quarta-feira, 28 de junho de 2017

PRODUTOS MINEIROS NAS MESAS DOS AMERICANOS



Trio mineiro quer espaço nas mesa dos americanos

Heraldo Leite
Hoje em Dia - Belo Horizonte









EUA - Forno de Minas quer aumentar as exportações por meio de parceria com empresa de congelados

Café, cachaça e pão de queijo. Três produtos dos mais simbólicos da gastronomia mineira começam a ganhar o mundo e participaram da maior feira de alimentação gourmet em todo o mundo, encerrada ontem, em Nova York (EUA) – a Summer Fancy Foods. Durante os três dias do evento, o café orgânico da Klem Organics, o pão de queijo da Forno de Minas e a aguardente da Cachaça Salinas foram degustados e apreciados por um público estimado em 47 mil visitantes profissionais. Ao todo, a Summer Fancy reuniu 2.500 expositores de 55 países. Além das três mineiras, outras 20 empresas estampavam o selo Made In Brazil.
Esta foi a 63ª edição da feira que representa um nicho de mercado conhecido como ‘specialty foods’ (comidas de especialidade, numa tradução livre). São alimentos incluídos dentro da categoria gourmet, exóticos ou regionais, saudáveis e funcionais. A feira contou, ainda, com temperos e especiarias. Do Brasil, além do trio mineiro, foram despachadas generosas amostras de açaí, água de coco e tapioca.
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Entre as mais experientes no mercado internacional, a Forno de Minas começou suas exportações ainda na década de 1990. No começo, o pão de queijo atraia somente os brasileiros que moram nos Estados Unidos. Aos poucos, o mais mineiro dos salgados foi ganhando mercados como o Canadá, Portugal, Inglaterra, Chile, Peru, Uruguai, Emirados Árabes e Japão. “Atualmente as exportações representam mais de 5% e a projeção é de chegarem a 20%”, informa a gerente de comércio exterior da Forno de Minas, Gabriela Cioba.
SALINAS
Outro produto que foi levado para os EUA por brasileiros foi a cachaça. E com um nome forte e tradicional no Brasil, a Cachaça Salinas começou a ser exportada no ano passado. Hoje, o mercado internacional já representa 2% do volume de vendas da empresa. “Estamos, basicamente, em Massachusetts e na Flórida, mas já criamos oportunidades nos estados de Nova Jersey, Nevada, Texas e Califórnia”, informa um dos responsáveis pelo setor comercial da Salinas, Thiago Medrado.
“Há muito potencial e estamos investindo para adequar nosso produto às exigências do consumidor norte-americano. Embora nosso produto cheque a um custo mais elevado, o consumidor paga mais para ter um produto de qualidade”, acrescenta Medrado. Para abrir o apetite do mercado, a Salinas escolheu as cachaças Cristalina e Umburana.

CAFÉ
Com previsão de chegada hoje aos Estados Unidos, o primeiro contêiner com café da Klem Organics significa mais uma etapa da empresa que busca posições no competitivo mercado internacional de produtos orgânicos. As primeiras prospecções começaram no ano passado, com a oferta do chamado ‘café verde’ – produto que é comercializado para torrefadoras que por sua vez podem vendê-lo torrado e moído, agregando sua marca. Mas, durante a Summer Fancy, a Klem apostou no café torrado de olho no consumidor final.

Uma das metas da Klem é comercializar em torno de 35 toneladas de seu produto – plantado e colhido nas Fazendas Klem, em Luisburgo, Zona da Mata.

“Já participamos de outras feiras em Chicago e Seattle e estamos motivados a levar nossa qualidade para a mesa do norte-americano”, estimou um dos sócios da Klem Organics, Euler Alves Brandão.


80% DOS BRASILEIROS RECEBEM DE ALGUMA FORMA DOS GOVERNOS



Aposentadorias pressionam caixa em Minas

Felipe Boutros






Com déficit de R$ 7,49 bilhões previsto para o ano que vem, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o governo estadual pode ver o resultado piorar com o debate sobre a reforma previdenciária avançando em Brasília. A análise de riscos fiscais da LDO, encaminhada à Assembleia Legislativa de Minas, destaca a necessidade de mecanismos de ajuste das contas previdenciárias e da sustentabilidade do déficit da previdência ao longo do tempo. Além disso, prevê uma corrida por aposentadorias de servidores que temem que possíveis mudanças possam prejudicá-los.
Informações fornecidas pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) apontam que, entre maio de 2016 – quando a reforma passou a ser discutida – e abril de 2017, houve um aumento de 10,8% nas aposentadorias em relação ao mesmo período compreendido entre 2015 e 2016. Foram 15.751 servidores aposentados contra 14.210, respectivamente.
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Já entre janeiro e maio deste ano, foram 6.064 aposentadorias, uma alta de 20,4% em relação ao mesmo período de 2016, quando foram concedidos 5.033 benefícios. A Seplag não tem estimativa para 2018.
Ainda de acordo com dados da Secretaria, o déficit previdenciário teve um salto entre 2015 e 2016, quando passou de R$ 8,842 bilhões para R$ 14,86 bilhões. A estimativa para este ano é a de que o valor chegue em R$ 15,02 bilhões.
O presidente da Associação de Contribuintes do Ipsemg e Servidores Públicos Estaduais (Ascon-Ipsemg), Moisés Melo, relembra que em 1995, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso propôs uma reforma na previdência, houve uma corrida por aposentadorias. Ele avalia, porém, que não seria uma surpresa se o mesmo ocorrer agora.
Melo também alerta que, no futuro, poderá acontecer uma queda na qualidade dos serviços prestados pelo Estado, já que uma massa de servidores está se aposentando e não estão sendo promovidos concursos públicos para a reposição das vagas.

Ativa
O governo do Estado também se mostra preocupado quanto à pressão por reajustes salariais das diversas carreiras de servidores públicos. O relatório faz referência à lei federal do teto de gastos quando diz que “é justamente a expectativa de limitação de gastos no longo prazo que precipita a demanda por aumentos no curto prazo”.
O coordenador político do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Minas Gerais (Sindipúblicos-MG), Geraldo Henrique, diz que desde 2014 não há negociação quanto a reajuste salarial.
Segundo ele, em alguns casos, servidores aposentados estão há cinco anos sem aumento. “A única coisa que conseguimos implementar foi um vale-refeição em 2015. Ele não faz parte do custo da folha e entra como custeio do Estado”, explica Henrique, ressaltando que apenas servidores na ativa recebem o benefício. Procurado, o governo não se manifestou sobre essas questões até o fechamento da edição.
No relatório, outras questões também preocupam o Executivo mineiro. Dentre elas, o cenário político instável, por exemplo, que afeta diretamente a economia, e eventos e conflitos internacionais que podem gerar repercussões para a economia brasileira em geral e para alguns setores da economia mineira, como o agropecuário e o de mineração.
Governo prevê arrecadação 7,8% maior no próximo ano
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2018 prevê uma receita total estimada em R$ 96,82 bilhões, mas com despesas de R$ 104,31 bilhões, o que provocará um déficit de R$ 7,49 bilhões nas contas do Estado. Há a previsão de crescimento de 7,8% da receita tributária, estimada em R$ 59,60 bilhões para o próximo ano.
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é a principal fonte de receita prevista no orçamento, com arrecadação estimada em R$ 39,2 bilhões, seguido pelo IPVA, com R$ 4,48 bilhões.
No anexo de riscos fiscais da LDO, o governo se mostra preocupado com a possibilidade de propostas de reforma tributária que “não assegurem ao Estado a autonomia financeira necessária para suportar os gastos sociais inerentes à implementação das suas políticas públicas, bem como custear os seus compromissos”.
Ainda no anexo, chama a atenção o valor contingenciado para o pagamento de ações contra o Estado: R$ 9,67 bilhões. Esse valor é divido entre os diversos processos, que são classificados de acordo com o grau de probabilidade de prejuízo.
Do montante total, R$ 6,12 bilhões estão previstos para as ações nas quais o governo entende que o prejuízo é provável, ou seja, são as situações em que existem grandes chances de perdas iminentes. As demandas judiciais, no entanto, apresentam longa duração e não serão necessariamente executadas no ano que vem.
O estado também prevê a possibilidade de prejuízo na arrecadação do ICMS na conta de luz. Centenas de ações questionam a tributação de tarifas embutidas no valor total da fatura. Se todos os consumidores foram beneficiados com a retirada das tarifas embutidas no cálculo do imposto, o governo prevê um prejuízo de R$ 1,752 bilhão por ano na arrecadação. (F.B.)



TEMER SE DEFENDE DAS ACUSAÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO



Temer classifica denúncia de 'ficção', critica Janot e cobra provas concretas

Agência Brasil










Presidente Michel Temer (PMDB)

Cercado de ministros e de parlamentares da base governista, o presidente Michel Temer fez na tarde desta terça (27) um pronunciamento em que contestou a denúncia apresentada nessa segunda (26) contra ele e criticou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, responsável pela denúncia levada ao Supremo Tribunal Federal (STF). No discurso, Temer afirmou que sua “preocupação é mínima” com a denúncia e classificou a peça de Janot como uma “obra de ficção”.
“Sou da área jurídica e não me impressiono com fundamentos ou, quem sabe, a falta de fundamentos jurídicos porque advoquei por mais de 40 anos. E sei quando a matéria tem ou não tem fundamento jurídico. Minha preocupação é mínima, mas respeito o Judiciário e as decisões judiciárias”, disse Temer ao iniciar o discurso, no Palácio do Planalto.
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Segundo ele, a denúncia prejudica não só ele, mas o país, uma vez que surgem “exatamente nesse momento em que estamos colocando o país nos trilhos”.
Provas
O presidente nega ter cometido crime de corrupção passiva e recebido vantagens indevidas. “Sou vítima dessa infâmia de natureza política. Fui denunciado por corrupção passiva sem jamais ter recebido valores ou praticado de acertos para cometer ilícitos. Onde estão as provas concretas de recebimento desses valores? Não existem”, acrescentou.
Temer classificou a denúncia de uma obra de ficção. "Criaram uma trama de novela. A denúncia é uma ficção".
Gravação
Sobre a gravação da conversa que teve com o empresário Joesley Batista, dono da JBS, Temer argumentou que as interrupções no áudio tornam a gravação uma prova ilícita e inválida para a Justiça. A gravação é uma das provas elencadas por Janot para embasar a denúncia contra o presidente. O empresário gravou um encontro que teve com Temer, no Palácio do Jaburu, e entregou o áudio para o Ministério Público Federal, com que firmou acordo de delação premiada. Na gravação, segundo Joesley, Temer dá aval para que que continue pagando uma espécie de mesada para Eduardo Cunha, ex-deputado federal e que está preso na Operação Lava Jato.
Para Temer, o procurador-geral da República criou uma nova categoria de denúncia. “Percebo que reinventaram o Código Penal e incluíram uma nova categoria: a denúncia por ilação. Se alguém que conheço cometeu um crime, ou se tiro uma foto ao lado de alguém, a nova ilação é que sou criminoso”, disse o presidente.
Janot
No discurso, Temer insinuou que Rodrigo Janot pode ter se beneficiado com a delação premiada da JBS, afirmando que “um assessor muito próximo” e “homem de estrita confiança” do PGR seria suspeito por ter deixado a procuradoria para trabalhar “em uma empresa que faz delação premiada”.
As atitudes de Janot, disse o presidente, “abrem precedente perigosíssimo em nosso direito porque permite as mais variadas conclusões sobre pessoas de bem e honestas. Por exemplo, construir a seguinte hipótese sobre um assessor muito próximo ao PGR – e dou seu nome por uma única razão - meu nome foi usado deslavadamente nas denúncias, havendo desejo de ressaltar em letras garrafais menu nome - Marcelo Miller, homem da mais estrita confiança do senhor procurador-geral”.
“O sonho de todo acadêmico em direito era prestar concurso para procurador da República. Pois esse senhor que mencionei deixa o emprego [de procurador] para trabalhar em empresa que faz delação premiada. Esse cidadão saiu e já foi trabalhar para esta empresa e ganhou milhões em poucos meses. Garantiu a seu novo patrão, na empresa, acordo benevolente, e delação que tira seu patrão das garras da Justiça e gera impunidade nunca antes vista”, acrescentou. Na delação premiada firmada com o MPF, Joesley Batista não será preso e pode morar fora do país.
“Pela nova 'lei da ilação', ora criada nessa denúncia, poderíamos concluir nessa hipótese que os milhões em honorários não viessem unicamente para o assessor de confiança que deixou a procuradoria. Mas não farei ilações. Tenho a absoluta convicção de que não posso denunciar sem provas nem fazer ilações. Não posso ser irresponsável”, disse. “No caso desse senhor grampeador, o desespero de se safar da cadeia moveu ele e seus capangas para fazer a ilação e distribuir o prêmio da impunidade”, disse, em referência a Joesley Batista.
Fatiamento
Ainda em tom crítico a Janot, Temer disse que o procurador tem “fatiado as denúncias para criar fatos semanais contra o governo”, o que, segundo o presidente, é “um atentado contra nosso país”. E concluiu dizendo que não vai desistir de sua defesa, do governo nem das reformas propostas.
“Falo hoje em defesa da instituição Presidência da República e em defesa da minha honra pessoal. Eu tenho orgulho de ser presidente, é algo tocante. Tenho a honra de ser presidente pelos avanços que meu governo praticou. Minha disposição é trabalhar para o Brasil e continuar com as reformas. Portanto não fugirei das batalhas, nem da guerra que teremos pela frente. Minha disposição não acabará com ataques. Não me falta coragem para seguir na reconstrução do país”.
Denúncia
Na denúncia apresentada por Rodrigo Janot, Temer é acusado de prática de corrupção passiva. A acusação está baseada nas investigações iniciadas a partir do acordo de delação premiada da JBS. A denúncia foi enviada ao gabinete do ministro Edson Fachin, relator da investigação envolvendo o presidente. O ministro poderá conceder prazo de 15 dias para manifestação da defesa antes de enviá-la para a Câmara. A formalidade de envio deverá ser cumprida pela presidente do STF, Cármen Lúcia.
Mesmo com a chegada da denúncia, o STF não poderá analisar a questão antes de uma decisão prévia da Câmara dos Deputados. De acordo com a Constituição, a denúncia apresentada contra Temer somente poderá ser analisada após ter o aval de 342 deputados, o equivalente a dois terços do número de deputados da Câmara.

terça-feira, 27 de junho de 2017

NO BRASIL SÓ A POLÍCIA FEDERAL - LAVA JATO - PREOCUPA COM A CORRUPÇÃO



'Lava Jato' lidera ranking das detenções

Estadão Conteúdo








Os delitos financeiros investigados no esquema foram os que mais mandaram suspeitos para cadeia

A "Lava Jato" é operação que mais prendeu no País desde 2013. O primeiro lugar nesse ranking foi garantido com 179 prisões - 72 preventivas, 101 temporárias e seis flagrantes. Os delitos financeiros investigados no esquema foram os que mais mandaram suspeitos para cadeia (113 vezes), seguidos pelos desvios de verbas públicas (63) e pelos crimes fazendários (3).


"É comum isso acontecer em operações", disse o procurador da República Rodrigo De Grandis. De 2013 a 31 de março deste ano, a PF registrou 1.426 prisões em 359 operações por desvios de verbas públicas - no geral, foram 11.197 prisões em 2.325 operações. Nas detenções por suspeita de corrupção, foram 869 prisões preventivas, 569 temporárias e 93 flagrantes.

Para o cientista político Marcus Melo, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o aumento das prisões por corrupção revela uma tendência não apenas brasileira. "É um fenômeno internacional", disse, citando livro do pesquisador sueco Bo Rothstein. Segundo ele, alguns "atores" do universo da corrupção ainda não perceberam que as regras do jogo mudaram. "A partida passou de basquete para futebol, mas eles continuam jogando com a mão", afirmou.

‘Mar de lama’

A análise da distribuição das prisões por Estados mostra que Minas lidera as prisões por desvio de verbas (209 casos, seguido pelo Paraná - 176). Só as nove fases da Operação Mar de Lama, sobre fraudes e corrupção em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, provocaram 30 prisões preventivas e 12 temporárias, levando para a cadeia 7 dos 21 vereadores.

A vereadora Rosemary Mafra (PCdoB) era suplente de um dos vereadores presos em maio de 2016 e obteve na Justiça o direito de tomar posse. "A Câmara ficou um tempo acéfala e paralisada", contou Rosemary, que se reelegeu. O impacto da operação foi gigantesco. Administrada então pelo PT, a cidade votou maciçamente em 2016 na oposição, elegendo prefeito o candidato do PSDB, André Merlo, com 83% dos votos.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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