sábado, 26 de janeiro de 2019

COLUNA ESPLANADA DO DIA 26/01/2019


Lei de Acesso à Informação

Coluna Esplanada









As mudanças na Lei de Acesso à Informação (LAI), efetivadas por meio do decreto assinado pelo presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, começaram a ser traçadas em dezembro. Em ata da reunião do Conselho de Transparência Pública e Combate à Corrupção, realizada no dia 18 do mês passado, o ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Wagner do Rosário, adiantou aos conselheiros que “devem ser propostas algumas mudanças (na Lei de Acesso à Informação), mas não será nada que retire qualquer direito”. No documento, ao qual a Coluna teve acesso, Rosário também diz que eventuais mudanças na LAI seriam comunicadas e discutidas previamente com os membros do Conselho.      

Presidência
Presidido pelo ministro Rosário, o Conselho de Transparência Pública e Combate à Corrupção é composto por representantes do Governo (Presidência da República e Ministérios da Justiça e Planejamento) e dirigentes de entidades da sociedade civil, como o Observatório Social do Brasil.
Transparência
Em nota, a Transparência Brasil diz ver com preocupação o decreto assinado “sem diálogo com a sociedade civil”. Afirma ainda receber “com surpresa que essa mudança tenha sido feita de forma oposta à anunciada pelo ministro da CGU na reunião”.
Ultrassecretos
O decreto assinado por Mourão permite que servidores comissionados e dirigentes de fundações, autarquias e empresas públicas imponham sigilo ultrassecreto a dados públicos.
Sucessão
Candidato à presidência da Câmara, o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) nega rumores de desistência da candidatura e aposta que terá mais de 150 votos para levar a disputa ao segundo turno. 

Peregrinação
Já atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), continua a peregrinação em busca de votos de deputados para garantir a reeleição no primeiro turno. Nos últimos 20 dias, o democrata esteve em 4 estados. No Mato Grosso do Sul, nesta semana, prometeu à bancada votar, já em fevereiro, a liberação R$ 109 mi para o Estado por meio do Fundo de Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações (FEX).
Guaidó
A relação do Brasil com o presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, se intensificou a partir de 2017 quando o líder da oposição recebeu o apoio do advogado Fernando Tibúrcio e do diplomata Eduardo Paes Saboia, chefe de gabinete do ex-ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes.
Jantar
Em troca de mensagens esta semana com Guaidó, Tibúrcio lembrou que, durante jantar no Brasil anos atrás, previra que o líder da oposição seria presidente da Venezuela. Ao que Guiadó respondeu: “Vamos devagar”.
OAB
Mesmo após atuar em temas polêmicos, como ter apresentado os pedidos de impeachment de Dilma Rousseff e de Michel Temer, o presidente da OAB, Claudio Lamachia, entregará a entidade unida para o sucessor. Nenhuma chapa de oposição foi apresentada contra a candidatura de Felipe Santa Cruz, que deverá assumir a entidade pelos próximos 3 anos.
Avianca
Sindicato Nacional dos Aeronautas convocou todos os tripulantes da Avianca para assembleia hoje em São Paulo para esclarecimentos sobre o processo de recuperação judicial da companhia. No último dia 14, a Justiça determinou a prorrogação da suspensão da reintegração de posse de parte das aeronaves da frota da Avianca até o dia 1º de fevereiro.
Digital
Jornal do Tocantins, em Palmas, encerrou a edição impressa no dia 1º de janeiro e mantém a preferência dos leitores do Estado em sua versão digital.

ESPLANADEIRA
A rede de cafés especiais brasileira Cheirin Bão pretende fechar o ano de 2019 com pelo menos 8 unidades em Portugal e também uma loja na Espanha. Atualmente, tem uma unidade na Vila Nova de Gaia (Portugal). De acordo com a ABF (Associação Brasileira de Franchising), Portugal é o segundo país que mais recebe franquias brasileiras.
(*) Walmor Parente - interino e subeditor

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

DOENÇA DEGENERATIVA ALZHEIMER PODE ESTAR LIGADA A BACTÉRIA DA BOCA


Estudo liga bactéria da boca ao Alzheimer

Estadão Conteúdo







A doença de Alzheimer pode ter relação com uma bactéria causadora de infecção bucal. A conexão, que parece pouco provável, é a conclusão do estudo realizado por um grupo internacional de cientistas. A pesquisa abre caminho para novas investigações que associem agentes infecciosos à doença neurodegenerativa - que afeta aproximadamente 1,2 milhão de brasileiros.

Os cientistas analisaram o papel de uma bactéria, a Porphyromonas gingivalis, no desenvolvimento do Alzheimer. Encontrada na boca, a bactéria se prolifera por causa da má higiene e pode causar periodontite, doença que afeta tecidos ao redor dos dentes. A pesquisa, patrocinada pela farmacêutica americana Cortexyme, identificou enzimas ligadas a essa bactéria em cérebros de pacientes mortos que tiveram Alzheimer. Também localizou material genético ligado à Porphyromonas gingivalis em pacientes vivos.

Mas, só a presença da bactéria no cérebro dos pacientes não seria suficiente para concluir que ela causa a demência. Isso porque, por vários motivos, como má alimentação ou dificuldade em manter a saúde bucal, pacientes com Alzheimer poderiam desenvolver a bactéria - e não o contrário.

Então, os pesquisadores usaram ratos para demonstrar que a infecção pela Porphyromonas gingivalis levou a uma produção maior de beta amiloide, proteína que se acumula no cérebro de pacientes com Alzheimer. Os especialistas infectaram animais com a bactéria e, em seguida, aplicaram uma droga capaz de diminuir a carga bacteriana.

Com isso, notaram que o medicamento ajudou a bloquear a produção da beta amiloide e a proteger neurônios no hipocampo dos animais, região cerebral responsável pela memória. O estudo foi publicado na revista Science Advances. "A principal conclusão é que há quantidade significativamente maior de enzimas bacterianas tóxicas nos cérebros de pacientes com Alzheimer. A atividade tóxica das enzimas pode ser bloqueada com uma droga", disse o autor principal do estudo, Stephen Dominy, cofundador da Cortexyme.

Desafios

Para Rogério Panizzutti, neurocientista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a pesquisa se insere em um contexto de mais interesse dos cientistas em investigar conexões entre o Alzheimer e agentes infecciosos. "O desafio do campo é observar se há relação causal entre uma infecção bacteriana ou viral e o Alzheimer. Esse estudo avança ao usar modelos animais, nos quais consegue sugerir causalidade. Mas ainda não dá para ter certeza de que haverá a causalidade em humanos." Novos estudos, diz, são necessários.

Para Daniel Ciampi, neurologista do Hospital Sírio-Libanês, é provável que vários fatores estejam envolvidos e o estudo é "mais uma pista para pensar a doença". Embora não seja possível concluir que infecções na boca causam o Alzheimer, manter a higiene, diz, está longe de ser algo em vão. "Um dos pilares do tratamento é ter uma saúde oral adequada. É como se tirasse um estresse inflamatório da jogada. E o paciente pode ter uma melhora parcial."

BOLSONARO TEM UMA AGENDA INTENSA APÓS A SUA VOLTA DE DAVOS-SUIÇA


Após Davos, Bolsonaro tem agenda intensa no Planalto

Agência Brasil










Presidente se reúne com ministros e com o governador de Rondônia



Depois de passar os últimos dias em Davos, na Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial, o presidente Jair Bolsonaro tem uma agenda intensa nesta sexta-feira,(25), no Palácio do Planalto. Ele despacha com ministros e com o governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha (PSL).
A primeira reunião é com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Segundo o ministro, o presidente iria analisar a proposta da reforma da Previdência durante a viagem de retorno da Suíça para o Brasil. A expectativa do governo é aprovar a proposta neste semestre.
À tarde, o presidente recebe os ministros da Defesa, Fernando Azevedo, e da Secretaria de Governo (Segov), Carlos Alberto Santos Cruz. Em seguida, ele se reúne com Santos Cruz e o governador de Rondônia.
Na quinta-feira, (24), Marcos Rocha decretou intervenção da Polícia Militar em todos os presídios de Rondônia por 60 dias e com possibilidade de prorrogação. A decisão foi tomada por causa da greve de agentes penitenciários.
De acordo com a imprensa local, ontem foram registrados dois princípios de motins em presídios de Rondônia, sendo o primeiro no Urso Branco, em Porto Velho, e outro na unidade de Guajará-Mirim.
No próximo domingo, (27), Bolsonaro segue para São Paulo onde vai se internar para a cirurgia de retirada da bolsa de colostomia.

VENEZUELA - GUAIDÓ DECLARA-SE PRESIDENTE - MADURO DIZ QUE NÃO SAI - RÚSSIA DIZ QUE É GOLPE


Como e por que Juan Guaidó declarou-se presidente interino da Venezuela

Estadão Conteúdo









Juan Guaidó falou em transição pacífica e ofereceu anistia a chavistas descontentes com Maduro, tanto no Exército quanto na burocracia estatal


É a terceira vez em cinco anos que a oposição venezuelana sai às ruas contra o presidente Nicolás Maduro. Em 2014 e 2017, após repressão e dezenas de mortes nas ruas, o chavismo conseguiu debelar as manifestações e desarticular a força política da oposição. Desta vez, sob nova liderança, a Mesa da Unidade Democrática (MUD) se reorganizou interna e externamente para tentar tirar o chavismo do poder. Mas como e por que isso está acontecendo agora? E quais as chances de, desta vez, a oposição sair vitoriosa?

Depois dos protestos de 2017, convocados para pressionar pela realização de um referendo revogatório do mandato de Maduro e que deixaram 165 mortos, a oposição ficou bastante enfraquecida e dividida. Os partidos que compõem a MUD - que nunca foram coesos - se dividiram sob qual rumo tomar depois que Maduro convocou uma Assembleia Nacional Constituinte para substituir, na prática, o Parlamento de maioria opositora.

Fortalecido pela desmobilização opositora, o chavismo ampliou a perseguição a líderes da MUD. Alguns, como Julio Borges e Antonio Ledezma e David Smolansky, deixaram a Venezuela. Leopoldo López seguiu preso. Henrique Capriles perdeu os direitos políticos.

Agravamento da crise econômica

Ao mesmo tempo, no campo econômico, a crise se agravou com a imposição de sanções americanas às fontes de financiamento da Venezuela, o que, na prática, dificultou a exportação de petróleo e o refinanciamento e pagamento da dívida externa. Com isso, a hiperinflação saiu de controle, chegando em 2018 a 1 milhão por cento, segundo o FMI.

A escassez de alimentos e remédios ficou mais grave e se somou à deterioração da infraestrutura de serviços básicos, como água, luz e gás. Sem dinheiro em caixa para quase nada, o chavismo deixou às moscas a manutenção das empresas estatais que cuidam desses fornecimentos.

O maior problema diário dos venezuelanos se transformou em comer. Segundo a FAO, a fome no país triplicou entre 2016 e 2018. Com dificuldade de ter dinheiro para comprar alimentos cada vez mais escassos, o governo criou uma alternativa: o Carnê de la Pátria (Clap).

Documento universal, usado para retirada de alimentos de cesta básica importados de países como a Turquia, o Clap também é usado para registrar eleitores em processos eleitorais, o que, segundo a oposição, configura um mecanismo de fraude eleitoral.

Dividida, MUD vê novas lideranças surgirem

Ao entrar em 2018, Maduro decidiu antecipar as eleições para o primeiro semestre, temendo que o agravamento da crise pudesse deteriorar ainda mais seu apoio nas bases chavistas. Com isso, o governo conseguiu dividir a MUD. Enquanto a maioria dos partidos optou por boicotar a votação - caso de Capriles, López e Maria Corina Machado- a oposição menos radical, do ex-presidente da Assembleia Nacional Henry Ramos Allup, e do chavista dissidente Henri Falcón optaram por participar do processo. Maduro foi reeleito em maio.

Na virada do ano, com as principais lideranças opositoras presas ou no exílio, coube a um nome desconhecido do grande público assumir o comando da Assembleia Nacional - que, até então continua existindo formalmente, mas sem poderes reais. Juan Guaidó, de 35 anos, é deputado do Voluntad Popular, partido de López. Coube a ele liderar um novo plano, gestado, segundo analistas, tanto fora quanto dentro da Venezuela.

"Enquanto a oposição dentro da Venezuela é mais jovem e tenta encontrar canais para uma transição, a que está fora busca apoio internacional contra o chavismo", explica Luis Vicente León, do Instituto Datanalisis.

Dentro da Venezuela, Guaidó mudou o discurso tradicional dos opositores tradicionais, centrado no antagonismo ao chavismo. Falou em transição pacífica e ofereceu anistia a chavistas descontentes com Maduro, tanto no Exército quanto na burocracia estatal. Com a crise, principalmente o baixo oficialato e funcionários de menor poder aquisitivo passaram a sofrer com a escassez e a falta de serviços básicos.

Crise afeta as bases chavistas

Além disso, como nota o especialista em Venezuela do Washington Office on Latin American Affairs, David Smilde, a população tradicionalmente chavista começou a sentir para valer a crise. Não tanto pela falta de alimentos, subsidiada pelo Clap, mas com os cortes quase diários de luz, gás e água.

"O grande desafio de Guaidó é unir essa parcela da população à massa de classe média que tradicionalmente marcha com a oposição", diz Smilde.
Comandantes militares de várias regiões da Venezuela vieram a público, na manhã desta quinta-feira (24), para jurar lealdade ao presidente Nicolás Maduro, que reconhecem como chefe em exercício constitucionalmente eleito. Até a publicação desta reportagem, ao menos sete comandantes já tinham se pronunciado. Ao falar, cada um deles estava cercado por subordinados – alguns, por centenas de militares.
“Juramos lealdade à pátria, à Constituição e às leis da República”, disse o general Manuel Gregório Bernal Martínez, comandante da região que reúne os estados de Mérida, Táchira e Trujillo.
“Somos um país soberano, com autodeterminação. Somos um país democrático cujo presidente é eleito apenas por seu povo, que é soberano em relação às decisões do destino de nossa pátria e, por meio do voto livre e secreto, elegeu o cidadão Nicolás Maduro Moros como presidente”, acrescentou o general.
“Ratificamos nosso irrestrito apego à Constituição e às leis da República venezuelana. Rechaçamos categoricamente todo o tipo de ato ilegal adverso à vontade do povo soberano e a qualquer ato que atente contra a instabilidade da Nação”, destacou o general Víctor Palacio García, comandante da região de Los Llanos, que compreende os estados de Apure, Barinas, Portuguesa e Guarico.
García  ressaltou que as Forças Armadas da Venezuela se fundamentam em três pilares: a obediência, a disciplina e a subordinação. "Por isso, honrando a tradição de nossa instituição, somos a garantia de estabilidade, independência, soberania e paz. Neste sentido, só reconhecemos e ratificamos lealdade absoluta ao presidente constitucional Nicolás Maduro Moros”, acrescentou.
O comandante da Região Estratégica de Defesa Integral Central, que abarca os estados de Aragua, Carabobo e Yaracuy, Domingo Hernández Lárez, também se pronunciou cercado por soldados, suboficiais e oficiais. Afirmando falar em nome dos “mais de 247 mil homens e mulheres do Exército, Armada, Aviação, Guarda Nacional e Milícias Bolivarianas pertencentes ao território sob seu comando”, Lárez disse que os militares “fiéis a suas convicções e juramento de fidelidade” proclamam lealdade e subordinação absoluta a Maduro. “Eleito pelo povo, é ele o único que ostenta o mando direto e supremo da Força Armada Nacional Bolivariana. Meu comandante, conte com esta região para apoiá-lo em seu esforço diário para lograr a estabilidade e o fortalecimento de nossa pátria.”
No mesmo tom, pronunciou-se o general Jesús Mantilla Olivero, comandante da região de Guayana (Amazonas, Bolívar e Delta Amacuro). Olivero ratificou “o compromisso, lealdade e subordinação ao presidente constitucional Nicolás Maduro”.
O Kremlin classificou a crise política na Venezuela como uma tentativa de golpe e expressou a preocupação com sugestões de possível intervenção militar estrangeira no país. A Rússia é uma aliada chave do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que assumiu o segundo mandato no início deste mês. O opositor Juan Guaidó se autointitulou presidente interino da Venezuela diante de milhares de manifestantes em Caracas.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, rejeitou o anúncio de Guaidó e afirmou que isso foi "uma tentativa de usurpar o poder" que viola a lei internacional. Ele também afirmou que o Kremlin estava preocupado com declarações de "nações estrangeiras" que "não excluem a possibilidade de intervenção estrangeira".

Questionado se a Rússia estaria disposta a conceder asilo a Maduro, Peskov comentou que o presidente venezuelano é o líder legítimo do país. O Ministério de Relações Exteriores da Rússia, em comunicado divulgado nesta quinta-feira (24), afirmou que a crise venezuelana "chegou a um ponto perigoso" e pediu à comunidade internacional que atue na mediação entre o governo e a oposição.

A Rússia não é a única a demonstrar apoio a Maduro. A China e a Turquia também já declararam estar ao lado do presidente venezuelano. De acordo com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, Ancara se opõe a tentativas de golpe onde quer que elas ocorram. O porta-voz de Erdogan também afirmou que o líder turco conversou com Maduro e disse a ele que ficasse "fir
me".