Crise no Brexit: ministra pede demissão e aumenta
pressão sobre May
Agência Brasil
A ministra Andrea
Leadsom - importante apoiadora do Brexit - pediu demissão do governo da
primeira-ministra britânica, Theresa May, nessa quarta-feira (22), elevando a
pressão sobre a líder. O pedido de demissão foi feito após o fracasso de uma
nova proposta para o Brexit, apresentado pela premiê.
Até agora, May
resistiu, prometendo continuar em sua missão, apesar da oposição à sua proposta
de conseguir aprovar um acordo para o Brexit no Parlamento, ao flexibilizar sua
postura em relação a um segundo referendo e acordos alfandegários.
A renúncia de
Leadsom aprofunda ainda mais a crise do Brexit, reduzindo ainda mais a
autoridade de uma líder já enfraquecida. Quase três anos depois de os
britânicos terem votado pela saída da União Europeia (UE), não está claro
quando, ou mesmo se, o Brexit irá acontecer.
Leadsom, líder da
Câmara dos Comuns, disse, no Parlamento, que não poderia anunciar o novo
projeto para o acordo de retirada, pois não acredita no plano.
"Eu não
acredito mais que nossa abordagem irá entregar o resultado do referendo",
disse Leadsom, antes rival de May na disputa para se tornar
primeira-ministra. "É, portanto, com grande pesar e com o coração
pesado, que eu saio do governo".
Um porta-voz de
Downing Street manifestou decepção com a decisão, mas disse que "a
primeira-ministra continua focada em entregar o Brexit, que foi escolhido pelo
povo".
May pode ainda
tentar aprovar seu novo plano para o Brexit, que inclui a votação sobre um
segundo referendo -- depois que o projeto passar a primeira fase --, assim como
acordos comerciais mais próximos com a UE.
Mas a nova proposta
foi recebida com uma rápida reação negativa, com diversos parlamentares que já
a apoiaram em votações anteriores dizendo que não poderiam apoiar o novo plano,
principalmente por conta de sua brusca mudança em relação à possibilidade de um
segundo referendo.
"Eu sempre
sustentei que um segundo referendo poderia ser perigosamente controverso, e eu
não apoio que o governo facilite de boa vontade essa concessão", disse
Leadsom.
"Ninguém
gostaria de vê-la ter sucesso mais do que eu", escreveu Leadsom a May.
"Mas, agora, peço que tome as decisões certas no melhor interesse do país,
deste governo e de nosso partido".
O parlamentar do
Partido Trabalhista Ian Lavery, líder da oposição, disse que a saída de Leadsom
mostra que "a autoridade da primeira-ministra foi afetada, e seu tempo
acabou".
"Pelo bem do
país, Theresa May precisa sair, e precisamos imediatamente de uma eleição
geral", acrescentou.
A União Europeia (UE) e o
Reino Unido concordaram com mais um adiamento da saída do país do bloco europeu
(o Brexit), que agora deverá ocorrer em 31 de outubro.
Líderes da UE concordaram com a medida, após cinco horas de negociações em Bruxelas nessa quarta-feira (10), evitando, por hora, um Brexit sem acordo.
A cúpula da União Europeia se reuniu para debater o pedido da premiê britânica, Theresa May, visando ao adiamento da data de saída do país, desta sexta-feira para o dia 30 de junho. A data já havia sido adiada em relação ao prazo inicial de 29 de março.
Muitos líderes apoiaram a proposta do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, de uma prorrogação flexível de até um ano. Entretanto, o presidente francês, Emmanuel Macron, insistiu veementemente em uma extensão mais curta.
Sob o acordo, a retirada pode ocorrer antes do prazo se o Parlamento britânico ratificar os termos do Brexit acertados por May com a União Europeia.
Tusk disse a jornalistas, após a cúpula, que a mudança de data é suficiente para que se encontre a melhor solução, e pediu que o Reino Unido não desperdice esse tempo.
Entretanto, a extensão certamente vai provocar reações negativas dos apoiadores de linha dura do Brexit no Parlamento.
Líderes da UE concordaram com a medida, após cinco horas de negociações em Bruxelas nessa quarta-feira (10), evitando, por hora, um Brexit sem acordo.
A cúpula da União Europeia se reuniu para debater o pedido da premiê britânica, Theresa May, visando ao adiamento da data de saída do país, desta sexta-feira para o dia 30 de junho. A data já havia sido adiada em relação ao prazo inicial de 29 de março.
Muitos líderes apoiaram a proposta do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, de uma prorrogação flexível de até um ano. Entretanto, o presidente francês, Emmanuel Macron, insistiu veementemente em uma extensão mais curta.
Sob o acordo, a retirada pode ocorrer antes do prazo se o Parlamento britânico ratificar os termos do Brexit acertados por May com a União Europeia.
Tusk disse a jornalistas, após a cúpula, que a mudança de data é suficiente para que se encontre a melhor solução, e pediu que o Reino Unido não desperdice esse tempo.
Entretanto, a extensão certamente vai provocar reações negativas dos apoiadores de linha dura do Brexit no Parlamento.