sábado, 20 de maio de 2017

NO BRASIL A PROPINA CORRE SOLTA ENTRE OS POLÍTICOS



BS distribuiu propina a 1.829 candidatos de 28 partidos

Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo Horizonte







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O diretor da JBS Ricardo Saud contou em sua delação premiada que a empresa distribuiu propinas por atacado no meio político brasileiro, detalhando os nomes de centenas beneficiários. Em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República (PGR), ele revelou que 1.829 candidatos, de 28 partidos das mais variadas colorações, receberam dinheiro do grupo controlado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista.

As doações ilícitas foram de quase R$ 600 milhões. O grosso dos recursos, segundo ao delator, foi destinado aos candidatos em troca de contrapartidas no setor público. "Tirando esses R$ 10, R$ 15 milhões aqui, o resto tudo é propina. Tudo tem ato de ofício, tudo tem promessa, tudo tem alguma coisa", relatou.

Saud disse que o "estudo" foi feito por sua própria iniciativa. Em vídeo do depoimento, divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ele entrega aos investigadores uma pilha de papéis com a relação de subornados, agora potenciais alvos de novos inquéritos de corrupção. Os números têm a escala da chamada "delação do fim do mundo", recém-acordada por 78 executivos da Odebrecht.

"Eleitos foram 179 deputados estaduais, de 23 Estados; 167 deputados federais, de 19 partidos. Demos propina para 28 senadores da República, sendo que alguns disputaram e perderam eleição para governador e alguns disputaram reeleição ou eleição para o Senado. E demos propina para 16 governadores eleitos, sendo quatro do PMDB, quatro do PSDB, três do PT, dois do PSB, um do PP, um do PSD", contou.

O diretor disse achar que, no futuro, o seu "estudo" vai servir. "Aqui estão todas as pessoas que receberam propina diretamente ou indiretamente da gente", entregou, concluindo com uma explicação sobre o esquema: "Se ele (o político) recebeu esse dinheiro, sabe, de um jeito ou de outro, (que) foi de propina. Essas pessoas estão cientes disso".

DONALD TRUMP QUER EXTRADITAR ASSANGE



Suécia encerra investigações sobre Julian Assange por agressão sexual

Agência Brasil









Assange tem 45 anos e vive como refugiado na embaixada equatoriana desde 2012

A procuradoria da Suécia informou nesta sexta-feira (19) que as investigações sobre a acusação de agressão sexual contra Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, foram encerradas. Mesmo assim ele deve continuar a viver na embaixada do Equador em Londres, onde está há quase cinco anos, porque se voltar a Suécia, a investigação pode ser reaberta – o crime de estupro só prescreverá em 2020.
Além disso, a polícia britânica tem uma mandato de prisão vigente contra ele. Portanto, se ele deixar a embaixada do Equador pode ser preso pela polícia inglesa e extraditado para a Suécia e depois aos Estados Unidos. Assange também é acusado pela Justiça norte-americana de vazar documentos militares e diplomáticos ultrasecretos.
Em uma entrevista à imprensa, a procuradora sueca Marianne Ny afirmou que não há como avançar nas investigações porque "todas as possibilidades foram esgotadas".
Assange tem 45 anos e vive como refugiado na embaixada equatoriana desde 2012. A interrupção das investigações sobre o crime de estupro, foi considerada uma "vitória absoluta" para ele, pelo advogado que o representa, Per Samuelson. Mesmo assim, a defesa da mulher que acusa Assange informou à imprensa que a acusação será mantida e que é um absurdo que um "estuprador não tenha que responder judicilamente pelo crime".
A mulher acusa Assange de tê-la estuprado em 2010. Ele nega o crime e alega que a denúncia faz parte de uma "estratégia" para que ele seja extraditado à Suécia e depois aos Estados Unidos.
WikiLeaks
O WikiLeaks tornou público documentos confidenciais de operações militares norte-americanas no Iraque e no Afeganistão, em 2010, além de correspondências diplomáticas. Os documentos e correspondências foram repassados ao site pela ex-agente norte-americana transgênero Chelsea Manning que ficou presa por sete anos pelos vazamentos.
Assange prometeu que aceitaria ser extraditado aos Estados Unidos, caso Chelsea Manning fosse libertada, o que ocorreu no começo da semana, graças a um indulto concedido por Barack Obama, dias antes de ele deixar o cargo em janeiro.
Manning enfrentava depressão e tentou suicídio na prisão em duas ocasiões. Após a assinatura do indulto por Barack Obama, os advogados de Assange disseram que ele não aceitaria de forma imediata a extradição, pois poderia ser preso.
A administração de Donald Trump não concordou com a libertação de Manning e já informou que a extradição de Assange é prioridade. O tema já foi discutido entre Estados Unidos e Grã-Bretanha.



AQUI NO BRASIL AS VERDADES NÃO PODEM SEREM DITAS



Fachin evoca Ibsen
 
Manoel Hygino 










Os acontecimentos mais recentes no âmago do governo brasileiro causaram  estupefação a um povo já desencantado com seus dirigentes. Por tanto tempo, estávamos à beira do precipício, mas caímos no vácuo. Nunca, jamais em tempo algum, pensar-se-ia que chegássemos a este ponto.
Aconselha-se meditar olhando em redor. A sugestão resulta da posição do ministro Edson Fachin, após participar de reunião no Supremo Tribunal Federal sobre o “volta ou não volta” de José Dirceu na prisão em Curitiba.
Naquela ocasião, Fachin, relator e voto vencido na matéria, lembrou um escritor que já foi mais conhecido no Brasil: o dramaturgo Henrik Ibsen, cuja peça “Casa de Bonecas” se tornou, tempos atrás, até popular entre nós.
Fachin disse: “Saí daqui, ontem, com vontade de reler o Ibsen, em Um inimigo do povo e A história do doutor Stockmann”. O magistrado parece bom em literatura europeia. Evoque-se o autor norueguês, o tema, o personagem, segundo o resumo de Hélio Gurovitz: “Na peça de 1882, Thomas Stockmann é médico numa aldeia cuja economia impulsiona uma estação balneária. Descobre que as águas são contaminadas pelo esgoto de um curtume e tenta levar a notícia à imprensa, com base num laudo técnico. Seu irmão, prefeito, consegue evitar a publicação e lança um desmentido, para evitar que a cidade fosse prejudicada pela fuga dos turistas.
Stockmann convoca, então, uma reunião para apresentar os fatos, mas é impedido de falar por uma aliança entre o prefeito, jornalistas e representantes dos pequenos empresários. Passa a vituperar contra a “massa amorfa” de cidadãos. “A maioria nunca tem razão! Esta é a maior mentira social que já se disse!”, protesta aos brados.
“Quem constitui a maioria dosa habitantes de um país? Pessoas inteligentes ou imbecis? (...) Os imbecis formam maioria esmagadora. É motivo suficiente para que mandem nos demais”.
A revolta popular é tão grande que Stockmann é declarado “inimigo do povo”. Perde o emprego, sua casa é apedrejada, é despejado, seus filhos são expulsos da aula, sua filha mais velha é também demitida da escola onde lecionava. Nem sair do país consegue, pois o capitão que lhe garantira lugar num navio também é demitido.
Hélio Gurovitz prossegue: Ao longo dos anos, Stockmann se tornou um símbolo. Contra tudo e contra todos, mantém suas convicções na defesa da verdade. É um herói que alerta sozinho para o desastre iminente e, embora certo desde o início, é rejeitado e enxovalhado, como a Cassandra da mitologia grega. Quem será nos dias presentes, o nosso dr. Stockmann?
A Noruega, como o Brasil, é plena de paradoxos geográficos, de contrastes telúricos, de asperezas e de encantos físicos. A alma do povo é bela e forte, mas vulnerável aos mais sabidos, oportunistas e desonestos. Estes devem ser identificados e descartados, e sobretudo no momento das dificuldades mais impressivas e das crises.
Então se permite revelar e debater preconceitos e ideias errôneas e as realidades dramáticas do país, pondo em foco, simultaneamente, os graves problemas da sociedade contemporânea.



sexta-feira, 19 de maio de 2017

POLUIÇÃO AMBIENTAL EM ILHA DO PACÍFICO



Remota ilha no Pacífico Sul tem a maior densidade de lixo do planeta

Agência Brasil










As 18 toneladas de lixo que cobrem a desabitada ilha de Henderson transformam esse remoto território britânico no Pacífico Sul no de maior densidade de dejetos produzidos pelo ser humano.
Redes e boias de pescar, capacetes, isqueiros, escovas de dentes e embalagens de plástico fazem parte do acúmulo de resíduos, embora a maioria seja de "objetos sem identificação, que só medem um milímetro", disse à Agência EFE Jennifer Lavers, do Instituto de Estudos Marítimos e Antárticos da Universidade da Tasmânia.
Lavers participou de estudo que a organização não governamental britânica RSPB fez em Henderson e que constatou a presença de 671 restos de lixo por metro quadrado na ilha, o maior índice global, segundo a revista científica Proceedings da National Academy of Science.
O relatório mostrou, além disso, que 3.570 dejetos chegam à costa diariamente, apesar de suas praias fazerem parte da Lista do Patrimônio da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Resíduos do Japão, da China, dos Estados Unidos, do Chile, Equador, Peru, e de países mais afastados, como a Alemanha, França, Espanha e o Reino Unido, acabam nessa ilha descoberta pelo português Pedro Fernandes de Queirós em 1606 e que faz parte do arquipélago britânico de Pitcairn.
A distância não é um impedimento para a chegada do lixo: o território, de 37 quilômetros quadrados, se encontra a mais de 5 mil quilômetros de distância da massa continental mais próxima e só recebe visitas com fins científicos a cada cinco ou dez anos.
Lavers explicou, por telefone, que uma possível causa da elevada contaminação poderia ser sua proximidade do giro oceânico do Pacífico Sul, um sistema de correntes marítimas rotativo que transportaria os resíduos de outras nações até o local.
A especialista previu que a contaminação em Henderson e no planeta se agravará no futuro pela mudança climática e o aquecimento global. Fará, segundo ela, com que "muitas das correntes que conhecemos mudem de direção, profundidade ou velocidade".
Essas modificações causarão mudanças no acúmulo de plástico nos próximos anos, "o que pode expor aos mesmos problemas novas comunidades de espécies de outros lugares", detalhou Lavers, que apelou aos governos para que gerenciem melhor o lixo e compartilhem seus conhecimentos com as nações menos desenvolvidas.
Os cientistas calculam que mais de 300 milhões de toneladas de plástico foram produzidos em 2014 em todo o mundo, enquanto na década de 1950 a produção mundial não chegava a 2 milhões de toneladas.
O plástico que não é reciclado flutua e tem um período de vida bastante longo, uma situação que põe em perigo mais de 200 espécies que habitam os oceanos, entre elas peixes, invertebrados, mamíferos e aves.
Os restos de plástico representam um perigo para muitos animais que se enroscam neles ou os ingerem, além de acabar nas margens das praias, formando barreiras que impedem a passagem das tartarugas marinhas.
"Há muitos problemas, além do visível, que é o lixo nas praias do mundo, há o impacto econômico no turismo e na vida selvagem", comentou Lavers. Ele alertou que esses mesmos resíduos ameaçam os humanos, muitos dos quais só se preocupam quando os problemas lhes afetam diretamente.
"Cerca de 25% das espécies marinhas comem plástico, mas o número aumenta cada vez mais. Segundo as pesquisas, os peixes e as aves ingerem plásticos que liberam toxinas em seus tecidos", afirmou a especialista.
"E se comemos um peixe com esses tecidos contaminados, na realidade estamos comendo nosso próprio lixo", concluiu.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...