Tenho 'excelente' alternativa a acordo comercial
com a China, diz Trump
Estadão Conteúdo
Trump afirmou ser
possível chegar a um acordo nesta semana
O presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ter uma alternativa "excelente"
ao acordo comercial com a China, que está em negociação entre delegações dos
dois países em Washington. Trump respondeu "veremos" ao ser
questionado sobre se um entendimento será alcançado, "mas nossa
alternativa é excelente", disse.
Não ficou claro,
contudo, se a referência do presidente era a uma contraproposta americana nas
tratativas ou à imposição de tarifas maiores a bens chineses a partir de
amanhã. Mesmo assim, Trump afirmou ainda ser possível chegar a um acordo nesta
semana.
Segundo Trump, as
conversas bilaterais serão retomadas hoje, às 18h (de Brasília). O presidente
americano disse que recebeu uma "linda carta" do presidente chinês,
Xi Jinping, e que eles provavelmente conversariam por telefone em breve. A
delegação chinesa em Washington é liderada pelo vice-premiê Liu He. (Com Dow
Jones Newswires)
A ministra da
Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta segunda-feira (6) que um aumento
das tarifas de importação dos Estados Unidos para produtos chineses pode
beneficiar as exportações brasileiras do agronegócio.
Neste
domingo (5), o presidente norte-americano, Donald Trump, disse pelo
Twitter que pretende elevar as taxas de 10% para 25% para cerca de US$ 200
bilhões em mercadorias vindas da China. Nas postagens, Trump reclamou do que
considera uma demora por parte da China para negociar um acordo comercial.
Confira:
“Primeiro a gente
precisa saber se foi só um recado durou ou se vai se efetivar. É claro que se
os Estados Unidos e a China não entrarem em acordo e essas tarifas não voltarem
ao que eram antes, realmente, é uma janela oportunidade a mais para o Brasil”,
avaliou a ministra ao participar de reunião do Conselho Superior do Agronegócio
na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Viagem para a Ásia
Tereza Cristina vai
viajar na próxima madrugada para a Ásia. Ela vai liderar uma comitiva de 98
pessoas que passará pelo Japão, China, Vietnã e Indonésia ao longo de 16 dias.
Outro ponto
importante nas relações comerciais entre a China e o Brasil é a peste africana
que atacou duramente os rebanhos do país asiático. Segundo a ministra, por um
lado, isso deve afetar as vendas de soja do Brasil para os chineses, uma vez
que o alimento é usado como ração.
No entanto, há a
possibilidade de aumentar as exportações de carne de porco. “A carne os
chineses vão ter que importar dos Estados Unidos, do Brasil e de outros países
para suprir a sua demanda interna. O Brasil vai poder colaborar um pouco para
que esses preços da carne na China possam ter patamares menores do que estão
hoje”, ressaltou.
Além da carne suína,
Tereza Cristina disse que o Brasil pretende oferecer uma série de produtos para
os chineses, como café, frutas e carne de frango. “Nós somos parceiros
confiáveis. Nós temos qualidade e temos volume de soja, milho, que fazem parte
da dieta dos animais. Nós temos outras proteínas que podem entrar nessa janela
de oportunidades”, acrescentou.
No primeiro
trimestre de 2019, as vendas de soja triturada do Brasil para China (US$ 4,75
bilhões) corresponderam a 9% do valor arrecadado com o total de exportações
(US$ 52,6 bilhões). No período, de cada US$ 100 que o país captou com a venda
do produto em todo o mundo, US$ 77,48 vieram da China.