca em Washington, e fez um apelo para que suas companheiras fizessem o mesmo.
Sua opinião viralizou nas redes sociais e o presidente dos Estados Unidos rebateu a jogadora, e disse que iria convidar a seleção para a residência oficial independentemente da conquista do título.
Nos Estados Unidos, é comum os times campeões visitarem a Casa Branca logo depois de erguerem as principais taças de suas categorias. É assim com os vencedores da NBA, da NFL, e a tradicional visita deve ocorrer também com a seleção feminina de futebol, por conta do título Mundial.

MERCOSUL QUER TAMBÉM LIVRE COMÉRCIO COM OS ESTADOS UNIDOS


Mercosul quer acordo de livre-comércio também com os EUA
da Redação 


                                                                                               
                                                                                                                                                                                                                                                   Jair Bolsonaro e Donald Trump na Cúpula do G20, em Osaka

Os governos do Brasil e da Argentina querem aproveitar a assinatura do acordo com a União Europeia para inaugurar conversas do Mercosul com os Estados Unidos sobre a formação de uma área de livre-comércio.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, falou na última quarta-feira, 4, publicamente sobre essa intenção. O tema também foi abordado entre representantes dos dois países na semana passada, em Bruxelas, onde foi concluída a negociação para o acordo entre Mercosul e União Europeia.
A avaliação é que o bloco sul-americano está diante de uma janela de oportunidade única. De um lado, há dois governos com visão liberal na Argentina e no Brasil. Do outro, o presidente americano, Donald Trump, vê com bons olhos o estreitamento das relações com Jair Bolsonaro e Macri. Nos EUA, o ambiente é também favorável para a negociação de acordos comerciais. Em março, durante visita do presidente brasileiro ao país,  a possibilidade de abertura de negociações comerciais foi apresentada aos americanos nos bastidores.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário especial de Comércio Exterior, Marcos Troyjo, discutiram de maneira preliminar o tema com o secretário de Comércio, Wilbur Ross, e com o principal negociador comercial da Casa Branca, Robert Lightizer.
UE-Mercosul
O acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia foi anunciado no dia 28 de junho e tem potencial de alavancar o comércio de produtos do agronegócio do Mercosul e de bens industrializados europeus.
Segundo o Ministério da Economia, o acordo permitirá a expansão de 87,5 bilhões de dólares no produto interno bruto (PIB) brasileiro em quinze anos. Considerando a redução esperada das barreiras não tarifárias e o aumento da produtividade dos fatores dos setores produtos do país, esse ganho poderá chegar a 125 bilhões de dólares. A pasta estima a elevação de 113 bilhões de dólares nos investimentos no Brasil, e o comércio entre Brasil e União Europeia deverá alcançar 100 bilhões de dólares em 2035.
O acordo abrange ainda os setores de serviços, proteção de investimentos e compras governamentais de lado a lado. No caso do comércio de bens, a maioria será beneficiada pela adoção de tarifa zero de importação. Os setores mais sensíveis dos dois blocos terão as tarifas reduzidas ao longo do tempo. Os produtos agrícolas do Mercosul, em especial as carnes, terão as importações regidas por cotas da União Europeia.
Para valer, é necessário que o acordo seja ratificado pelo Parlamento da União Europeia e o Congresso dos quatro países sul-americanos. Há pontos, porém, que só terão efeito após cada um dos Parlamentos dos 28 países que compõem a União Europeia der seu aval.

MORREU O INVENTOR DA BOSSA NOVA JOÃO GILBERTO


Morre o cantor e compositor João Gilberto aos 88 anos

Julio Maria



© Wilton Júnior/Estadão João Gilberto durante show no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 2008
O cantor e compositor João Gilberto, um dos criadores da bossa nova, morreu neste sábado, 6, segundo uma postagem de seu filho João Marcelo nas redes sociais. A causa da morte ainda não foi confirmada pela família. "Meu pai morreu. Sua luta foi nobre, ele tentou manter a dignidade à luz da perda da independência. Agradeço minha família por estar aqui por ele", escreveu o filho do cantor.
João Gilberto era o próprio violão. Calado para o mundo, ruidoso consigo mesmo, percutia as ideias em sua caixa de ressonância de forma que só quem estivesse próximo o escutasse. Na vida em monastério que adotou por anos, seguia invisível e em total silêncio, abrindo a porta de seu apartamento apenas para poucos, como a filha Bebel Gilberto, a ex-namorada Claudia Faissol e sua filha com ela, Lulu.
João não estava pronto para se tornar um gigante. Nunca entendeu bem o que era isso. Menino de Juazeiro da Bahia, nadou nas águas do São Francisco e beijou garotas da vizinha Petrolina como se fosse normal. E era, até o dia em que avistou um caminhão vindo por uma estrada que cruzada sua cidade. Ao amigo que o acompanhava, disse como se recitasse uma oração: “Veja lá aquele caminhão, que maravilha. As árvores estão acariciando sua cabeça.” Árvores, pássaros, chuva, tudo parecia mais importante a seus olhos e ouvidos do que os próprios homens.
Mas a história estava em suas mãos. Filho do comerciante Juveniano Domingos de Oliveira e da católica Martinha do Prado Pereira de Oliveira, a Patu, João viveu em terras juazeirenses até 1942, aos 11 anos, quando seguiu para estudar em Aracaju. Juazeiro ainda o teria de volta quatro anos depois, quando o violão que o pai lhe deu começou a ganhar as primeiras carícias. A Rádio Nacional lhe trazia o mundo e João flutuava ao som de Orlando Silva, Dorival Caymmi, Chet Baker e Carmen Miranda. O primeiro grupo, Enamorados do Ritmo, veio logo, e Juazeiro ficou pequena.
A cidade que o recebeu na sequência teria sério papel na formação de seu caráter artístico. Aos 18 anos, em Salvador, já trabalhava com carteira assinada na Rádio Sociedade da Bahia, em Salvador. Não havia ainda desenhado o formato voz e violão, mas seguia os mandamentos de Orlando Silva tentado imitá-lo, por mais que o moderno já fossem Dick Farney e Lúcio Alves. O grupo vocal Garotos da Lua o chamou e lá se foi, ainda sem a obrigação com o violão, gravar dois discos em 78 rotações.
O Rio de Janeiro fervia na segunda metade dos anos 50, e foi para lá que João seguiu, aos 26 anos, em 1957. Sem muitos recursos, seguia a trilha de quem queria ser alguém com um violão debaixo do braço. Cantou para quem poderia fazer a diferença, como o cantor Tito Madi, mas teve mais sorte ao cair nas graças do produtor e também violonista Roberto Menescal. O violão de João virava a vedete. Bim Bom, uma das primeiras que apresentou aos círculos de artistas no Rio, já trazia o caminhão com a carroceria cheia. A levada uniforme deslocando acentos fortes para lugares incomuns, a harmonia abrindo picadas onde ainda ninguém havia passado, a mão que fazia acordes fazendo também percussão. E a voz. A voz de João deixava as tentativas da impostação e partia para o que fazia o trompetista Chet Baker quando cantava. Volume baixo e notas de longa duração, limpas, sem vibrato. João, depois de acreditar no violão, passava a ter fé no fio da própria voz.
E, então, fez-se a Bossa Nova. Era julho de 1958 quando Elizete Cardoso aparecer com o disco Canção do Amor Demais, com músicas de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Ao violão em duas das faixas, Chega de Saudade e Outra Vez, João Gilberto. E era só a ponta da cabeça de um baiano que se revelaria por inteiro um mês depois. Em agosto, João, já uma aposta de Tom Jobim, Dorival Caymmi e Aloysio de Oliveira, grava seu próprio 78 rotações com Chega de Saudade e Bim Bom, gravado pela Odeon.
Se acabasse aqui, a missão de João já estaria completa. O que ele fez foi pouco e simplesmente tudo. Criou um violão brasileiro e, sobre ele, ajudou a fundar um gênero. Seguiu na formatação de sua proposta com o seguinte 78, em 1959, que trazia Desafinado, de Tom e Newton Mendonça, e Hô-bá-lá-lá, música de sua autoria. E ainda traria seu LP Chega de Saudade, definindo-se como um acontecimento. “Em pouquíssimo tempo, (João) influenciou toda uma geração de arranjadores, guitarristas, músicos e cantores”, escreveu Tom na contracapa do disco.

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