segunda-feira, 8 de outubro de 2018

AQUECIMENTO GLOBAL - UM PROBLEMA A SER RESOLVIDO PELAS NAÇÕES


Limitar o aquecimento do planeta a 1,5°c requer ação mais ampla e rápida

Estadão Conteúdo









De acordo com o cientistas, estima-se que o mundo já esteja, em média, aproximadamente 1°C mais quente que antes da Revolução Industrial

Ao se comprometerem a combater o aquecimento global, líderes de 195 países decidiram, no final de 2015, com o Acordo de Paris, agir para conter o aumento da temperatura média do planeta a menos de 2°C até 2100, com esforços para ficar em 1,5°C.

Diante do desafio, cientistas do mundo inteiro foram convidados a responder as seguintes perguntas: ainda temos chance de cumprir essas metas? Quais seriam os impactos de um aquecimento de 1,5°C? E os impactos de um aquecimento de 2°C?

As respostas acabam de sair: ainda dá, mas não será fácil, pois requer mudanças de longo alcance e sem precedentes em todos os aspectos da sociedade. Só que seria bom tentar, porque um mundo 2°C mais quente terá impactos bem piores que um mundo de 1,5°C (veja quadro abaixo). Resumidamente, é o que aponta o relatório especial divulgado na noite de domingo (7), (horário de Brasília) pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

De acordo com o cientistas, estima-se que o mundo já esteja, em média, aproximadamente 1°C mais quente que antes da Revolução Industrial. E já sinta as consequências disso, com a ocorrência de mais eventos extremos (como a onda de calor que se observou este ano no verão europeu e os incêndios nos Estados Unidos), o aumento do nível do mar e o derretimento do gelo do Ártico.

Até o momento, não se tem feito muito para conter o aquecimento, e o cenário tende a piorar rapidamente. Se for mantido o ritmo atual de emissões de gases de efeito estufa, o 1,5°C já pode ser alcançado entre 2030 e 2052, alertam os pesquisadores no Sumário para Formuladores de Políticas, uma introdução não técnica do documento voltada para os governantes.

O relatório, lançado em Incheon (Coreia do Sul), inova ao mostrar, pela primeira vez, que esse meio grau vai fazer diferença e que, ao contrário do que se imaginava, os 2°C não são um limite seguro. "É chocante como um aquecimento de 2°C é mais impactante do que o de 1,5°C. Assim como os cenários de baixa emissão não são todos iguais. Vai fazer diferença o momento em que as emissões começarem a cair e as estratégias adotadas", explica Roberto Schaeffer, do programa de pós-graduação e pesquisa de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). Ele atuou como editor revisor do capítulo 2 do relatório, que avaliou os caminhos de mitigação compatíveis com 1,5°C (veja quadro ao lado).

O documento especial, afirma a pesquisadora Thelma Krug, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), uma das vice-presidentes do IPCC, "baixou a régua" dos riscos de impactos. "Vemos isso com as espécies ameaçadas ou a chance de eventos extremos. Se tornou extremamente mais importante que se consiga limitar o aquecimento", diz.

Impactos

Ela se refere às estimativas de temperaturas extremas em terra, que devem subir mais do que a temperatura média global. Em um mundo com aquecimento médio de 1,5°C, os dias de extremo calor podem aquecer até 3°C a mais. Já num mundo aquecido em média em 2°C, os dias de extremo calor podem chegam a 4°C a mais.

Outra diferença clara nos dois cenários é o aumento do nível do mar. Até 2100, pode se elevar 10 centímetros a mais no mundo de 2°C, em comparação com o mundo de 1,5°C. "Uma redução de 10 centímetros no nível do mar globalmente implicaria em deixar até 10 milhões de pessoas a menos expostas aos riscos relativos", alertam os cientistas no sumário.

Pela primeira vez, o relatório também faz uma relação direta entre o combate às mudanças climáticas com a pobreza. "Limitar o aquecimento a 1,5°C, comparado com 2°C, tornaria mais fácil alcançar muitos aspectos do desenvolvimento sustentável, com grande potencial para erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades", diz.

Florestas

O novo relatório do IPCC traz diversos cenários de como pode se dar a mitigação (redução) das emissões de gases de efeito estufa para conter o aumento da temperatura. Ela vai variar dependendo do tempo que vai se levar para tomar as ações e o leque de medidas que forem tomadas. Mas, em geral, em todos os casos considera-se que será necessário adotar estratégias de remoção do gás carbônico da atmosfera. Em especial com florestas ou com bioenergia (como cana-de-açúcar) com captura e armazenamento de carbono.

Segundo o documento, as emissões globais líquidas de CO2 precisariam cair cerca de 45% em relação aos níveis de 2010 até 2030, atingindo o "zero líquido" por volta de 2050. Isso significa que quaisquer emissões remanescentes precisariam ser equilibradas pela remoção de CO2 da atmosfera.

"Apenas reduzindo as emissões de gases de efeito estufa vai ser bastante difícil segurar a temperatura em 1,5°C. Tem de ter formas de retirar o CO2 que já está na atmosfera. Uma das formas mais fáceis é com o plantio de florestas. Há outras tecnologias, mas ainda há muita incerteza sobre a larga escala", comenta Thelma Krug.

VITÓRIA NO PRIMEIRO TURNO DE BOLSONARO REPERCUTE NA IMPRENSA MUNDIAL


Bolsonaro também ganha no exterior; Ciro fica em segundo

Agência Brasil









Cerca de 500 mil brasileiros estavam aptos a votar em 99 países, mas menos da metade compareceu

Com quase 90% das urnas apuradas, Jair Bolsonaro obteve a preferência dos 58,4% dos votos válidos dos eleitores brasileiros no exterior.
Ciro Gomes (PDT) foi o segundo colocado, com 14,4%. Fernando Haddad (PT) alcançou o terceiro lugar, com 10,4%. Em quarto lugar, João Amoêdo, do partido Novo, obteve quase 7% dos votos válidos.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cerca de 500 mil brasileiros estavam aptos a votar em 99 países, mas menos da metade compareceu. A abstenção foi altíssima; chegou a 59%. Os votos brancos e nulos se aproximaram dos 5%.
Imprensa internacional destaca 'ampla vantagem' de Bolsonaro no 2º turno

Estadão Conteúdo









Segundo o The New York Times, o descontentamento com a corrupção e a violência teve um peso forte, diante das promessas de Bolsonaro de "mão de ferro" na política

A imprensa internacional acompanha os resultados do primeiro turno no Brasil e registra a "contundente vitória" de Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro turno, nas palavras do jornal argentino La Nación. Outro diário do país vizinho, o Clarín afirma em título que Bolsonaro "arrasa" e entra com "vantagem ampla" na disputa de segundo turno contra Fernando Haddad (PT). O britânico Financial Times, por sua vez, afirma que "a eleição do candidato de extrema-direita significaria uma mudança decisiva no maior país da América Latina".

O jornal The New York Times informa que a eleição foi ao segundo turno, com "o candidato de extrema-direita muito perto de uma vitória direta". Segundo o diário americano, o descontentamento com a corrupção e a violência teve um peso forte, diante das promessas de Bolsonaro de "mão de ferro" na política. O NYT diz ainda que o candidato representa uma ruptura com o establishment político, por ficar em primeiro lugar mesmo com um histórico de "declarações ofensivas".

O Wall Street Journal, por sua vez, diz que Bolsonaro atraiu votos de eleitores que buscavam "a opção menos pior". Outro diário americano, The Washington Post afirma que o resultado representa "um choque" para os brasileiros, em uma campanha que "dividiu a maior nação da América Latina em linhas de gênero e raciais".

Na França, Le Monde informa que haverá segundo turno, mas diz que ainda existe incerteza sobre quem pode vencer. Segundo Le Figaro, Bolsonaro é um candidato "populista da extrema direita", que obteve votos de brasileiros "exasperados pela corrupção e a violência". Para esse jornal, o candidato do PSL é um "nostálgico da ditadura", que se apresenta como "salvador da pátria".

No Reino Unido, The Guardian destaca que haverá segundo turno e aponta em análise que apenas uma grande coalizão poderia provocar uma reviravolta favorável a Haddad. Na Espanha, El País aponta o "claro triunfo" de Bolsonaro e diz que os evangélicos brasileiros "se convertem à ultradireita". Em análise, o diário afirma ainda que "a democracia recua" no País.

Na Colômbia, o jornal El Tiempo cita a vitória de Bolsonaro, mas também o fato de que ele não conseguiu evitar uma nova disputa nas urnas. O diário registra a força dos evangélicos na campanha do capitão reformado do Exército. No Chile, El Mercurio diz que Bolsonaro conseguiu "canalizar o mal-estar pela corrupção e a violência" e sai com 17 pontos de vantagem na reta final. Outro diário chileno, La Tercera avalia que os casos de corrupção e os votos contra o PT tiveram papel crucial na disputa. Em um de seus títulos, o mesmo jornal diz que o "Trump do Brasil", referência ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conseguiu mexer no tabuleiro político do País, além de destacar a derrota da candidatura da ex-presidente Dilma Rousseff ao Senado, em Minas Gerais.

No México, El Universal dá menos destaque à notícia, mas registra que Bolsonaro e Haddad vão ao segundo turno. Outro jornal mexicano, Reforma afirma que a eleição é uma das disputas mais duras da história brasileira.


ELEIÇÃO COM MUITAS SURPRESAS - BOLSONARO É O VITORIOSO


Brasil: uma eleição bipolar; Minas: segundo turno mais perto para PSDB e PT

Amália Goulart 










Essa foi uma eleição diferente de todas as demais. Os meios para levar a mensagem aos eleitores mudaram. As redes sociais ganharam protagonismo, relegando a tão esperada propaganda eleitoral pela televisão e no rádio.
Jair Bolsonaro (PSL) mostrou que marqueteiros e especialistas em eleições terão que repensar estratégias para pleitos futuros. A base da propaganda (convencimento e, depois, consenso, como diz Duda Mendonça) continua valendo.
Mas mudou o canal e a forma de se convencer.
Geraldo Alckmin (PSDB) errou ao não perceber essa mudança. E sairá da campanha com a tarefa de modernizar o partido dele. O PSDB aposta na vitória de Antonio Anastasia em Minas, político vitrine do partido.
A disputa nacional tornou-se uma discussão não de conteúdos, mas de quem é PT e quem é anti-PT. Quanto mais radical a postura, mais adeptos os postulantes galgaram. E pelas redes sociais. Para que ler o programa dos candidatos, registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se é mais divertido ouvir as piadas e fakes sobre eles no WhatsApp? Essa foi a postura de grande parte dos eleitores. E não adiante dizer ‘eu não’. Desafio o leitor que leu todas as propostas dos postulantes.
Os brasileiros levarão ao segundo turno os dois candidatos com postura mais radical. Jair Bolsonaro e Fernando Haddad (PT) devem acirrar ainda mais os ânimos entre os brasileiros, divididos em duas nações.
O que se pode esperar: que as bravatas eleitorais desapareçam quando o novo presidente for eleito, seja ele quem for. E que o ganhador faça um aceno ao perdedor, para unir a nação. Já o perdedor, terá que aceitar a derrota, sem culpar instituições, como se faz em uma boa democracia. Mas isso é assunto para o dia 27 de outubro.
Em Minas Gerais um fenômeno chamou a atenção. Romeu Zema (Novo), um empresário estreante na política, chegou como um azarão, já que não tem experiência nem mesmo um programa de governo consistente.
Mas, inflado no discurso anti-tudo (que atrai o eleitor) deu uma guinada nas pesquisas. Zema foi justamente a aposta de Fernando Pimentel (PT) para ir a um segundo turno. Estacionado nos levantamentos e administrando um Estado em crise financeira, o petista corria o risco de ver o adversário Antonio Anastasia levar no primeiro round. Mas Zema ressurgiu na reta final, após aparecer em debate da TV Globo.
Apesar do crescimento, o segundo turno deve ficar mesmo entre PT e PSDB. É que os petistas têm um patamar histórico em Minas, de 20%. E, como o país está dividido, em Minas não é diferente. Então, Zema pode levar o pleito a mais uma rodada.

Eleição dos sem diploma
Dos mais de 27 mil políticos brasileiros na disputa por um cargo público nessas eleições, 13 mil, ou 49,6%, têm na parede um diploma universitário. O levantamento foi feito pelo Quero Bolsa, principal plataforma de inclusão de estudantes no ensino superior brasileiro por meio de bolsas de estudo, ao apurar as informações disponíveis no Repositório de Dados Eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

COLUNA ESPLANADA DO DIA 08/10/2018


Clima de guerra

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini 









O aumento expressivo do apoio de forças federais na segurança dos Estados reflete o clima de beligerância nas eleições deste ano. No 1.º turno do pleito de 2014, as tropas federais atuaram em 279 cidades. Para amanhã, o Tribunal Superior Eleitoral já autorizou, até o momento, o envio de militares para 497 localidades. Número que tende a aumentar. O Estado que pediu mais apoio foi o Piauí – onde as tropas irão atuar em 122 cidades –, seguido de Rio Grande do Norte (97), Maranhão (72), Rio de Janeiro (69), Pará (60), Amazonas (26), Mato Grosso (19), Tocantins (12), Acre (11), Ceará (5) e Mato Grosso do Sul (4).

Nas municipais
Em 2016, no 1º turno, as tropas federais atuaram em 315 municípios de 13 Estados.

Cadê?
Campanha nas ruas, debates na TV e rádios, mas você viu os presidenciáveis falarem de proposta para incentivo ao esporte e inclusão social pelo esporte? Nós não.

Patriotismo
Domingo é o dia da maior festa da democracia brasileira. Exerça o seu direito. E respeite o outro, independentemente da cor do partido ou bandeira ideológica.

Homem do campo
Principal articulador da formalização do apoio da Frente Parlamentar da Agropecuária ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), o presidente da União Democrática Ruralista, Luiz Antonio Nabhan Garcia, ampliou sua cotação para chefiar ou emplacar um indicado no comando do Ministério da Agricultura no eventual governo do ex-capitão.

Ruralistas
Nabhan Garcia, um dos principais conselheiros da campanha de Bolsonaro, é defensor de uma “reforma agrária organizada”, sob controle de um órgão sem vínculo “ideológico ou político”. Avalia que a reforma feita nos últimos anos apenas jogou dinheiro fora e transformou a área rural em “uma grande favela”.

ZapFake
O comando da campanha do petista Fernando Haddad atribui às chamadas fake news o crescimento que chamam de “inesperado” do adversário Bolsonaro nas últimas pesquisas. Para conter a propagação de notícias falsas, o partido disseminou dezenas de contatos de Whatsapp em todo o País para denúncias de militantes. </CW>

Lula ‘na linha’
Tem até o “Zap do Lula”, com número de São Paulo, que traz a mensagem: “Lula e Haddad precisam de você: denuncie boatos e mentiras”.

Alerta de dentro
Presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Ângelo Fabiano Farias da Costa afirma que o País vive “uma crise desconstituinte” ao pontuar que Ministério Público do Trabalho passa por momentos difíceis, “inclusive no que diz respeito à atuação na esfera trabalhista, cujos direitos estão sendo esvaziados”.

Memória 
O PDT, do presidenciável Ciro Gomes, e o deputado Jair Bolsonaro (PSL) integraram o movimento na Câmara que culminou na aprovação, com folga, da punição para juízes e membros do Ministério Público Federal por abuso de autoridade. Foi em 2016 durante a discussão do pacote anticorrupção composto por medidas propostas pelo MPF.

Orbitando
Um caso simples reflete a crise no Correios, assaltado pelo PT e PTB nos últimos anos. Não chegou até hoje uma carta com AR enviada sábado passado de uma agência no Plano Piloto de Brasília para a cidade satélite de Brazlândia, a apenas 40km da capital.

Custo Brasil
Pelo rastreamento, o portal dos Correios informa que houve ‘mal encaminhamento’ da carta. O remetente pagou R$ 12 para o envio. Gastaria menos que isso de gasolina para ir e voltar ao local do destinatário para entregar a carta.

Boteco em Vegas
Morador de Las Vegas há 20 anos, o empresário carioca Marcus Fortunato abriu o Boteco na capital dos jogos, que fez grande sucesso no verão americano e virou point de turistas. Uma turma de brasileiros baixa lá esta semana, durante a Global Gaming Expo - G2E. Fortunato tem uma empresa que fabrica software para máquinas de jogos.

Pista jurídica 
Em sentenças recentes, a 99 POP se livrou de processos contra motoristas que tentaram na Justiça vínculos empregatícios contra o app que envolve motoristas com veículos próprios. Os juízes Luiz Gonçalves, da 37ª Vara do Trabalho de BH, e Patricia Seller, da 2ª Vara do Trabalho de Mauá (SP), acolheram os argumentos da empresa quanto à liberdade de escolha dos motoristas na utilização do aplicativo

MICHAEL STOTT EDITOR DO FINANCIAL TIMES ANALISA A SITUAÇÃO ECONÔMICA E POLÍTICA BRASILEIRA DO GOVERNO LULA

  Área econômica é o ponto mais fraco do governo...