Jogo e hora da verdade
Opinião
Aristóteles
Drummond*
O Brasil precisa sair deste ano decisivo fortalecido. A prioridade nacional deve ser um programa comum a todas as forças políticas. Na falta de um líder, só mesmo a união em torno de um plano de salvação nacional pode evitar o pior na economia e na paz social. Tudo na teoria parece muito fácil. Em primeiro lugar, há de se trabalhar pela oferta de bons empregos. E, para isso, é preciso atrair investidores, diminuir e simplificar a carga fiscal, aperfeiçoar um pouco mais a reforma trabalhista e resistir às pressões corporativas.
É necessário
diminuir o tamanho do Estado em todos os sentidos. Nas estatais, tem de atacar
a burocracia e fazer cumprir rigorosamente o teto salarial, sem penduricalhos
que, por vezes, duplicam vencimentos no Legislativo e no Judiciário,
especialmente. Deve-se ainda incluir no programa a mãe das reformas devido à
dimensão dos números: a Previdência. Mas com uma fase de transição para o setor
público.
Até agora tem
faltado coragem e exercício da autoridade. O presidente Temer tem um programa
elogiável e conseguiu alguma coisa. No entanto, tem sido tímido em coibir
manifestações ilegais, em agressão ao patrimônio público ou privado, ao próprio
direito de ir e vir do cidadão, vulnerável a fechamento de estradas e invasões
de propriedades. Tem de ser coibida esta ação que visa desmoralizar o poder
público.
Não dá para
compreender as ousadas manobras para consolidar uma lei penal que premia os
poderosos e pune apenas quem não pode contratar grandes advogados. O bandido
que explode um caixa eletrônico de banco pode ser preso, mas quem dá prejuízo
de bilhões nos bancos oficiais tem terceira instância. Não parece certo, justo
e muito menos tolerável. Os senadores Cunha Lima e Ricardo Ferraço têm um
projeto que define esta questão do Supremo como terceira instância criminal. É
preciso entrar na pauta e afastar este elemento perturbador da confiança
popular nas instituições. E, por fim, enfrentar a questão das gratuidades e
cotas. Quem não deve pagar transporte publico não são idosos, estudantes,
cadeirantes e outros. Gratuidade é para quem não pode pagar.
*Jornalista e
escritor