sábado, 1 de julho de 2017

DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA PARA A PRODUÇÃO DE LEITE



Leite com bytes: tecnologia é usada para agregar valor à cadeia de produção leiteira

Patrícia Santos Dumont










Grupo de Igor Matos, do Colégio Cotemig, está desenvolvendo sistema automatizado para melhorar o gerenciamento de tarefas na cadeia leiteira

De um lado, agrônomos, veterinários, zootecnistas e técnicos agrícolas. De outro, jovens estudantes fascinados por tecnologia e ávidos por inovação. Uma parceria inédita entre a Embrapa Gado de Leite – empresa pública que acumula mais de 40 anos de pesquisas no segmento – e o Colégio Cotemig, em Belo Horizonte, marca o início de uma caminhada promissora da atividade leiteira pelo mundo digital.
A ideia do projeto, firmado este mês, é desenvolver ferramentas e soluções tecnológicas que facilitem, profissionalizem e, mais do que isso, corrijam, se necessário, processos para agregar valor à produção do leite. Minas Gerais é o maior produtor nacional, responsável por quase 30% do abastecimento do país.
Até o fim do ano, oito plataformas digitais, dentre sensores, apps e softwares, serão apresentados pelas equipes participantes. Ao todo, 40 estudantes participam da “missão”, que conta como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
Chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, com sede em Juiz de Fora, na Zona da Mata, Paulo do Carmo Martins diz que o principal objetivo da parceria – a primeira do tipo no agronegócio brasileiro – é se adaptar à chamada 4ª Revolução Industrial, marcada pela convergência entre tecnologias digitais, físicas e biológicas.
“Nossa aproximação com o Cotemig tem um propósito muito claro: utilizar da tenacidade, sagacidade e da vontade de fazer diferente que os jovens têm para obter resultados que simplifiquem a vida de quem se dedica à atividade leiteira, da produção à distribuição, passando pelo processamento. Quem não se adaptar vai ser engolido”, resume.
Via de mão dupla
Na prática, a cooperação vai funcionar da seguinte forma: representantes da cadeia leiteira – produtores e laticínios – apresentaram as principais demandas do setor, para as quais os estudantes desenvolvem soluções. Dentre os problemas já apresentados estão organização de custos de produção e gerenciamento de pessoas e de pastagens.
Ao lado de outros sete colegas, Igor Antônio Macedo de Matos, de 17 anos, trabalha em um sistema de gerenciamento de tarefas. “Acontece muito de um supervisor determinar uma atividade, mas haver alguma falha no caminho. Estamos buscando meios de automatizá-lo, informatizando cada etapa para evitar redundâncias”, detalha.
“Apostamos no aprendizado. Os alunos poderão se especializar numa atividade que ainda não tem grandes expoentes no milionário setor do gronegócio” - Paulo do Carmo Martins, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite

Coordenador-técnico do Colégio Cotemig, Leonardo Fonseca Souza diz que o desenvolvimento das tecnologias é uma forma de proporcionar aos alunos uma experiência real ao lado de uma empresa tão grande quanto a Embrapa.
“Não temos interesse financeiro, mas de agregar conhecimento tanto para nós quanto para os representantes da Embrapa e do setor leiteiro no Brasil”.
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Mais de uma centena de participantes e objetivos em comum: desenvolver ferramentas para ter dados mais precisos sobre coleta, aperfeiçoar ideias que permitissem rastrear a origem do leite ou monitorar o consumo de concentrado por bezerras leiteiras.
Do desejo de fazer a diferença, um vencedor. Nasceu em Belo Horizonte a startup SCL Rota – Sistema de Coleta de Leite. Ganhadora da Ideas for Milk, competição nacional que reuniu times dispostos a encarar o desafio do agrone-gócio. Agora, a empresa se prepara para ganhar o mercado.
A intenção da plataforma, desenvolvida ao longo de dois anos e meio e já em uso por 11 empresas mineiras e cariocas, é automatizar o processo de captação de leite em laticínios e cooperativas, aumentando e otimizando a produtividade, melhorando o controle e a rastreabilidade, reduzindo também os custos do processo. O software foi apresentado em etapas estaduais do concurso e venceu na final nacional, realizada na capital federal, há poucos meses.
Portas abertas
Um dos fundadores do time, Otávio Augusto Rodrigues Fernandes diz que participar da competição abriu portas para outras possibilidades no mercado nacional e até estrangeiro. “A Embrapa Gado de Leite é, de fato, reconhecida por todos os laticínios do país. Ganhar o Ideas é como obter um selo da instituição, confirmando a credibilidade e a validade da nossa solução”, afirma.
Além de informatizar o processo de coleta, geralmente manual, feito por meio do preenchimento de pranchetas, a SCL Rota elimina a possibilidade de fraude, emite comprovante para produtor e dono do laticínio e controla o transbordo de carga.
“Se pegarmos todos os carros do Brasil que transportam leite todos os dias, conseguiríamos dar 55 voltas ao redor da Terra”, comenta Fernandes, exemplificando a magnitude da cadeia leiteira no país, a maior do agronegócio brasileiro.
Todos os dias, são coletados, em média, 95 milhões de litros de leite, conforme dados da Agripoint.
Ideas for Milk foi realizado pela Embrapa Gado de Leite. Uma segunda edição do concurso deve ser realizada este ano, mas ainda não há data prevista.
O objetivo do Ideas for Milk é fomentar ecossistema de startups voltado para o segmento do agronegócio; no Brasil, o setor é responsável por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB)

TEMER APELA PARA O BOM SENSO DE TODOS



Falta de responsabilidade destrói empresas e corrói instituições, diz Temer

Estadão Conteúdo










"O que está em jogo é a superação de uma crise sem precedentes. Nós estamos tratando do futuro do país", disse o presidente

Em uma clássica tentativa de agenda positiva, o presidente Michel Temer usou o discurso durante cerimônia de um ano da Lei de Responsabilidade das Estatais para reforçar que os poderes precisam ter responsabilidade e sem citar diretamente a denúncia contra ele disse que todas as instituições têm que responder pelos seus atos. "A responsabilidade é vacina contra ineficiência e o populismo", disse. "O momento que atravessamos exige responsabilidade de todos, com a coisa pública, com atos e palavras. O que está em jogo é a superação de uma crise sem precedentes. Nós estamos tratando do futuro do país", completou.
Prestes a ser notificado sobre a denúncia por corrupção passiva, o presidente, que no início da semana acusou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de criar uma nova categoria no direito ao inaugurar a "denúncia por ilação" disse ainda que a responsabilidade é fundamental na democracia.

"Veja como muitas vezes repeti a palavra responsabilidade na ideia fundamental, básica, alicerçadora, criadora, estruturante do nosso estado brasileiro, que é um estado em que todos respondem pelos seus atos. Estejam onde estiverem: na atividade privada, atividade publica, no Legislativo, no executivo e no Judiciário, onde quer que estejam , todo respondem por seus atos", afirmou.

O presidente disse ainda que a falta de responsabilidade destrói empresas e corrói instituições e que há uma tentação para o que chamou de "aplauso fácil com sacrifício da responsabilidade".

Ao destacar um ano da lei das estatais, o presidente fez ainda uma crítica indireta ao delator Joesley Batista, a quem o governo tem tentado afirmar que contrariou ao não atender algumas demandas. "Objetivo da lei das estatais era proteger as empresas de um certo assedio ilegítimo. Ao faze-lo frustramos interesse de gente poderosa", disse. "Gente que se servia da atividade pública para objetivos não lícitos", completou.

Ao destacar a lei, o presidente lembrou que o Brasil e o mundo todo, passou por fases de administração e que ao logo do tempo verificou-se que era preciso descentralizar a atividade administrativa. "Nessa evolução verificou-se que era preciso avançar muito mais e era preciso privatizar serviços públicos", afirmou, destacando que a integração entre publico e privado é saudável.

O presidente disse ainda que sabe que é preciso avançar "em nome dos 14 milhões que não tem carteira assinada" e que o Brasil "não tem tempo a perder". "A inflação está caindo abaixo do centro da meta", disse, sem citar a revisão da meta feita nesta quinta pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). "Os juros estão caindo e o Brasil está prosperando, respirando. Não podemos deixar que nada impeça essa respiração extraordinária que o país esta tendo. Nosso rumo está dado e seguiremos adiante", finalizou.

O BRASIL TAMBÉM VETA IMPORTAÇÃO DE CARNE DOS ESTADOS UNIDOS



Brasil vetou lotes dos Estados Unidos e picanha importada pela JBS

Estadão Conteúdo










A JBS informou que a devolução de sua carne ocorreu por problemas na rotulagem do produto

Pouco mais de uma semana após os Estados Unidos anunciarem a suspensão da compra de carne bovina brasileira, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, divulgou a informação de que o Brasil também vetou a entrada de lotes do produto importado daquele país. A JBS confirmou que teve "um lote" de carne importada pela companhia foi vetado, mas não informou qual o volume rechaçado.

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Na quinta-feira (29), em discurso para agricultores e políticos no município de Campina Grande (PB), Maggi falou sobre o assunto. "Na semana passada, todos aqui receberam a notícia de que os Estados Unidos suspenderam a nossas plantas (...) de carne. Nós, esta semana, também embargamos mercadorias, carnes dos Estados Unidos (...), principalmente picanhas que chegaram aqui em desconformidade. O Ministério da Agricultura fiscalizou a falou: não está conforme, devolve." De acordo com ele, 20 contêineres foram vetados.

Nesta sexta-feira (30), Maggi confirmou que "de 32 contêineres de carne frescas e miúdos, 20 foram devolvidos por motivos de rotulagem, rastreabilidade e certificação", mas mudou a versão dada sobre o período do veto. Segundo ele, a recusa de cargas ocorreu antes da suspensão da compra de carne pelos norte-americanos ao produto brasileiro.

"Significa que 62,5% do exportado pelos Estados Unidos para o Brasil teve que retornar àquele país. Vejam que antes do comércio vem a segurança e proteção dos consumidores de ambos os países", relatou o ministro.

A JBS informou que a devolução de sua carne ocorreu por problemas na rotulagem do produto. Segundo a companhia, não há qualquer problema de sanidade com a picanha importada nem qualquer vínculo entre o veto e a proibição de importação dos Estados Unidos, anunciada em 22 de junho.

"A JBS confirma que, por questões técnicas de rotulagem do produto, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento suspendeu a entrada de um lote de carne bovina in natura oriundo dos EUA. A companhia ressalta ainda que o ocorrido não possui nenhuma relação com a qualidade do produto", relatou a companhia, em nota.


HONG KONG DIVIDIDA ENTRE PERTENCER A CHINA OU SER INDEPENDENTE



Hong Kong, uma cidade dividida 20 anos após devolução à China

AFP










Hong Kong celebra 20 anos de pertencimento à China

Esta semana, Xi Jinping visitará a cidade de Hong Kong pela primeira vez como presidente chinês, no momento em que ela se encontra mais dividida do que nunca e preocupada com seu futuro 20 anos após ter sido devolvida à China pelos britânicos.
Em 1997, a bandeira britânica foi baixada pela última vez sob o olhar do príncipe Charles nesse território que havia sido uma colônia britânica desde 1842, fim de sua primeira guerra do ópio.
Em tese, Hong Kong gozará de bem mais liberdades do que a China continental até 2047. Na prática, porém, muitos cidadãos de Hong Kong acreditam que Pequim está reforçando seu poder político nessa "região administrativamente especial" e que suas liberdades se encontram em risco.
A visita de três dias de Xi começa na quinta-feira (29) sob um forte esquema de segurança, com expectativa de protestos. No sábado (1º), o presidente chinês dará posse à nova líder do governo local, Carrie Lam.
Segundo Joshua Wong, um dos líderes das multitudinárias manifestações pró-democracia que paralisaram Hong Kong durante semanas em 2014 (a chamada "Revolução dos Guarda-Chuvas"), o território está em um momento decisivo de sua história.
"O caráter único de Hong Kong e o status político da minha cidade estão sob ameaça", diz à AFP esse estudante de 20 anos, secretário-geral do Partido Demosisto.
Wong pede que, em 2047, quando terminarem os 50 anos de transição acordados com a Grã-Bretanha, seja realizado um referendo sobre a soberania do território.
Desde as manifestações de 2014, multiplicaram-se os apelos pela autodeterminação e até pela independência.
"O que queremos é que todo o mundo tenha direito de decidir, por referendo, o futuro da cidade", explicou Wong.
Editores 'desaparecidos'
No papel, desde 1997, Hong Kong tem liberdades únicas - em comparação com a China continental -, como a liberdade de expressão, um sistema judiciário independente e uma parte de sufrágio universal na eleição do governo.
Nos últimos anos, porém, vários incidentes revelaram a busca de controle por Pequim, como o "desaparecimento", em 2015, de cinco editores conhecidos por publicarem livros críticos às lideranças políticas chinesas. Depois, eles "reapareceram" no continente.

Segundo a ex-ministra de Segurança de Hong Kong Regina Ip, rejeitada pelos democratas, o sistema semiautônomo do território "aguenta bem". "Se a democracia que pedem implica uma ruptura com Pequim, é um ponto de saída inaceitável", defende.
O líder do Partido Liberal, também favorável a Pequim, Felix Chung, alega que o crescimento econômico em Hong Hong é muito melhor do que teria sido sob soberania britânica. "O governo central dá muitas liberdades", garante.
A nova chefe executiva do território, Carrie Lam, prometeu reconciliar ambos os lados, mas, mesmo antes de sua posse, parte da sociedade acredita que ela obedecerá às ordens de Pequim.
Assim como seus predecessores, Lam foi designada por um comitê eleitoral, no qual a maioria dos membros é favorável ao governo central.
A China propôs mudar o sistema, com a adoção do voto universal, escolhendo os candidatos primeiro. Essa condição é inaceitável para os pró-democratas de Hong Kong. Foi essa reforma, inclusive, que serviu de gatilho para a Revolução dos Guarda-Chuvas.
Hong Kong conta com uma assembleia regional, o Conselho Legislativo (LegCo). Nathan Law - um de seus membros e figura conhecida dos protestos de 2014 - reconhece, contudo, que a capacidade de manobra desse "Parlamento" é muito limitada.
"Os cidadãos de Hong Kong perderam a esperança", lamenta Nathan, em conversa com a AFP, acrescentando que "é um problema enorme".
Hong Kong também sofre importantes desigualdades econômicas e está mergulhado em uma bolha imobiliária, provocada - em parte - pelos investimentos da China continental.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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