quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

CRISE NA VENEZUELA - MUITOS MORTOS


Crise na Venezuela
Há muito mais mortos, diz deputado
Juan Trujillo diz que paramiliares entram nas casas atirando a esmo








Moradores de Urena aguardam para buscar alimentos em Cucuta


Aline Reskalla









O deputado da Assembleia Nacional venezuelana José Trujillo, presidente da Comissão Humanitária do autoproclamado presidente interino Juan Guaidó, disse nesta terça-feira (26) a O TEMPO que o número de mortos na região fronteiriça de Santa Elena de Uarén, a 15 km de Paracaima, em Roraima, provavelmente é muito maior do que as quatro vítimas confirmadas até esta terça
“Quantos mortos são? Eu não posso afirmar quantos, confirmaram quatro, mas entraram nas casas atirando sem saber quem vivia ali e ninguém sabe dos corpos”, disse ele.
No último domingo, o prefeito de Santa Elena, Emilio González, fugiu para o Brasil denunciando que pelo menos 25 pessoas haviam sido assassinadas pelo regime e que milicianos recolheram os corpos, o que não foi confirmado posteriormente.
O deputado Trujillo relatou que tem mudando de residência a todo momento para fugir da perseguição do regime de Nicolás Maduro, que não reconhece o Parlamento eleito pelo povo e governa por meio de uma Assembleia Constituinte submissa a ele.
“Eu sabia que haveria essa repressão porque esse é um governo delinquente. Queimaram a ajuda humanitária, mataram as pessoas para evitar que entrassem os caminhões. Eu não sei mais o que quer o mundo para agir”, disse o deputado.
“No sábado mesmo o hotel em que estávamos foi invadido por dois homens armados que efetuaram disparos. Nunca havia passado por essa situação em minha vida”, disse José Trujillo. “O que se passou em Santa Elena de Uarén no fim de semana me dá uma força para seguir nesta luta pela democracia na Venezuela”, afirmou o parlamentar ligado a Guaidó.
Ele disse que os deputados oposicionistas se reunem nesta quarta-feira (27), em local ainda indefinido, para traçar as estratégias de ação da oposição daqui para a frente. “Alguns ainda estão na Colômbia, pois participaram da reunião do Grupo de Lima, mas nós não vamos descansar e vamos continuar lutando”, disse José Trujillo.
Na região, epicentro da repressão de Maduro, a numerosa etnia pemón, que vive na região de Santa Elena, sul da Venezuela, declarou desobediência ao regime de Caracas. No sábado eles capturaram dezenas de venezuelanos após terem sido atacados pelos paramilitares de Maduro.


COLUNA ESPLANADA DO DIA 27/02/2019


Fator militar

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini












As últimas manifestações do presidente Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), desagradaram a ministros do Palácio do Planalto e à ala militar do Governo de Jair Bolsonaro. O democrata deixou claro que seu apoio ao Planalto não é incondicional ao afirmar que o Governo precisa melhorar sua capacidade de cobrar celeridade no envio da proposta da Reforma da Previdência de integrantes das Forças Armadas – cujo texto é aguardado pelo Congresso. Como notório, a aposentadoria diferenciada para militares também contribui para distorções nas contas públicas. A conferir se haverá mudanças fortes, ou só alívio.

Ecos

Para integrantes do Governo, Maia ecoou críticas da oposição, que chegou a protocolar requerimentos na presidência da Câmara propondo a suspensão da tramitação.

Te cuida, Moro

Tem gente no Congresso Nacional preparando canhão de projetos contra a lei que permitirá a prisão após condenação em segunda instância, do pacote de Sérgio Moro.

Do boletim

A volta da Educação Moral & Cívica para a grade curricular do ensino básico virou uma questão de honra para o ministro da Educação, Vélez Rodriguez. E para Bolsonaro.

Mistério

A presença do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no fim de semana na Flórida, convidado para evento dos republicanos, e também a de Donald Trump em seu clube Mar-a-Lago, em West Palm Beach, suscitaram comentários, na alta rodinha no Brasil, de que o federal e o presidente americano tiveram um prolongado e sigiloso jantar no sábado. A assessoria do deputado nega.

Muro

Em breve palestra para um grupo de mulheres republicanas, Eduardo Bolsonaro falou de sua experiência como agente da PF na fronteira do Brasil com a Bolívia, e disse que “os brasileiros apoiam” o muro de Trump na fronteira com o México.

Encarando

De tanto falarem em ‘Queiroz laranja’, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) resolveu encarar o disse-me-disse e topou a ideia de grupo de candidatas do PSL: lançaram a campanha “Nem laranja, Nem vermelho, Somos Verde e Amarelo”.

Mourão

O vice Hamilton Mourão não participaria ontem da reunião no Grupo de Lima, sobre a Venezuela. Só os grupos diplomáticos têm deliberado. Mas como serviu de adido militar em Caracas anos atrás, o vice acompanhou a força-tarefa.

Toga no cabide

Os deputados General Peternelli (PSL-SP) e Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) apresentarão Emenda para instituir a aposentadoria compulsória dos ministros do Supremo Tribunal Federal por tempo de serviço, encerrando a vitaliciedade.

Justiça

Os Krenyê voltarão para casa, e com escritura. O presidente da Funai, Franklimberg de Freitas, entrega amanhã o documento de posse da Fazenda Vão Chapéu, de 8 mil hectares, no município de Tuntum (MA). Desde que foram expulsos por grileiros em 2010 da Terra Indígena Rodeador, mais de 100 da etnia viviam em Barra do Corda.

Caindo de Maduro

Nicolás Maduro tem dois problemas além do (des)governo da Venezuela: até ontem à noite, não havia país hermano disposto a oferecer asilo. E, pior, não há imunidade para crimes cometidos pela sua milícia oficial, pelos quais pode ser processado.

Cavalcanti em livro

O publicitário Flávio Cavalcanti Jr, seu filho, escreve a biografia de Flávio Cavalcanti, o apresentador dos memoráveis programas ‘Um Instante Maestro’, ‘A Grande Chance  e de outros sucessos na televisão nos anos 50 a 86, quando ele morreu, aos 63 anos.


ESPLANADEIRA

. O escritório Andrade Silva Advogados, que atua há quase 20 anos com direito corporativo, acaba de se mudar para o Edifício ÍON, em Brasília,

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

A SITUAÇÃO DA PREVIDÊNCIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS É CRÍTICA


Para cada cem servidores públicos do Estado na ativa, existem 128 inativos

Tatiana Moraes








Projeto de reforma da Previdência que está no Congresso vai influenciar o regime do funcionalismo público mineiro



A implantação da reforma da Previdência, proposta pelo governo federal, pode dar fôlego ao caixa do Estado. Com a imposição da idade mínima para se aposentar e o aumento da contribuição dos servidores, a expectativa é a de que, ao longo dos anos, aumente o número de pessoas na ativa e reduza o de aposentados e pensionistas. Hoje, para cada 100 funcionários trabalhando na máquina púbica estadual, existem 128,7 recebendo o benefício.
O estudo é da pesquisadora Vilma da Conceição, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre)/ Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com o levantamento, Minas Gerais é o segundo pior estado na relação entre beneficiários e contribuintes do país, com índice de dependência de 128,7%. Em primeiro lugar está o Rio Grande do Sul, com razão de 167%. Significa que para cada 100 pessoas trabalhando no governo, 167,2 recebem aposentadoria ou pensão.
Sem a reforma, conforme Vilma, haverá aceleração do resultado, piorando cada vez mais o quadro em Minas. Hoje, o Estado conta com 198.945 servidores ativos e 256.031 aposentados e pensionistas. Como reflexo, o gasto com a Previdência tem aumentado ano a ano. Em 2010, era de R$ 6,1 bilhões. Em 2018, saltou para R$ 16 bilhões, elevação de 162%.
Os números são insustentáveis, afirma a pesquisadora. “Se a quantidade de beneficiários é maior do que a de contribuintes, tudo indica que o sistema entrará em colapso. Ele não se sustenta”.
Ela destaca, ainda, que a implantação da idade mínima para aposentadoria (62 anos para mulheres e 65 para homens) vai inverter a razão entre contribuintes e beneficiários.
Hoje é aplicada a fórmula 86/96 para que o direito seja concedido. Mulheres podem se aposentar com o teto de R$ 5.839,45, desde que o tempo de contribuição mais a idade somem 86 anos. Para os homens, o número é 96. Se o novo texto passar, haverá idade mínima. Ou seja, as pessoas vão trabalhar por mais tempo e, consequentemente, pagarão mais.
A pesquisadora pondera que a proposta de aumento da contribuição dos servidores é outro ponto que pode ajudar no caixa dos estados, mas não é suficiente para resolver o problema.
Hoje, os servidores colaboram com 11% do salário. Se o texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 6/2019 for aprovado, a contribuição mensal dos empregados da máquina pública poderá chegar a 16,79%. Em contrapartida, o piso também sofrerá alterações. Nesse caso, para baixo. “Quem ganha menos, vai contribuir com menos. A colaboração para um salário mínimo, por exemplo, será de 7,5%”, diz Vilma.
A proposta também prevê que o índice poderá subir para 14% para todos, caso haja déficits financeiros atuariais. Ou seja, se estudos mostrarem que o sistema pode falhar, levando em consideração o cenário atual, a contribuição pode aumentar.
“Hoje, se observarmos receita e despesa, temos déficit. Mas, se a gente trabalha com projeções demográficas e espera um boom demográfico, esse déficit vai sumir. Se trouxermos o cálculo ao valor presente do pagamento de inativos, o sistema tem que ser equilibrado”, explica.

Solução financeira ignora impacto social, sobretudo para idosos
mbora o caixa do governo possa ganhar um reforço com a reforma previdenciária, especialistas afirmam que faltam estudos que mostrem os impactos sociais da aplicação do novo texto. A redução do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos que não têm como se sustentar nem possuem família, é um dos pontos polêmicos. A ideia é passar o valor de R$ 998 para R$ 400. Sem verba, dizem especialistas, essas pessoas tendem a sobrecarregar o sistema de saúde e a viver da “caridade”.
Hoje, por exemplo, maiores de 65 anos sem família têm direito ao BPC de um salário mínimo. A Proposta de Emenda Constitucional(PEC) 6/2019 prevê redução no valor, mas estende o prazo. Se as novas regras forem aprovadas, os idosos que comprovarem a necessidade poderão usufruir do direito dos 60 aos 69 anos.
O problema é que quem usa o BPC diz que o valor de R$ 998 já é insuficiente, e que os R$ 400 não dariam para cobrir as despesas, pois idosos demandam mais gastos com remédios e plano de saúde.
Com insuficiência renal crônica, a aposentada Eurides Maria de Jesus, de 84 anos, está na UTI há alguns dias. O tratamento só foi possível porque a família que ela adotou há muitas décadas assumiu os custos.
“O valor (do BPC) é irrisório, não dá para nada. Ela mora conosco e não precisa pagar aluguel, uma pessoa para ajudá-la, plano de saúde, essas coisas. E, mesmo assim, o valor é insuficiente. Imagina se fossem R$ 400?”, critica a neta adotiva de dona Eurides, Marcela Leite.
O presidente do Instituto de Educação Previdenciária (Ieprev), Roberto Carvalho, afirma que uma reforma é necessária, mas destaca que o texto, como foi apresentado, vai prejudicar o contribuinte.
“As pessoas não vão se aposentar. E, quando aposentarem, vão receber pouco. O texto é similar ao que foi aplicado no Chile em 1981, quando o país era governado pelo ditador Augusto Pinochet”, diz.
No país vizinho, 936 pessoas maiores de 70 anos se suicidaram entre 2010 e 2015, conforme o Estudo Estatísticas Vitais, realizado pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Instituto Nacional de Estatística (INE). O país ocupa o primeiro lugar no ranking de suicídios na América Latina.


GOVER NO LULA NÃO CONCORDA COM AS REDES SOCIAIS LIVRES DE CENSURA

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