quinta-feira, 8 de novembro de 2018

NO BRASIL AS MULHERES SÃO MAIORES TRAFICANTES DE DROGAS DO QUE OS HOMENS


População carcerária feminina no Brasil é uma das maiores do mundo

Agência Brasil











Segundo a pesquisa, 62% das prisões de mulheres no Brasil estão relacionadas ao tráfico de drogas

O Brasil tem uma das maiores populações carcerárias femininas do mundo, e as prisões relacionadas ao tráfico de drogas correspondem à maior parte delas. Em um estudo divulgado na semana passada, a Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (Dapp/FGV) levantou dados sobre essas prisões e mostrou que, entre 2000 e 2016, a população carcerária feminina aumentou 567%. Se considerados dados atualizados até 2018, o aumento se aproxima de 700%.
Em 2016, as prisões brasileiras abrigavam 42.355 mulheres. Quando analisada a incidência de prisões para cada 100 mil mulheres, o Brasil chega a 40,6, relação que perde apenas para Estados Unidos (65,7) e Tailândia (60,1). A China tem mais mulheres encarceradas que o Brasil, mas, proporcionalmente, sua taxa é menor.
Entre os cinco estados com maior encarceramento feminino, quatro estão na região Norte: Amazonas (9,2%), Rondônia (8,2%), Acre (7,1%) e Roraima (6,7%). O Mato Grosso do Sul é o que tem maior percentual de mulheres em relação ao total da população carcerária: 11,3%.
Segundo a pesquisa, 62% das prisões de mulheres no Brasil estão relacionadas ao tráfico de drogas, enquanto, no caso dos homens, o percentual cai para 26%. A pesquisadora Danielle Sanches, responsável pelo levantamento, considerou que penas alternativas poderiam ser opção em muitos casos.
"Grande parte das mulheres encarceradas trabalha na baixa hierarquia do tráfico. Não são grandes gerentes e com alta periculosidade. Penas alternativas poderiam ser pensadas".
O encarceramento das mulheres se dá muitas vezes em presídios mistos, em que há presos e presas. Segundo a pesquisa, entre as penitenciárias brasileiras, 17% são mistas e 7% são exclusivamente femininas.
O estudo chama atenção para as conclusões do relatório Infopen Mulheres, produzido pelo Departamento Penitenciário Nacional em 2014. Segundo o documento, 90% das unidades mistas e 49% das exclusivamente femininas foram consideradas inadequadas para gestantes encarceradas. As prisões mistas também possuem menos berçários e/ou centros de referências para mulheres (3%) que as as específicas (32%).
Quando avaliada a existência de creche, as prisões mistas declararam não ter, e as femininas tinham em 5% dos casos. O percentual é considerado baixo, uma vez que 64% das mulheres encarceradas possuem ao menos um filho.
A pesquisa recomenda que sejam adotadas políticas públicas no sentido de ampliar as unidades prisionais materno-infantis e reestruturar presídios exclusivos para mulheres. O estudo considera recomendável investir em ações focadas para primeira infância focadas em filhos de mulheres encarceradas.
Além disso, as pesquisadoras apontam que é preciso acelerar o julgamento das mulheres em prisão provisória e promover ações que diminuam a inserção de mulheres jovens no tráfico de drogas.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 08/11/2018


Tropa na moita

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini 











O Governo civil formado por militares que o presidente eleito Jair Bolsonaro esboça, para prestigiar as Forças Armadas, deve ser limitado, ao contrário do que previa. Haverá oficiais nos ministérios – ministros ou chefias de segundo escalão – porém muitos da turma do quepe não poderão ser convocados para a direção de empresas públicas por causa da nova Lei das Estatais. Está bem claro na Lei 13.333, em parágrafos do Artigo 17. A legislação, recente, restringe a técnicos com atuação de 10 anos no setor público ou privado o indicado para comando das estatais – e muitos oficiais cotados estão nos quartéis, ou nos administrativos dos Comandos.
Restrições
Outro parágrafo determina que o diretor, vice-diretor, ou membro de conselho da estatal tenha pelo 4 anos em cargos de chefias de empresas públicas ou mistas.
Te cuida, povo
Haverá atiradores de elite nos terraços dos prédios da Esplanada durante a solenidade de posse de Jair Bolsonaro na rampa e parlatório do Palácio, dia 1º de Janeiro.
Aliás..
.. Bolsonaro foi aconselhado pelo serviço de inteligência a evitar desfile em carro aberto. Se o fizer, será por conta e risco próprios.
Arapongagem
Agentes de inteligência fixaram pontos na Esplanada ontem, com a visita do presidente eleito. Um deles, num carro na Praça, observava fila de convidados no Palácio.
Perda lamentável
O professor João Ricardo Moderno, que morreu de infarto ontem dentro de avião no Aeroporto do Galeão, estava a caminho de Brasília. Amigo do general Mourão, futuro vice-presidente, Moderno – presidente da Academia Brasileira de Filosofia – era o nome para assumir a Reitoria da UFRJ.
Lousa sem Partido
Para evitar hoje protestos de alunos e professores durante a votação do projeto de lei da chamada Escola sem Partido (PL 7180/14), o presidente da Comissão Especial que analisa a matéria, Marcos Rogério (DEM-RO), pretende fechar a reunião ao público. Deputados do PT já avisaram que não aceitarão isso.
Confronto
Na última reunião, houve embate entre alunos e professores com defensores do PL Escola sem Partido. O texto elenca uma série de proibições para os professores das escolas públicas e privadas da educação básica, como promover opiniões, concepções, preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias.
Infraestrutura 
Há seis meses no cargo e a pouco mais de dois meses para o fim do atual Governo, o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Valter Casimiro Silva, apresenta hoje os desdobramentos do Plano Nacional de Logística a gestores públicos e privados.
Reféns da estrada
Casimiro vai palestrar no 5º Encontro da Associação dos Terminais Portuários Privado. O PNL traz opções para estancar a dependência do transporte de cargas por rodovias.

Oposição estudantil
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo, Eduardo Suplicy (PT) reunirá amanhã, na ALESP, representantes de movimentos sociais,  professores e lideranças  do movimento estudantil para discutir estratégias para relacionamento com  os futuros governos Bolsonaro e Dória.

Fala, Suplicy
“Estão todos muito preocupados com um possível desrespeito à Constituição.  Ficaremos vigilantes e unidos para que direitos não sejam violados”, diz o vereador.

Cultura & memória
Assistente de direção de Silvio Tendler no seriado "Há muitas noites no exílio",  sobre o avô, Ferreira Gullar, Juliana Aragão Ferreira  concluiu o roteiro do documentário que vai fazer sobre sua avó,  Teresa Aragão, que criou o Centro de Cultura Popular da UNE. Ela foi casada com o grande poeta até morrer de infarto em 1992.

VOCÊ SABE O QUE É SÍNDROME DE ESTOCOLMO?


Laços afetivos e a Síndrome de Estocolmo

Simone Demolinari 










Em 1973, bandidos invadiram um banco em Estocolmo, na Suécia, e o que era para ser um assalto rápido, acabou durando seis dias. Os criminosos capturaram quatro funcionários e os mantiveram reféns. O curioso é que, no segundo dia, os sequestrados sentiam medo dos policiais e protegidos pelos criminosos. Acreditavam que estavam vivos, graças aos bandidos.
Um dos especialistas que trabalhou nessa operação cunhou o termo “Síndrome de Estocolmo” para descrever um estado psicológico onde uma pessoa, quando submetida a maus tratos, passa a ter simpatia pelo seu agressor.
Estabelecer laços de afeto com quem nos faz mal, parece algo improvável. Porém, pode ser mais frequente do que imaginamos–basta ver o número de pessoas que sofrem agressões morais, psicológicas ou até mesmo físicas e ainda assim não conseguem abandonar o agressor. E mais, costumam defende-lo dizendo entender seus motivos, ou fazendo mea culpa.
De uma maneira geral, isso ocorre devido à uma dependência emocional que vai sendo criada de forma lenta e gradual. As agressões vão aumentando, mas de maneira sutil. Justificam-se as ações através do sentimento: “Fiz por amor”. Dessa forma, a pessoa que sofre os maus tratos, relativiza o fato e começa a perceber a agressão sob a perspectiva do “cuidado”. E assim, segue se sentindo protegida pelo próprio agressor.
Com o passar do tempo, a agressão vira rotina e a vítima perde a sensibilidade para o absurdo. Quem está de fora fica assustado, mas quem se encontra dentro da situação encara como “normal”. A relação vira uma espécie de sadomasoquismo emocional, onde a vítima masoquista racionalmente repudia a situação, mas emocionalmente não consegue abandona-la. Já o algoz sádico, sente prazer em torturar. Mesmo afirmando um desejo de mudar, volta sempre a ter as mesmas atitudes. Um precisa do outro para alimentar sua doença e até alternar os papeis.
Uma pessoa, quando vive em condições hostis, seja ela de crítica, maus tratos, ou tortura psicológica, tende a interpretar pequenos atos de gentileza por parte do agressor, como demonstração de afeto. Isso explica o fato de migalhas de carinho apagar uma grande ação de violência. Nesse contexto os sentimentos são confusos e antagônicos. Uma ambivalência afetiva onde é possível sentir, ao mesmo tempo, amor e ódio; rancor e carinho; raiva e gratidão; repulsa e desejo.
Apaixonar-se pelo agressor não é algo comum apenas em relações afetivas. Pode ocorre também em família, entre amigos, chefes e colegas de trabalho.
As pessoas mais pré dispostas a desenvolver afeição pelo abusador, geralmente tiveram na infância algum familiar opressor. Com isso, acabaram desenvolvendo um mecanismo de defesa inconsciente, onde, acreditam que através do afeto, a situação de abuso pode diminuir ou mesmo acabar. Se enganam, geralmente nunca tem fim.


quarta-feira, 7 de novembro de 2018

O BRASIL COMEMOROU ONTEM TRINTA ANOS DA CONSTIUIÇÃO BRASILEIRA


Autoridades celebram 30 anos da Constituição
Solenidade em Brasília reúne o presidente Michel Temer e o eleito Jair Bolsonaro no Congresso Nacional

Da Redação










ENCONTRO – Deputada federal Raquel Muniz presenteou Jair Bolsonaro com edição comemorativa da Constituição Federal, e teve seu exemplar autografado pelo presidente eleito

A sessão do Congresso na manhã ontem para celebrar os 30 anos da Constituição Federal levou ao Parlamento o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).
“Na topografia, existem três nortes: o da quadrícula, o verdadeiro e o magnético. Na democracia só há um norte: é o da nossa Constituição”, afirmou Bolsonaro, durante uma breve fala no evento.
Ele foi recebido pelo presidente Michel Teme, pelo presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira (MDB-CE), pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ex-presidente da república José Sarney e ainda pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Pouco antes da solenidade, Jair Bolsonaro foi presenteado pela deputada federal Raquel Muniz (PSD) com uma edição comemorativa da Constituição Federal.
Para a parlamentar, com o fim da campanha eleitoral é preciso que todos os segmentos se unam em prol do Brasil. “A partir de agora é preciso que cada um tenha em mente que somos um único povo, que como disse o presidente Bolsonaro, a Constituição é nosso Norte e o país precisa de nós. Ao presidente desejamos que Deus ilumine seu caminho e dê a ele sabedoria para promover as mudanças que o Brasil precisa, para avançarmos e garantir melhor qualidade de vida a seus cidadãos”.
Esta é a primeira viagem de Bolsonaro a Brasília desde que venceu as eleições. O presidente eleito chegou por volta de 9h50 ao Congresso, local em que trabalhou nos últimos 28 anos como deputado.
Acompanhado por uma escolta policial, cumprimentou colegas e funcionários antes de se dirigir ao plenário da Câmara, onde foi realizada a sessão. No trajeto final até o plenário, Bolsonaro caminhou sobre tapete vermelho ao lado de Temer e Eunício Oliveira.
Bolsonaro deixou o plenário às 11h46, logo depois que começou o discurso do primeiro parlamentar inscrito na sessão. Ao sair do Congresso, ele seguiu para um almoço com o ministro da Defesa, general Silva e Luna.

DISCURSOS
Já o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Eunício Oliveira (MDB-CE), afirmou que a Constituição de 1988 é o marco para a transição do período democrático mais longo da história do país. “Devemos sempre, sempre respeitá-la (a Constituição) e, principalmente, cumpri-la”.
Logo após, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que democracia se mostra consolidada quando os brasileiros, durante a campanha eleitoral, não se deixaram seduzir por propostas de uma nova Constituição. “Não é trivial que propostas que acenaram para a substituição da Constituição em vigor tenham sido repudiadas pela opinião pública durante o último processo eleitoral”. Mas acrescentou que a defesa da Constituição não exclui o fato de que o texto precisa de reformas.
Por sua vez, a Procuradora- Geral da República, Raquel Dodge, reafirmou que a Constituição é principal ferramenta do povo brasileiro para garantir a liberdade de imprensa e de opinião, além proteger as minorias.
Michel Temer destacou que a Constituição representa “as ansiedades e expectativas” do povo brasileiro e defendeu a realização de encontros periódicos entre os chefes de cada poder para discutir o país.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...