Marinho prevê que relatório da Previdência pode ser
votado até junho
Agência Brasil
Na avaliação dele
esse ritmo permitiria que a tramitação da reforma na Câmara dos Deputados
terminasse ainda no primeiro semestre deste ano
O secretário
Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho,
estimou nesta quinta-feira (9), que, se o relatório do deputado federal
Samuel Moreira (PSDB-SP) sobre a reforma da Previdência for apresentado à
comissão especial da Câmara dos Deputados assim que acabarem as audiências
públicas, a votação na comissão poderá ocorrer até o início de junho. Na
avaliação dele, esse ritmo permitiria que a tramitação da reforma na Câmara dos
Deputados terminasse ainda no primeiro semestre deste ano.
"Quem vai dizer
o ritmo é o relator deputado Samuel Moreira. Ele já anunciou que, assim que
terminarem as audiências públicas, que vão ocorrer no mês de maio, ele já está
pronto para apresentar o relatório", lembrou. "Se apresentar o relatório após
as audiências, no final do mês ou princípio do próximo, estará pronto para ser
votado na Comissão Especial".
O secretário
participou, nesta quinta-feira (9), do 31º Fórum Nacional, promovido pelo
Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de
Janeiro. Marinho defendeu a importância da reforma para a recuperação da
economia. "Está claro, para nós, que a expectativa de quem empreende e de
quem produz, de quem toma decisão de investir no Brasil, está sofreada e
reprimida em função da velocidade com que o projeto de Previdência tramita no
Congresso Nacional".Na opinião de Marinho, os dados que embasam o projeto
foram apresentados ontem (8) com transparência pelo governo federal e dão
condições para que o debate ocorra com tranquilidade.
"Temos todo o
ambiente propício para que o debate ocorra com a maior tranquilidade. No final
do mês, apresentado o relatório, e o relatório votado do princípio do mês de
junho a meados de junho, há condição de se resolver a tramitação da Câmara no
primeiro semestre".
Engajamento
O secretário
defendeu que governadores e prefeitos se engajem no debate sobre a reforma,
porque, segundo ele, são atores políticos importantes. "Existem
governadores que estão fortemente engajados, e outros, nem tanto". Segundo
ele, além da economia de R$ 1,2 trilhão que a reforma poderá trazer às contas
da União, o projeto poderá ter impacto de mais R$ 500 bilhões se estendido aos
estados e municípios. "É importante que haja uma adesão do conjunto dos
governadores".
Para Marinho, o
debate sobre a Previdência encontra hoje um ambiente mais propício do que em
2017, quando os parlamentares no Congresso tinham medo de ficar expostos pelo
tema. "É um tema impopular, que mexe com a vida das pessoas, e havia uma
eleição muito próxima, e havia acabado de acontecer o impeachment da presidente
Dilma", disse. "Agora, vemos uma grande parte da população entendendo
a necessidade de recuperar o sistema previdenciário".
Normas
Rogério Marinho
antecipou que em junho começarão a ser anunciadas mudanças nas normas
regulamentadoras de saúde do trabalhador e segurança no trabalho. A primeira a
ser modificada deve ser a Norma Regulamentadora 12, que trata do uso de
máquinas industriais em uma abrangência que pode englobar desde padarias até o
forno de siderúrgicas, explicou o secretário.
"Existem 36
normas reguladoras que tratam da saúde e da segurança do trabalhador. São 6,7
mil a 6,8 mil linhas diferentes de fiscalização. É absolutamente impossível que
um pequeno empreendedor possa se adequar a essa situação, e a ideia é
simplificar, desburocratizar, modernizar, customizar, sem perder a questão da
segurança e a preocupação com a saúde, mas, ao mesmo tempo, permitir uma maior
competitividade na indústria e na economia. Estamos avaliando os impactos, mas
vai ser bem significativo".
O secretário
especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho,
disse nesta terça-feira (30) estar ansioso para ouvir
alternativas à proposta apresentada pelo governo federal para a nova
Previdência Social. Ele propôs que os debates sobre o tema sejam feitos de
forma técnica.
“Espero que a
política, por mais importante que seja, e as paixões sejam sobrepostas pelo
debate técnico. Os opositores já foram governo e sabem da necessidade de reestruturação
[da Previdência Social]. Chegou a hora de a oposição mostrar qual é o seu
projeto”, disse o secretário após participar do seminário Desafios para a
Previdência e a Proteção Social no Brasil – evento promovido pelo Instituto
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “Estamos sôfregos e ansiosos para escutar
qual é a alternativa a ser apresentada por aqueles que se colocam contra”,
acrescentou.
O secretário
reiterou sua posição a favor da integralidade do projeto, que prevê
uma economia de R$ 1,236 trilhão ao longo de 10 anos.
Marinho elogiou a
forma como a questão tem sido tratada por parte do Parlamento. “Tenho sentido
um clima muito propositivo no Congresso Nacional, ao contrário do que ocorria
em outras épocas”.
Segundo ele, o
projeto apresentado combate fraudes e cobra de quem deve à Previdência, além de
estar focado em uma lei de responsabilidade voltada aos municípios. “Temos a
responsabilidade de enfrentar esse problema e de não varrê-lo para debaixo
do tapete. Quem tem mais paga mais. Quem tem menos paga menos. Mas todos
pagam”, destacou.
De acordo com o
pesquisador da Universidade Cândido Mendes Paulo Tafner, que já foi pesquisador
do Ipea, em 1980 havia no mercado de trabalho 9,2 trabalhadores
ativos para cada inativo. “Em 2020 serão 4,7 ativos para cada inativo; e em
2060 será 1,6 ativo para cada inativo. Isso coloca muita pressão sobre um
sistema de sustentabilidade”, disse o economista.
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