quarta-feira, 29 de maio de 2019

CHINA PROMETE RETALIAR OS ESTADOS UNIDOS COM TERRAS-RARAS NA GUERRA COMERCIAL


China ameaça usar terras-raras em disputa comercial com EUA

Estadão Conteúdo








A China está pronta para usar terras raras como retaliação em uma guerra comercial com os Estados Unidos

O governo da China e a imprensa estatal do país reforçaram a retórica contra os Estados Unidos, ao lembrarem que poderiam usar terras-raras na disputa comercial. Essas substâncias são amplamente usadas na indústria.

"Se aqueles que querem usar produtos feitos com terras-raras que exportamos desejarem coibir e suprimir o desenvolvimento da China, então acredito que o povo chinês não ficará feliz", afirmou uma autoridade não nomeada da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, em comunicado no fim da terça-feira.

O jornal estatal Diário do Povo afirmou em comentário hoje que os EUA não devem subestimar a capacidade de Pequim de adotar medidas retaliatórias para salvaguardar seus interesses. O presidente chinês, Xi Jinping, visitou na semana passada um dos maiores fornecedores do mundo de terras-raras, no sul da China, levando mais atenção a um componente em que o regime chinês tem influência e que é crucial para indústrias de alta tecnologia na economia americana.
Você sabe o que são terras raras? Não, não estamos falando de praias desertas ou locais inabitados. Terras raras são substâncias químicas usadas na indústria para a produção de diversos itens. Embora sejam abundantes, as terras raras, ou metais de terras raras, recebem esse nome por serem de difícil extração. Macias, maleáveis, dúcteis e de coloração que varia de cinza escuro a prateado, as terras raras são compostas por 17 elementos químicos, sendo eles o escândio (Sc), o ítrio (Y) e mais 15 lantanídeos: lantânio (La), cério (Ce), praseodímio (Pr), neodímio (Nd), promécio (Pm), samário (Sm), európio (Eu), gadolínio (Gd), térbio (Tb), disprósio (Dy), hólmio (Ho), érbio (Er), túlio (Tm), itérbio (Yb) e lutécio (Lu).
Suas propriedades químicas e físicas são utilizadas em uma grande variedade de aplicações tecnológicas e estão incorporadas em supercondutoresmagnetoscatalisadores, entre outros. Essas substâncias também foram muito usadas em tubos de raios catódicos para televisores e computadores.
A maioria das terras raras são extraídas pela China, maior exportadora do mundo desses elementos. Mas devido à diminuição da quantidade da exportação das terras raras pelo país asiático, outros países como Brasil e Alemanha passaram a se dedicar à mineração de terras raras.

Reciclagem

Com o número limitado de locais economicamente viáveis para se minerar terras raras e também por causa dessa menor quantidade exportada pela China, a reciclagem se tornou necessária para a disponibilidade do elemento pelo mundo. Entretanto, de acordo com estimativas, uma parte ínfima dos elementos que compõem o grupo das terras raras é reciclada, apesar de a maior quantidade das substâncias ter a possibilidade de ser recuperada.
O problema é que o processo de reciclagem de terras raras é complicado, pois após recolher o material, ele deve passar por um processo químico de separação. Em seguida, os elementos químicos devem ser purificados e, no caso de óxidos, devem ser combinados com outros produtos para serem reutilizados.

Os perigos atrelados

Devido à presença comum de tório (Th) e urânio (U) em minérios de terras raras, torna-se um perigo minerar, refinar e reciclar esse tipo substância, pois são elementos radioativos. Além disso, no método de refinamento são necessários ácidos tóxicos - e qualquer má utilização ou vazamento desses ácidos pode causar grandes danos ambientais.
Em 2011, a mina Bukit Merah, na Malásia, foi culpada por causar defeitos de nascença e leucemia em moradores de uma cidade de onze mil habitantes. A Mitsubishi, que explorou a mina até 1992, teve que gastar US$ 100 milhões para efetuar a limpeza do local.







terça-feira, 28 de maio de 2019

BARÃO DE COCAIS À ESPERA DO PIOR - ROMPIMENTO DA BARRAGEM


Crise de pânico e depressão refletem temor de rompimento de barragem em Barão de Cocais

Malú Damázio






Vale havia estipulado prazo para queda do talude até o último sábado (25), o que não ocorreu; estrutura permanece se deslocando

À espera do rompimento do talude, que pode provocar um colapso na barragem Sul Superior, a vida de muitos moradores de Barão de Cocais, na região Central, está estagnada. Fora de casa, angustiados e sem perspectivas, eles começaram a enfrentar, inclusive, problemas de saúde.
Desde fevereiro, já foram 6 mil atendimentos a mais nos postos do município, se comparado ao mesmo período do ano passado, conforme o prefeito Décio Geraldo dos Santos. As principais queixas estão relacionadas a fatores psicológicos: pensamentos suicidas, estresse, depressão, hipertensão, crises de pânico e até infarto.
O chefe do Executivo não soube precisar o total de passagens pela rede pública nos últimos quatro meses, mas disse que a demanda explodiu desde que o risco na mina Gongo Soco chegou ao patamar máximo. Dormir uma boa noite de sono, sem acordar de madrugada ou ter pesadelos com a queda do reservatório, parece uma realidade distante até para o prefeito, que começou a ter crises frequentes de labirintite.


Aparecida das Dores tem dificuldades para dormir e se alimentar devido à angústia

Quem também tem sofrido é a produtora rural Aparecida das Dores, de 56 anos. Ela não consegue descansar e ficou sem apetite após sair da casa em que vivia e plantava hortaliças para vender. O imóvel fica na área de perigo e foi desocupado em fevereiro.
Sem ter onde tirar o próprio sustento, já que a roça está interditada, Aparecida começou a trabalhar na propriedade de um conhecido, no bairro Santa Cruz, onde está morando provisoriamente com o namorado. “Meu terreno ficou abandonado, morro de medo de sair de casa. Essa situação abalou demais meu psicológico. Não durmo, fico nervosa e ansiosa o tempo todo”, afirma.
A pressão psicológica é tanta, que, às vezes, Aparecida pensa que seria melhor se o talude caísse logo, para saber se a barragem irá se romper. “É horrível falar isso, mas tem dias que, sinceramente, estou pedindo a Deus que estoure rápido para acabar com essa angústia”, revela a moradora.
Turismo afetado
Com cachoeira, sítio arqueológico com pinturas rupestres e santuário que reúne obras atribuídas ao mestre do barroco Aleijadinho, Barão de Cocais vive um enfraquecimento do turismo. A recepcionista de um hotel da cidade, Jaqueline Pádua, de 33 anos, explica que a maior parte dos hóspedes agora é composta por funcionários que vão ao local prestar serviços ligados à mina.
Jaqueline lembra que, desde que a Vale anunciou que o talude deveria se romper entre os dias 19 e 25, uma empresa que havia feito reservas para funcionários cancelou o contrato e os transferiu para uma pousada em Santa Bárbara, município vizinho. “O pessoal não está ficando aqui, ainda mais que estamos no leito do rio”, diz.
Outra preocupação da recepcionista, que vive no município, é que a rede de saúde não tenha número suficiente de profissionais para absorver a demanda. O prefeito de Barão de Cocais pediu à Vale, no início de abril, reforço psicológico e médico. Segundo ele, a mineradora se comprometeu em resolver a situação dentro de uma semana, mas o prazo não teria sido atendido.
Resposta
Em nota, a empresa informou que, desde 8 de fevereiro, foram realizados cerca de 1,4 mil consultas, 5,7 mil atendimentos psicossociais e distribuídos 1,4 mil medicamentos. “A Vale mobilizou sete médicos, sete enfermeiros, oito técnicos de enfermagem, 15 psicólogos, três assistentes sociais, entre outros profissionais destacados para o atendimento aos moradores evacuados, além de sete ambulâncias. No momento, a Vale está priorizando a segurança e a qualidade de vida da comunidade”.





SÃO 48 BARRAGENS PERIGOSAS SOMENTE 16 SERÃO ESVAZIADAS EM MINAS GERAIS


Só 16 barragens em Minas têm planos de desativação

Cinthya Oliveira









Barragem Sul Superior, em Barão de Cocais, utiliza o método de alteamento a montante

Terminou nesta segunda-feira (27) o prazo dado às mineradoras com barragens de alteamento a montante – mesmo método utilizado na mina que se rompeu em Brumadinho, na Grande BH – para a apresentação dos planos de descaracterização das estruturas. Dos 48 reservatórios que deveriam entregar as ações de descomissionado, só 16 cumpriram a determinação do governo do Estado.
As companhias tiveram 90 dias para desenvolver e apresentar o cronograma. A resolução que obriga a medida prevê sanções administrativas e multa a quem não se adequasse.
Em nota, a pasta estadual informou que, "considerando que o prazo foi estabelecido em lei, o descumprimento sujeitaria o empreendedor a autuação nos termos do decreto 47.383. Essa infração é considerada gravíssima e a multa pode variar de 1.250 Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais (Ufemgs) a 101.250,00 Ufemgs.
Prazo
Após apresentar os projetos de desativação e reintegração dos espaços à natureza, as empresas terão três anos para finalizar o processo.
Além do Córrego do Feijão, a barragem de Fundão, que entrou em colapso em novembro de 2015, em Mariana, na região Central, também foi erguida por meio de alteamento a montante.
Localização
Os 32 reservatórios que não têm planos de descaracterização estão em 14 municípios mineiros, dentre eles Caeté e Rio Acima (Grande BH) e Congonhas, Itabirito, Mariana e Ouro Preto (região Central). Já com relação às 16 estruturas que contam com as propostas no Estado, 14 são Vale e duas da CSN.
Responsável pela barragem Sul Superior, em Barão de Cocais, que também utiliza o método e está em alerta máximo - um talude da estrutura pode se romper, comprometendo toda a mina - a Vale informou que protocolou, junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) o plano de descaracterização de todos os reservatórios a montante.



GOVERNO AUTORIZA OS EMIRADOS ÁRABES A EXPLORAR O TERRITÓRIO BRASILEIRO PARA EXPLORAR MINERAIS EXTRATÉGICOS

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