terça-feira, 25 de julho de 2017

IMAGEM DA DELEGAÇÃO DO TIME DA CHAPECONHENSE ANTES DO EMBARQUE



Brasil condecora Medicina Legal da Colômbia por trabalho em acidente da Chape

Agência Brasil






O governo do Brasil entregou nesta segunda-feira ao Instituto de Medicina Legal da Colômbia a Ordem de Rio Branco, a mais alta condecoração da diplomacia do país, pelo trabalho realizado pelo órgão após o acidente com o avião que levava a delegação da Chapecoense para a disputa da decisão da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, em Medellín. A informação é da EFE.
"De alguma maneira, após o acidente, houve uma série de milagres, e o trabalho do Instituto de Medicina Legal foi um desse", disse no ato solene de entrega da condecoração o embaixador do Brasil em Bogotá, Julio Glinternick Bitelli.
O diplomata explicou que, após o acidente, conversou com especialistas do Brasil. Eles disseram que seria impossível identificar as 71 pessoas que morreram na tragédia, entre jogadores, técnicos, dirigentes, jornalistas e a tripulação, de forma tão rápida como foi feito pelo órgão colombiano.
"Com pouco mais de três dias, 70 vítimas estavam identificadas e liberadas para serem levadas ao Brasil. Isso com uma qualidade de serviço que não tem precedentes", afirmou.
"O ato de hoje é um reconhecimento por esse trabalho, um agradecimento pelo que foi feito naqueles dias em Medellín e é um símbolo da aproximação entre as duas nações, e do que poderemos fazer no futuro juntos", completou Bitelli.
Por sua vez, o diretor do Instituto de Medicina Legal, Carlos Eduardo Valdés, disse que a homenagem é um dos momentos mais emocionantes vividos pela instituição, que tem 103 anos.
"O instituto não está acostumado que lhe agradeçam por tudo o que faz no dia dia, todos os esforços de funcionários e funcionárias. A generosidade do povo do Brasil não tem limites", disse Valdés.
No discurso, Valdés agradeceu pelo trabalho da Polícia, da Aeronáutica Civil (Aerocivil), Promotoria, Prefeitura de Medellín e do governo de Antioquia, entre outros órgãos, que colaboraram nas horas depois do acidente de novembro do ano passado.
A Ordem de Rio Branco também foi concedida ao prefeito de Medellín, Federico Gutiérrez Zuluaga, e a outros quatro funcionários da cidade em uma homenagem à Colômbia que ocorreu em dezembro do ano passado, em Brasília.
Também receberam a condecoração a apresentadora da Caracol TV, Mónica Jaramilo, e Johan Alexis Ramírez Castro, de 15 anos, que ajudou a guiar os socorristas ao local do acidente.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 25/07/2017



Gestão eleitoreira

Coluna Esplanada - Leandro Mazzini







De olho nas eleições de 2018, quando deverá lançar seu nome para o Governo de Pernambuco, o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), usa o cargo, sem cerimônia, para agradar seu reduto eleitoral. Nos últimos dois meses, o tucano privilegiou o Estado natal com cerca de R$ 1 bilhão em recursos para a construção de unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida, obras de saneamento, concessão do Cartão Reforma e outros programas da pasta que comanda há um ano e dois meses.
Nossa Casa 
No início de junho, Bruno Araújo foi ao Estado anunciar a liberação de R$ 201 milhões do programa Minha Casa Minha Vida.
Guarda-chuva
Os recursos foram para a construção de 468 casas nos municípios de Barreiros e 57 em Jurema – cidades atingidas pelas chuvas.
Palanque 
Na mesma semana, o ministro tucano voltou ao Estado para comunicar “a liberação do maior volume de investimentos em obras de saneamento para o biênio 2017/2018”.
Racha dos prefeitos
inhada ao Planalto, a Confederação Nacional dos Municípios evitou criticar o “decreto do arrocho” do Governo. A Frente Nacional dos Prefeitos, presidida por Jonas Donizete (PSB), de Campinas, posicionou “descontentamento com a postura do Governo de cobrir o rombo federal sem contemplar os demais entes federados”.
Efeito Moro
O Partido dos Trabalhadores recebeu mais de 3 mil pedidos de filiação desde a condenação do ex-presidente Lula da Silva pelo juiz Sérgio Moro. O PT atribui os isso ao “papel da aguerrida militância do PT em resistir aos ataques contra sua liderança”.
Tem coisa aí
Mergulhada numa crise econômica e social, a Venezuela esbanja mundo afora. Um jatinho Gulfstream (US$ 65 milhões, o mais barato) desceu ontem no aeroporto de Maringá (PR). A bordo, um ministro venezuelano, revelou o blog do Rigon.
Detalhe
Havia ‘carga’ no jato, flagrado em foto. O aeroporto de Maringá é regional e não opera voos internacionais – e por isso não tem alfândega federal ou posto da PF.
Só Gogó
O Ministério Público do Trabalho ameaçou, mas ainda nem sinal de recorrer ao Supremo Tribunal Federal contra a reforma trabalhista do Governo de Michel Temer.
Indenização de Fronteira
Em meio à crise e ao sucateamento, policiais federais pressionam o Governo pela regulamentação da Lei nº 12.855/13, que institui indenização para agentes que atuam em fronteiras e locais com baixos Índices de Desenvolvimento Humano.
Desgaste
O vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Flávio Werneck, aponta: “O trabalho na fronteira compreende desgaste físico e mental, devido ao risco da atividade. Além disso, também precisam ser consideradas as dificuldades de levar sua estrutura familiar para essas áreas”.
Bolso-Lula
Gaiatos adversários de Jair Bolsonaro, que cresce nas pesquisas sem ainda ter se lançado ao Planalto, espalham áudio de discurso seu, de anos atrás, propalando que, depois de se decepcionar com Ciro Gomes, votou no ‘cumpanhêro Lula’.
Meirelles
Embora negue até para os mais próximos – e repita que só quer viver em paz em seus dois apartamentos no Rio – o ministro Henrique Meirelles está cada dia mais candidato à sucessão de Temer no Palácio.
Ponto Final
“Governo (Temer) reproduz orçamento do Governo do PT e população paga com aumento de impostos”
Do líder do DEM no Senado,
Ronaldo Caiado (GO)

O BRASIL ANTES E AGORA



                    O Brasil em dois tempos     

Manoel Hygino 








Um poeta amigo escreveu, há dias: “Em meus 72 anos de vida – mesmo sofrendo na carne a crueldade de uma ditadura de 21 anos – poucas vezes enxerguei um mundo tão violento, cruel, cínico e sem esperança”.
Outro amigo, lembrando época passada, observou em mensagem: “nada melhor do que achar que a felicidade era poder cantar uma canção censurada de Geraldo Vandré, comprar um disco do burguês Chico Buarque, ou Caetano Veloso – pelado na capa, fatos que me pesaram na contestação do regime militar”.
De nada valia a vida tranquila, que nos permitia atravessar a cidade a qualquer hora da noite, em bandos adolescentes, sem nenhum perigo, a não ser de algum cachorro bravo solto na rua, sem riscos de assalto ou de perda da vida por alguma bala perdida.
Ninguém, em nosso grupo de adolescentes, usava drogas ou mesmo conhecia algo estupefaciente além de Bacardi com Coca-Cola, limão e gelo, ou o danoso “rabo-de-galo”, mistura de cachaça, Cortezano e licor de pequi. Outros jovens eram mais liberais, afinal vínhamos da contracultura, que teve seu auge nos anos 60, mas eles se limitavam a um visual diferente, cabeludos, de roupas coloridas, à espera da Era de Aquarius, na base da “paz e amor” e “faça amor, não faça a guerra”.
O tempo não parou e surgiu um outro quadro. “Não há mais censura, usar drogas não dá mais cadeia, bolsas diversas sustentam mais de 36 milhões de famílias e as faculdades formam milhares de doutores, especialmente advogados. A gente pode cantar qualquer canção, acabou-se a indústria da música de protesto e ficar pelado não escandaliza mais. Gays se beijam em público e até se casam; virgindade é só na oração Mariana; existe a Lei da Palmada, as leis de cotas, e outras tantas em defesa da igualdade formal, que um desavisado acharia que esta nação caminha para ser o melhor dos mundos.
Há mais: “da casa murada, com alarmes, concertinas e cercas elétricas, ouvem-se as sirenes do Corpo de Bombeiros e do SAMU, em socorro às vítimas de uma guerra civil não declarada, nas cidades e campos, que mata mais de 60.000 brasileiros por ano, oficialmente. Mais que isso, só no trânsito. Antes, temíamos o guarda da esquina. Hoje, o medo está em toda parte”.
Ele, o medo, é “dos encapuzados que depredam lojas e o patrimônio público, de índios que interrompem as estradas e cobram pedágios, dos sem-terra que não respeitam a propriedade privada, do grampeamento sem controle por agentes do Estado, da bandidagem que nada teme e se organiza em facções, formando seus exércitos”.
E conclui o missivista em questão: “Há certo desalento, um desgosto com o rumo das coisas. Todos queremos democracia, que não se confunde com baderna. Queremos segurança e saúde. Melhorias na educação. Bandidos na cadeia. O império da lei e governantes honestos. Não é muito, mas o suficiente para garantia da liberdade, banindo para sempre os fantasmas totalitários, da esquerda ou direita”.
Leio e medito com os dois brasileiros que me escreveram.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

CRISE ECONOMICA OBRIGA BRASILEIROS A USAREM A CRIATIVIDADE



Crise força brasileiro a investir na prática do 'faça você mesmo'

Fábio Corrêa











CRIATIVIDADE – O Faz Makerspace, em BH, oferece oficina com equipamentos como serrotes, cortes a laser e até impressora 3D, além de cursos

Com a crise econômica afetando em cheio o bolso do consumidor, a procura por serviços como manicure, pequenos reparos e até marcenaria tem perdido espaço. No aperto financeiro, cada vez mais gente se arrisca em atividades que, em tempos de bonança, eram delegadas a profissionais especializados.

Tradição em vários países da Europa e nos Estados Unidos, onde o preço de reformas e montagem de móveis é bem mais caro, a moda da bricolagem chega com força no Brasil.

Também conhecida pelo nome de faça você mesmo, a prática econômica ainda permite maior aprendizado e, algumas vezes, resultados surpreendentes.

Depois de mudar de emprego e ter de encarar uma redução na renda, a gerente de vendas Simone Souza, 42, decidiu dispensar a manicure, que frequentava semanalmente, para fazer as próprias unhas em casa.

“Depois que fiz isso, a economia chegou a R$ 160 por mês. Por ser eu mesma quem faço, com mais perfeccionismo, acaba ficando até melhor do que no salão”, conta Simone. “Mesmo sabendo como tirar cutículas e passar esmaltes nos pés e nas mãos, tinha a comodidade de ter outra pessoa para fazer isso”, diz ela, que também diminuiu a frequência da faxineira, evitando gastos de até R$ 800 no mês.

Autodidatas

Já o casal Mariana de Paula, 29, e Marco Túlio Ulhôa, 31, resolveu unir o útil ao agradável nas tarefas caseiras. Depois do casamento, em 2015, a arquiteta e o comunicólogo tiveram que se virar.

“Quando mudamos, me vi obrigado a resolver os perrengues. Então fui comprando as ferramentas e aprendendo aos poucos, desde consertar encanamentos e pintar até fazer móveis”, afirma Marco Túlio.

“Ouvimos de um amigo que, no exterior, as pessoas economizam aprendendo com vídeos no YouTube e resolvemos tentar”, diz Mariana, cujo novo escritório foi todo mobiliado por móveis criados pelos dois. “Ela projeta os móveis e eu coloco a mão na massa”, diz Marco Túlio. Ele calcula que, com a bricolagem, a economia chega a R$ 2 mil por mês.

Menos demanda

Do outro lado, profissionais especializados como Ivan Lopes, 51, têm percebido queda na demanda. “A procura caiu cerca de 50% em relação ao ano passado”, estima ele, que trabalha com ajustes caseiros, serviço apelidado de “marido de aluguel”.

Há oito anos na atividade, Ivan alerta que, em alguns casos, o “faça você mesmo” pode sair mais cara no final. “Sem conhecimento, a pessoa pode fazer uma ligação elétrica errada ou acabar retardando um problema que, depois, vai ficar mais caro para solucionar”, diz.

Comércio surfa na onda da bricolagem e oferece cursos para quem quer aprender a se virar

Em contrapartida, o setor de comércio tem ganhado com o aumento da procura por workshops e até mesmo espaços para a prática do faça você mesmo. A rede francesa Leroy Merlin, especializada em material para construção e reparos, registrou aumento de 20% na demanda pelos cursos oferecidos na loja, que vão desde uso de ferramentas e aplicação de pintura até o cultivo de orquídeas.

“O faça você mesmo já acontece há muito tempo na França, onde a mão de obra para os serviços é escassa e muito cara”, explica Júnia Rios Neto Sarti, diretora da filial Belvedere. “Aqui no Brasil, além da economia, a prática atrai também porque a pessoa consegue deixar a casa com a cara dela”, diz Júnia.

Na loja, são cerca de 150 cursos por ano que atendem 2 mil alunos. A loja também oferece folders gratuitos com explicações passo-a-passo de pequenos reparos caseiros.

Aproveitando a onda, o empresário mineiro Carlos Ribeiro, 50, resolveu apostar num espaço dedicado para a atividade. Na avenida Afonso Pena, o Faz Makerspace, aberto há um ano, oferece uma oficina de 300 metros quadrados com equipamentos como serrotes, cortes a laser e até uma impressora 3D, além de cursos periódicos.

“Vemos que tem muita gente disposta a fazer, mas há dificuldade de acesso a equipamentos”, diz Cláudio, que revela que a demanda vem crescendo todo mês.

No Faz Makerspace, os clientes usam o local de acordo com a necessidade, por valores que variam entre R$ 20 (hora) e R$ 800 (mensal) e que permitem o acompanhamento de monitores e o uso de todas as máquinas. “Num mundo sem emprego para todos, é uma opção para quem é freelancer, mas não tem os instrumentos”, diz.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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