Crise na Venezuela
Há muito mais
mortos, diz deputado
Juan Trujillo diz
que paramiliares entram nas casas atirando a esmo
Moradores de Urena aguardam para
buscar alimentos em Cucuta
Aline Reskalla
O deputado
da Assembleia Nacional venezuelana José Trujillo, presidente da Comissão
Humanitária do autoproclamado presidente interino Juan Guaidó, disse nesta
terça-feira (26) a O TEMPO que o número de mortos na região fronteiriça
de Santa Elena de Uarén, a 15 km de Paracaima, em Roraima, provavelmente é
muito maior do que as quatro vítimas confirmadas até esta terça
“Quantos
mortos são? Eu não posso afirmar quantos, confirmaram quatro, mas entraram nas
casas atirando sem saber quem vivia ali e ninguém sabe dos corpos”, disse ele.
No último
domingo, o prefeito de Santa Elena, Emilio González, fugiu para o Brasil
denunciando que pelo menos 25 pessoas haviam sido assassinadas pelo regime e
que milicianos recolheram os corpos, o que não foi confirmado posteriormente.
O deputado
Trujillo relatou que tem mudando de residência a todo momento para fugir da
perseguição do regime de Nicolás Maduro, que não reconhece o Parlamento eleito
pelo povo e governa por meio de uma Assembleia Constituinte submissa a ele.
“Eu sabia
que haveria essa repressão porque esse é um governo delinquente. Queimaram a
ajuda humanitária, mataram as pessoas para evitar que entrassem os caminhões.
Eu não sei mais o que quer o mundo para agir”, disse o deputado.
“No sábado
mesmo o hotel em que estávamos foi invadido por dois homens armados que
efetuaram disparos. Nunca havia passado por essa situação em minha vida”, disse
José Trujillo. “O que se passou em Santa Elena de Uarén no fim de semana me dá
uma força para seguir nesta luta pela democracia na Venezuela”, afirmou o
parlamentar ligado a Guaidó.
Ele disse
que os deputados oposicionistas se reunem nesta quarta-feira (27), em local
ainda indefinido, para traçar as estratégias de ação da oposição daqui para a
frente. “Alguns ainda estão na Colômbia, pois participaram da reunião do Grupo
de Lima, mas nós não vamos descansar e vamos continuar lutando”, disse José
Trujillo.
Na região,
epicentro da repressão de Maduro, a numerosa etnia pemón, que vive na região de
Santa Elena, sul da Venezuela, declarou desobediência ao regime de Caracas. No
sábado eles capturaram dezenas de venezuelanos após terem sido atacados pelos
paramilitares de Maduro.
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