'Fim da
picada', diz Bolsonaro sobre livro, doutorado e mestrado de Haddad
Simon Nascimento
Candidato fez uma
transmissão ao vivo para apresentar propostas aos eleitores
Presidenciável pelo
PSL, Jair Bolsonaro criticou a tese de doutorado e a dissertação de mestrado do
adversário na disputa ao Palácio do Planalto, Fernando Haddad (PT), durante
transmissão ao vivo nas redes sociais neste domingo (14). Para ele, "é o
fim da picada" o candidato do PT defender, em seus estudos, as teorias
do alemão Karl Marx, o socialismo e políticas econômicas praticadas na
extinta União Soviética.
Para obter o título
de doutor em filosofia em 1996, o petista desenvolveu um estudo intitulado
“De Marx a Habermas: o Materialismo Histórico e seu Paradigma Adequado”. Já na
defesa do mérito de mestre em Economia, em 1990, o presidenciável do PT
escreveu dissertação sobre o “Caráter Sócio-Econômico do Sistema Soviético”.
“Eu não preciso
mentir sobre o Haddad. Essa tese de doutorado sobre o Marx é o fim da picada.
Ainda assim vão continuar falando que eu sou um risco à democracia e não ele?”,
questionou o ex-capitão do Exército Brasileiro.
Bolsonaro ainda
desaprovou o livro “Em defesa do socialismo”, escrito por Haddad, em 1998.
“Agora eles (Haddad e políticos do PT) se mostram pessoas maravilhosas,
democratas. Dizem que estão sendo vítimas do pessoal do bolsonaro na rua, mas
não vão conseguir me vencer” , disse.
Durante a live, o
candidato reafirmou o desejo do posse de arma para a população se defender,
além de reiterar a proposta de tornar a "invasão de propriedade" um
ato "terrorista". “A posse de arma é você ter uma arma dentro de casa
e poder reagir não contra o MST, mas a toda tentativa de invasão de qualquer
outra pessoa. Defendo o posse de arma de fogo, e não porte - são coisas
diferentes -, para que o cidadão de bem possa se defender”, completou Jair
Bolsonaro.
A assessoria de Haddad
foi procurada para comentar sobre as críticas, mas não atendeu aos telefonemas.
Nenhum comunicado foi emitido nas redes sociais.
Deslize
Durante o pronunciamento nas redes sociais, Bolsonaro atrapalhou-se com
as palavras e acabou dizendo que "foi vítima da violência que prega",
em referência à facada na barriga sofrida quando fazia campanha no dia 6 de
setembro em Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais.
Com a ajuda de um assessor que acompanhava a transmissão, o candidato
corrigiu a informação. "Eu quase perdi a minha vida lá em Juiz de Fora por
um ataque com arma branca. Eu sou e fui vítima da violência que eu
combato", defendeu Bolsonaro que ainda brincou dizendo que a cidade
mineira é a sua "segunda cidade natal".
Jair Bolsonaro
diz que deverá participar de dois debates
Agência Brasil
O candidato do PSL à
Presidência da República, Jair Bolsonaro
Utilizando as redes
sociais, o candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro,
rebateu as críticas sobre sua ausência e suposta fuga dos debates com o
candidato do PT, Fernando Haddad. Segundo ele, após um novo exame a que será
submetido no dia 18, deverá ser liberado pelos médicos para os debates e demais
atividades de campanha.
“[Para] quem acha
que estou fugindo de debates, estou cuidando da minha saúde. Não adianta eu
debater, ter uma recaída e voltar para o hospital”, disse o candidato, que
informou estar disposto a participar de pelo menos dois debates.
A resposta foi dada
durante uma entrevista ao vivo ao empresário Luciano Hang, em vídeo divulgado
pelo Facebook, ao comentar a acusação de que estaria fugindo de debates. A
entrevista foi na quarta-feira (10). Mais uma vez, o candidato reiterou sua
determinação de reduzir para 15 o número de ministérios.
Também no Facebook,
Bolsonaro, em sua página, postou cinco colagens, reunindo títulos e links de
reportagens antigas, de 2006 e 2009, informando que os então candidatos do PT
Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff não participaram de debates. A
reação é uma resposta a Haddad que tem cobrado dele a participação nos eventos.
Propostas
Após reunião com a
bancada ruralista, o candidato deu a entender que pretende fundir as pastas da
Agricultura e do Meio Ambiente e que o nome do ministro será sugerido pelo
setor produtivo. “Tem que ser uma pessoa competente, com autoridade e que tenha
iniciativa”, afirmou.
Na entrevista,
Bolsonaro afirmou também que definirá o décimo terceiro salário para
beneficiários do Bolsa Família e que investigará financiamentos internacionais
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Questionado sobre o
programa Mais Médicos, o candidato afirmou que os estrangeiros que quiserem
ingressar e tiverem a intenção de permanecer atuando no Brasil, deverão passar
pelo processo de revalidação dos diplomas.
Assim como fez após
o primeiro turno das eleições, Bolsonaro voltou a questionar a lisura das urnas
eletrônicas e pediu a volta do voto impresso. Na quarta-feira, em visita a
Lisboa, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, destacou a
confiabilidade das urnas e do processo eleitoral brasileiro.
Ato
Bolsonaro, por meio
de interlocutores, convocou os eleitos pelo PSL e partidos coligados para um
ato público às 14h, no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca. Será transmitido um
discurso do candidato ressaltando a importância do engajamento no segundo
turno.
Nas redes sociais,
Bolsonaro criticou os atos de violência cometidos por quem se diz simpatizante
e apoiador de sua candidatura.